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Dos Fatos:
● * Caio propõe contra Tício uma ação baseada na Lex Aquillia, a fim de obter
indenização por dano sofrido.
● * Tício alega não estar obrigado a obedecer àquela norma por ser patrício.
● * Tício Afirma ser costume muito antigo de sua família jamais pagar indenização por
dano sofrido por plebeu.
● * Tício apresenta um parecer do jurista Gaio, em seu favor.
● * Caio apresenta um parecer do jurista Papiniano, em seu favor.
Dos Direitos:
FONTES DO DIREITO:
➔ COSTUME:
● No período arcaico, foi quase q exclusivamente a sua única fonte.
● * O costume é a observância constante e espontânea de determinadas normas de
comportamento humano na sociedade.
● * Aprovado sem lei, pelo decurso de longuíssimo tempo e pela vontade de todos.
● * A observância da regra consuetudinária deve ser constante e universal.
➔ Senatus-Consultos:
● * Deliberações do senado.
● * Na República, os senatus-consultos eram deliberações do senado, dirigadas
mormente aos magistrados
● * No principado, eram propostas pelos Imperadores, e consistiam em instruções aos
magistrados sobre o exercício de suas funções.
● * A partir de Adriano, passou-se a aprovar simplesmente, por aclamação, a proposta
do imperador.
➔ Constituições Imperiais:
● Disposições do imperador que não só interpretavam a lei, mas, também, a
estendiam e a inovavam.
● Edicta: Ordenações de caráter geral, à semelhança das ordenações dos
magistrados republicanos.
● Decreta - Decisões do Imperador, proferidas num processo;
● Rescripta - respostas dadas pelo imperador a questões jurídicas a ele propostas por
particulares em litígio ou por magistrados
● Mandata - Instruções dadas pelo imperador, na qualidade de chefe supremo, aos
funcionários subalternos.
➔ Jurisprudência:
● Pareceres dos jurisconsultos
● Diferente do entedimento de hoje em dia.
➔ Lex Aquillia:
● Assegurar aos plebeus um mecanismo de reparação dos danos provocados aos
seus bens pelos patrícios.
Conclusão:
● Como a lex aquilia é uma lei originária de um Plebiscito, ela se aplica à todos os
cidadãos romanos (como assim determina a lex hortencia), portanto, os patrícios
também devem respeitar e cumprir aquilo disposto na Lex Aquilia.
● Além disso, o costume é válido como fonte do direito somente quando é vontade de
todos, assim, o costume de uma família não é considerado como fonte, então, a
justificativa de Tício de não pagar danos sofridos por plebeu não consta.
● Por fim, como Caio apresentou um parecer de Papiano e Tício, de Caio. Aquele que
deve ser respeitado é o de Caio, seguindo o que está disposto na Lei das Citações.
❖ Caso 2:
Dos Fatos:
● Caio, recém casado, parte para Guerra.
● Um ano mais tarde, é noticiado q ele foi capturado e, segundo boatos, já estaria
morto há muito tempo.
● Cláudia, esposa de caio, apresenta uma criança de dois meses como única herdeira
de seu marido.
● Os parentes de Caio não reconhecem a legitimidade da criança e acusam Claudia
de adultério.
Dos Direitos:
Norma Jurídica:
● A sua aplicação pressupõe o conhecimento perfeito, seguro e completo da norma
jurídica abstrata e dos fatos concretos.
● A norma abstrata é conhecimento do juiz.
● A interpretação da Norma Jurídica pode ser autêntica ou doutrinal.
● Autêntica: que se faz mediante uma nova norma jurídica expedida pelo órgão
legiferante competente.
● Doutrinal: por meio do trabalho de cultores do direito.
● A interpretação pode confirmar ou extender ou restringir o sentido da norma.
● Analogia: por semelhança, presume-se a vontade do legislador.
● Analogia legis: estende a aplicação de determinada regra a fatos nela não previstos.
● Analogia Iuris: processo de criar uma nova norma para ser aplicada a um caso
concreto, com base nos princípios gerais do sistema jurídico.
● Presunção: aceitação como verdadeiro de um fato provável. Aceitação com base
numa simples alegação, sem necessidade da prova de fato (legitimidade do filho é
presumida quando é ele nascido entre 180 e 300 dias depois da convivência
conjugal).
● Presunção Simples: Não é absoluta, o contrário pode ser provado. - Inversão do
Ônus da Prova.
● Presunção de Direito: A contraprova não é permitida (presunção de se considerar
ilegítimo o filho nascido além de 300 dias após a dissolução da sociedade conjugal
pela morte do pai)
● Ficção: o direito considera verdadeiro um fato inverídico: fecha conscientemente os
olhos diante da realidade (Considerava o cidadão romano que caía como prisioneiro
do inimigo e em seu poder morria como tendo morrido antes de ser capturado).
❖ Caso 3:
Dos Fatos:
● Uma mulher estrangeira, durante a guerra, é capturada e vendida como escrava
● Cinco meses mais tarde, essa mulher dá a luz a uma criança defeituosa
● Logo depois, morre o proprietário da escrava, deixando um testamento libertando-a
e omisso sobre a criança.
Dos Direitos:
Sujeitos de Direito:
● Pessoas que possam ter relações jurídicas (direitos subjetivos).
Pessoa Física:
● A pessoa natural é o homem.
● O nascituro ainda não é pessoa, mas é protegido desde a concepção e durante toda
a gestação.
● O feto tem que nascer com vida e com forma perfeita.
● Extingue-se a pessoa física com a morte do indivíduo.
● Desconhecia, também, o direito romano, a declaração e a presunção de morte pelo
desaparecimento durante longo tempo.
Cidadania:
● O Ius civile se aplicava somente aos cidadãos romanos. Aos estrangeiros, cabia o
Ius Gentium.
● O estrangeiro podia adquirir propriedades pelo direito dele, mesmo em Roma.
● Os latinos tinham capacidade jurídica de gozo semelhante à dos cidadãos romanos.
● Perdia-se a cidadania pela perda da liberdade, com a renúncia ou deportação.
Situação Familiar:
● Para ter a completa capacidade jurídica de gozo, o sujeito tinha que também ser
independente do pátrio poder.
● Sendo, portanto, Sui Iuris, não Alieni Iuris.
● Os alieni iuris, entretanto, não eram absolutamente incapazes. Tinham plena
capacidade no campo dos direitos públicos.
● Tudo que o alieni iuris adquirisse, adquiria para o paterfamilias.
Capitis Deminutio:
● Mudando-se qualquer um dos requisitos quanto a capacidade jurídica, mudava-se a
situação jurídica. - Essa mudança chamava-se Capitis Deminutio.
● Três poderiam ser as alterações sofridas por capitis deminutio:
○ 1. A perda da liberdade, que era a Capitis Deminutio Máxima.
■ * Verificava-se quando o cidadão romano caía prisioneiro
■ * Perdia-se também a título de punição, como no caso de ladrão pego
em flagrante.
○ 2. Perda da cidadania, a Média.
■ * O cidadão passava a condição de estrangeiro pelo exílio voluntário
ou não.
○ 3. A mudança no estado familiar, a Mínima
■ * adoção; emancipação; etc.
Mulheres:
● As mulheres não tinham capacidade para direitos públicos e sofriam restrições no
âmbito privado.
● A mulher não tinha direito ao pátrio poder, nem à tutela, e não podia participar dos
atos solenes na qualidade de testemunha.
