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RESPOSTA À ACUSAÇÃO

Em tese, se não for arguida alguma das exceções processuais, será a primeira
manifestação do Acusado no processo penal. A apresentação da peça se dá
em virtude da citação do réu.

Previsão legal: arts. 396 e 396-A do Código de Processo Penal e para os


processos que tramitam no rito do júri: art. 406 do mesmo Diploma Legal

Prazo: 10 dias a partir da citação (dias corridos)

Legitimidade: Trata-se de peça privativa da Defesa, que deve ser apresentada


pelo Acusado por intermédio de seu advogado ou defensor.

Fundamentação Jurídica: Preliminares: nulidades, causas extintivas de


punibilidade devem ser arguidas, caso presente a situação no caso concreto.

Mérito: será examinado caso as preliminares não tenham sido acolhidas. O


objetivo principal é, em regra, alcançar a absolvição sumária do Acusado, e,
para isso, deve-se observar as hipóteses contidas no art. 397 do Código de
Processo Penal.

Teses subsidiárias: deve-se imaginar situações nas quais o pedido principal


(mérito) não foi atendido (exemplo: desclassificação)
Pedido: Deve ser elaborado de acordo com a arguição feita no campo “Do
Direito” (preliminares, absolvição, desclassificação, etc.). Pode-se requerer o
cumprimento de diligências, juntada de documentos.

Testemunhas: Importante arrolar testemunhas. É importante que se requeira a


oitiva de testemunhas em caráter de imprescindibilidade no procedimento do
tribunal do júri, a fim de que possa haver substituição no caso de ausência, por
exemplo.

Nomenclatura e Verbo

No preâmbulo da peça, utilize o verbo “apresentar”.

* Titular da ação: Acusação. Ministério Público, Querelante.


* Autor do fato: Réu, Denunciado, Acusado, Querelado.
MODELOS/ESTRUTURA (EXEMPLOS) DE RESPOSTA À ACUSAÇÃO

1º exemplo: Resposta à Acusação Simples (quando não se faz arguição de


matérias preliminares ou de mérito / é bastante utilizada na prática, tendo em
vista que com essa estrutura, e por questões estratégicas da Defesa, não se
adianta a tese defensiva para o Ministério Público) Observação: para o Exame
de Ordem não se apresenta esse modelo tendo em vista que não há raciocínio
jurídico desenvolvido)

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DO


TRIBUNAL DO JÚRI DA CIRCUNSCRIÇÃO JUDICIÁRIA DE SAMAMBAIA-
DF.

Processo n. (indicar o número completo e de forma correta do processo)

NOME COMPLETO DO ACUSADO, já devidamente


qualificado nos presentes autos, por intermédio de seu advogado, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 406
do Código de Processo Penal, apresentar

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

sob os termos adiantes expostos.

I – DOS FATOS

1. Narra a peça acusatória que o Acusado supostamente


(indicar o fato imputado com as suas circunstâncias).
2. Por tais razões, o Ministério Público ao oferecer a
denúncia, requereu a condenação do Réu como incurso nas penas do art.
(indicar o dispositivo legal imputado).

II – DA MATÉRIA DE DEFESA

3. O Acusado não concorda com as acusações formuladas na


denúncia. A Defesa reserva-se no direito de apresentar a tese defensiva em
sede de alegações finais.

III- DAS TESTEMUNHAS

4. Indica as mesmas testemunhas arroladas pelo Ministério


Público às fls. (ou Id – caso o processo já seja eletrônico), sob cláusula de
imprescindibilidade.
5. Entretanto, em observância ao princípio da ampla defesa,
reserva-se no direito de, a qualquer tempo, arrolar outras testemunhas ou
substituir as arroladas por outras que contribuam na elucidação dos fatos.

IV- DOS PEDIDOS

6. Ante o exposto requer:

a) O recebimento desta Resposta à Acusação;


b) A intimação das testemunhas arroladas para comparecerem à
audiência de instrução e julgamento (ou instrução e
interrogatório se se tratar de processo sob o rito do júri);
c) Se houver alguma diligência a ser requerida, indicar a sua
realização.
Termos em que,
Pede Deferimento.

Local, data.

ADVOGADO
OAB
2º exemplo: Resposta à Acusação Complexa: nesse modelo, havendo tese
de preliminar ou de mérito a ser desenvolvida, deve-se redigir a peça com as
argumentações de cunho jurídico pertinentes e claro, relacionada com a prova
já encartada aos autos, ou a que se juntará com a peça. Observação: esse é o
modelo de peça cobrado no Exame de Ordem e na nossa pesquisa acadêmica,
pois aqui, há o desenvolvimento de raciocínio jurídico).

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA


COMARCA DE BELO HORIZONTE - MG

Processo n. (indicar o número completo e de forma correta do processo)

NOME COMPLETO DO ACUSADO, já devidamente


qualificado nos presentes autos, por intermédio de seu advogado, vem
respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento nos arts.
396 e 396-A do Código de Processo Penal, apresentar

RESPOSTA À ACUSAÇÃO

sob os termos adiantes expostos.

