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DIREITO CONSTITUCIONAL

Ordem Social - Ciência, Tecnologia e Inovação


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ORDEM SOCIAL - CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO

O tema dedicado a ciência, tecnologia e inovação é tão negligenciado pelo texto consti-
tucional, pela jurisprudência, pela doutrina e pelas bancas examinadoras de concursos públi-
cos que não é raro constar no edital “Ciência e Tecnologia”, deixando de fora a inovação, que
está na Constituição Federal de 1988 desde a Emenda Constitucional n. 85/2015.
Esse tema tem algumas particularidades e é a literalidade da lei que pode ser
cobrada na prova.

Texto Constitucional

Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacita-


ção científica e tecnológica e a inovação.

Essa é uma norma programática, pois o governo deve desenvolver programas para desen-
volvimento da ciência, da tecnologia e da inovação, algo longe de ser prioridade no Brasil.

§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasi-


leiros e para o desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.

Normalmente não é permitida a vinculação de tributos para finalidades específicas;


quando isso é permitido, é porque se deseja muito incentivar aquela área. Isso acontece
dentro do tema Cultura e também aqui, nos termos do § 5º do art. 218:

§ 5º É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular parcela de sua receita orçamentária a
entidades públicas de fomento ao ensino e à pesquisa científica e tecnológica.

No tema Desporto, o Supremo Tribunal Federal não permite que lei distrital ou estadual
traga esse mesmo benefício, algo que não é possível por não estar na CF/88. Assim, a regra
é de que não se pode vincular receita, algo que só é permitido em caráter excepcionalíssimo.
O texto constitucional não define a parcela dessa receita.
O texto constitucional cria o Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI)
por meio de emenda à CF. Quando se fala de competência concorrente, a União traz as
normas gerais e os estados e o Distrito Federal, as normas suplementares; os municípios não
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podem legislar. Entretanto, quanto a ciência, tecnologia e inovação, os municípios também
podem legislar concorrentemente:

Art. 219-B. (…)


§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios legislarão concorrentemente sobre suas pecu-
liaridades.

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Art. 219-A. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão firmar instrumentos
de cooperação com órgãos e entidades públicos e com entidades privadas, inclusive para o com-
partilhamento de recursos humanos especializados e capacidade instalada, para a execução de
projetos de pesquisa, de desenvolvimento científico e tecnológico e de inovação, mediante contra-
partida financeira ou não financeira assumida pelo ente beneficiário, na forma da lei.

A respeito do art. 219-A, a ideia de incluir entidades públicas e privadas dentro dessa
cooperação se dá devido à escassez de recursos. Se uma faculdade privada, por ex., está
desenvolvendo um projeto, nada impede que os estados, o DF e os municípios, além da
União, celebrem instrumentos de cooperação (convênios, ajustes) para desenvolver essa
pesquisa de forma mais rápida. Isso pôde ser visto, por ex., na pandemia da COVID-19 e no
desenvolvimento de vacinas.

Art. 219-B. O Sistema Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (SNCTI) será organizado em
regime de colaboração entre entes, tanto públicos quanto privados, com vistas a promover o de-
senvolvimento científico e tecnológico e a inovação.

• Fundo estadual/distrital de fomento: possibilidade de vincular parcela da receita orça-


mentária, permitido na Cultura, mas não no Desporto.

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
ANOTAÇÕES

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