Pessoa Jurídica:
● Organizações destinadas a uma finalidade duradoura, que são consideradas sujeitos
de direito, isto é, com capacidade de ter direitos e obrigações.
● O direito romano só reconheceu a corporação, que é um conjunto de bens,
destinados a uma determinada finalidade.
● As corporações incluíam: o Estado Romano e seu erário; as organizações
municipais e as colônias, todas estas predominantemente de caráter público.
● Quanto às corporações privadas, exigia-se autorização do senado e, posteriormente,
do imperador.
● Tais corporações eram reguladas pelos seus estatutos, que tinham q determinar a
finalidade social e os órgãos representativos.
● Extinguia-se a pessoa jurídica quando sua finalidade era preenchida ou quando a
autorização para o funcionamento era revogada.
Conclusão:
● A mulher se torna uma cidadã romana, pois foi libertada através de um dos métodos
reconhecidos pelo direito quiritário.
● Entretanto, por ser mulher, ela não possui capacidade para o direito público e possui
restrições no âmbito privado.
● * Já a criança, como dentro do período de gestação ela teve um momento de
liberdade (antes da mãe ser capturada), ele se torna livre. Como ela adquiriu a
liberdade pelo “favor libertatis”, ele é um estrangeiro. É também independente de do
pátrio poder, por não estar submetido a nenhum homem mais velho de sua família.
Portanto, a criança possui a capacidade jurídica de gozo de um estrangeiro,
aplicando as regras do ius gentium. Caso ele venha a adquirir a cidadania romana,
ele seria um cidadão ingênuo e sui iuris.
❖ Caso 04:
Dos Fatos:
● Caio é usufrutuário de uma fazenda pertencente à Tício.
● Findo o prazo de usufruto, Caio devolve a Tício o imóvel em perfeito estado.
● Tício descobre, no entanto, que durante esse tempo, Caio havia retirado para
si verduras da horta, peixes de um rio que por ali passava e ouro de uma
mina nele existente. Havia ainda tomado todos os bezerros e escravos
nascidos na fazenda durante o tempo de usufruto.
● Sentindo-se lesado, Tício exige a devolução de todas as coisas.
Do Direito:
Objetos de Direito:
Conceito:
● coisa é o objeto de relações jurídicas que tenha valor econômico
● Coisa = Res (Qualquer coisa que tenha nome de “Real” significa que é ligada à um
objeto)
Classificação das Coisas:
● Res in comercio: aquelas que podiam ser apropriadas por particulares;
● Res extra commercium: Não podiam ser objetos de relações jurídicas entre
particulares pela sua natureza física ou por sua destinação jurídica.
1. Res extra commercium divini iuris: coisas dedicadas aos deuses (Templos;
Coisas santas; portas e muros da cidade; túmulos)
2. Res extra commercium humani iuris: coisas profanas (coisas comuns a
todos: ar; água corrente; mar e as praias).
3. Coisas Públicas: Pertencentes ao povo romano (Estradas e Fórum).
● Res in patrimônio: Coisas que estavam dentro do patrimônio de alguém
● Res extra patrimonium: Coisas que não se encontravam no patrimônio de ninguém.
1. Res Nullius: Coisas sem dono
2. Res hostium: Coisas dos Inimigos de Roma
3. Res Derelicta: Coisa abandonada.
● Coisas Corpóreas: Aquelas que podem ser tocadas
● Coisas Incorpóreas: Somente existem intelectualmente
● Coisas Consumíveis: Coisas que se exaurem com seu uso normal. (Alimentos e
Bebidas)
● Coisas Inconsumíveis: São as coisas suscetíveis de utilização constante, sem que
sejam destruídas. (Quadro; estátua; vestido)
● Coisas Divisíveis: coisas que podem ser repartidas sem perder esse valor
proporcional (terreno; arroz).
● Coisas Indivisíveis: São aquelas cujo valor sócio-econômico se reduz ou se perde
com a divisão.
● Frutos: São coisas novas produzidas natural e periodicamente por uma outra.
○ 1. Frutos Naturais: frutos do solo; árvore; leite; bezerros; etc.
○ 2. Frutos Civis: Rendas obtidas com locação ou arrendamento de coisas.
Conclusão:
● Em primeiro lugar, podemos concluir que Caio, como usufrutuário legítimo, tem
direito aos frutos naturais da propriedade durante o tempo de usufruto.
● Assim, pode-se concluir que: as verduras da horta e os bezerros nascidos durante o
período pertencem legitimamente à Caio.
● Os peixes, como se encontravam em um rio (uma res extra commercium humani
iuris - água corrente) são considerados Res Nullius, também pertencendo
legitimamente à Caio.
● Entretanto, o Ouro coletado e os escravos tomados por caior deverão ser devolvidos
à Tício. Pois os escravos, apesar de serem considerados Res, ainda conservam um
grau de humanidade, assim, os filhos de escravos não podem ser considerados
frutos. Além disso, Ouro não é uma coisa que se dá periodicamente, portanto, não é
um fruto.
● Com isso, Caio não tinha o direito de retirar o ouro da mina, pois o usufrutuário, no
exercício do seu direito, não deve modificar substancialmente a coisa.
● Em suma, Caio pode manter as verduras, bezerros e peixes, mas deve devolver à
Tício os escravos e o ouro.
❖ Caso 05:
Dos Fatos:
● O órfão Publio, de dez anos, convence por meio de gestos o surdo-mudo Mévio a
comprar seu cavalo por um preço substancialmente superior ao de mercado.
● Ao saber do ocorrido, o paterfamilias de Mévio vai queixar-se ao tutor de públio.
● O tutor de Públio não aceita a reclamação e se opõe ao desfazimento do negócio.
Do Direito:
Ato Jurídico:
➔ Conceito:
● São Manifestações de vontade que visam à realização de determinadas
consequências jurídicas.
● Todo o ato lícito que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar
ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico.
● Os Atos jurídicos do direito quiritário exigiam formalidades complicadas, de cuja
observância dependia a validade do ato e o seu consequente efeito. (mancipatio;
nexum; in iure cessio; stipulatio)
● No direito evoluído, o ato jurídico nada mais era que uma inequívoca manifestação
de vontade.
➔ Capacidade de agir:
● A capacidade agir (Capacidade de fato) é diferente da Capacidade de jurídica de
gozo.
● A capacidade agir dependia da idade, do sexo e da sanidade mental perfeita.
● Em regra, os púberes, varões, perfeitamente sãos, tinham plena capacidade de agir.
Idade:
● A puberdade era adquirida aos 14 anos pelos varões e aos 12 anos pelas mulheres.
● Os púberes, em princípio, tinham plena capacidade de agir, os impúberes não.
● Impúberes:
1. Infantes: menores de 7 anos até a puberdade, que eram absolutamente incapazes
de agir -
a. Os tutores agiam por eles, praticando os respectivos atos jurídicos.
b. Os atos jurídicos eram praticados em nome do próprio tutor, mas no
interesse dos infans.
2. Infantia maiores: 7 anos até a puberdade, que tinham uma capacidade restrita de
agir.
a. Eles só podiam praticar atos jurídicos que os favorecessem, mas para
obrigar-se precisavam sempre da assistência de um curador.
● Lex Laetoria: conferiu ao menor de 25 anos, ou a qualquer pessoa que por ele
quisesse agir, uma ação contra quem o tivesse enredado num negócio que lhe era
prejudicial.
○ Aos menores de 25 anos tornou-se costume pedir a um curador que os
assistisse na prática dos atos jurídicos.
