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PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.
CONTESTAÇÃO
(artigo 30 da Lei Federal n. 9.099/95)
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BREVE SÍNTESE DA DEMANDA
E inobstante argumentar que o índice definido pela ANS é o percentual máximo a ser
aplicado, fato esse será a seguir devidamente esclarecimento, pois é claramente
equivocado e desapegado aos normais regulamentadoras dos planos de saúde.
Por fim, requer seja julgada procedente a presente demanda, declarar (i) a
abusividade dos índices praticados pelas requeridas nos anos de 2017 (34%), 2018
(17%) e 2019 (14,5%) e para condenar as requeridas (ii) na obrigação de fazer
consistente em fixar a mensalidade da parte autora e de seus dependentes em R$
199,46 (cento e noventa e nove reais e quarenta e seis centavos) – valor alcançado
com a aplicação dos índices da ANS nos moldes da tabela da ANS; (iii) na
restituição dos valores cobrados a maior num total de R$ 2.733,72 (dois mil e
setecentos e trinta e três reais e setenta e dois centavos); ao (iv) ao pagamento
de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
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(art. 489, § 1º, inciso VI1 e art. 926, caput, ambos do CPC/15) ou pela correta
realização do cálculo atuarial para incidência no contrato, conforme será a seguir
delineado.
PRELIMINAR
Inicialmente, deve ser ponderado que a primeira requerida (Unimed Norte Capixaba)
entende que a complexidade da causa (objeto da demanda) contraria a
celeridade, a simplicidade, a informalidade e a oralidade, posto que são
características do rito processual especial, além de necessitar da realização de prova
técnica pericial.
Diante disso e muito embora a pretensão autoral diga respeito apenas na ilegalidade
de aplicação de reajuste por sinistralidade acima do índice fixado pela ANS, não
havendo de forma explicita o questionamento quanto ao índice aplicado, observa-se
claramente que esse também é o plano de fundo da demanda.
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Art. 489. São elementos essenciais da sentença: [...] § 1o Não se
considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que: [...] VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
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EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. PROVA. PERÍCIA ATUARIAL.
REAJUSTE. EXCLUSIVAMENTE. FAIXA ETÁRIA. 60 ANOS DE IDADE
OU MAIS. NECESSIDADE.
1. É necessária e adequada aprova pericial atuarial
quando o objetivo do recorrente é demonstrar um
aumento excepcional da sinistralidade por faixa etária
e o comprometimento do equilíbrio econômico
financeiro do contrato em decorrência disso, a
autorizar um reajuste contratual dirigido a essa
determinada faixa etária.
2. Esta colenda quarta Câmara Cível, em outra ocasião, já salientou
que a majoração do valor das contribuições mensais por acréscimo
de sinistralidade - A gerar desequilíbrio entre despesas e receita
capaz de tornar insustentável a manutenção do plano - Deve ser
cabalmente demonstrada e, atendendo-se ao princípio basilar da
boa-fé contratual, distanciar-se do mínimo esboço de abusividade.
(TJES; EDcl-AI 0023350-29.2012.8.08.0024; Quarta Câmara Cível;
Rel. Des. Samuel Meira Brasil Junior; Julg. 24/06/2013; DJES
03/07/2013)
MÉRITO
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Não obstante a contrariedade do requerente, o reajuste por sinistralidade poderá
ser aplicado aos contratos de plano de saúde coletivos (art. 2º, incisos II e III
da RN 195 da ANS) e ele não se confunde com o reajuste por mudança de faixa
etária (não há incidência dessa modalidade de reajuste ao contrato do requerente),
inclusive esse reconhecimento de aplicabilidade e, por consequência, de legalidade
foi realizado pelo Superior Tribunal de Justiça:
Além da legalidade ter já sido reconhecida pelo Guardião da Lei Federal (STJ), ela
também é reconhecida pela JURISPRUDÊNCIA da Egrégio Tribunal do Estado
do Espírito Santo, vejamos:
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EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. PLANO DE
SAÚDE COLETIVO. MAJORAÇÃO DA MENSALIDADE. AUSÊNCIA
DE DEFINIÇÃO PELA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. VEDAÇÃO
AO ABUSO DE DIREITO. REAJUSTE POR SINISTRALIDADE.
