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Aplicação da lei penal

Espécies de normas penais Considera o momento da conduta e não


o momento do resultado
Normas penais incriminadoras
Crimes permanentes
São aquelas que criminalizam condutas
(preceito penal primário) Crimes que se prolongam no tempo
(CRIIIIIIIIMEE)
Estabelecem sanções penais (preceito
penal secundário) Princípio da legalidade

Ex: art. 121, CP Somente lei anterior pode estabelecer


infrações penais e cominar penas
Normas penais não incriminadoras
Extrai a reserva legal e o princípio da
Não criminalizam condutas nem ANTERIORIDADE DA LEI PENAL
estabelecem sanções
a lei penal, para poder ser
Podem ser: aplicada ao fato, já tem que estar
Permissivas vigorando no momento em que o fato
acontece
Situação que o agente tem ação
permitida pelo direito, mesmo que seja culmina a irretroatividade da lei
tipificada em outra parte do penal (regra)
ordenamento atividade da lei penal
Ex: exclusão de ilicitude (art. 23, CP) regra:
Explicativas /complementar atividade da lei penal
Não trazem situação de permissão a lei penal só se aplica aos fatos
Simplesmente facilitam a aplicação da praticados durante sua vigência e
norma penal enquanto estiver em vigor

Ex: art. 327, CP (considera-se servidor vacatio legis


público) -> período de vacância da lei
Lei penal no tempo -> a lei que ainda está em
período de vacatio legis ainda não está
Tempo do crime
em vigor e por isso não pode aplicar
Saber quando se considera praticado o
exceção
crime
Art. 4º - Considera-se praticado o  extratividade da lei penal
crime no momento da ação ou omissão, BENÉFICA
ainda que outro seja o momento do o retroatividade
resultado.  aplicação da lei
penal benéfica a
Teoria da atividade/ação (CP) crime já ocorrido
durante vigência fim da sua vigência, se ocorreu durante
de lei anterior esse prazo
 mesmo que já
Hipóteses em caso de superveniência de
decidido em
lei
trânsito em
julgado Casos de sucessão de leis penais
o ultratividade
Lei nova incriminadora (novatio legis
 mesmo que ela
incriminadora)
perca a vigência,
ela continua Irretroativa
aplicável durante
fatos ocorridos Novatio legis in pejus
em sua vigência Agrava a situação de conduta já
tipificada

ex: Irretroativa

Lei A Lei B Lei C Novatio legis in mellius

2a4 1 a 3 anos 3 a 6 anos Nova lei penal mais benéfica para o


agente
fato sentença
Eficácia retroativaa
qual a pena se for condenado? Lei B
Abolitio criminis
a lei C é mais gravosa, por isso não
pode usar Descriminalização da conduta

a lei B é ultrativa Eficácia retroativa

isso ocorre porque o Estado passa a Faz cessar a pena e os efeitos penais
entender que o fato não é tão secundários
repreensível – imperativo de justiça Mantem os efeitos extrapenais
mas ao mesmo tempo, não pode ser Tópicos relevantes
punido por fato mais gravoso ante a
segurança jurídica Abolitio criminis x continuidade típico-
normativa
leis excepcionais e temporárias
Abolitio é a descriminalização
Art. 3º - A lei excepcional ou
temporária, embora decorrido o período Continuidade típico é a revogação do
de sua duração ou cessadas as tipo penal, mas com a conduta ainda
circunstâncias que a determinaram, sendo criminalizada em outro lugar ou
aplica-se ao fato praticado durante sua em outro tipo
vigência. Não gera abolitio
Ultratividade das leis excepcionais e Ex: revogou atentado violento ao pudor
temporárias (214) , mas a conduta migrou pro 213,
Continua aplicando a lei estupro
temporária e excepcional mesmo após
Juízo competente para a aplicação da lei Como o fato ainda estava acontecendo,
nova mais benéfica não há o que se falar em retroatividade
Súmula 611, STF Transitada em Lei penal no espaço
julgado a sentença condenatória,
compete ao Juízo das execuções a Territorialidade
aplicação de lei mais benigna.
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem
Se for após trânsito em julgado - > juízo prejuízo de convenções, tratados e
da execução penal, desde que não seja regras de direito internacional, ao crime
necessário revisão fática cometido no território nacional.