○ Daí se originou a regra que se desenvolveu no direito pós-clássico de que os
menores de 25 anos, tendo um curador, tinham capacidade restrita de agir,
semelhante a dos impúberes infantia maiores.
○ Eles só podiam praticar atos jurídicos que os favorecessem, mas para
obrigar-se precisavam sempre da assistência de um curador.
● Os imperadores concediam, em casos especiais, um favor legal, chamado venia
aetatis, conferindo a pessoas individualmente determinadas a capacidade de agir.
● Atos mortis causa: São praticados para ter feitos quando do falecimento de uma das
partes. (testamento)
● Atos Inter vivos: A eficácia dos atos não depende do falecimento de alguém.
(compra e venda)
● Atos Jurídicos Onerosos: As duas partes têm ônus com o ato (compra e venda)
● Atos Jurídicos Gratuitos: Apenas uma das partes tem ônus com o ato. (doação).
● Atos Jurídicos Causais: São aqueles cujo fim prático está intimamente ligado ao ato
e aparece claramente no próprio ato. (compra e venda)
● Atos Jurídicos Abstratos: Prevalece a forma externa do ato, sendo irrelevante o fim
prático a que se destina. (mancipatio; in iure cessio; stipulatio)
Conclusão:
● Primeiramente, deve-se destacar que Públio não é um sujeito com plena capacidade
de fato, pois ele tem apenas 10 anos, assim, ele tem capacidade restrita de agir,
podendo praticar atos apenas que os favorecesse e não podendo se obrigar.
● Em segundo lugar, Mévio tem uma capacidade limitada de agir, pois sendo
surdo-mudo, não poderia praticar atos verbais, visto que não poderia manifestar a
sua vontade.
● Assim, Públio só poderia praticar a tal compra e venda se o beneficiasse e com o
consentimento do seu tutor, como foi o caso.
● Além disso, como Mévio conseguiu manifestar a sua vontade, realizando o ato
jurídico, sua capacidade não foi limitada, sendo, portanto, um ato jurídico legítimo.
● Com isso, pode-se concluir que a queixa do paterfamilias de Mévio não é válida, não
sendo legítimo o desfazimento da compra e venda.
❖ Caso 06:
Dos Fatos:
● Semprônia, camponesa, vendeu duas vacas prenhes a Caio.
● Dias depois, uma das vacas pariu um bezerro,
● Um exame veterinário, no entanto, revelou que a prenhez da segunda vaca era
apenas aparente.
● Sempronia procura Caio acreditando ter direito ao bezerro que nascera, já que ele
fora concebido enquanto a vaca lhe pertencia. Porém, para a sua surpresa,
descobre que, no Direito Romano, a cria pertence ao comprador da vaca (os frutos
são do proprietário da coisa frugífera), fato que ela desconhecia quando fixou o
preço na venda
● Caio se sente lesado pelo fato de a segunda vaca não estar prenhe como ele
imaginava, exigindo a anulação da venda dessa vaca.
Dos Direitos:
➔ Vícios do Ato Jurídico:
Simulação:
● Discrepância entre a vontade interna e a sua manifestação externa.
● Somente se as partes são concordes nesse fingimento, sendo então as declarações
de vontade divergentes das vontades internas.
● A simulação pode ser absoluta, quando as partes não querem ato nenhum, mas
declaram externamente querê-lo.
● Pode ser relativa, quando as partes concordes praticam um determinado ato,
querendo realmente ato diverso do praticado.
● Só no caso de ser evidente a simulação, como quando se pratica no palco, na
escola, é que ela acarreta a nulidade.
Restrição Mental:
● Simulação unilateral
● Quando uma parte faz a declaração divergente da sua vontade interna.
● Como essa divergência não pode ser conhecida por outros, a restrição mental não
influi na eficácia do ato, que permanece válido.
Erro:
● Falso conhecimento do fato.
Erros que acarretavam nulidade do ato:
● Error in negotio: quando a discrepância se referia à própria essência do ato
(pensando em alugar a casa, a pessoa, na verdade, a vende.
● Error in persona: Quando a divergência se referia à identidade de uma das partes do
ato (Fulano empresta dinheiro a Caio, pensando que ele fosse Ticio).
● Error in corpore: Quando recaia na identidade física do objeto (Comprar lote nº 12,
pensando ser o lote nº XI)
● Error in substantia: Quando se relacionava com as qualidades essenciais do objeto
(Compro anel de cobre, pensando ser de ouro).
Erros que não acarretavam nulidade:
● Error in qualitate: Relacionado a qualidade do objeto (Comprar vinho estragado
achando que estava bom)
● Error in quantitate: Relacionado a quantidade do objeto comprado (Querendo
comprar 100 litros, compra 1000 litros de vinho).
Caso especial:
● Error iuris: Ignorância da regra do direito
○ Ninguém pode ignorar a lei.
○ Porém, as mulheres; os menores de 25 anos; os soldado e os rustici
(caipira/camponeses) podiam escusar-se por ignorar a lei.
Dolo:
● O comportamento malicioso de alguém, com o fito de enganar a outra parte,
falsificando a verdade, para tirar disso vantagem própria.
● Actio de Dolo: O autor do dolo podia ser obrigado a pagar à vítima o valor do
prejuízo por ela sofrido em consequência do dolo.
● Outros meios processuais para reparação de injustiças relacionadas a dolo
(Exceptio doli; in integrum restitutio ob dolum)
Coação:
● Trata-se de pressão física ou psíquica, ilegal, exercida por alguém contra o agente, a
fim de que este pratique, contra sua vontade, um ato jurídico.
● ação In Integrum Restitutio anula os efeitos de atos praticados sob coação e
restabelece a situação anterior ao ato.
● Uma outra ação considerou a coação como delito, punindo-a com o quádruplo do
valor do negócio. (Actio quod metus causa)
Elementos essenciais:
● São os elementos sem os quais o ato jurídico não pode existir
● São necessários para a sua realização.
● Exemplo: Determinação da mercadoria e do preço na compra e venda.
Elementos Naturais:
● Sãos os elementos naturalmente incluídos num ato jurídico, porque a ordem legal os
considera como normalmente fazendo parte.
● Exemplo: Responsabilidade do vendedor pelo vício oculto da coisa vendida.
Termo:
● A cláusula que subordina os efeitos de um ato jurídico a um evento futuro e certo.
● Essa ocorrência pode verificar-se em data certa ou incerta.
● A cláusula de termo pode determinar que os efeitos do ato se iniciem a partir da
verificação do evento futuro e certo, ou cessem nesse momento.
● Distingue-se, então, o termo suspensivo do termo resolutivo.
● O ato é válido desde o princípio, somente sua eficácia, seus efeitos jurídicos, ficam
suspensos até o advento do termo suspensivo.
● No caso de termo resolutivo, o ato é perfeito e ao mesmo tempo eficaz desde o
início, cessando seus efeitos com o advento do termo resolutivo.
● Tratando-se de uma relação obrigacional, ela passa aos herdeiros, se o titular
morrer. (isso não acontece se tratar de direitos reais)
● Os atos formais não podem ser praticados sob termo.
Modo:
● Cláusula acessória que se junta eventualmente a atos jurídicos gratuitos e que
consiste em impor ao destinatário da liberalidade uma obrigação que não influi na
eficácia do ato.
● Os efeitos jurídicos do ato de liberalidade independem do cumprimento ou n~çao da
obrigação modal.
REPRESENTAÇÃO:
● A manifestação da vontade num ato jurídico podia ser feita, já no direito romano, por
intermédio de outra pessoa.
