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EXCELENTÍSSIMO 

SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL/TRIBUNAL


DO JÚRI DA COMARCA DE ...

AUTOS Nº: ...

PAI DA VITIMA, nacionalidade, estado civil, profissão, registrado na cédula de identidade nº


XXXX e devidamente inscrito no CPF n º ..., residente e domiciliado na rua XXX, nº XXX, CEP:
XXX, na Cidade/Estado, por seu advogado que esta lhe subscreve(procuração anexa), vem, a
respeitosa presença de Vossa Excelência requerer HABILITAÇÃO COMO ASSISTENTE DE
ACUSAÇÃO com base no art. 268 do Código de Processo Penal apos oitiva do ministério
público.
Ainda vem, a respeitosa presença de Vossa Excelência interpor RECURSO DE APELAÇÃO
com fulcro no art. 593, I, art. 416 e art. 598 do Código de Processo Penal. Que seja recebido e
processado o presente recurso e remetido com as inclusas razões ao Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado.

Termos em que, 
Pede deferimento. 
Medianeira/PR, 31 de Janeiro de 2011. 
Advogado - OAB

**
APELANTE: PAI DA VITIMA - ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO
APELADO: ANA 
AUTOS Nº: ...

Egrégio Tribunal de Justiça,


Colenda Câmara,
Douta Procuradoria do Estado.

Em que pese o indiscutível saber jurídico do meritíssimo juízo a quo, impõe se a reforma da


decisão que absolveu a ré sumariamente por inimputabilidade pelas razões de fatos e direitos a
seguir expostas.

1. DOS FATOS
2. DOS DIREITOS : A ré foi denunciada pela prática do crime de Infanticídio previsto no
art. 123 do CP. O magistrado proferiu sentença absolvendo a ré sumariamente por
inimputabilidade por, ao tempo da conduta estar sob o efeito do estado puerperal e não ter
capacidade de autodeterminar-se. Todavia, nos termos no art. 415 do CPP só pode ser
absolvida sumariamente por inimputabilidade se esta for a única tese defensiva, no caso em
tela, além da inimputabilidade a ré apresentou a tese de negativa de autoria ao alegar que não
praticou a conduta a ela imposta.
Além do mais, o estado puerperal não vem a se encaixar nos casos de excludente da
culpabilidade por inimputabilidade, pois, este vem a ser uma elementar do crime de infanticídio.
Se este se tornasse uma causa de excludente de culpabilidade não faria sentido ser um fato
tipico, já que não haveria sanção penal a ser aplicada. Neste caso, é claramente perceptível a
falta de cabimento para aplicação da medida de absolvição sumária.
3. DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto requer que seja recebido e provido o
presente recurso e reformada a respeitável sentença de absolvição sumária, bem como que
seja tomada a decisão de pronúncia perante a ré pelo delito de Infanticídio e esta seja
submetida a julgamento no Tribunal do Júri que é a jurisdição competente para julgar os crimes
dolosos contra a vida, como medida de justiça.

Termos em que, 
Pede deferimento.
Medianeira, 31 de Janeiro de 2011.
Advogado - OAB
Grávida de nove meses, Ana entra em trabalho de parto, vindo dar à luz um menino
saudável, o qual é imediatamente colocado em seu colo. Ao ter o recém-nascido em
suas mãos, Ana é tomada por extremo furor, bradando aos gritos que seu filho era um
“monstro horrível que não saiu de mim” e bate por seguidas vezes a cabeça da criança
na parede do quarto do hospital, vitimando-a fatalmente. Após ser dominada pelos
funcionários do hospital, Ana é presa em flagrante delito.

Durante a fase de inquérito policial, foi realizado exame médico-legal, o qual atestou
que Ana agira sob influência de estado puerperal. Posteriormente, foi denunciada, com
base nas provas colhidas na fase inquisitorial, sobretudo o laudo do expert, perante a
1ª Vara Criminal/Tribunal do Júri pela prática do crime de homicídio triplamente
qualificado, haja vista ter sustentado o Parquet que Ana fora movida por motivo fútil,
empregara meio cruel para a consecução do ato criminoso, além de se utilizar de
recurso que tornou impossível a defesa da vítima. Em sede de Alegações Finais Orais,
o Promotor de Justiça reiterou os argumentos da denúncia, sustentando que Ana teria
agido impelida por motivo fútil ao decidir matar seu filho em razão de tê-lo achado feio
e teria empregado meio cruel ao bater a cabeça do bebê repetidas vezes contra a
parede, além de impossibilitar a defesa da vítima, incapaz, em razão da idade, de
defender-se.

A Defensoria Pública, por sua vez, alegou que a ré não teria praticado o fato e,
alternativamente, se o tivesse feito, não possuiria plena capacidade de
autodeterminação, sendo inimputável. Ao proferir a sentença, o magistrado
competente entendeu por bem absolver sumariamente a ré em razão de
inimputabilidade, pois, ao tempo da ação, não seria ela inteiramente capaz de se
autodeterminar em consequência da influência do estado puerperal. Tendo sido
intimado o Ministério Público da decisão, em 11 de janeiro de 2011, o prazo recursal
transcorreu in albis sem manifestação do Parquet.

Em relação ao caso acima, você, na condição de advogado(a), é procurado pelo pai


da vítima, em 20 de janeiro de 2011, para habilitar-se como assistente da acusação e
impugnar a decisão.

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