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EXMO.(A) SR.(A) DR.

JUIZ(A) DA __ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE


CONTAGEM/MG

PROCESSO N° XXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXX

Denival Soares, já qualificado nos autos do processo criminal em epígrafe, por


intermédio de seu advogado que esta subscreve, vem, perante Vossa
Excelência, expor e requerer, pelos motivos, fundamentos e fatos a seguir
delineados.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Contagem, 23/10/2022

1. DOS FATOS
O acusado Denival Soares está sendo processado como incurso da prática do
delito previsto no artigo 121, § 2º, inciso IV, do Código Penal fixando como pena
final o total de 21 (vinte e um) anos de reclusão em regime fechado, por ter
supostamente cometido crime de homicídio qualificado.
Ocorre que a respeitável sentença emanada por este juízo encontra-se com
vícios da contradição e da omissão, fator condicionante dos presentes
embargos declaratórios, os quais tem por objetivo a correção de tais faltas,
restituindo a plena validade da decisão.
A omissão da referida decisão adveio da falta das indicações dos motivos e
provas que dirigem-se a pena aplicada ao acusado e dos parâmetros pelos
quais foi estabelecida.
Em suma, não houve qualquer justificativa ou fundamentação quando se
determinou a pena imposta.

2. DO DIREITO

2.1 DA AUSÊNCIA DE PROVAS


O acusado fora condenado pela suposta prática do crime de homicídio
qualificado previsto no artigo 121, § 2º, inciso IV, do Código Penal, com
aumento de pena por circunstância judicial de crime como sendo torpe, maus
antecedentes e agravante da reincidência.
Importante ressaltar, inicialmente, que a Constituição Federal, em seu artigo
5º, inciso LV, assegura a todo acusado o contraditório e a ampla defesa, com
todos os meios e os recursos inerentes.
Compulsando os Autos, verifica-se que a Denúncia se baseou unicamente em
denúncias anônimas colhidas na fase investigatória onde não é observado o
contraditório e a ampla defesa, ferindo, pois o princípio da presunção de
inocência esculpido na Carta Magna em seu Art. 5º, inciso LVII.

É improcedente e injusta a ação penal movida contra o Sr. Denival, uma vez
que o processo foi alicerçado em meras presunções. A acusação levada a
efeito não pode subsistir, já que nos presentes autos, nada existe capaz de
legitimar a condenação.

Restou configurado como única conduta do acusado as denúncias anônimas


colhidas pelo policial responsável pelas investigações, o que não configura
crime algum capitulado em nosso Código de Processo Penal como traz o artigo
386, incisos I, II, V e VII e artigo 397 incisos I e II:

“Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que
reconheça:

I - Estar provada a inexistência do fato;


II - Não haver prova da existência do fato;
V – Não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal;

VII – não existir prova suficiente para a condenação.”

“Art. 397. Após o cumprimento do disposto no artigo 396-A, e parágrafos, deste Código, o
juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar:

I – A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; (Incluído pela Lei


nº 11.719, de 2008).
II – A existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, salvo
inimputabilidade; (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).

Para tanto, faz-se necessário que a denúncia contenha expressamente os


elementos e provas que levaram à conclusão deste comprometimento do
acusado, o que não se vislumbra no presente caso.

3. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer:

I – A imediata aplicação do Artigo 397, incisos I e II c/c Art. 386, incisos I, II, V e
VII ambos do Código de Processo Penal, com o fim de se ABSOLVER
SUMARIAMENTE o acusado, haja vista existir circunstâncias que excluem e
isentam o crime bem como a pena a ser imposta, levando-se e em Estado de
Necessidade.
II - Requer a oitiva das mesmas testemunhas arroladas pela defesa, pugnando
desde a intimação pessoal destas para comparecimento em juízo.
III - Seja reconhecida a imediata Absolvição Sumária do Acusado, bem como,
seja reconhecida a Inépcia da Denúncia, procedendo-se o seu arquivamento,
com base na ausência de provas da conduta típica do acusado.
IV - E no caso de não aceitação da Absolvição, requer seja aplicada tão
somente, a pena de multa pecuniária no seu patamar mínimo.

Nestes termos, pede deferimento.

Advogada Natália Oliveira

OAB/MG nº XXXXXX

Contagem, 23/10/2022

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