● O intermediário, chamado nuntius, apenas transmitia a vontade de outrem.
● Era preciso que o manifestante tivesse capacidade de agir, enquanto o nuntius podia
ser uma pessoa incapaz, como uma criança. (O núncio não manifestava vontade
própria, era apenas um mensageiro).
● A representação direta (uma pessoa age em nome da outra) era estranha ao direito
romano.
● No direito romano, só se reconhecia a representação indireta, quando o
representante agia em próprio nome, mas no interesse do representado.
Conclusão:
● Primeiramente, sobre o preço fixado por semprônia sobre a Vaca, acreditando que o
bezerro pertenceria a ela, pode se caracterizar como “Error Iuris”, pois Semprônia
desconhecia a regra do direito. Assim, como ela é uma rustici, caso seja do
interesse dela, ela pode requerer a anulação do ato jurídico.
● Sobre a Vaca que estava prenhe apenas aparentemente, o erro de Caio não se
enquadra em nenhum dos casos que acarretam nulidade, portanto, o requerimento
dele não é válido.
❖ Caso 7:
Dos fatos:
● Caio, proprietário de duas casas, decide alugar uma delas a Tício pelo prazo de 5
anos.
● Na segunda casa, ele decide constituir o direito real de usufruto vitalício em favor de
seu amigo Mévio.
● Algum tempo depois, no entanto, Caio recebe uma tentadora oferta do milionário
Orbilio e vende a ele os dois imóveis.
● Pouco se sensibilizando com a situação de Tício e Mévio, Orbílio avisa que quer
tomar a posse de ambos os imóveis imediatamente
● Tício e Mévio procuram ajuda de um advogado.
Do Direito:
DIREITOS REAIS:
● (i) os direitos reais atribuem um poder direito e imediato;
● (ii) a conduta do direito passivo é sempre negativa (abstenção ou tolerância);
● (iii) o sujeito passivo é sempre uma pessoa indeterminada (direito de sequela);
● (iv) os direitos reais exigem publicidade;
● (v) os direitos reais valem por longo prazo ou perpetuamente.
Propriedade:
● A propriedade é um poder jurídico absoluto e exclusivo sobre uma coisa corpórea.
● É considerada como uma relação direta e imediata entre a pessoa, titular do direito,
e a coisa.
● A característica dominante do ponto de vista jurídico é a exclusividade da
propriedade, que impõe a todos a obrigação de respeitá-la.
● O conteúdo positivo desse instituto é um aspecto mais econômico do que jurídico.
Limitações da Propriedade:
● O poder jurídico do proprietário sobre a coisa é, em princípio, ilimitado, mas limitável.
● O poder completo pode ser limitado voluntariamente pelo próprio proprietário ou pela
lei. (as limitações impostas pela lei visam proteger o interesse público ou justos
interesses particulares).
● Limitações de interesse público:
1. O proprietário de um terreno ribeirinho deve tolerar o uso público da margem.
2. a manutenção de estradas marginais ao terreno fica a cargo do proprietário;
3. há várias proibições de demolição de prédios sem autorização administrativa,
estabelecidas no período imperial.
4. No século IV d.C, uma constituição imperial concedeu ao descobridor de jazida de
explorar a mina em terreno alheio, mediante indenização a ser paga ao proprietário.
● Limitações no interesse de particulares são:
1. Os frutos caídos no terreno vizinho continuam de propriedade do dono da árvore. O
vizinho tem de tolerar que este os recolha dia sim, dia não.
2. O vizinho deve suportar a inclinação dos ramos numa altura superior a 15 pés,
podendo cortá-los até a esta altura.
3. O fluxo normal das águas pluviais deve ser suportado também.
● São limitações legais, ainda no interesse particular, as regras de inalienabilidade,
que proíbem ao proprietário transferir ou onerar direito.
● Além desses meios, o proprietário poderia limitar seu direito através dos “Direitos
Reais sobre Coisa Alheia”.
Propriedade de Peregrinos:
● O estrangeiro não podia adquirir propriedade pelo ius civile.
● Os romanos reconheciam-lhe, entretanto, a propriedade pelo seu próprio direito
estrangeiro, chamado de Dominium.
Locação:
● Contrato pelo qual uma pessoa, mediante retribuição em dinheiro, se obriga a favor
de outra a colocar à disposição desta uma coisa, ou a prestar-lhe serviços, ou a
executar determinada obra.
● As partes neste contrato são chamadas de locador e locatário.
1. Locação de Coisa: Faz a cessão temporária do uso e gozo de uma coisa contra o
recebimento de um aluguel.
2. Locação de Serviço: Em que se põe à disposição de outrem os próprios serviços
contra o recebimento de um salário.
3. Empreitada: Em que alguém se obriga a produzir uma determinada obra, igualmente
contra retribuição em dinheiro.
● É um contrato bilateral perfeito.
● Tanto o locador como o locatário respondem pelo dolo e pela culpa com que se
houverem.
Conclusão:
● Primeiramente, deve-se destacar que a venda de Caio dos imóveis à Orbílio é
legítima. Assim, Orbílio adquire o Direito Real de Propriedade sobre os dois imóveis.
● Tício firmou um contrato de locação com Caio sobre a casa, portanto, ele tem a
mera detenção do imóvel. Com isso, Orbílio tem o direito de tomar a posse da coisa,
expulsando Tício da casa.
● Já Mévio possui um Direito Real de Usufruto Vitalício sobre o segundo imóvel, e
como todo Direito Real é Erga Omnes, ou seja, deve ser respeitado por todos,
Orbílio deve respeitar o prazo do usufruto acabar para tomar posse do imóvel.
● Em suma, Orbílio pode recuperar o imóvel que estava alugado para Tício, mas deve
aguardar até a morte de Mévio para recuperar a posse do segundo imóvel.
❖ Caso 08:
Dos Fatos:
● Enquanto passeava com seu cavalo recém adquirido, Caio detém-se por
alguns minutos em uma taberna, deixando o cavalo amarrado diante do
estabelecimento.
● Como Caio dera um nó muito frouxo, o cavalo escapa e foge.
● Perto dali, Tício encontra o cavalo e, julgando-o abandonado, toma-o para si.
● Semanas depois, Tício empresta o cavalo a seu amigo Mévio, que sai
cavalgando pelas ruas de Roma.
● Por coincidência, Caio à vista Mévio e, reconhecendo seu cavalo, obriga
Mévio a desmontar à força e se apodera violentamente do animal que lhe
pertencia.
● Mévio vai correndo relatar o ocorrido ao pretor, considerando que houve um
esbulho de posse.
Do Direito:
Posse:
● É um poder de fato sobre uma coisa corpórea: a efetiva subordinação física
da coisa a alguém.
● Distingue-se da propriedade, que é poder jurídico absoluto sobre a coisa.
● É um FATO, enquanto propriedade é um DIREITO
● O poder de fato faz normalmente parte do exercício do direito da
propriedade, mas não sempre:
○ Empresto meu cavalo;
○ alugo a minha casa;
○ perco a minha carteira;
○ ladrão rouba minha jóia.
■ Nestes Casos, o direito de propriedade fica inalterado, mas
coisa passou a estar efetivamente subordinada ao poder de
fato de alguém diverso da pessoa do proprietário.
● Para que haja a efetiva subordinação física da coisa a alguém, não é preciso
direito algum.
● A posse compõe-se de dois elementos:
○ Corpus: Fato material; a coisa estar subordinada fisicamente a
alguém.
○ Animus: Intenção de possuir; Se sentir como dono.
