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Aplicação da

Lei Penal
Art. 1º, CP
=
Art. 5º, XXXIX, CF/88
Art. 1º, CP

Princípio da Legalidade
a)“NÃO HÁ CRIME SEM LEI”
Princípio da Reserva Legal

b)“NÃO HÁ CRIME SEM Princípio da Anterioridade


LEI ANTERIOR”

c) “QUE O DEFINA” Princípio da Taxatividade


Aplicação da Lei Penal
➢ Funções do Princípio da Legalidade:

1. Proibir a retroatividade da lei penal


2. Proibir a criação de crimes e penas pelos costumes
3. Proibir o emprego de analogia para criar crimes,
fundamentar ou agravar penas
4. Proibir incriminações vagas e indeterminadas
Aplicação da Lei Penal

➢ Lei de Abuso de Autoridade (L. 13.869/2019),


publicada em 05.09.2019, pode ser aplicada a uma
conduta praticada em julho de 2019?

➢ A lei penal em branco é considerada inconstitucional,


por conter um conteúdo impreciso? Ela afeta o
princípio da taxatividade?
Sucessão de Leis Penais
Aplicação da Lei Penal

Lei B
Lei A Lei 13.869/2019

Fato Cria novo


Condução crime
Coercitiva Art. 10
Aplicação da Lei Penal

Lei B
Lei A Lei 13.869/2019

Fato Cria novo


Condução crime
Coercitiva Art. 10

ATIVIDADE DA ATIVIDADE DA
LEI PENAL LEI PENAL
Aplicação da Lei Penal

➢ A atividade da Lei Penal ocorre após a sua vigência.


Não é aplicável no período de vacatio legis.

➢ A Lei penal permanece “viva” (vigente) até ou Lei


surgir com previsões contrárias, ou seja, a Lei somente
será revogada por outra Lei.
Aplicação da Lei Penal

➢ Em regra, a lei penal é irretroativa


• Princípio da Irretroatividade da Lei Penal; ou
• Princípio da anterioridade da Lei Penal

➢ Ou seja, aplica-se a lei penal vigente da época do fato.

➢ Mas quando se considera praticado o fato?


Aplicação da Lei Penal

Lei A Lei B

Crime X Crime X
Pena Pena
6a 12a

Fato Fato
praticado consumado
Aplicação da Lei Penal

➢ Mas quando considera-se praticado o crime?


• De acordo com a TEORIA DA ATIVIDADE, do art. 4º, do CP,
considera-se praticado o crime no momento da ação ou
omissão e não no momento do resultado.

TEMPO DO CRIME
Aplicação da Lei Penal

Lei B
Lei A Lei 13.869/2019

Fato Cria novo


Condução crime
Coercitiva Art. 10

ATIVIDADE DA ATIVIDADE DA
LEI PENAL LEI PENAL
Aplicação da Lei Penal

➢ A nova Lei 13.869 é um bom exemplo de nova lei que


cria um novo crime, ou seja, hipótese de novatio legis
incriminadora.

➢ De modo contrário, também existe a lei que


descriminaliza condutas.
Aplicação da Lei Penal

Fato Sentença
praticado
Lei A Crime X Lei B

CRIME X DESCRIMINALIZA
Pena: 5a O CRIME X

ATIVIDADE DA ATIVIDADE DA
LEI PENAL LEI PENAL
Aplicação da Lei Penal

➢ Nos termos do art. 2º, caput, do CP, a Lei B será


hipótese de abolitio criminis.

➢ Por tratar-se de lei posterior mais benéfica, que


descriminaliza o crime, será aplicável aos crimes
praticados antes de sua vigência
Aplicação da Lei Penal
➢ Nos termos do art. 2º, caput, do CP, a Lei B será
hipótese de abolitio criminis.

➢ Por tratar-se de lei posterior mais benéfica, que


descriminaliza o crime, será aplicável aos crimes
praticados antes de sua vigência

➢ Ela é uma lei retroativa: Na retroatividade, aplicam-se


os efeitos da lei penal aos fatos praticados antes de sua
vigência
• Princípio da retroatividade da lei mais benéfica
Abolitio criminis

Abolitio Criminis Nova lei mais benéfica

Revoga o tipo penal Abolição


incriminador do
Crime
Revoga o conteúdo da
proibição
Abolitio criminis

Quando se aplica??

