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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA 3º JUIZADO ESPECIAL


CÍVEL DA COMARCA DE NITERÓI – RJ.

Processo Nº: 0819252-42.2023.8.19.0002

JULIA FERREIRA RODRIGUES, já qualificado nos Autos de Ação


Indenizatória que move contra a NEOTIN - NEONATAL TERAPIA
INTENSIVA LTDA E UNIMED RIO COOPERATIVA DE TRABALHO
MÉDICO LTDA,, em curso nesse r. Juízo, em causa própria, vem,
respeitosa e tempestivamente, à presença de V. Exa., para apresentar suas

CONTRARRAZÕES DE RECURSO INOMINADO

em anexo, requerendo sejam apensadas aos Autos, para os devidos efeitos.

Termos em que,

Espera deferimento.

Rio de Janeiro, 20 de Setembro de 2023.

EMANUELLE GOMES FERREIRA PEREIRA

ADVOGADA – OAB/RJ 177.581


EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO.

Autos nº 0819252-42.2023.8.19.0002

Recorrida: JULIA FERREIRA RODRIGUES

Recorrente: NEOTIN - NEONATAL TERAPIA INTENSIVA LTDA E


UNIMED RIO COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO LTDA

EMÉRITOS JULGADORES,

CONTRARRAZÕES DE RECURSO INOMINADO

A Recorrente inconformada com a R. Sentença de fls., proferida pelo


Juízo de 1º Grau, ingressou com o Recurso Inominado, na tentativa de ver a
mesma reformada.

Deve, data vênia, ser mantida a decisão do Juízo Monocrático que


concluiu pela procedência da ação e condenou a Ré/Apelante a Indenizar a
Autora/Apelado pelos danos materiais e morais.

Ao contrário do que sustenta a Recorrente, a decisão do Juízo


Monocrático, contra a qual se insurge, não só espelha, com exatidão, a
prova dos autos, como, inclusive, retrata com extrema fidelidade a
jurisprudência dominante nos pretórios superiores.

O Poder Judiciário deu solução ao caso e o uso da faculdade recursal


por parte do Apelante não passa de inconformismo caracterizador de
litigância de má-fé. O recorrente não trouxe de forma fundamentada as
razões de fato e de direito que poderiam ensejar uma mudança na sentença
de piso.

Nas razões recursais o recorrente não faz mais que trazer ilações sem
fundamento jurídico, incapazes de tangenciar o entendimento adotado pelo
juízo a quo na sentença. No recurso do recorrente se verifica que sua
interposição se deu por puro inconformismo, de modo que a sentença
atacada deve ser mantida em sua inteireza.

Ressalte-se que a Sentença recorrida não diverge do que está


sendo decidido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro
em relação à matéria elencada na Exordial, não se constituindo, por
conseguinte, em pressuposto fundamental à propositura do recurso em tela.

I. Da ausência de fundamento de fato e de direito da apelação e da


litigância de má-fé por interposição de recurso manifestamente
protelatório

O Recurso necessariamente conterá os fundamentos de fato e de


direito que justificam a modificação da decisão, conforme art. 514, II, CPC.
Repetir nas razões de recurso inominado as mesmas matérias deduzidas na
contestação é devolver para o Tribunal a análise destas mesmas peças,
desvirtuando, via de consequências, a competência recursal,
desconsiderando por completo o já decidido e sobre o que incidirá o Juízo
de valor da Segunda Instância.

Verifica-se que as razões do recurso repetem os termos da


contestação, o que não se admite, na medida em que o apelante busca,
através de seu recurso, a reforma das decisões de Primeiro Grau
(sistemática lógica da processualística); e para que alcance tal
resultado deve, por óbvio, indicar o erro da sentença, o que não
apontou e nem existiu! A sentença está correta!