● Os dois elementos devem existir simultaneamente.
● A posse tem grande importância Jurídica:
1. Em certos casos, é preciso a posse para a aquisição da propriedade, como no caso
de ocupação, USUCAPIÃO, ETC.
2. Na reivindicação, que é o meio judicial de proteção do direito de propriedade, o réu é
o possuidor. isto significa que o ônus de provar o seu direito incumbe a quem não
está na posse, ficando o réu na cômoda posição de simplesmente negar o direito
alegado por aquele, isto é, pelo autor.
3. A posse, quando reconhecida pelo ordenamento jurídico como tal, é protegida contra
turbação.
● Distinguimos entre o poder de fato chamado Detenção, que não gera consequências
jurídicas, e o poder de fato chamado Posse, que as tem.
● No direito romano, tiveram posse todos aqueles que possuíram a coisa com a
intenção de tê-la como própria.
● Tal comportamento independe, naturalmente, da questão de o possuidor realmente
ter ou não ter direito de comportar-se como dono.
● Sendo, assim, possuidor, terá proteção judicial contra turbação indevida.
● Naturalmente, tal proteção será ineficaz contra o proprietário mesmo, mas valerá
contra terceiros.
● Os que exercem o poder de fato reconhecendo a propriedade de outrem não
possuem, mas detêm coisa.
● Os detentores não tem proteção jurídica. o seu poder de fato é destituído de
consequências jurídicas.
● Nesta Situação, estão, no direito romano, o locatário, o depositário e o comodatário.
● A posse é caracterizada pela intenção inicial de possuir, assim, caso o locatário, no
curso da locação, decida apropriar-se da coisa, nenhum efeito terá essa nova
intenção no que se refere ao tipo de sua posse, que ficará sempre detenção.
História da Posse:
● A proteção judicial contra turbação da posse foi introduzida pelo pretor, por meio dos
interditos, que, na origem, protegeram o gozo do ager publicus.
● Na questão sobre a propriedade, quem tem a posse da coisa terá a posição mais
favorável de réu na reivindicação. A outra parte, o autor, ao atacar, terá que provar o
seu direito, problema sempre gravíssimo, não só nos tempos antigos, como também
hoje.
Proteção da Posse:
● A proteção da posse era indiscriminada, ou seja, valia tanto para a posse justa como
para a posse injusta(como por exemplo, a de um comprador de boa-fé que adquiriu
a coisa de um não proprietário).
● A proteção indiscriminada da posse tinha uma limitação no que se refere à posse
viciosa.
● A posse era viciosa quando adquirida por violência, clandestinamente, ou a título
precário.
● Mas o vício existia apenas com relação à pessoa desapossada por esses modos.
● Contra esta o atual possuidor não tinha proteção judicial para a sua posse. Contra
terceiros, entretanto, tinha proteção.
● Assim, quem perdeu a posse por violência poderia recuperá-la do autor de tal ato,
mesmo violentamente (embora não com armas). Mas só ele podia agir de tal
maneira.
● A proteção da posse foi elaborada pelo pretor, o meio judicial eram os “Interditos’.
1. Interdictum Uti Possidetis: Aplica-se a casos de turbação duradoura da
posse de um imóvel.
a. No caso da posse viciosa, o efeito do interdito uti possidetis era duplo,
b. Nessa hipótese, aquele que possuía de fato perdia sua posse para
aquele de quem a obtivera por violência, clandestinamente ou a título
precário.
2. Interdictum Utrubi: Meio processual de proteção da posse de um móvel
contra turbação.
a. Protegia não o possuidor atual, mas o que possuíra durante mais
tempo no período de um ano imediatamente anterior.
b. Assim, podia servir também para recuperar a posse, conforme o caso.
3. Interdictum Unde Vi: Protegia a posse não viciosa de um imóvel contra o
esbulho violento.
a. Só podia ser intentado dentro de um ano a contar do esbulho.
b. Para móveis, era necessário tal meio processual de proteção, pois o
interdictum utrubi servia também para recuperar a posse.
c. Além disto, para os móveis havia ainda a proteção dispensada com
base na existência de furto ou de roubo.
4. Interdictum de Vi Armata: Proteção em defesa de qualquer tipo de posse,
inclusive viciosa, contra esbulho violenta a mão armada.
5. Interdicto de Precario: Visava recuperar a posse de quem a recebera a
título temporário, por liberalidade, para ser restituída a pedido do proprietário.
Conclusão:
● Caio detém a propriedade do cavalo, mas perdera a posse.
● Tício, como tomou o cavalo para si de boa fé, sem saber da procedência do animal,
tem a posse injusta sobre o cavalo.
● Mévio possui a detenção sobre o cavalo, pois não possui o Animus, apenas o
Corpus.
● Como Caio é o proprietário e legítimo possuidor do cavalo, ele tem o direito de
recuperar a posse do animal, mesmo violentamente, sendo que só ele poderia agir
desta maneira, não caracterizando um esbulho de posse.
● Como Mévio é apenas detentor, ele não tem proteção jurídica. o seu poder de fato é
destituído de consequências jurídica.
● Já Tício, que detinha posse do cavalo, mesmo que injusta, possui proteções contra
turbações indevidas. Assim, ele pode entrar com um Interdictum Unde Vi contra Caio
para recuperar a posse do animal, nesse caso, Caio terá que provar que detém o
Direito Real de Propriedade sobre o cavalo (Prova Diabólica).
❖ Caso 09:
Dos Fatos:
● Tício adquire de Públio, mercador de animais exóticos, um psittacus
(papagaio).
● Dias depois, Caio, um dos vizinhos de Tício, sentindo-se perturbado pela
ave, que passava o dia em cantorias e falatórios, procura um jurista,
solicitando-lhe um parecer.
Do Direito:
Propriedade:
● Poder jurídico exclusivo e potencialmente absoluto sobre uma coisa
corpórea.
● Considerada uma relação direta e imediata entre a pessoa, titular do direito,
e a coisa.
● 3 faculdades:
○ Usar: servir-se da coisa como lhe aprouver, respeitadas as limitações
legais.
○ Fruir: colher os frutos, naturais e civis da coisa que lhe pertence.
○ Dispor: alienar, ou seja, de tornar coisa própria alheia, transferindo-a
a um adquirente, a título gratuito ou oneroso.
● O direito de propriedade exclui toda e qualquer ingerência alheia,
protegendo-o, no exercício de seus direitos, contra turbação por parte de
terceiros.
Limitações legais à propriedade:
● Por exigências sociais diversas (agrícolas, religiosas, higiênicas, edílicas, de
saúde pública, etc.), o direito romano passou a introduzir limitações às
faculdades do proprietário, especialmente em relação aos imóveis, sempre
mais numerosas e importantes do que as limitações voluntárias.
● Limitações legais da propriedade são aquelas estabelecidas por lei ao direito
potencialmente absoluto do proprietário.
● Essas limitações impõem uma nova configuração ao instituto: passa-se a
falar, modernamente, de função social da propriedade.
● Assim, o proprietário pode exercitar livremente o seu poder sobre a coisa,
desde que não encontre uma limitação legal, ou seja, pode fazer tudo aquilo
que não lhe for vedado.
● As principais limitações legais ao direito de propriedade na experiência são:
○ O proprietário de um terreno ribeirinho devia tolerar o uso público da
margem;
○ a manutenção de estradas marginais ao terreno ficava a cargo do
proprietário;
○ havia proibições de demolição de prédio sem autorização
administrativa;
○ o descobridor de jazida tinha o direito de explorar a mina em terreno
alheio, mediante indenização a ser paga ao proprietário.
