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ACÓRDÃO
Documento: 1063260 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 07/06/2011 Página 2 de 4
Superior Tribunal de Justiça
AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.104.007 - PR (2008/0272949-5)
RELATÓRIO
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também que a pretensão recursal não esbarra no óbice contido no verbete sumular n.º 7 deste
Superior Tribunal de Justiça.
Assim, requer a reconsideração da decisão agravada ou a remessa dos autos para
a Quinta Turma, para que se dê seguimento ao recurso especial.
É o relatório.
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AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 1.104.007 - PR (2008/0272949-5)
EMENTA
AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. CRIME
CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. AUSÊNCIA DE
VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. GESTÃO
FRAUDULENTA DE INSTITUIÇÃO FINANCEIRA: ART. 4.º DA LEI N.º
7.492/86. ALEGADA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. AUSÊNCIA
DE SIMILITUDE FÁTICA ENTRE OS JULGADOS RECORRIDO E
PARADIGMA. ARGUIDA OFENSA AOS ARTS. 381, INCISO III, E 619 DO
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. OMISSÕES NÃO CONFIGURADAS.
SUJEITO ATIVO DO CRIME DO ART. 4.º DA REFERIDA LEI. GERENTE
DE AGÊNCIA BANCÁRIA. POSSIBILIDADE, NO CASO. PODERES
REAIS DE GESTÃO. SÚMULA N.º 7 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.
1. De acordo com o art. 557, caput, do Código de Processo Civil, c.c. o
art. 3.º do Código de Processo Penal, é possível que o Relator negue seguimento
ao recurso, com fundamento na jurisprudência dominante, de forma monocrática,
o que não ofende o princípio da colegialidade.
2. Quanto à arguida divergência jurisprudencial, não há similitude fática
entre os julgados. O acórdão paradigma abarca a tese de que o gerente de
agência bancária não comete o crime de gestão fraudulenta "pelo fato de alguns
clientes não terem honrado os compromissos comerciais assumidos". O
aresto paradigma, diversamente, julgou que o Agravante cometeu o crime do art.
4.º da Lei n.º 7.492/86 ao privilegiar os demais Réus na obtenção de
financiamentos bancários mediante fraude, consubstanciada na rolagem de dívida
por intermédio de desconto de duplicatas simuladas, de forma sucessiva, as quais
não correspondiam a efetivas operações comerciais.
3. A contrariedade aos arts. 381, inciso III, e 619 do Código de Processo
Penal não subsiste, porquanto o acórdão hostilizado solucionou a quaestio juris
de maneira clara e coerente, apresentando todas as razões que firmaram o seu
convencimento.
4. Esta Corte Superior de Justiça reconheceu a possibilidade de o
gerente de uma agência bancária ser sujeito ativo do crime do art. 4.º da Lei n.º
7.492/86, que se trata de crime próprio, quando o Acusado tiver poderes reais de
gestão.
5. No caso, o Tribunal a quo entendeu comprovado que o Agravante, na
qualidade de gerente-geral, concedia empréstimos mediante meios fraudulentos.
Foi constatado que "geralmente as autorizações eram de competência de um
comitê, porém o denunciado Henrique acabou por destituir o comitê ali na
agência Cambé, assumindo para si a responsabilidade das operações, a tal
ponto que nenhuma das operações foi efetivada senão através de sua e
somente sua autorização".
6. Ainda, rever esse entendimento implica em reexame de todo o
conjunto fático-probatório, o que não se coaduna com a via eleita, em face do
óbice da Súmula n.º 7 do Superior Tribunal de Justiça.
7. Agravo regimental desprovido.
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VOTO
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temerária é incriminada não pelo risco que representa para a
própria instituição, mas pela interferência nociva que tem no
sistema financeiro. Desse modo, a má condução dos negócios de
uma instituição, a eventual inoperância ou incompetência de seus
administradores não se enquadram na figura penal em questão se
não resultarem ao mesmo tempo em risco para a instituição, capaz
de ameaças sua própria existência e, em conseqüência, a
normalidade do mercado financeiro e que eles tenham agido com
dolo.