Ex: criação de minorante que diminui a Princípio da territorialidade


pena em metade se provado o furto em
situação de miserabilidade -> o juízo da Para saber se é aplicável a lei penal
execução não vai ser competente
(entendimento do STF) Se o crime aconteceu no território aplica
a lei brasileira (regra)
Antes do trânsito em julgado -> juiz da
causa Lugar do crime
Lei nova que traz benefícios e prejuízos
Art. 6º - Considera-se praticado o crime
ao infrator
no lugar em que ocorreu a ação ou
Ex: Lei A -> 2 a 4 anos + multa omissão, no todo ou em parte, bem
como onde se produziu ou deveria
Lei B -> 03 a 6 anos + sem multa produzir-se o resultado
Teoria da ponderação diferenciada
teoria da ubiquidade
Pegar da lei só a parte boa
tanto o lugar do fato (ação ou
Não usada no BR por configurar omissão)
LEX TERTIA (terceira lei que nunca
existiu) quanto da resultado
Teoria da ponderação unitária global
(BR - STJ)
Tem que olhar o todo e Mitigada
enetendendo ser melhor
Sem prejuízo de convenções,
Súmula 501, STJ aplicou essa teoria tratados e regras de direito internacional
Lei nova mais grave e crimes Ex: Convenção de Viena – imunidades
continuado e permanentes diplomáticas
Súmula 711, STF a lei penal mais grave
aplica-se ao crime continuado ou ao Intraterritorialidade
crime permanente, se a sua vigência é
Situação excepcional em que o crime
anterior à cessação da continuidade ou aconteceu no território nacional, mas
da permanência. não aplica a lei brasileira
Embaixadas não são territórios embarcações e aeronaves
estrangeiros dentro do Brasil brasileiras, de natureza pública
ou a serviço do governo
A princípio, aplica-se a regra do brasileiro onde quer que se
BR, a menos que o sujeito tenha encontrem, bem como as
imunidade diplomática aeronaves e as embarcações
brasileiras, mercantes ou de
Território nacional propriedade privada, que se
achem, respectivamente, no
 Território geográfico/físico espaço aéreo correspondente ou
o Espaço dentro das em alto-mar.
fronteiras
o Mar territorial ? Embarcações e aeronaves estrangeiras
o Espaço aéreo
 Teoria da  Públicas/serviçlo de governo
soberania sobre a estrangeiro
coluna o Extensão do país que
atmosférica do representam
espaço aéreo  Privadas
subjacente o Estando no Brasil ->
 Não tem aplica a lei brasilieira
limitação
de altura § 2º - É também aplicável a lei
 Traça a brasileira aos crimes praticados
linha pra a bordo de aeronaves ou
cima embarcações estrangeiras de
propriedade privada, achando-se
 Território nacional por extensão aquelas em pouso no território
o Embarcações e nacional ou em vôo no espaço
aeronaves brasileiras, de aéreo correspondente, e estas em
natureza pública ou a porto ou mar territorial do Brasil
serviço do governo
brasileiro onde quer que Extraterritorialidade
se encontrem Possibilidade excepcional de aplicação
o Aeronaves e
da lei penal brasileira onde não ocorreu
embarcações brasileiras,
no nosso território
mercantes ou de
propriedade privada, que
se achem, Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira,
respectivamente, no embora cometidos no estrangeiro:
espeço aéreo
correspondente ou em Incondicionada
alto mar
 Quando não em I - os crimes:
território de outro
país a) contra a vida ou a liberdade do
Presidente da República;
§ 1º - Para os efeitos penais,
consideram-se como extensão ex: homicídio, sequestro
do território nacional as
b) contra o patrimônio ou a fé pública Para evitar o bis in idem -abatimento da
da União, do Distrito Federal, de pena
Estado, de Território, de Município, de
empresa pública, sociedade de Condicionada
economia mista, autarquia ou fundação
instituída pelo Poder Público; art. 7º, II - os crimes:

ex: roubo contra o Banco do Brasil em a) que, por tratado ou convenção, o


Orlando- EUA Brasil se obrigou a reprimir;

ex: alguém no Chile falsifica cédulas de ex: tráfico internacional de pessoas


real – contra a União
princípio da justiça universal
c) contra a administração pública, por
quem está a seu serviço; b) praticados por brasileiro

ex: peculato, corrupção passiva na princípio da nacionalidade ativa


China
c) praticados em aeronaves ou
essas três hipóteses se tratam do embarcações brasileiras, mercantes ou
princípio da defesa/real/proteção de propriedade privada, quando em
território estrangeiro e aí não sejam
certos crimes afetam bens julgados.
jurídicos relevantes para um país
Princípio da
d) de genocídio, quando o agente for bandeira/representação/pavilhão
brasileiro ou domiciliado no Brasil;
Condições
o princípio que leva a criar essa
hipótese não é pacífico, sendo que São cumulativas
alguns dizem que é o de nacionalidade
ativa ou domicílio, mas o que Art. 7º§ 2º - Nos casos do inciso II, a
predomina é o princípio da justiça aplicação da lei brasileira depende do
universal/cosmopolita/universalidade do concurso das seguintes condições:
direito de punir
a) entrar o agente no território nacional;
? por que incondicionada?
b) ser o fato punível também no país em
Art. 7º, § 1º - Nos casos do inciso I, o que foi praticado;
agente é punido segundo a lei brasileira,
ainda que absolvido ou condenado no dupla tipicidade
estrangeiro
ex: brasileira pratica autoaborto na
Não precisa do preenchimento das Colombia -> não pode punir, porque na
condições cumulativas do §2, art 7º, CP Colômbia não é crime

Ainda que absolvido ou condenado no obs: navios aborteiros


estrangeiro
-> navios que ficam em alto mar
-> têm bandeiras de locais que
permitem o aborto

-> por isso não são puníveis

c) estar o crime incluído entre aqueles


pelos quais a lei brasileira autoriza a
extradição;

ex: art. 82, Lei 13.445/17 – pena no


Brasill inferior a 2 anos não extradita

d) não ter sido o agente absolvido no


estrangeiro ou não ter aí cumprido a
pena;

e) não ter sido o agente perdoado no


estrangeiro ou, por outro motivo, não
estar extinta a punibilidade, segundo a
lei mais favorável.

Crime de estrangeiro contra brasileiro

§ 3º - A lei brasileira aplica-se também


ao crime cometido por estrangeiro
contra brasileiro fora do Brasil, se,
reunidas as condições previstas no
parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a


extradição;

b) houve requisição do Ministro da


Justiça.

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