○ O dono de um terreno devia tolerar que o vizinho ali entrasse dia sim,
dia não, para recolher os frutos nele caídos, provenientes de árvores
desse último.
○ O vizinho devia suportar a inclinação dos ramos em altura superior a
quinze pés (pouco menos de quatro metros e meio), podendo,
entretanto, cortá-los até essa altura
○ O fluxo normal das águas pluviais devia ser suportado também pelos
donos de terrenos, sendo vedadas obras que o alterassem
artificialmente.
○ era proibida a emissão de fumaça, calor, umidade e mau cheiro sobre
imóveis próximos.
○ o direito de construir era condicionado a não prejudicar a iluminação e
a vista dos prédios vizinhos, sendo também restrita, no tocante à
distância e à altura, a abertura de janelas voltadas para imóveis
contíguos
○ era limitada a altura máxima permitida dos prédios de apartamentos
(as chamadas insulae), de início, a setenta pés de altura
(aproximadamente vinte e um metros, o que corresponderia a um
edifício de sete pavimentos, incluindo o térreo).
● Eram limitações legais, ainda, as regras de inalienabilidade, que proíbem ao
proprietário transferir ou onerar seu direito. Tal inalienabilidade existia no
terreno dotal, sobre os bens do pupilo, nas coisas em litígio, e visava a
proteger os interesses da mulher, do incapaz ou da outra parte na lide,
respectivamente.
● Proibia-se os atos emulativos, que, modernamente, é considerada limitação
da amplitude do exercício da propriedade. São considerados atos emulativos
aqueles em que o proprietário pratica não para sua utilidade, mas para
prejudicar o vizinho.
Conclusão:
● Trata-se de uma questão de direito de vizinhança, que é uma limitação legal
ao direito de propriedade.
● Por um lado, Caio é proprietário tanto de sua casa como do papagaio, e
como proprietário pode usar, gozar e dispor delas como bem entender,
porém, se o uso estiver dado a elas for molesto a outras pessoas, o seu
direito de propriedade poderá ser limitado nesse sentido.
● A jurisprudência romana registra vários casos semelhantes a esse, nos quais
ocorre a emissão de gases, fumaça, águas pluviais ou outros detritos sobre o
terreno de um vizinho, sendo isso expressamente vedado.
● Por analogia, pode-se aplicar a mesma solução, dado que o princípio
envolvido é o mesmo.
● Portanto, o limite de propriedade do caio deve ser limitado, assim, deverá
esse fazer com que os sons emitidos pelo papagaio deixem de alcançar a
casa dos vizinhos, podendo, inclusive, ser obrigado a se livrar da ave.
● Além disso, caso Caio tenha comprado a ave com a única e exclusiva
finalidade de atormentar seu vizinho, caracteriza-se um ato meramente
emulativo e sua proibição aparece em vários textos da codificação
justinianéia, tratando-se de um abuso de direito.
❖ Caso 10:
Dos Fatos:
● Com a morte do famoso professor Karl Zimmermann, a viúva-meeira e única
herdeira, Bertha Zimmerman, vende a biblioteca de dez mil preciosos
volumes de seu finado marido ao alfarrabista Anselm.
● Tempos depois, visitando o alfarrábio deste último, Christian adquire uma
obra do séc. XIX, que fez parte da biblioteca de Zimmerman.
● Passado algum tempo, Christian contrata os serviços de Dorothea,
profissional especializada em limpeza e desinfecção de bibliotecas.
● Dorothea, ao manusear aquela obra do séc. XIX, encontra entre as páginas
do livro uma raríssima cédula de dinheiro do século XIX, avaliada em
$50.000.
Do Direito:
Aquisição de Propriedade:
● O direito de propriedade adquire-se em consequência de determinados fatos
jurídicos.
● Se dividem em modos originários e os modos derivados.
Modos Originários de Aquisição de Propriedade:
1. Ocupação: Consiste na tomada de posse de uma coisa in commercio, que não está
sob domínio de ninguém (res nullius ou res derelicta), e gera o direito de propriedade
dela.
a. É bastante que se estabeleça o poder de fato com a intenção de ter a coisa
como própria: a posse com animus domini.
b. Podem ser apropriados pela ocupação: animais selvagens; ilhas nascidas no
mar; bens dos inimigos de roma; coisas abandonadas.
2. Invenção: Tesouro é coisa preciosa desaparecida por tanto tempo que o seu dono
tornou-se desconhecido.
a. Conforme uma constituição do Imperador Adriano, pertencerá em partes
iguais ao descobridor (inventor) e ao proprietário do terreno onde foi achado.
b. Excetuam-se os casos em que o inventor foi mandado à procura do tesouro
pelo próprio dono do terreno, ou em que foi procurado e achado contra
expressa proibição deste último. Nestes casos o tesouro pertencerá
integralmente ao dono do terreno.
3. União de Coisas (“Acessão”): Na junção material de duas ou mais coisas, o direito
do proprietário da coisa principal estende-se ao todo.
a. Trata-se, naturalmente, de junção em que a coisa principal absorve a
acessória, perdendo esta última a individualidade.
b. O terreno é sempre principal e incorpora tudo que lhe estiver ligado
definitivamente. Assim, as construções, dementes, plantas. árvores, etc.
c. Semelhantemente, os acréscimos naturais do terreno; os acréscimos do
terreno pelo depósito de cascalho; a junção, ao terreno, de uma porção de
terra arrancada de um outro terreno por força natural; o leito do rio desviado,
que acresce aos terrenos ribeirinhos; a ilha formada no rio.
d. Semelhantemente, a coisa principal móvel absorve o acessório móvel, como
na solda de metais, na tecedura, na escritura, na pintura, etc.
e. Outro tipo de união é a mistura líquidos ou de sólidos homogêneos. Sendo a
nova coisa divisível em seus componentes, a união não modifica os
respectivos direitos de propriedade. Não sendo, porém, separáveis os
componentes da mistura, haverá co-propriedade na proporção dos
respectivos valores.
4. Especificação: É a confecção de coisa nova com material alheio, como por
exemplo, balde feito de metal pertencente a outrem.
a. Os jurisconsultos da escola sabiniana atribuíam a nova coisa ao proprietário
da matéria-prima.
b. Os jurisconsultos da escola proculiana atribuíam a nova coisa ao autor da
obra.
c. Sobreviveu a opinião intermediária, pela qual a nova coisa só pertencerá ao
especificador se não for mais possível reduzi-la a forma primitiva.
d. Naturalmente, tal aquisição de propriedade não exclui a obrigação do
adquirente de indenizar o proprietário da matéria “especificada”.
5. Aquisição de frutos: Os frutos, em regra, pertencem ao proprietário da coisa que
os produz.
a. Há casos, porém, em que os frutos são de propriedade da pessoa diversa
daquele.
b. Assim, no caso do enfiteuta; no do possuidor de boa-fé e no do usufrutuário.
c. A propriedade do fruto é adquirida pelo fato da sua separação da coisa
frugífera; exceto no caso do usufrutuário, que só adquire a propriedade pela
percepção, isto é, pela apreensão material.
d. O locatário também pode adquirir a propriedade dos frutos pela sua
percepção, se assim for convencionado no contrato de locação. Sua
aquisição, entretanto, difere dos outros acima, porque se funda numa
concessão do proprietário, ao passo que os outros adquirem
independentemente de autorização central.