Para isso necessário, antes de mais nada, que o sujeito
ativo tenha poderes de administração suficientes para determinar
os destinos da companhia, perfil em que não se enquadra o gerente
de agência bancária. Com efeito, por mais autonomia operacional
que tenha o gerente, seus poderes limitam-se à própria agência e
para determinadas operações, sem repercussão na instituição
financeira, sujeita a outra esfera de administração." (fl. 1466; sem
grifo no original.)
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de que as duplicatas não tinham origem se deu através da
verificação de que muitas vezes se repetia sucessivamente
o nome dos sacados, também através da constatação de
que o endereço dos sacados correspondia, na verdade, ao
endereço da empresa cedente SESTÁRIO & CIA. LTDA.,
devedora do banco. Também foi constatado que se tratava
de uma verdadeira rolagem de dívida, pois a liquidação
das duplicatas eram feitas, de regra, através de débito em
conta ou pagamento em cheque de emissão da própria
empresa devedora, sucedido por imediato novo desconto de
duplicata. Se recorda que efetivamente as pessoas de
Antônio Marcos da Silva, Manoel Francisco da Silva e
Carlos Antônio da Silva constavam freqüente e
sucessivamente nas duplicatas sem origem mercantil (...).
Geralmente, as autorizações eram de competência de um
comitê, porém o denunciado Henrique acabou por destituir
o comitê ali na agência Cambé, assumindo para si a
responsabilidade das operações, a tal ponto que nenhuma
das operações foi efetivada senão através de sua e somente
sua autorização. Não pode afirmar que o Superintendente
da instituição tinha conhecimento da destituição do comitê
pelo denunciado Henrique, dada a autonomia que este
tinha, como gerente, na agência de Cambé. Em relação aos
fatos que constam na inicial, esclarece que as operações
fraudulentas se deram por autorização exclusiva do
denunciado Henrique, isto é, em momento posterior à
destituição do referido comitê.' (fls. 170/171).
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Quanto à tese de que, à época, a agência bancária se
encontrava informatizada, de modo a obstar as práticas delitivas,
cumpre registrar que o ex-funcionário GILMAR LONGO DA
ROCHA, asseverou, em seu depoimento, haver casos onde as
irregularidades não eram detectadas, mesmo com todo o aparato
então existente. Suas declarações foram transcritas nestes termos:
'Em 1995, a maioria das agências do Banestado
do Paraná eram informatizadas. Foram criadas estruturas
de comitês de crédito nas agências. Uma das funções de
tais comitês era a aprovação e liberação de empréstimos
dentro de suas respectivas alçadas. Não se recorda dos
valores dessas alçadas. A orientação do banco era que as
agências se mantivessem dentro destes limites, porém,
infelizmente, em várias tal orientação não era observada. A
partir da informatização o próprio sistema passou a
controlar a utilização das alçadas, sendo que isso
funcionava na maioria das operações, mas em algumas o
sistema não detectava a ultrapassagem dos limites (...).' (fl.
509).
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regulamentos não foram observados, permitindo-se,
sucessivamente, a concessão de valores a empresários, com base em
duplicatas fraudulentas, causando prejuízos à instituição bancária,
bem como, em última análise, em detrimento do próprio Sistema
Financeiro Nacional.
No que tange às demais teses ventiladas nas razões de
defesa complementares, cumpre referir que se mostram similares
àquelas afastadas pelo Colegiado por ocasião do julgamento da
ACR nº 2004.04.01.044222-9, não servindo para elidir os
fundamentos do decreto condenatório. Por oportuno, cabe
transcrever trechos do voto exarado pelo eminente Relator, Des.
