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( ) Prática de Laboratório ( ) Segunda Oportunidade Nota:

( ) Exercícios ( ) D1
( ) Prova Modular ( ) D2
( ) Prova Global ( ) D3
( ) Exame Final/Exame de Certificação (x ) A3
( ) Aproveitamento Extraordinário de Estudos ( ) ESTUDO DIRIGIDO
Disciplina: UC - Bens, Posse e Propriedade Turma: MATUTINO
Data: 14/06/2021 a
Professor: TIAGO MEYER MENDES e CARLOS ALBERTO 19/06/2021
Alunos (a): Anderson Luiz Arndt - RA 151912147, Alisson Dos Santos Vieira - RA 152010059, Sidney Junior De Lima -
152010823.

Prezados Acadêmicos.

Realizaremos através da presente atividade nossa avaliação denominada A3.

Nota dessa avaliação (até 40 ptos).

A atividade poderá ser desenvolvida por grupos de 3 a 5 alunos.

Os nomes completos dos alunos da equipe deverão todos estar indicados nesse modelo de avaliação
quando da entrega.

E-mail para envio e somente esse: advogadocas@gmail.com

O PRAZO PARA ENTREGA DA ATIVIDADE É ATÉ 14 DE JUNHO A 19 DE JUNHO de 2021.

O texto abaixo deverá ser lido e interpretado conforme orientação.

O aluno deverá interpretar e aplicar as normas (princípios e regras do sistema jurídico nacional,
articulando o conhecimento teórico para a resolução da questão apresentada.

Problematização:

Procura seu escritório para solução de um pequeno problema o Sr., Faustino Oliveira afirmando que
adquiriu em 21 de maio de 2005, através de Contrato Particular de Promessa de Compra e Venda de
Bernadete da Cunha um terreno localizado na Rua X, número 222, Cidade de Blumenau, localizado no
loteamento Volta ao Mundo, lote II, quadra II, área de 249,90 m2. Edificado com uma casa de alvenaria
com aproximadamente, 100 m2.

Sabe-se que em 15 de junho de 1993 houve a Cessão de direitos, por escritura pública, por parte da
Incorporadora RH imóveis, a qual detinha a propriedade do imóvel, para Osnildo de Oliveira, o qual
vendeu por contrato de compra e venda para a Sra. Bernadete da Cunha no ano de 1999.

A empresa Incorporadora RH imóveis encerrou suas atividades em 1998, dando-se baixa em seus
registros. Os dois proprietários, da empresa, O Sr, Angélico Oliveira, presidente do grupo, morreu em
2001, feito seu inventário, sabe-se que foi resolvido todas as situações de propriedades aos herdeiros.
O diretor financeiro, responsável pelas regularidades patrimoniais da empresa, conforme Estatuto, Sr.
Olavo Santos, morreu em 2012, ainda corre processo de inventário.

O Sr. Faustino Oliveira pagou pelo imóvel à época o preço de CRS700.000,00 (setecentos
milhões de cruzeiros), a quitação consta no contrato que ele apresenta. O pagamento foi
integral no ato da compra, Mesmo com o pagamento à vista, não foi outorgado a escritura de
compra e venda por parte da alienante, gerando inadimplemento da efetiva contraprestação
obrigacional.
Diante da inércia da vendedora, a qual não efetiva a regularização do imóvel, o Sr. Faustino se vê
obrigado a buscar resposta e solução no judiciário, para que se efetive em definitivo o registro da
aquisição no competente registro de imóveis, habilitando-o como proprietário que é por direito. O autor
junta cópia de pagamento de IPTU, desde 2014 e comprovante de pagamento de energia elétrica.

Resolução do problema.

Qual ação que deverá ser proposta para a solução desse caso?

Escolhida a ação, quem deverá figurar no polo Ativo e passivo da Demanda? (ANULADA)

Qual deve ser o valor da causa?

Qual Juízo competente?

Cada questão acima vale 10 (dez) pontos

Ação: O Sr. Faustino poderá apresentar uma ação judicial chamada


Adjudicação Compulsória. É uma ação que visa o registro de um imóvel, para o qual
não se tem a documentação correta exigida em lei. Com ela, o proprietário do
imóvel pode obter a Carta de Adjudicação, pela qual um juiz determina que se
proceda ao registro no Registro de Imóveis. A ação de adjudicação compulsória
rege-se pelo procedimento sumário, diante da regulamentação dela pelos arts. 15 a
17 do Decreto-Lei 58/1937.

Art. 15. Os compromissários têm o direito de, antecipando ou ultimando o


pagamento integral do preço, e estando quites com os impostos e taxas,
exigir a outorga da escritura de compra e venda.

Art. 17. Pagas todas as prestações do preço, é lícito ao compromitente


requerer a intimação judicial do compromissário para, no prazo de trinta
dias, que correrá em cartório, receber a escritura de compra e venda.