CLÁUSULA VÁLIDA. NECESSIDADE DE SE MANTER O
EQUILÍBRIO CONTRATUAL. DESEQUILÍBRIO COMPROVADO
POR LAUDO PERICIAL. LICITUDE DO REAJUSTE. IMPROCEDÊNCIA
DO PEDIDO AUITORAL.RECURSO DESPROVIDO.
1) Os planos de saúde coletivos não têm seus reajustes definidos
pela Agência Nacional de Saúde – ANS, o que, todavia, não
confere liberdade ilimitada às operadoras, as quais não podem
aumentar as mensalidades de forma abusiva, adotando postura
contrária à boa-fé objetiva. Precedentes do TJES.
2) É admitido o reajuste por sinistralidade, a
fim de se manter o equilíbrio contratual, não
se revelando abusivo o aumento da
mensalidade em razão da utilização do plano
de saúde em percentual acima da média,
desde que comprovado o desequilíbrio por
meio de cálculo atuarial. Precedentes do TJES.
3) No caso, o laudo pericial demonstrou aumento significativo da
despesa com o custeio de serviços médicos e hospitalares não
acompanhado pelo aumento da receita advinda das
mensalidades, justificando seu reajuste.
4) Recurso desprovido.
(TJES, Classe: Apelação, 14179000451, Relator: JOSÉ PAULO
CALMON NOGUEIRA DA GAMA, Órgão julgador: SEGUNDA
CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 20/06/2017, Data da
Publicação no Diário: 28/06/2017)
Dito isso, muito embora a pretensão autoral (de excluir a aplicar do reajuste por
sinistralidade, aplicando apenas o índice da ANS), a própria parte sustenta em sua
petição inicial que aderiu a um plano de saúde COLETIVO e, por isso, não se
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Sendo assim, a assertiva exposta na petição inicial de que o percentual
máximo a ser aplicado a título de reajuste anual deve ser o fixado pela ANS
não se aplica à modalidade de plano de saúde por ele contratada
(COLETIVO).
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faturas) nem mesmo do pagamento de referidos boletos (inexistência de juntada
dos respectivos comprovantes de pagamento), ou seja, a parte autora não se
desincumbiu de seu ônus probatório de comprovar os fatos construtivos de seu
direito.
Dessa forma, diante da legalidade do reajuste aplicado e também não tendo a parte
comprovado a integralidade dos pagamentos que busca serem restituídos o pedido
(iii) condenatório na restituição dos valores cobrados a maior num total de
R$ 2.733,72 (dois mil e setecentos e trinta e três reais e setenta e dois centavos),
deverá ser JULGADO IMPROCEDENTE.
Assim, para a ocorrência da responsabilidade deve haver uma conduta ilícita, que
contrarie ao direito e aos costumes, capaz de acarretar prejuízo a outra parte
(vítima), sendo que entre estes deve ter uma ligação, ou seja, o dano deve ter
advindo daquela conduta realizada pelo agente, o que não se caracterizada no
presente caso. Cumpre observar, que a ausência de qualquer desses requisitos
exclui a responsabilidade daquele a qual foi imputado o ato.
Nesse sentido, o Código Civil vigente estabelece em seu artigo 186 que “aquele que,
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”; e o artigo 927
do mesmo diploma, complementa a prescrição legal ao asseverar que quando
alguém por ato ilícito causar dano a outrem ficará obrigado a repará-lo.
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Sendo assim, não há que se falar em responsabilização civil por dano moral, pois não
se vislumbra no caso em tela o preenchimento dos requisitos ensejadores da
mesma, haja vista que não houve, por parte da primeira requerida, violação a
nenhum direito da parte autora e nem qualquer tipo de dano psicológico na
situação ocorrida, ou mesmo, a prática de ato ilícito, pois atuou dentro dos
parâmetros da contratuais e normativos.
DOS PEDIDOS
Termos em que
Pede deferimento.
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