Paulo Afonso Brum Vaz, naquela oportunidade, aplicáveis
igualmente ao caso dos autos:
'Após o envio deste processo ao Revisor, o réu
Henrique Faudon Henrique ofereceu aditamento às
contra-razões de apelação do MPF (fls. 818/826), bem
como complementou as razões de apelação nas fls.
827/1049. Tais argumentos, também, foram reiterados na
tribuna nos seguintes termos: a) nulidade da sentença em
face do indeferimento da juntada de novos documentos na
fase do artigo 499 do CPP; b) atipicidade da conduta
imputada ao réu (gestão fraudulenta), porquanto o artigo
25 da Lei nº 7.492/86 caracteriza tal delito como crime
próprio; c) o acusado não tinha poderes de gestão na
agência do Banestado do município de Cambé-PR, uma vez
que o Relatório do Banco Central - obtido após a
condenação - atribui à quebra do banco aos diretores Aldo
de Almeida Júnior, Alfredo Sadi Prestes, Jackson Ciro
Sandrini, Sérgio Elói Drucz e Wilson Mugnani, uma vez
que deferiram créditos à empresa Freezagro; d) a
informatização do banco impedia o prosseguimento de
operações de crédito acima dos limites de alçada
estabelecidos eletronicamente (R$ 150.000,00),
inviabilizando, pois, o deferimento de R$ 1.500.000,00,
como consta na denúncia, mormente quando os relatórios
enviados à diretoria da instituição proporcionavam o
controle das operações; e) imparcialidade da auditoria do
Banestado, porquanto não lhe assegurou direito de defesa
e porque o ex-policial Délcio Razera - contratado pela
diretoria para trabalhar como auditor - foi a Cambé-PR
ameçar e constranger inúmeras pessoas a depor em
desfavor do apelante, o qual, até então, recebia
condecorações e menções honrosas pelo fato de ter erigido
a agência de Cambé ao terceiro lugar no volume de
operações e empréstimos efetuados pelo Banestado; f) o
manual de normas do banco não exigia que o gerente
conferisse a origem das duplicatas; g) na hipótese de
manutenção da condenação, pugna pela desconsideração
dos outros processos instaurados por fatos análagos como
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antecedentes, pois que tais ações penais ainda não
transitaram em julgado, bem como rechaça a valorização
negativa das conseqüências do crime em face dos débitos
terem sido inteiramente quitados. Como se vê, tais
considerações expendidas pelo nobre defensor não diferem
substancialmente das razões recursais mencionadas no
relatório. Assim, considerando que os argumentos
apresentados pela defesa não referem qualquer razão de
ordem pública que infirme a resposta anteriormente
apresentada, não conheço das contra-razões acostadas às
fls. 818/826. Por outro lado, conheço parcialmente da
complementação recursal do apelante Henrique
tão-somente para examinar a alegação de que o Banco
Central acusou a diretoria do Banestado S.A. pelos fatos
envolvendo a concessão de financiamento à empresa
Freezagro, dado que essa questão ainda não havia sido
ventilada nos autos, bem como o fato de que a auditoria do
Banestado teria se realizado mediante ameaças a
testemunhas. Frise-se, por oportuno, que as conclusões do
BACEN serão examinadas por ocasião da análise do mérito
(autoria - fls. 23/28 deste voto) ao passo que a ameaça a
testemunhas será abordada junto com a preliminar de
cerceamento de defesa. Preliminares. Cerceamento de
defesa.Não ficou comprovado o prejuízo supostamente
causado ao recorrente em face do indeferimento das
diligências pelo juízo a quo (fl. 531): 'Indefiro o pedido
formulado pelo réu Henrique Faudon Henrique (fls.
526/528), em razão de que a defesa não demonstrou a
necessidade de tais provas e nem que seriam originárias de
circunstâncias ou fatos apurados durante a instrução.'.
