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Aula 06/03

Punibilidade – Unidade 1 Exemplos:


a. art. 312, §3º, CP – ressarcimento do dano no peculato
culposo.

b. art. 82, CP – decurso do prazo do sursis, sem revogação;


Conceito
c. art. 90, CP – término do livramento condicional;
 Relacionada a aplicação de uma punição d. art. 7º, §2°, d, CP – cumprimento de pena no exterior
por crime lá cometido;
de um agente infrator
e. art. 171, §2º, VI, do CP e Súmula 554, STF – pagamento
 Existem casos nos quais, mesmo do valor do cheque emitido sem provisão de fundos antes
do recebimento da denúncia;
confirmada a pratica do crime, o Estado f. art. 236, CP – morte do ofendido no crime de
impedimento para casamento;
não poderá aplicar uma punição.
g. art. 74, § único, da Lei 9.099/95 – homologação dos
 Somente o Estado poderá aplicar uma danos civis nos crimes de MPO de ação privada e pública
condicionada a representação
sanção para punir o agente, por conta do h. art. 89, §5º da Lei 9.099/95 - decurso do período de
prova da suspensão condicional do processo, sem
princípio da proporcionalidade. Visando revogação;

principalmente manter a igualdade social. i. art. 9º, §2º da Lei 10.684/03 e art. 69 da Lei 11.941/09 –
pagamento do tributo, antes ou em qualquer fase da
persecução penal, nos crimes contra a ordem tributária (Lei
 Punibilidade é o direito do Estado de 8.137/90);

aplicar uma sanção penal prevista em j. art. 9º, §2º da Lei 10.684/03 e art. 69 da Lei 11.941/09 –
pagamento integral das contribuições sociais, inclusive
norma penal incriminadora. acessórios, antes ou em qualquer fase da persecução
penal, nos crimes dos arts. 168-A e 337-A do CP;
 Com a prática da infração penal, surge k. art. 34 da Lei 9.249/95 – pagamento do tributo antes do
oferecimento da denúncia nos crimes de sonegação fiscal;
para o Estado o DEVER de punir.
l. art. 32 da Lei 10.826/03 – efetiva e espontânea entrega
Obs.: A punibilidade não contempla o conceito de arma de fogo não registrada às autoridades perante o
crime de posse ilegal de arma de fogo (art. 12 da Lei).
analítico do crime.
 O direito de punir não é absoluto
 Praticado o injusto penal por um agente
ATENÇÃO: Não confundir causas extintivas de
culpável, é possível que incida alguma
punibilidade, com causas de exclusão de
causa extintiva de punibilidade, fazendo
punibilidade e condições objetivas de
com que o Estado não possa aplicar a
punibilidade
sanção cominada.
Extinção da punibilidade
 Causa Extintiva de Punibilidade: o
 Desaparecimento da pretensão punitiva ou
direito de punir nasce, mas é extinto por
executória do Estado, em razão de
fato/evento superveniente.
obstáculos na legislação.
 Inexiste fundamento técnico para justificar
 Causa de Exclusão da Punibilidade: o
a extinção de punibilidade, todas decorrem
direito de punir sequer nasce, levando em
de vontade política do próprio Estado, por
conta condições pessoais do agente.
meio do Legislativo, de impedir a punição
Ex.: Furto praticado pela mulher em face do
que seria aplicada pelo Judicicário.
marido
 Condição Objetiva de Punibilidade:  Somente o juiz pode decretá-las e contra a
suspende o direito de punir até o advento decisão que deferir ou indeferir, cabe
de fato/evento futuro e incerto, não recurso.
abrangido pelo dolo do agente.  Poderá, ainda, ser impetrado o habeas
Ex.: para ser aplicada Lei penal brasileira ser corpus.
aplicada a crime cometido por brasileiro no Efeitos da extinção
estrangeiro, é necessário que o fato seja  Antes do trânsito em julgado: atinge-se o
punível também no país estrangeiro. jus puniendi do Estado não persistindo
 Condição de Procedibilidade: condições qualquer efeito do processo ou da sentença
ligadas ao processo, que, uma vez condenatória. O réu mantém-se primário.
presentes, autorizam a propositura da ação  Após o trânsito em julgado: extingue-se a
penal. pretensão executórias do Estado
(imposição de pena) remanescendo, no
entanto, os efeitos secundários da sentença
Ação Penal
condenatória, tais como lançamento do
nome no rol dos culpados, reincidência
Privada (Queixa-
crime) entre outros. Caso o réu cometa outro
crime, será considerado reincidente.
Personalíssima/Sub. Obs.: Há duas exceções que permitem a exclusão
Pública/ Prop. Dita

