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PEÇA 6 - Apelação

Resoluções de Casos Direito Privado (Centro Universitário do Distrito Federal)

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Baixado por tatiane fontoura (tatianefontoura00004@gmail.com)
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA


COMARCA Y.

Processo nº.: ...

SORAIA, prenome ..., estado civil ..., profissão ..., CPF nº ..., endereço eletrônico ...,
residente e domiciliada em ..., nos autos da ação em epígrafe que move em face de
ELETRÔNICOS S/A, CNPJ nº..., endereço eletrônico..., com sede em ..., vem, por
meio de seu procurador, conforme procuração em anexo, com endereço o qual
recebe intimações ..., não se conformando com a sentença proferida às fls. ...,
interpor o presente

RECURSO DE APELAÇÃO

Com fulcro nos artigos 1009 a 1014, ambos do Código de Processo Civil,
requerendo, na oportunidade, que o recorrido seja intimado para, querendo, oferecer
contrarrazões, conforme o art. 1010, § 1º, do CPC e, ao ato contínuo, sejam os
autos, com as razões anexas, remetidos ao Egrégio Tribunal de Justiça do
Estado ..., independente de juízo de admissibilidade, nos termos do art. 1010, § 3º,
do CPC.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data.

Advogado
OAB.

Baixado por tatiane fontoura (tatianefontoura00004@gmail.com)


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RAZÕES RECURSAIS:

APELANTE: SORAIA ...


APELADO: ELETRÔNICOS S/A
ORIGEM: PROCESSO Nº.: ..., 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA Y.

Colenda Câmara,

I. DO CABIMENTO.

A decisão ora recorrida trata-se de sentença, sendo esta atacável


por meio da interposição do recurso de apelação, nos termos dos artigos 994, I, e
1009 e ss. ambos do CPC.

II. DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO.

O presente recurso foi interposto tempestivamente, eis que a


sentença foi publicada em ..., tendo como primeiro dia do prazo ..., sendo, portanto,
interposta tempestivamente, dentro do prazo de 15 dias úteis, nos termos dos
artigos 1003, caput e § 5º, e 219, ambos do CPC.
Segue em anexo a guia de recolhimento, o preparo recursal, nos
termos do art. 1007, caput, do CPC.

III. BREVE RESUMO DOS FATOS.

Após a explosão de um aparelho de televisão, em junho de 2009,


comprado há apenas 2 meses pela genitora da apelante, da marca Eletrônicos S/A,
SORAIA, adolescente de 13 anos de idade à época, perdeu a visão do olho direito,
motivo pelo qual moveu ação de indenização por danos morais e estéticos em face
da fabricante do produto, 7 anos depois, em junho de 2016
Na inicial foi feita a juntada de todas as provas documentais e,
ainda, laudo pericial elaborado na época, apontando o defeito do produto,
destacando a desnecessidade de dilação probatória. Alegou a autora que sofreu

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danos morais e estéticos em razão do acidente de consumo, atraindo a


responsabilidade pelo fato do produto, sendo dispensada a prova de culpa.
Ocorre que o magistrado da 1ª Vara Cível da Comarca Y, após
oferecida a contestação da parte ré, decidiu proferir julgamento antecipado,
decretando a improcedência dos pedidos da autora, argumentando a inexistência de
relação de consumo, bem como a prescrição da pretensão da autora, em razão do
transcurso do prazo de 3 anos, conforme o art. 206, § 3º, V, do Código Civil.
Contudo, a sentença não merece prosperar, devendo ser reformada,
conforme será demonstrado no presente recurso de apelação.

IV. DA FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA.

1. DA EXISTÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO.

A sentença proferida pelo magistrado teve a fundamentação de que


era inexistente a relação de consumo pelo fato de a autora participar da relação
contratual, visto que o aparelho de televisão fora comprado por sua genitora.
Conforme disposto no Código de Defesa do Consumidor, em seu art.
2º, consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou
serviço como destinatário final, afastando por completo a argumentação do
magistrado, vez que a autora, ora apelante, utiliza o produto como destinatário final
do mesmo, restando caracterizada a relação de consumo.
Não suficiente, o art. 17 do mesmo código estabelece que se
equiparam aos consumidores todas as vítimas do evento.
No presente caso, não só a autora se comprova como destinatário
final, mas também como vítima do evento, não restando dúvidas que o magistrado
se equivocou ao declarar inexistência de relação de consumo, devendo a sentença
ser reformada.

2. DO AFASTAMENTO DA PRESCRIÇÃO.

O segundo fundamento da sentença de improcedência proferida


pelo magistrado, se deu no sentido de que houve a prescrição, pois decorreu-se o
prazo de 3 anos, conforme o art. 206, § 3º, V, do Código Civil.

Baixado por tatiane fontoura (tatianefontoura00004@gmail.com)


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Todavia, tal sentença merece reforma pois, conforme o art. 198, I, do


CC, a prescrição não corre contra os incapazes e, portanto, a contagem do prazo
para a prescrição deve ser iniciada a partir da cessação da incapacidade absoluta.
No presente caso, a autora, ora apelante, teve o fim de sua
incapacidade absoluta em 2012, ocasião em que completou 16 anos.
Cabe ainda esclarecer que, conforme dispõe o art. 27 do CDC,
prescreve em 5 anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do
produto, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do ano e de sua
autoria.
Tomando por base o fato de que a prescrição somente deveria ter
seu prazo iniciado em 2012, quando foi cessada a incapacidade absoluta da autora
e, ainda, que o prazo prescricional para reparação por danos causados por fato do
produto, conforme o CDC, é de 5 anos, temos que a prescrição somente se daria em
2017, motivo pelo qual se mostra equivocada a sentença do magistrado, decidindo
pela improcedência dos pedidos com fundamento de que ocorreu a prescrição.

V. DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, requer:

a) A reforma da sentença, para que seja julgada procedente


a Ação de Indenização por Danos Morais e Estéticos, condenando o apelado a
pagar ao apelante, nos termos da inicial.

b) Que seja o apelado condenado ao pagamento de custas


processuais e de honorários advocatícios, nos termos do art. 85 do Código de
Processo Civil.

Termos em que,
Pede deferimento.

Local e data

Advogado
OAB

Baixado por tatiane fontoura (tatianefontoura00004@gmail.com)

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