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DAIANE FERREIRA BEZERRA – RA 202000197

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA

CRIMINAL DA COMARCA DE __________, ESTADO DE __________.

Processo nº

Tício, já qualificado nos autos em epígrafe, por intermédio de seu advogado

que esta subscreve, vem, à presença de Vossa Excelência, com fulcro no

artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal, interpor RECURSO DE

APELAÇÃO, por não se conformar com a r. Sentença de fl. requerendo o

recebimento e processamento do presente, com as anexas razões recursais.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Local e data

Advogado / OAB.
RAZÕES DE APELAÇÃO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DO ESTADO DE ______

Processo nº __/__

Comarca de __________

Apelante: Tício

Apelado: Justiça Pública do Estado de _______

DOUTO PROCURADOR,

COLENDA CÂMARA.

A r. Decisão de fl. X, não traz aos autos a correta e eficaz aplicação da Justiça,

conforme será demonstrado pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:

1. DOS FATOS.

O réu foi denunciado por homicídio, sob a acusação de após o furto de um

aparelho de som de veículo estacionado em via pública, juntamente com outro

agente, ao confrontar a vítima, a matou com arma de fogo.


Partido daí, após a captura do Réu, o mesmo foi condenado a pena de 20 anos

de reclusão, sobre o crime de homicídio.

Contudo, a referida condenação não deverá prosperar pois, ao contrário do

denunciado pelo llmo. Representante do Ministério Público, o Réu não praticou

o crime de homicídio junto com Mévio, sendo a pena imposta totalmente ilegal.

2 – DA TEMPESTIVIDADE.

Conforme se nota a intimação da sentença condenatória foi disponibilizada no

DJE em xx/xx/xx., sendo o início do prazo o dia subsequente da publicação

conforme previsto os artigos 798, §1º.

Deste modo, considerando o contido o artigo 593 do CPP que prevê prazo de 5

cinco dias, para interposição de apelação, findar-se á o prazo em xx.xx.xx

sendo o presente recurso tempestivo, uma vez que está sendo interposto

antes desta data.

3. DO DIREITO.

PRELIMINARMENTE

O acusado fora condenado a pena de 20 (vinte) anos de pela suposta prática

do crime de homicídio, previsto no artigo 121 do Código Penal,


Importante ressaltar, inicialmente, que a Constituição Federal, em seu artigo 5º,

inciso LV, assegura a todo acusado o contraditório e a ampla defesa, com

todos os meios e os recursos inerentes.

Assim, a omissão do advogado de defesa em relação a apresentação das

alegações finais, evidencia-se o cerceamento de defesa, tendo em vista que

ninguém pode ser condenado sem que os atos essenciais de defesa no

processo sejam apresentados.

Posto isso, não há de se caracterizar o exposto no artigo 565 do Código de

Processo Penal, visto que no momento da omissão, era de responsabilidade do

magistrado a um defensor público para que houvesse a apresentação das

alegações finais.

Dessa forma, resta demonstrado a ofensa do princípio do contraditório e ampla

defesa, dando causa a nulidade suscitada no artigo 564, IV do Código de

Processo Penal. Conforme consolidado pelo Supremo Tribunal Federal, na

súmula 523 “No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta,

mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu”.

DO MÉRITO.

Ao contrário do denunciado, o acusado apesar de estar presente quando

ocorrido o furto, não cometeu o crime de homicídio, que foi praticado

exclusivamente por médio, no qual matinha arma de fogo sem o conhecimento

de Tício.
Conforme se pode notar através da testemunha x, na hora do fato, ao ver a

vítima, proprietária do veículo, Tício evadiu-se do local, deixando Mévio que em

um ato de desespero disparou contra a vítima que morreu no local.

Partindo daí, não poderia ter sido imputada a pena de homicídio a Tício, que

apenas tentou o crime de furto.

Ademais, conforme se depreende dos autos, em fase de instrução foi realizada

a oitiva de testemunhas da acusação que não conseguiram demonstrar a

evidência de qualquer indício que indicasse a autoria do acusado.

Dessa forma, faz-se necessário a absolvição do réu, com base no artigo 386,

inciso VII, Código de Processo Penal. Ocorrendo a reforma da r. Sentença para

que seja declarada a absolvição do acusado, visto que não existem provas

suficientes para sua condenação.

Assim, a dúvida deve levar, necessariamente, à absolvição, em apreço à

constitucional presunção de inocência, a menos que haja robusto conjunto

probatório a elidi-la.

Contudo, não é o que ocorre nos autos, sendo manifesta a insuficiência

probatória. Assim, imprescindível a absolvição do apelante da acusação do


delito de furto qualificado, conforme previsão do Código de Processo Penal,

artigo 386, inciso VII.

Para que haja a imputação de qualificadora no tipo penal deve se fazer prova

da existência dos fatos que levem a tanto.

No caso em questão, não se pode abstrair da análise dos autos quaisquer

provas que remetam ao embasamento da qualificação do crime de homicídio

Deveria nos autos carrear provas suficientes do crime cometido pelo réu, o que

conforme demostrado não existe.

Destarte, fica impossível a imputação dada ao réu, diante da total inexistência

de provas de quaisquer gêneros.

Ante o exposto, requer a classificação de comício para o crime do furto a furto

simples, conforme o art. 155 do CP.

Deste modo, se for do entendimento deste Ilmo. Juízo, da aplicação do crime

de furto, requer desde já substituição da pena privativa de liberdade pela

restritiva de direitos, tendo em vista o réu se encaixar os moldes do artigo 44, II

e III do CPP.
4. DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer:

a) Seja o presente recurso conhecido e provido, sendo anulada a r. Sentença

de fl. X., com fulcro no inciso IV, do artigo 564, do Código de Processo Penal e

súmula 523 do STF.

b) , seja o réu absolvido, ante a insuficiência de prova para condenação, com

fulcro no art. 386, VII do Código de Processo Penal.

c) Na hipótese da não aceitação das teses anteriores, que seja desclassificado

o crime homicídio para a figura de furto simples do mesmo, qual seja, artigo

155 “caput” do Código Penal.

d) Finalmente, caso não seja este o entendimento de Vossa Excelência,

requer-se a substituição da pena privativa de liberdade pela pena restritiva de

direitos, aplicando o artigo 44, II e III do Código Penal.

Local e data

Advogado _________________

OAB nº _________

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