I – DOS FATOS

Narra a peça acusatória que o Acusado supostamente (indicar o fato


imputado com as suas circunstâncias).
Por tais razões, o Ministério Público ao oferecer a denúncia, requereu a
condenação do Réu como incurso nas penas do art. (indicar o dispositivo legal
imputado).
II – DO DIREITO

Por estes fatos supracitados, o Nobre Promotor da Justiça denunciou o


réu como incurso nas penas do artigo 155, caput, c/c art. 14, inciso II, ambos
do Código Penal.
De acordo com o que consta nos autos do processo verifica-se que não
há tipicidade material na conduta delitiva praticada pelo Acusado, como será
demonstrados adiante:
Conforme consta no laudo de avaliação econômica, fl.xx, as oito barras
de ferro foram avaliadas em R$184,00 (cento e oitenta e quatro reais). Assim,
há de salientar que o valor em questão é ínfimo considerando o fato que a
vítima é uma Madeireira, o que torna o seu prejuízo mínimo. Além do que os
objetos foram recuperados intactos, posto que o réu não conseguiu concretizar
o seu intento.
Dessa forma, cabe a aplicação do princípio da insignificância, pois estão
presentes os seguintes critérios: o valor do objeto do crime, a mínima
ofensividade da conduta do agente, a ausência de periculosidade social da
ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a
inexpressividade da lesão jurídica causada. O que justifica a exclusão da
tipicidade da conduta delitiva no presente caso por tal princípio.
Assim, o decreto da absolvição sumária do Acusado é medida forçosa
que se impõe como medida de se fazer a mais lídima e escorreita Justiça.
(Continue o desenvolvimento de seu raciocínio, indicando doutrina,
jurisprudência, conforme todas as informações já passadas para construir a
argumentação jurídica).

III – DAS TESTEMUNHAS

Caso Vossa Excelência não decida por absolver sumariamente o Réu, o


que se admite apenas por amor ao debate, a Defesa indica as mesmas
testemunhas arroladas pelo Ministério Público na denúncia no ID xx, sob
cláusula de imprescindibilidade.

IV- DOS PEDIDOS

Ante o exposto requer:

a) Que o Acusado seja ABSOLVIDO sumariamente, com fulcro


no art. 397, inciso III do Código de Processo Penal com base no princípio da
insignificância ou bagatela, conforme argumentos acima aduzidos;
b) Caso não seja esse o entendimento de Vossa Excelência,
requer a intimação das testemunhas arroladas para comparecerem à audiência
de instrução e julgamento a ser designada por este Douto Juízo de Direito.

Termos em que,
Pede Deferimento.

Local, data.

ADVOGADO
OAB
CASO PARA RESOLUÇÃO

Instruções: a peça poderá ser redigida de forma manuscrita ou digitada.

A peça deverá ser apresentada para a professora em sala de aula e assinada


ata de apresentação do trabalho pelo aluno em sala de aula para a validação
de pontuação.

Lembro que esse é o momento de aplicar o conhecimento adquirido


anteriormente na resolução dos casos e trabalhar apenas e tão somente com
as informações contidas no enunciado do caso.

Prazo: 09/09/2022 caso você não consiga terminar a peça no dia da nossa
aula, oportunidade na qual a peça deverá ser apresentada para a
professora para assinatura da ata de entrega/apresentação.

Não serão aceitas atividades apresentadas fora do prazo estabelecido e por


outro meio de entrega.

Visando abrir uma lanchonete, João pede R$10.000,00 (dez mil reais)
emprestados à Mariano, assinando, como garantia, uma nota promissória no
aludido valor, com vencimento para o dia 15 de maio de 2017. Na data
mencionada, não tendo havido pagamento, Mariano telefona para João e,
educadamente, cobra a dívida, obtendo do devedor a promessa de que o valor
seria pago em uma semana. Findo o prazo, Mariano novamente contata João,
que, desta vez, afirma estar sem dinheiro, pois a lanchonete não apresentara o
lucro esperado. Indignado, Mariano comparece no dia 24 de maio de 2017 à
lanchonete e, mostrando para João um revólver que trazia consigo, afirma que
a dívida deveria ser saldada imediatamente, pois, do contrário, João pagaria
com a própria vida. Aterrorizado, João entra na lanchonete e telefona para a
Polícia, que, ao chegar ao local, não encontra Mariano. Os fatos acima
narrados foram levados ao conhecimento do Delegado de Polícia da
localidade, que instaurou inquérito policial para apurar as circunstâncias do
ocorrido. Ao final da investigação, tendo Mariano confirmado a ocorrência dos
fatos, em sua integralidade, o Ministério Público o denuncia pela prática do
crime de extorsão qualificada pelo emprego de arma de fogo. Recebida a
denúncia pelo juízo da 5ª Vara Criminal da Circunscrição Judiciária de
Taguatinga-DF, o réu é citado no dia 23 de janeiro de 2018. Procurado por
Mariano para representá-lo na ação penal instaurada, sabendo que Antônio e
Carlos presenciaram os telefonemas de Mariano cobrando a dívida vencida, e
com base somente nas informações de que dispõe e nas que podem ser
inferidas do caso apresentado, redija, no último dia do prazo, a peça cabível,
invocando os argumentos em favor de seu constituinte.

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