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PL 2024/2021 - Projeto de Lei - 2024/2021 - Deputado Professor Reginaldo Veras - (10300) pg.1
VI – aproximar os adolescentes aos problemas e às soluções práticas oriundas da
computação e do manejo de dados na rede mundial de computadores e em outros sistemas de
bancos informacionais;
VII – valorizar o conhecimento científico, tecnológico e de ética informacional;
VIII – fomentar valores de ética informacional para o combate à desinformação, à
divulgação de dados e informações inverídicas, intolerantes ou falsas.
Art. 5º É direito dos alunos da rede pública distrital o acesso ao conteúdo de ciência
de dados, a partir do primeiro ano do ensino médio.
Art. 6º O Poder Executivo regulamentará a aplicação desta Lei.
Art. 7º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se, após 1 ano do
início de sua vigência.
Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário.
JUSTIFICAÇÃO
Cuida-se de Projeto de Lei (PL) que visa instituir normas específicas sobre
educação, ensino, ciência e tecnologia, no Distrito Federal.
A proposição tem por fim preparar a Escola Pública, os alunos e professores para
os desafios do Século XXI, permitindo-lhes o conhecimento sobre programação básica,
matemática, lógica e resolução prática de problemas, por intermédio do manejo de dados,
diante do fenômeno denominado de “Big Data”.
Como se verá, os requisitos de de admissibilidade e de mérito estão devidamente
cumpridos , o que permite o recebimento, a admissibilidade e a aprovação do Projeto de Lei
em tela.
Com efeito, a proposição não gera, por si só, por ora, gastos públicos nem
implica em renúncia de receita pública . Logo, é admissível sobre o ponto de vista
orçamentário e financeiro , observando, plenamente, as normas de finanças públicas
inscritas na Constituição Federal (CF), Lei Orgânica do Distrito Federal (LODF) e na Lei de
Responsabilidade Fiscal (LRF).
Quanto ao aspecto da admissibilidade técnico-jurídica , o Projeto é constitucional,
legal, regimental e atende aos princípios que informam o ordenamento jurídico.
Destarte, como se sabe, a CF positivou como garantia constitucional social o direito à
educação (art. 6º), tendo, ainda, estabelecido um verdadeiro condomínio legislativo sobre
educação, ensino, tecnologia e ciência entre a União, os Estados-membros e o Distrito Federal
(DF), conforme se infere do art. 24, IX, da CF que atribuiu a tais entes federativos uma
competência legiferante concorrente, cabendo ao DF exercitar sua competência supletiva e
suplementar sobre a matéria. Assim, quanto à constitucionalidade formal ou
nomodinâmica, não há outra conclusão senão o da sua presença nesta Proposição.
Como sua finalidade é tutelar o ensino, a ciência e a tecnologia locais, e fomentar o
desenvolvimento econômico e social do DF, com a edição de normas específicas, sobre a
matéria, aufere-se que o presente Projeto, com as medidas de boa-fé objetiva que impõe, vai
ao encontro do conteúdo das normas constitucionais, o que demonstra a sua constitucionalida
de material ou substancial.
A leitura da CF nos mostra que a intenção do legislador não foi gerar um monopólio
legislativo em prol da União no que se refere ao consumo. Afinal, se assim o fosse, o
constituinte teria estabelecido a competência da União para legislar sobre consumo.
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Tendo em conta que o presente PL institui apenas normas específicas sobre
educação, ensino, ciência e tecnologia , é cristalina a competência dos demais entes
federativos para legislar sobre as especificidades locais. Portanto, a proposição goza de constit
ucionalidade formal orgânica , pois o Distrito Federal tem competência legislativa sobre as
citadas normas específicas.
Ainda é importante frisar que a proposição em debate resguarda a constitucionalidade
formal subjetiva (iniciativa). Destarte, ao se compulsar os arts. 61, § 1º, da CF e art. 71, § 1º,
da Lei Orgânica do Distrito Federal, aufere-se que o tema – consumo – não se insere no rol
taxativo de matérias de iniciativa privativa do Chefe do Executivo. Logo, trata-se de matéria de
iniciativa comum entre o Governador, órgãos ou membros da Câmara Legislativa e cidadãos
(LC 13/96).
Ainda, quanto ao aspecto da admissibilidade técnico-jurídica, é importante alertar que a
proposição vai ao encontro de diversos princípios informadores do ordenamento jurídico pátrio:
educação, liberdade de aprender, fomento tecnológico.
Por fim, quanto ao mérito , é curial ressaltar que o PL deve ser aprovado , pois é nec
essário para suprir a lacuna normativa que deixa a educação local e nacional atrás dos
desafios a serem enfrentados na Era da Informação.
Ademais, é conveniente que se diminuam as externalidades negativas da falta de
inserção da tecnologia e da ciência na educação pública básica.
Conclui-se que ensinar a Ciência de Dados nas escolas públicas trará o aluno da rede
público a possibilidade de iteração com as realidades oriundas do momento do Big Data,
afastando-o da ignorância quanto aos mecanismos de uso de dados e sua transformação em
informação.
A atualidade nos mostra que o uso de dados para a criação de informações falsas,
inverídicas, que malferem o conhecimento científico precisa ser combatido,
Por conseguinte, dentro do nosso compromisso assumido de defender a educação
é que ofertamos o presente PROJETO DE LEI , contando com o apoio dos nobres deputados
para o seu acolhimento, admissibilidade e aprovação , nas comissões e no Plenário desta
Casa, para que todos nós possamos contribuir com a ciência, a tecnologia, a educação e o
ensino locais.
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