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TESE PARA ACUSAÇÃO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA

Nesse caso desastroso esses homens cometeram sim algo simplesmente injustificável,
independente das circunstâncias em que se encontravam. Portanto, a única
alternativa para o que esses homens fizeram, é realmente a condenação. Apesar da
justificativa de se defenderem dizendo que o próprio Roger havia dado a ideia, não
atenua a pena deles, pois não se sabe ao certo se foi o que aconteceu, se os
exploradores de caverna disseram a verdade, mesmo que fosse, ainda assim não se
justifica.
Apesar da condição sub-humana, matar em prol da sobrevivência para alimentar-se da
carne de outro homem, nesse caso, um conhecido, um colega de trabalho ou até mesmo
um amigo, não constitui um direito. E o direito de sobrevivência do que foi
sacrificado? E a sua família, como fica diante dessa situação, perdendo um ente
querido dessa maneira? E mesmo alegando o juiz Foster que os assassinos agiram em
legítima defesa. Ainda nos questionamos em relação a que tipo de defesa esse juiz
se refere? Afinal, era Roger sozinho diante do restante da equipe, ou melhor
dizendo, seus assassinos.
Outra coisa: E se não houve sorteio? E se Roger foi traído pelos seus companheiros?
Afinal, eram quatro contra um. Quem realmente num jogo de azar ou “sorte”, como foi
colocado, aceitaria se servir de alimento para os outros? É muito estranho o fato
do que teve a ideia, ter sido o mesmo a ser sorteado e sacrificado, pois já não
estando presente, não teria como se defender. É um pouco fantasioso. Hoje a cada 4
segundos 1 pessoa morre de fome, imagina se todas essas pessoas resolvessem matar
alguém para comer, pq se sentiram na necessidade. Poderia sim, essas pessoas sempre
famintas de matarem ao outro numa alegação de loucura causada pela fome.
Então, não há razão para absolver esses réus. Absolvê-los é punir duas vezes a
família de Roger Whetmore, a primeira quando recebeu a notícia de sua morte e a
segunda, ao absolver seus assassinos, alegando uma necessidade natural. Somos
animais sim, mas racionais, pensamos, agimos, temos sentimentos e inteligência.
Matar outro ser humano e alimentar-se de sua carne, é literalmente, abominável
demais. Para nós, não há justificativas para tal ato, não há outra sentença, se
não, a de condená-los.

De acordo com o artigo 24 do Código Penal, considera-se em estado de necessidade


quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade,
nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas
circunstâncias, não era razoável exigir-se".
Nesse sentido, observa-se que o perigo atual é requisito típico da discriminante, e
pergunto-lhes, o perigo atual que se encontravam os exploradores era o perigo de
morte por inanição? perigo de alguma infecção letal? perigo de outro desabamento?
e como resposta, lhes trago outro fato, o fato de que na última comunicação de
Roger com autoridades responsáveis pelo resgate, ele afirma que os seus mantimentos
e o dos demais estavam ESCASSOS, e não acabados, e foi nesse momento que houve a
proposta de jogarem o sacrifício nos dados, repito, diante da ESCASSEZ de alimento.
Dessa forma não há o que se falar em PERIGO ATUAL, não há o que se falar em
exigência de sacrifício. Nessa perspectiva, retomo minha pergunta inicial, qual
seria o perigo atual plenamente justificante para a retirada de uma vida naquelas
circunstâncias?
Feita a exposição da inexistência de estado de necessidade, outro ponto a ser
destrinchado e que a conduta dos acusados se amolda perfeitamente em todos os
requisitos do crime.
De acordo com o endocrinologista e professor de medicina na Universidade de Porto
"A resistência à fome depende de uma série de fatores, como o estado nutricional,
mas em geral, e “tendo em conta o que está descrito em vários estudos, no máximo
será possível aguentar entre 50 a 75 dias” ( clique para ler mais). E tendo em
vista os autos, os socorristas deram um prazo de 10 dias, se não ocorressem outros
imprevistos, a necessidade, a proporcionalidade se mostram indecorosas, e sem
fundamentação.
E mesmo que tenha sido meu cliente a propor o jogo, e serem seus os dados que
jogaram, e ter sido ele o escolhido para sacrificar-se, ele desistiu, não permitiu
dispor de sua vida, e se a tese do contrato natural não vigora, ele detinha todo
direito de voltar atrás, cumprindo cláusulas, como em qualquer contrato, como em
qualquer acerto de vontades, que não justifica em maneira alguma a invalidação da
vida. Ou seja, a situação assegurava conduta diversa, a situação assegurava que os
réus tomassem diversas medidas de rumos distintos a tomada.
Poderiam; esperar a ação da natureza, e resolverem se alimentar do explorador que
primeiro falecer em razão da situação, poderiam até simplesmente guardarem seus
suprimentos ESCASSOS para a situação de resistência final. Dessa forma fica nítido
que as ações empreendidas foram errôneas e que necessitam de severa punição, a fim
de resguardar a ordem social e o estado democrático de direito.

- Poderiam, supostamente ter arrancado somente uma parte do corpo, para sobreviver.
- Um dos 10 mandamentos é não matar
- Roger havia dito que eles deveriam esperar mais 1 semana para ver se eles não
aguentariam, pra dai então tomar uma decisão tão monstruosa

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