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TRIBUNAL FEDERAL
VI. DA LIMINAR
Presente o fumus boni iuris, acima apresentado, cabe ressaltar a imperiosa
necessidade de concessão de medida liminar, em razão do periculum in mora.
O periculum in mora encontra-se materializado no fato que dentre os pedidos
da denúncia protocolada em 21/12/2015 encontrava-se o pedido para que ela a
denúncia em face do Vice-Presidente fosse apensada à denúncia já recebida em
face da Presidente Dilma Rousseff no dia 02/12/2015, haja vista conexão da
matéria e acervo probatório comum.
Portanto, considerando que processamento da denúncia em face de Dilma
Rousseff iniciou-se recentemente na Câmara dos Deputados, e que ainda há
tempo para que a denúncia em face de Michel Temer seja apensada a ela, para
que assim seja tudo analisado pela comissão especial da Câmara, bem como
posteriormente pelo plenário da Câmara, nota-se que o perigo na demora poderá
acarretar dois pedidos de impeachment tramitando na Câmara ao contrário de
apenas um, algo que sem dúvida não traz qualquer benefício para o país,
independentemente do desfecho.
Por isso, objetivando a celeridade do processo, máxima eficiência, economia
processual, e menor desgaste para o país, sem dúvida melhor será que os dois
pedidos de impeachment sejam processados e julgados juntos, haja vista
conexão da matéria e acervo probatório comum.
Desta forma, pede-se concessão de medida liminar suspendendo liminarmente
o processamento da denúncia que neste momento tramita em face da Presidente
da República na comissão especial da Câmara dos Deputados, enquanto estiver
pendente de decisão de mérito do presente Mandado de Segurança.
É difícil mensurar a magnitude do impacto político-econômico-social que a
instauração de um processo de impeachment acarreta. Com segurança, pela
experiência do país em 1992, sabe-se apenas que é enorme; Certamente o país
precisará de meses, senão anos, para recompor-se, independentemente do
desfecho do processo.
Por isso, cabe a esta Suprema Corte, diante da ilegalidade que configura o não
recebimento da uma denúncia perfeitamente apta como se ela fosse inepta,
lesando direito líquido e certo do impetrante, qual seja participar de um
procedimento, o qual pode culminar no impeachment do Vice-Presidente da
República, cabe a esta Suprema Corte atuar de maneira célere para que não
tenhamos no país dois processos de impeachment seguidos em tão curto espaço
de tempo.
Portanto, o mínimo que se exige, diante de tão extremo cenário, é parcimônia.
VII. DO PEDIDO
Pelo exposto, requer-se:
1. A concessão de medida liminar suspendendo o processamento da denúncia
que tramita na Câmara dos Deputados em face da Presidente da República até
o julgamento do mérito deste mandado de segurança, haja vista conexão da
matéria e acervo probatório comum, bem como a celeridade do processo,
máxima eficiência, economia processual, e menor desgaste para o país.
2. A notificação da autoridade impetrada para prestar informações no prazo legal;
3. A oitiva do representante do Ministério Público;
4. No mérito, a concessão da segurança para anular a decisão que se fundou
em motivo falso e inexistente para deixar de receber a denúncia por crime de
responsabilidade contra o Vice-Presidente da República, determinando que a
autoridade coatora realize juízo preliminar quanto a inépcia da denúncia nos
limites da lei, aplicando subsidiariamente ao processamento de crime de
responsabilidade da Lei 1079/50 o código de processo penal, nos termos do art.
38 da lei nº 1079/50 e art. 41 e 43 do código de processo penal.
Dá-se à causa o valor de R$ 108,00 (cento e oito reais) para efeitos fiscais.