Em qualquer fase do processo, a qualquer


momento!
Antes do trânsito em julgado!

Após o trânsito em julgado!


Abolitio criminis

Consequências?

Extingue os efeitos penais da sentença


condenatória

Os efeitos civis da sentença condenatória


permanecem!!
Aplicação da Lei Penal

Fato Sentença
praticado
Lei A CRIME X Lei B

CRIME X CRIME X
Pena: 5a Pena: 12a

ATIVIDADE DA
ATIVIDADE DA
LEI PENAL
LEI PENAL
Aplicação da Lei Penal

➢ O exemplo trata de uma lei posterior mais prejudicial,


de uma lei mais grave (lex gravior)

➢ Por tratar-se de lei posterior mais prejudicial,


permanecemos vinculados à regra, ou seja, aplica-se a
lei vigente à época do fato.

➢ Mas como aplica-la se está revogada??


Aplicação da Lei Penal

➢ A lei anterior revogada, mais benéfica, possuirá efeito


ultrativo, ou seja, os efeitos da lei permanecem sendo
aplicados após a sua revogação aos crimes praticados
durante a sua vigência.

• Princípio da ultratividade da lei mais benéfica;


• Princípio da irretroatividade da lei mais gravosa; ou
• Princípio da anterioridade da lei penal
Aplicação da Lei Penal

Fato Sentença
praticado
Lei A CRIME Y Lei B

CRIME Y CRIME Y
Pena: 12a Pena: 5a

ATIVIDADE DA
ATIVIDADE DA
LEI PENAL
LEI PENAL
Aplicação da Lei Penal

➢ O exemplo trata de uma lei posterior mais benéfica


(lex mitior), eis que reduziu a pena do sujeito.

➢ Por tratar-se de lei posterior mais benéfica, a teor do


art. 5º, XL, da CF, c/c art. 2º, parágrafo único, do CP,
será aplicada aos fatos praticados antes de sua
vigência.

➢ Será aplicável antes ou após o trânsito em julgado.


Aplicação da Lei Penal

➢ Trata-se, portanto, de lei penal que possui efeito


retroativo, ou seja, terá seus efeitos aplicados aos
crimes praticados antes de sua vigência.

• Princípio da retroatividade da lei penal mais benéfica


Aplicação da Lei Penal

➢ Assim,
Sucessão de Leis Penais

Atividade

Retroatividade
Lei
Penal

Ultratividade
➢ Em suma,

Novatio legis incriminadora


Princípio da Anterioridade da Lei Penal
P. da irretroatividade da lei mais gravosa
P. da ultratividade da lei mais benéfica
Novatio legis in pejus
Princípio da Anterioridade da Lei Penal
P. da irretroatividade da lei mais gravosa
P. da ultratividade da lei mais benéfica
Novatio legis in mellius
Princípio da retroatividade da lei mais benéfica
Abolitio criminis
Princípio da retroatividade da lei mais benéfica
Aplicação da Lei Penal

➢ A jurisprudência mais severa pode retroagir ?

➢ Entendimento majoritário é o de que a jurisprudência


mais severa pode ser aplicada.
Sucessão de Leis Penais
➢ É possível que uma Lei Penal tenha dupla extra-
atividade?
➢ Sim, em caso de existência de lei intermediária mais
benéfica.
➢ Sucessão de Leis em crime permanente e crime
continuado: Súmula 711 do STF
Com relação à aplicação da lei penal, assinale a afirmativa
incorreta.

A. A lei mais favorável é de aplicação imediata, inclusive no


período de vacatio.
B. Havendo decisão transitada em julgado, cabe ao juiz da
execução aplicar a lei mais favorável.
C. Reconhecida a abolitio criminis, causa de extinção da
punibilidade, os efeitos penais se apagam, permanecendo os
efeitos civis.
D. Na ultratividade mais benéfica, se aplicam os efeitos da lei
revogada aos crimes praticados durante a sua vigência.
E. Normas penais em branco são aquelas em que há necessidade
de complementação por outra norma.
No tocante à aplicação da lei penal, assinale a afirmativa
incorreta.