Modos derivados de Aquisição de Propriedade:
1. Mancipatio: Destinava-se a transferência da propriedade das res mancipi.
a. Sendo, no início, uma compra e venda real.
b. No período clássico, adquire caráter abstrato, praticando-a, transfere-se a
propriedade, independentemente da natureza ou validade do ato jurídico em
que se funda.
2. In Iure Cessio: Era originalmente um processo simulado, passando, no período
clássico, a ser um ato jurídico abstrato.
a. Serve para transferir a propriedade não só das res mancipi, mas também das
res nec mancipi.
3. Traditio:É a simples entrega sem a formalidade .
a. É o modo mais natural de transferência
b. Na realidade, trata-se da transferência da posse, qualificada pela intenção
das partes de transferir o respectivo domínio.
c. Daí se segue que não basta o simples acordo entre as partes no que se
refere à transferência: esta tem que se materializar nos fatos, pela entrega
física da coisa.
d. Verifica-se a entrega real pela apreensão física no que se refere aos móveis,
e pelo “ingresso e percurso” no caso dos imóveis.
e. Basta, às vezes, uma entrega simbólica (como a entrega das chaves de um
armazém onde a mercadoria se encontra).
i. Traditio Longa Manu: consiste na entrega simbólica da coisa, como
indicando do alto de um morro os limites de um terreno que se
transfere.
ii. Traditio Brevi Manu: O detentor converte-se em possuidor só pela
intenção das partes.
iii. Constituto Possessório: O possuidor converte-se em detentor, só
pela intenção das partes.
Conclusão:
● Primeiramente, devemos destacar que trata-se de um caso de invenção. Pois a
raríssima cédula de dinheiro é uma coisa preciosa desaparecida por tanto tempo
que o seu dono tornou-se desconhecido.
● Assim, conforme uma constituição do Imperador Adriano, pertencerá em partes
iguais ao descobridor (inventor) e ao proprietário do terreno onde foi achado.
● Portanto, como Dorothea foi a pessoa que descobriu a cédula, e foi contratada para
limpar a biblioteca, não para achar algum tesouro, ela é a inventora, tendo direito à
metade da propriedade da cédula.
● Além disso, como Christian era o proprietário do livro em que a cédula foi
encontrada, ele tem direito à outra parte da propriedade da cédula.
❖ Caso XI:
Dos Fatos:
Do Direito:
Usucapião:
● Tipo especial dos modos de aquisição de propriedade.
● Funda-se, essencialmente, na posse, por tempo prolongado, que transforma uma
situação de fato em direito.
● Justifica-se pela natural preocupação de eliminar a incerteza nas relações jurídicas
fundamentais, como a propriedade.
● O uso ininterrupto de um terreno durante dois anos, e o de outra coisa durante um
ano, independente de outros requisitos, gera propriedade, segundo o direito das XXI
Tábuas.
● O que adquire por este modo fica dispensado de justificar a sua posse, uma vez
decorrido o prazo prescrito, e o direito de propriedade, que adquire, independe, do
direito do seu antecessor.
● O usucapião do direito clássico pressupõe uma coisa suscetível (res habilis) de
dominium ex iure Quiritium.
● Segundo requisito de usucapião clássico é a “posse” da coisa qualificada pela
intenção de tê-la como própria (chamada possessio civilis).
● Terceiro requisito é um iustutus titulus ou iusta causa usucapionis. Esse título ou
causa é o ato jurídico precedente em que a posse se baseia e que, por si só,
justificaria a aquisição da propriedade.
● Quarto requisito é a boa-fé do possuidor (bona fides). Esta é a convicção do agente
de que a coisa legitimamente lhe pertence. Trata-se de um erro de fato da sua parte.
● A Boa Fé é exigida somente no momento inicial da posse. No direito romano, a
superveniência da má-fé não prejudica o usucapião.
● Quinto requisito é o decurso do prazo (tempus) necessário para a aquisição da
propriedade pelo usucapião. É de dois anos, ou de um ano, conforme se tratar de
terreno ou de qualquer outra coisa.
● A perda da posse interrompe o prazo do usucapião (usurpatio). Recuperando-se a
posse, inicia-se novo prazo.
● O direito clássico não conhece ainda a interrupção causada pelo exercício do direito
de ação reivindicatória, nem a suspensão do prazo em favor dos incapazes
ausentes. Estes, porém, podiam ser socorridos pelo pretor, por meio da restitutio in
integrum.
Perda da Propriedade:
● Pela extinção;
● Pelo perecimento da coisa;
● Pelo abandono da coisa, com a intenção de não a mais querer;
● Pela transferência do domínio a outrem ou aquisição originária feita por outra
pessoa;
Conclusão:
● Caio ao emprestar a Tício a carroça, perde a posse da coisa, pois não detém mais o
Corpus sobre a coisa,
● Entretanto, Tício também não estabelece posse sobre a carroça, já que ele recebera
por empréstimo e, portanto, não possuía o Animus de ser dono da coisa.
● Assim, mesmo que Tício e Caio tenham cumprido alguns dos requisitos do
usucapião, como o decurso do prazo necessário e a boa-fé de possuir, eles não
puderam estabelecer o usucapião sobre a carroça, já que nenhum deles deteve a
Posse durante o decurso do prazo.
● Com isso, Mévio, ao provar que a Carroça pertencia a ele, deve restabelecer a
posse da coisa, tendo que Tício devolver a coisa para o legítimo proprietário.
“Rei Vindicatio”:
● O meio processual de proteção contra a lesão do direito da propriedade na sua
totalidade.
● Era a ação do proprietário quiritário que não possuía a coisa contra aquele que a
possuía, mas não era proprietário.
● O autor na reivindicação alegava ter o direito e proprietário quiritário, violado pelo
réu, que exercia a posse, situação essa incompatível com aquele direito de
propriedade na sua plenitude.
● O réu, por sua vez, ao defender-se, negava a alegação do autor, que ficava obrigado
a provar o seu direito.
● Nos casos de aquisição de modo derivado, era necessário provar o direito do
alienante, bem como o de seus antecessores (Prova Diabólica).
● A finalidade da Rei Vindicatio era a de obter a restituição da coisa.
● A propriedade, como direito absoluto e exclusivo sobre uma coisa corpórea, inclui o
exercício do poder de fato (posse) sobre ela.
● O autor pleiteava a entrega da coisa, com seus frutos, pelo ilegítimo possuidor.
● No que se refere às benfeitorias, as feitas pelo possuidor de boa-fé deviam ser
indenizadas pelo proprietário, se necessárias ou úteis.
● O possuidor de boa-fé podia reter a coisa até receber a indenização.
● Advirta-se que o possuidor de má-fé não tinha direito a qualquer indenização.
“Actio Negatoria”:
● O meio processual de defesa contra a lesão parcial do direito de propriedade era a
Negatoria in rem actio.
● Tratava-se de ação do proprietário possuidor contra quem, alegando ter um direito
real sobre a coisa, violava, parcialmente, o exercício do direito de propriedade
daquele.
Servidões:
● São direitos reais que têm por finalidade proporcionar uma participação na utilidade
da coisa a quem não é seu proprietário.
● São chamadas servidões, porque a coisa onerada serve, presta utilidade ao titular
desse direito.
● A servidão pode existir em favor de um terreno ou em favor de uma pessoa. No
primeiro caso, são as servidões prediais, no segundo, as servidões pessoais.
Servidões prediais:
● Existem sempre entre dois prédios. Um é o prédio dominante, cujo favor a servidão
subsiste, outro, o prédio serviente, gravado pelo ônus da servidão.