Parágrafo único. Não sendo assinada a escritura nesse prazo, depositar-se-


á o lote comprometido por conta e risco do compromissário, respondendo
este pelas despesas judiciais e custas do depósito.

Esta ação pretende fazer com que o juiz profira uma sentença que tem por
finalidade substituir a escritura pública do imóvel, de forma que esta sentença
ingressará no cartório de registro de imóveis. Ou seja, o juiz dará suprimento à falta
de manifestação do vendedor do imóvel.

A Súmula 239 do STJ, que permite a adjudicação independentemente de registro do


contrato de promessa de compra e venda em cartório não está superada.

Requisitos:

● a) A existência de uma promessa de compra e venda;


● b) Inexistência de previsão do direito de arrependimento;

Art. 1.417 do Código Civil. Mediante promessa de compra e venda, em


que se não pactuou arrependimento, celebrada por instrumento público ou
particular, e registrada no Cartório de Registro de Imóveis, adquire o
promitente comprador direito real à aquisição do imóvel.

Art. 1.418 CC. O promitente comprador, titular de direito real, pode exigir do
promitente vendedor, ou de terceiros, a quem os direitos deste forem
cedidos, a outorga da escritura definitiva de compra e venda, conforme o
disposto no instrumento preliminar; e, se houver recusa, requerer ao juiz a
adjudicação do imóvel.

Como forma de garantia para outros meios, nosso cliente teria a opção ainda de se
encaixar em outros três tipos de usucapião, sendo elas:

- Usucapião Ordinária; prevista no artigo 1.242 do Código Civil, profere


“adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua
incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.”

Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o


imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro
constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os
possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado
investimentos de interesse social e econômico.

Portanto, a ação de usucapião ordinária serve justamente para regularizar


imóveis que foram vendidos apenas por contrato de compra e venda, por isso, o
prazo é menor que a usucapião extraordinária. Além de que, Sr. Faustino possui
posse mansa e pacífica, justo título e boa fé.

- Usucapião Extraordinária; prevista pelo Art. 1238 do Código Civil é a


forma mais comum de aquisição de propriedade da qual requer “aquele que, por
quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-
lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé”, sendo requerida por um
juiz e definida por sentença.
Se o possuidor houver estabelecido como sua moradia habitual ou realizado
serviços e obras de caráter produtivo o prazo pode ser reduzido para dez anos. A
usucapião poderá ser requerida através de ação judicial ou administrativamente, em
Cartório.
- Usucapião Urbana; prevista no art. 183 da Constituição Federal, “Aquele
que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados,
por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou
de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro
imóvel urbano ou rural”. O que coincide perfeitamente com o caso do Sr. Faustino,
pois a área ocupada por ele, corresponde a 249,90 m².
A omissão por parte da vendedora ainda pode caracterizar o pleiteamento de
danos morais ao Sr. Faustino devido a demora injustificada em outorgar escritura da
venda sobre o imóvel, pois ultrapassa os limites do mero aborrecimento, e
caracteriza dano moral.

Valor da Causa: Não há definição certa do valor da causa, pois na ação de


adjudicação compulsória, o valor da causa não tem por parâmetro o valor comercial
real e atual do bem imóvel e pode variar muito de acordo com o contrato firmado
entre o Sr. Faustino e a vendedora no ato da compra. Visto que, precisaria fazer
uma avaliação do imóvel/ terreno, para saber quanto ele está custando hoje.
Quando firmado o contrato, variou o preço e o terreno certamente foi
valorizado e não custa mais o mesmo valor que custava quando o Sr. Faustino
havia comprado, portanto, precisará passar por uma avaliação, com base nisso
possivelmente poderíamos estipular um valor aproximado da causa. Não há um
valor ao certo para a causa em adjudicação compulsória, ademais, dependendo da
ação proposta, o valor da causa poderá ser diferente.
Dessa maneira, precisará fazer a matrícula do imóvel, que é o documento
com o qual é possível obter as reais informações sobre o imóvel. É neste
documento que é possível encontrar dados como a localização da propriedade,
metragem, proprietários atuais, transmissões, origem da compra e venda (por meio
de instrumento particular ou por escritura pública) benfeitorias, observações,
averbações, dentre outras informações importantes. A certidão de matrícula de
imóvel é emitida no Cartório de Registro de Imóveis e dá o histórico do imóvel, é por
este motivo que é tão importante ter uma versão atualizada da Certidão, tendo em
vista que trará maior segurança aos atos jurídicos que serão realizados.
Para as possibilidades de utilizar-se os métodos da usucapião, o valor
definido costuma-se ser o valor do bem.

Juízo (Competência): De acordo com artigo 47 do Código de Processo Civil


“para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de
situação da coisa.”

Além disso, não é incomum ações que levantam possíveis divergências de


competência na ação de adjudicação compulsória. Dos julgados realizados em
vários Tribunais de Justiça estaduais, o entendimento dos demais casos é de que a
competência pertence ao Juízo da Vara Cível.

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