Acaso houvesse algum documento que realmente ensejasse
o pronto reconhecimento da inocência do réu, certamente a
defesa teria declinado ao Poder Judiciário os motivos
concretos para o deferimento da diligência, bem como
discriminaria quais os atos relacionados ao caso sub
examine que estariam materialmente registrados. De outro
modo, a apresentação espontânea de documentos internos
do Banco Central (fls. 919/988) bem demonstram que o réu
tinha condições de trazer aos autos qualquer
documentação que pudesse ser útil a sua defesa, tornando,
pois, despicienda a intervenção judicial reclamada.
Ameaça a testemunhas: Antes de mais nada, cumpre
ressaltar que não se trata de atos cometidos contra
testemunhos deste ação penal instaurada há quase nove
anos. Observe-se que os documentos apresentados pela
defesa de Henrique (fls. 1.044/1.049) se resumem a uma
notícia veiculada na edição do jornal O Estado do Paraná
do dia 06/09/2006 e a uma declaração, registrada em
cartório no dia 16/02/1996, de Valdir Marques da Silva.
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Prisão Délcio Agusto Rasera: As três páginas de jornal,
acostadas aos autos nas fls. 1.045/1.048, somente se
referem à prisão do policial Délcio Augusto Rasera no
curso da operação Pátria Nossa, da Polícia Civil do
Estado do Paraná. O investigador Délcio Rasera foi
acusado de manter empresa de investigação clandestina, o
que ensejou a seguinte manchete de capa: 'Quadrilha de
arapongas desmantelada pela PIC'. Não obstante a
gravidade das acusações sobre a confecção de 'esquema
de interceptação de telefones', em momento algum, foi
noticiada qualquer ameaça a qualquer dos réus ou
testemunhas deste processo. Declaração de Valdir
Marques da Silva: Em sua declaração firmada no
Tabelionato de Notas e Ofício de Protestos de Títulos de
Cambé-PR, Valdir Marques da Silva, técnico em
contabilidade, refere (fl. 1.049) 'que foi procurado por
pessoas - que se identificaram como inspetores do Banco
do Estado do Paraná S/A, e fora inquirido a respeito de
uma declaração anteriormente prestada - a pedido de
terceiros ou seja, os Srs. Nilson Roberto Fadel, Camilo
Luciano e também Valter Braz Vilas Boas. - Que os
referidos senhores que identificaram como inspetores,
intimidaram o declarante no sentido de enquadramento na
Lei do Colarinho Branco e Profissional, fato que deixou o
mesmo preocupado a ponto de fazer uma declaração por
escritura pública com as quais o declarante não concorda
plenamente e que o temor responsável pela declaração
anterior, prendeu-se à demonstração pelo Sr. Razera em
portar arma de foto com intuito coercitivo, colocando-o
inclusive à mostra. - Que no momento oportuno o
declarante responderá aos atos praticados junto às
autoridades de direito.' Em que pese a gravidade dessas
informações, inexiste qualquer vínculo concreto com os
fatos apurados neste processo-crime, especialmente porque
os auditores que atuaram no caso sub examine, José
Gonçalves de Oliveira e Antônio Alberto F. de Souza, não
foram mencionados por Valdir. Ademais, o inspetor
Antônio de Souza, ao testemunhar em juízo (fls. 271/272),
sob pena de incorrer no crime de falso testemunho,
ratificou as informações que prestara na fase policial, bem
como as declarações feitas pelo seu colega José, que não
foi localizado para testemunhar na fase judicial (fl. 292).
Portanto, se houvesse alguma objeção efetiva e
fundamentada por parte do acusado Henrique quanto aos
dados apurados pela auditora do Banestado - cujas
irregularidades, a exemplo do inquérito policial, não
maculam o processo criminal -, caberia a defesa se insurgir
na época própria. Demais disso, frise-se que o fato de o
apelante Henrique Faudon Henrique ter sido denunciado
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no mesmo processo instaurado contra Nilson Roberto
Fadel (2005.04.01.046435-7 - fl. 1.048) não tem o condão
de ensejar a nulidade desta ação penal, instaurada para
apurar crime de gestão fraudulenta vinculada à concessão
de vultoso numerário à empresa Freezagro. Rejeito, pois,
as preliminares. (...) Em suma, a documentação carreada
pela defesa de Henrique Faudon Henrique sugere, em
princípio, uma certa desídia da administração do
Banestado com financiamentos concedidos
discriteriosamente nas suas agências, mas não tem o
condão de elidir a responsabilidade penal pelos atos
delituosos comprovadamente praticados pelo réu na
condição de gerente da agência de Cambé/PR.'