● O titular do direito de servidão é o dono do prédio dominante.
● Naturalmente, mudando o dono, mudará, concomitantemente, o titular da servidão.
● Assim, o direito do titular da servidão não está ligado a sua pessoa, mas só existe
em virtude da relação de domínio que ele tem com o prédio dominante e enquanto
subsistir essa relação.
● O dono do prédio serviente é gravado pela servidão pelo só fato da sua relação
dominical com esse prédio, aplicando-se-lhe, mutatis mundandis, o que foi dito sobre
o proprietário do prédio dominante.
● Quanto ao seu conteúdo objetivo, as servidões prediais são inúmeras: servidão de
passagem; de trânsito; de canais; de fontes; etc.
● Servidões Rústicas: as mais antigas, lembramo-nos das servidões de passagem e
da de aqueduto, que foram consideradas res mancipi. Eram normalmente positivas:
autorizava o dono do prédio dominante a fazer uma coisa, interferindo no uso do
prédio serviente.
● Servidões Urbanas: eram constituídas em favor e no interesse de uma construção e
na maioria eram do tipo negativo: proibiam o proprietário do terreno serviente uma
ação que normalmente poderia fazer (servidão de não construir acima de uma certa
altura, por exemplo).
● As características comuns das servidões prediais são a perpetuidade e a
indivisibilidade.
○ A servidão liga perpetuamente o prédio serviente ao dominante e faz parte
da qualidade jurídica deles.
○ A servidão é indivisível, porque constitui um direito uno, que não pode ser
partilhado.
○ A servidão grava o prédio serviente no seu todo, sendo o ônus indivisível.
● Quanto ao seu objeto, a servidão deve proporcionar uma vantagem real e constante
ao prédio dominante e não apenas ao seu dono no momento em que é constituída.
● É essencial, ainda, que os dois prédios estejam próximos para que possa existir,
entre ambos, servidão.
Servidões Pessoais:
● São direitos reais sobre coisa alheia, estabelecidos em favor de determinada
pessoa.
● Todos são direitos de gozo sobre coisa pertencente a outrem.
● São diferentes, quanto ao seu caráter, das servidões prediais, porque as servidões
pessoais proporcionam um direito mais amplo ao seu titular do que as prediais.
● As servidões prediais são limitadas no tempo e não são perpétuas. É, assim,
contrabalançada nelas a maior amplitude no uso, pela duração limitada.
Usufruto:
● Direito ao uso de uma coisa alheia e ao gozo de seus frutos.
● Seu titular é individualmente determinado
● O direito se extingue com a morte do usufrutuário.
● Pode ser constituído por certo prazo também, mas a morte do titular extingue-o
mesmo antes do vencimento do prazo estabelecido.
● O usufruto é um ônus gravíssimo que pesa sobre o direito de propriedade.
● A coisa objeto de usufruto fica pertencendo a seu proprietário, mas este quase não
tirará proveito real dela, enquanto subsistir o usufruto. (Nuda Proprietas)
● O usufrutuário, no exercício do seu direito, não deve modificar substancialmente a
coisa, a de que o usufruto se extingue se a coisa perecer ou se transformar de
maneira que mude seu caráter.
● O usufrutuário, por exemplo, não pode transformar um terreno arenoso em um
vinhedo.
● O usufrutuário é obrigado a exercer seu direito boni viri arbitratu: como homem
cuidadoso. Assim, ele deve consertar a casa, adubar o terreno, manter completo o
rebanho pela substituição das ovelhas perdidas com as que vierem a nascer.
Uso:
● É o direito de usar de uma coisa, originariamente não podendo perceber seus frutos,
mais tarde, admitindo-a.
● O usuário pode servir-se da coisa para seu uso pessoal e para o de sua família.
● Aplicam-se ao uso as regras do usufruto, com a única diferença de que o exercício
do uso não pode ser cedido.
Superfície e Enfiteuse:
● A superfície era o direito de usar e gozar, por longuíssimo prazo, de um terreno
urbano alheio, para fins de construção, contra o pagamento de um foro anual ao
proprietário do terreno.
● A construção pertencia sempre ao proprietário do terreno, mas o superficiário tinha
um direito real, oponível a todos, autorizando-lhe usar, gozar e dispor daquela
construção pertencente a outrem.
● A superfície era alienável a título gratuito e oneroso e transferia-se aos herdeiros.
● Extinguia-se a superfície:
○ pela destruição da coisa;
○ reunião, na mesma pessoa, das qualidade de titular da superfície do domínio;
○ renúncia;
○ como pena, por não pagar o enfiteuta durante 3 anos o foro anual;
○ Não avisar ao proprietário para que ele pudesse exercer o seu direito de
preferência em caso de venda da superfície.
● A enfiteuse era o direito de usar e gozar, por tempo ilimitado, de um prédio rústico
alheio, para cultivo, contra pagamento de um foro anual ao proprietário do terreno.
● Os direitos do enfiteuta são bem amplos, mais do que o do usufrutuário: são quase
iguais aos do proprietário.
○ Pode transformar o terreno, modificando-o substancialmente, mas não
deteriorando-o.
○ Adquire os frutos pela separação;
○ Seu direito é alienável e se transfere aos herdeiros;
○ pode gravá-lo por servidão, ou apenhá-lo;
○ possui o terreno (possessio ad interdicta).
● O direito do proprietário do terreno se restringe à percepção do foro anual e à
expectativa de recuperar a inteireza de seu domínio, caso a enfiteuse se extinguir.
● Tem ele direito também ao chamado laudemium, que era a percentagem de 2% do
preço pela alienação do direito da enfiteuse, devida pelo alienante ao proprietário.
● Extinguia-se a enfiteuse:
○ pela destruição da coisa;
○ reunião, na mesma pessoa, das qualidade de titular da enfiteuse e do
domínio;
○ renúncia;
○ como pena, por não pagar o enfiteuta durante 3 anos o foro anual;
○ Não avisar ao proprietário para que ele pudesse exercer o seu direito de
preferência em caso de venda da enfiteuse.
Fidúcia:
● garantia por meio da transferência da propriedade uma res mancipi ao credor.
● Efetuava-se por meio da mancipatio ou in iure cessio, com cláusula adjeta, conforme
a qual o credor se obrigava a devolver a coisa, retransferindo a propriedade, logo
após receber o que lhe era devido pela obrigação principal garantida.
● O credor, portanto, passava a ser dono da coisa.
● O credor ficava bem protegido, mas muito menos o dono da coisa dada em garantia.
Pignus (penhor):
● Consistia na transferência da posse da coisa dada em garantia ao credor, que tinha,
nesta qualidade, a proteção possessória contra qualquer turbação alheia, inclusive
por parte do dono.
● O credor não podia dispor juridicamente da coisa, mas a tinha em seu poder de fato,
assegurando-se a possibilidade de, por meio dela, obter o pagamento da dívida.
● Quando o acordo previa que os frutos da coisa penhorada pertencessem ao credor
pignoratício, chamava-se isso anticrese, se ele usasse a coisa apanhada sem a
expressa autorização, cometia furto usus.
Hypotheca:
● Tratava-se de uma garantia real, estabelecida pelo simples acordo, sem que a
respectiva propriedade ou posse da coisa passasse ao credor.
● A coisa dada em garantia ficava vinculada simplesmente pelo acordo, tendo o credor
um direito oponível contra todos de, por meio dela, obter satisfação do seu crédito,
se não liquidado pelo devedor.
FIM
(de romano I)
By: Leo Morais.