Mister que a peça de resistência indique com precisão qual o


equívoco da decisão hostilizada, onde as provas foram mal apreciadas, em
que ponto (s) o Magistrado de Primeiro Grau se apoiou de maneira errada
ou deixou de deitar sua atenção. O que NÃO FOI FEITO PELOS
RECORRENTES

No caso o apelante não se preocupou em rebater a fundamentação


exposta na decisão impugnada, não traçando qualquer comentário que seja
sobre o que foi ali exposto. Desta forma, verifica-se irregularidade na
Apelação, que não procurou levar ao Tribunal qualquer alegação de
equívoco a justificar a reforma da sentença. Neste sentido vem decidindo o
TJSP:

I. CADERNETA DE POUPANÇA - COBRANÇA DE EXPURGOS


INFLACIONÁRIOS. FALTA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA - Recurso que não
impugna especificamente a r. Sentença -Reiteração dos termos da contestação -
Violação ao artigo 514, II e III do CPC. Recurso não conhecido (TJSP, 37ª Câmara
de Dir. Privado, A. C nº 990.09.315298-3, Des. Rel. Tasso Duarte de Melo, v. U., j.
17/03/2010, grifo nosso).

II. AÇÃO MONITORIA - Razões de apelação que não apresentam fatos e fundamentos
que demonstrem o desacerto da sentença, sendo cópia dos embargos opostos - A
repetição em razões de apelação do contido em peças anteriormente analisadas
desvirtua a finalidade do recurso. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - Reconhecimento -
Apelante que opôs resistência injustificada ao andamento do processo e interpôs recurso
manifestamente protelatório, nos termos do disposto no artigo 17, incisos IV e VII,
do Código de Processo Civil - Aplicação das penalidades previstas no artigo 18, do
mesmo Diploma Legal. Recurso não conhecido (TJSP, 37ª Câmara de Dir. Privado, A.
C nº 0017557-49.2008.8.26.0477, Des. Rel. Luís Fernando Lodi, v. U., j. 30/09/2010,
grifo nosso).
III. AÇÃO REVISIONAL - Razões de apelação que não apresentam fatos e
fundamentos que demonstrem o desacerto da sentença, sendo cópia da contestação - A
repetição em razões de apelação do contido em peças anteriormente analisadas
desvirtua a finalidade do recurso. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - Reconhecimento -
Apelante que opôs resistência injustificada ao andamento do processo e interpôs recurso
manifestamente protelatório, nos termos do disposto no artigo 17, incisos IV e VII,
do Código de Processo Civil - Aplicação das penalidades previstas no artigo 18, do
mesmo Diploma Legal. Recurso não conhecido (TJSP, 37ª Câmara de Dir. Privado, A.
C nº 0001355-52.2010.8.26.0048, Des. Rel. Luís Fernando Lodi, v. U., j. 30/09/2010,
grifo nosso).

É o caso, aliás, de aplicação das penas da litigância de má-fé. O


recorrente recorreu por recorrer, o que permite reputá-lo litigante de má-fé,
já que opôs resistência injustificada ao andamento do processo, trazendo
prejuízo a Recorrida e interpôs recurso com intuito meramente protelatório,
nos termos do disposto no artigo 17, incisos IV e VII, do Código de
Processo Civil, sendo o caso de aplicação das penas previstas no artigo 18,
do mesmo Diploma Legal.

Deste modo o recurso interposto pelo apelante não merece sequer ser
conhecido, diante da falta do requisito trazido pelo art. 514, II, CPC, razão
pela qual se requer sua rejeição liminar e a condenação do apelante em
litigância de má-fé diante do caráter meramente protelatório do
recurso de apelação.

Ademais, a Apelante insurge-se afirmando que a Recorrida não


apresentou contato com a Recorrente, ora, Excelências, a Inicial foi
acostada com DIVERSOS PROTOCOLOS de atendimento do
Autor/Recorrido juntamente com os prepostos da Ré/Recorrente.

Importante, dizer que a Ré/Apelante NÃO COMPROVOU a


prestação do serviço corretamente, pelo contrário, na Contestação
CONFIRMOU O DANO, ora, a Sentença esta correta, em nada devendo
ser alterada. Logo, surge o dever de indenizar.

Do Pedido

Diante do exposto, requer aos Nobres Julgadores sejam apreciadas as


contrarrazões do recurso de Apelação, para confirmar a decisão prolatada
pelo Nobre Julgador a quo na integra.

Nestes termos,

Pede deferimento.

Niterói, 20 de Setembro de 2023.

EMANUELLE GOMES FERREIRA PEREIRA

ADVOGADA – OAB/RJ 177.581

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