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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara do Tribunal do Júri da Comarca

Geraldo, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da cédula de identidade número,


expedida pela, inscrito no cadastro de pessoa física do ministério da Fazenda sob número,
residência e domicílio na rua, cidade, estado, por seu procurador infra-assinado, vem
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO DE
APELAÇÃO, com base no artigo 593, inciso I do Código de Processo Penal.

PEDIDO DE HABILITAÇÃO - da legitimidade Inicialmente, a legitimidade do assistente de


acusação para interpor o presente recurso, está comprovada em certidão de nascimento
acostada em fl., configurado como ascendente da vítima, com isso, requer que o assistente
seja devidamente habilitado nos autos, conforme disposto no artigo 31 c/c artigo 269, ambos
do Código de Processo Penal.

Termos em que pede deferimento

Local, 30 de Novembro de 2023

Advogado

OAB
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

Apelante: Geraldo

Apelado: Ana

Processo nº:

RAZÕES DE RECURSO DE APELAÇÃO

Egrégio Tribunal de Justiça ou

Egrégio Tribunal Regional Federal Colenda Câmara (Justiça Estadual) ou

Colenda Turma (Justiça Federal)

Douta Procuradoria Geral de Justiça

I - DOS FATOS

A acusada em momento posterior ao seu trabalho de parto, com a recém-nascida em seus


braços, foi tomada por um momento de braveza e em ato contínuo bateu a cabeça da vítima
na parede por seguidas vezes, matando a mesma. Após o ocorrido, foi presa em flagrante de
delito, e durante a fase do inquérito policial, foi realizado exame médico, atestando que a ré
agiu sob influência de estado puerperal. Diante dos fatos narrados, a ré foi denunciada pela
prática do crime de homicídio triplamente qualificado, mediante o motivo fútil, emprego de
meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de recurso que tornou
impossível a defesa da vítima. A defesa alegou que a ré não teria praticado o fato, pois não
possuiria plena capacidade de autodeterminação, sendo esta inimputável. O magistrado
entendeu por absolver sumariamente a ré em razão de inimputabilidade, pois, ao tempo da
ação, não seria ela inteiramente capaz de se autodeterminar em consequência do ato.
Ademais, o prazo recursal transcorreu in albis sem manifestação do Parquet.

II - DO MÉRITO

Consoante narra a peça acusatória, a ré foi denunciada pelo cometimento do crime de


homicídio triplamente qualificado, previsto no artigo 121, §2º, incisos II, III e IV, cujas
qualificadoras são o motivo fútil, o emprego de meio cruel para a consecução do ato
criminoso, e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, porém, conforme denotase
do exame pericial realizado nos autos do inquérito policial, Ana, ora acusada, agia sob
influência do estado puerperal, isto é, praticou o ato típico, antijurídico e culpável em
decorrência dessa condição. O juízo, na decisão de fls., resolveu por absolver sumariamente a
ré, com fundamento na inimputabilidade desta, visto que cometeu o crime à mercê do
estado puerperal, afastando a capacidade de se autodeterminar no momento posterior a
gestação. É importante ressaltar que o estado puerperal é uma elementar do tipo penal de
infantícidio, diferente do crime de homicídio, como foi o entendimento da denúncia e
posterior decisão de absolvição do juízo, em razão de que não se exclui a culpabilidade da
agente do delito quando estiver nesse período pós-parto, dessa forma, a aludida decisão
deverá ser reformada, para que a ré seja pronunciada nos autos, e posteriormente julgada
mediante Tribunal do Juri, pela prática do crime de infanticídio, conforme dispõe o caput do
artigo 123 do Código Penal.

III - DO PEDIDO

Ante o exposto, requer que seja conhecido e dado o provimento ao presente recurso para
reformar a decisão de 1º grau, pronunciando a acusada, com fundamento no artigo 413 do
Código de Processo Penal, e posteriormente para que esta seja julgada pelo Conselho de
Sentença pelo delito do infantícidio, conforme prevê o artigo 123 do Código Penal.

Local, 30 de Novembro de 2023.


Advogado

OAB

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