Dessa forma, tenho que a alegada ofensa aos arts. 381, inciso III, e
619 do Código de Processo Penal não subsiste, porquanto o Tribunal a quo
solucionou a quaestio juris de maneira clara e coerente, apresentando todas
as razões que firmaram o seu convencimento.
Dessarte, ainda que o ora Recorrente entenda equivocada ou
insubsistente a fundamentação que alicerça o acórdão recorrido, isso não
implica, necessariamente, que esta seja ausente. Há significativa distinção
entre a decisão que peca pela inexistência de fundamentos e aquela que traz
resultado desfavorável à pretensão do litigante.
Com efeito, a jurisprudência desta Corte Superior de Justiça é
firme no sentido de que o órgão judicial, para expressar sua convicção, não
está obrigado a aduzir comentários a respeito de todos os argumentos
levantados pelas partes, quando decidir a causa com fundamentos capazes
de sustentar sua conclusão.
Nesse sentido:
"RECURSO ESPECIAL. PROCESSO PENAL. ALEGAÇÃO
DE OMISSÃO NO ARESTO OBJURGADO. NEGATIVA DE
VIGÊNCIA DO ART. 619 DO CPP. NÃO CONFIGURAÇÃO.
1. Não ocorre violação ao art. 619 do CPP quando o
Tribunal resolve a controvérsia com fundamentos capazes de
sustentar sua conclusão, não sendo obrigatória a manifestação
expressa acerca de todos os argumentos levantados pelas partes.
PENAL. EXECUÇÃO PENAL. RECURSO ESPECIAL.
FALTA GRAVE. PERDA DOS DIAS REMIDOS. ART. 127 DA LEP.
1. É pacífico o entendimento nesta Corte de que
reconhecido o cometimento de falta grave pelo preso, cabe ao Juízo
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da Execução decretar a perda dos dias remidos, medida que não
ofende direito adquirido ou coisa julgada.
2. Recurso parcialmente provido para reformar o acórdão
recorrido, determinando a perda dos dias remidos pelo apenado em
razão da prática de falta grave." (REsp 1.031.682/RS, 5.ª Turma,
Rel. Min. JORGE MUSSI, DJe de 01/06/2009; sem grifos no
original.)
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CERTIDÃO DE JULGAMENTO
QUINTA TURMA
AgRg no
Número Registro: 2008/0272949-5 REsp 1.104.007 / PR
MATÉRIA CRIMINAL
Relatora
Exma. Sra. Ministra LAURITA VAZ
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. ÁUREA M. E. N. LUSTOSA PIERRE
Secretário
Bel. LAURO ROCHA REIS
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : HENRIQUE FAUDON HENRIQUE
ADVOGADO : DAVID RODRIGUES ALFREDO JÚNIOR
RECORRIDO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
ASSUNTO: DIREITO PENAL - Crimes Previstos na Legislação Extravagante - Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional
AGRAVO REGIMENTAL
AGRAVANTE : HENRIQUE FAUDON HENRIQUE
ADVOGADO : DAVID RODRIGUES ALFREDO JÚNIOR
AGRAVADO : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
CERTIDÃO
Certifico que a egrégia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
"A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo regimental."
Os Srs. Ministros Napoleão Nunes Maia Filho, Jorge Mussi e Adilson Vieira Macabu
(Desembargador convocado do TJ/RJ) votaram com a Sra. Ministra Relatora.
Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp.
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