A. Lei penal extrativa é aquela que produz efeitos fora de seu


período de vigência, podendo ser ultrativa ou retroativa.
B. A abolitio criminis é causa de extinção da punibilidade
C. A novativo legis in mellius é retroativa, salvo quando já
houve o trânsito em julgado da decisão condenatória
respectiva.
D. Em regra, aplica-se o princípio da irretroatividade da lei
penal.
E. No caso de abolitio criminis, cessam os efeitos penais do
fato praticado, persistindo os civis.
Sílvio foi condenado pela prática de crime de roubo, ocorrido em
10/01/2017, por decisão transitada em julgado, em 05/03/2018, à pena
base de 4 anos de reclusão, majorada em 1/3 em razão do emprego de
arma branca, totalizando 5 anos e 4 meses de pena privativa de
liberdade, além de multa. Após ter sido iniciado o cumprimento definitivo
da pena por Sílvio, foi editada, em 23/04/2018, a Lei nº 13.654/18, que
excluiu a causa de aumento pelo emprego de arma branca no crime de
roubo. Ao tomar conhecimento da edição da nova lei, a família de Sílvio
procura um(a) advogado(a). Considerando as informações expostas, o(a)
advogado(a) de Sílvio
A. não poderá buscar alteração da sentença, tendo em vista que houve
trânsito em julgado da sentença penal condenatória.
B. poderá requerer ao juízo da execução penal o afastamento da causa
de aumento e, consequentemente, a redução da sanção penal imposta.
C. não deverá buscar a redução da pena aplicada, por tratar-se de crime
hediondo.
D. deverá buscar a anulação da sentença condenatória, pugnando pela
realização de novo julgamento com base na inovação legislativa.
Aplicação da Lei Excepcional e Lei
Temporária
➢ As leis excepcionais e temporárias são leis que vigem
por período predeterminado, pois nascem com a
finalidade de regular circunstâncias transitórias
especiais.
Tempo do Crime
Conflito Aparente de Normas
Conflito Aparente de Normas
➢ Dá-se o conflito aparente de leis penais quando a um
único fato se revela possível, em tese, a aplicação de
dois ou mais tipos legais. O conflito é aparente, pois
desaparece com a correta interpretação da lei penal.

➢ A solução do conflito dedica-se a manter coerência


sistemática do ordenamento jurídico, bem como a
preservar a inaceitabilidade do bis in idem.
Conflito Aparente de Normas
➢ Hipótese em que há uma situação com,
aparentemente, duas ou mais normas para aplicação.
Deve ser aplicada apenas uma delas. Para solucionar
as questões de incompatibilidade normativa, recorre-
se a determinados critérios interpretativos

Especialidade Subsidiariedade Consunção


Especialidade
A Lei Especial derroga a Lei Geral. O tipo especial possui o mesmo verbo do tipo genérico, mas com
circunstâncias extras (especificidade). Há uma relação de gênero X espécie entre os tipos. Não importa a
quantidade de pena aplicável.

Subsidiariedade
Há uma múltipla tutela realizada por tipos diversos. O
tipo subsidiário integra o principal como circunstância Pode ser expressa (art. 129, §3º; art. 132; 249)
e não como verbo, sendo indispensável para alcançar
o tipo principal. A lei primária tem prevalência sobre ou implícita (art. 146 – 213)
a lei subsidiária.
Consunção

O crime-fim (mais
Determinado crime é
amplo) absorve o seu
fase de realização do
meio necessário (ante
outro ou é a forma de Crime Progressivo e
factum impunível) ou
transição para o Progressão Criminosa.
eventual consequência
último. Há vínculo de
(postfactum
meio e fim.
impunível).
➢ Crime progressivo: o crime menos grave é passagem para o
delito mais grave; há ofensa de crescente gravidade. O agente
deseja a prática de crime mais grave e pratica reiterados atos de
crescente violação do BJ.

➢ Progressão Criminosa: é a passagem contextual de um crime a


outro mais grave, com alteração do tipo subjetivo. O agente
pretende produzir um resultado e, após alcançá-lo, reinicia outra
conduta, para produzir um resultado mais grave.

➢ ** Crime complexo: É produto da combinação ou fusão de


delitos isolados que formam um único crime autônomo. **

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