do próprio delito - anistia e abolitio criminis


 Artigo 107 do Código Penal – hall de
Ação Penal
espécies extintoras de punibilidade (6).
 Morte do agente: extingue-se a
Pública punibilidade pela morte do agente,
(Denúncia)
princípio constitucional da personalidade
Condicionada da pena. Extinguem-se os efeitos penais
ou
incondicionada primários e secundários, mantendo-se os
extrapenais. Trata-se de causa

Momento da Ocorrência personalíssima, incomunicável aos


concorrentes. O juiz dó pode decretar a
 O reconhecimento de uma causa extintiva
extinção à vista da certidão de óbito.
de punibilidade é matéria de ordem pública
Quanto a morte presumida, a doutrina diverge:
e, por isso, pode ser decretada em qualquer
fase do inquérito ou da ação penal e em  Alguns sustentam que se pode

qualquer grau de jurisdição, de ofício ou aproveitar a declaração no campo civil,

em razão de provocação das partes. também no campo criminal,


extinguindo-se a punibilidade.
 Outros, sustentam que precisa da decisão  Decadência: Perda de direito de ingressar
de óbito (artigo 62 do CPP), para extinguir com a ação privada ou de representação,
a punibilidade. no caso de ação penal pública
Quanto a certidão falsa de óbito: condicionada, por não ter exercido no
 Doutrina: a maioria diz que não poderá prazo legal. Atinge o direito de punir do
reabrir o processo, pois após transitado em Estado, porque, sem processo, é
julgado o processo não pode retroagir em impossível a condenação, assim, julga-se
desfavor do réu extinta a punibilidade do agente. Prazo
 Jurisprudência: o entendimento que decadencial: é de 6 meses a contar do dia
prevalece atualmente, porém, é no em que a vítima ou seu representante legal
sentindo oposto, para o STF e o STJ, a tomam conhecimento da autoria do fato
ação penal poderá ser retomada, mesmo (art. 103 do CP e 38 do CPP), prazo de
após o trânsito em julgado. natureza penal.
 Anistia, graça e indulto: Anistia, graça e Obs.: Ação Penal Pública incondicionada e na
indulto são meios de exclusão de condicionada à requisição do Ministro da
punibilidade previstos no Código Penal Justiça – não existe prazo decadencial.
(Art. 107, inciso II). A principal questão Obs.: Trata-se de prazo fatal, ou seja,
que diferencia a anistia dos outros dois improrrogável, não ficando sujeito a
excludentes é o fato que ela é concedida interrupção ou suspensão.
por meio de Lei Federal decretada pelo  Perempção: exclusivo para ação penal
Congresso Nacional, que extingue a pena e privada, trata-se de uma sanção pela
todas as suas consequências. Já a graça e o inercia do particular na ação privada,
indulto, são ambos concedidos por meio de impedindo-o de prosseguir na
Decretos do Presidente da República, o demanda, nos termos do art. 60 do
que os diferencia, é que a graça é CPP.
individual e se apresenta por meio de Obs.: somente é possível após o início da ação
provocação judicial (a pedido do preso, penal e, uma vez reconhecida, estende-se a
MP, etc.), e o indulto é coletivo e não todos os autores do delito.
precisa ser requisitado, ou seja, é Obs.: inaplicável aos crimes de ação pública.
concedido de ofício, além disso, ambos são  Prescrição: perda do direito de punir do
excludentes de pena, mas não de suas Estado pelo não exercício em
consequências, o réu não volta a ser determinado lapso de tempo, não terá
primário, por exemplo. mais evento reparador por conta do
 Abolitio Criminis: Trata-se de lei nova, decurso do tempo. Duas maneiras de se
deixando-se de considerar determinada computar a prescrição – pena in
conduta como crime. abstrato e pena in concreto. Matéria de
ordem pública, podendo (e devendo)
ser reconhecida assim que detectada,
em qualquer momento do processo

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