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AO JUÍZO DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL, CRIMINAL E FAZENDA

PÚBLICA DA COMARCA DE NOVA VENÉCIA, NESTE ESTADO DO ESPÍRITO


SANTO.

PROCESSO Nº xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

CONTESTAÇÃO
(artigo 30 da Lei Federal n. 9.099/95)

REQUERIDA: UNIMED NORTE CAPIXABA – COOPERATIVA DE


TRABALHO MÉDICO, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob
o nº 35.988.963/0001-20, com sede estabelecida na Avenida Augusto
Calmon, 2.087, Colina – Linhares - Estado do Espírito Santo, CEP 29.900-
060, por seu representante legal, DR. TELMO HENRIQUE FIOROTT, brasileiro,
casado, médico, residente e domiciliado na Av. Governador Jones dos Santos
Neves, nº 1.76, bairro Colina, Linhares/ES.

REQUERENTE: XXXXXXXXXXX, devidamente qualificado nos autos do processo


em epígrafe.

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BREVE SÍNTESE DA DEMANDA

O requerente alega, em apertada síntese, que contratou com a segunda requerida


(VITAL) plano de saúde coletivo da primeira requerida (UNIMED) para e sua
esposa, sendo, na data da contratação (04/07/2016), a mensalidade no valor de R$
148,77 (cento e quarenta e oito reais e setenta e sete centavos).

Todavia, segundo consta na inicial, na data de aniversário do contrato


(julho/2017), foi surpresado com reajuste de 35% (trinta e cinco por cento),
passando sua mensalidade para R$ 199,15 (cento e noventa e nove reais e quinze
centavos) e, por entender que o reajuste era acima do que fixado pela ANS, trocou
de operadora (na verdade de administradora), a terceira requerida (BENEVIX).

No ano seguinte (julho/2018), sustenta o autor, que o foi aplicado um reajuste de


18% (dezoito por cento) e no outro (julho/2019) o reajuste fixou no patamar de
15% (quinze por cento), ambos os percentuais acima do índice fixado pela ANS.

E inobstante argumentar que o índice definido pela ANS é o percentual máximo a ser
aplicado, fato esse será a seguir devidamente esclarecimento, pois é claramente
equivocado e desapegado aos normais regulamentadoras dos planos de saúde.

Por fim, requer seja julgada procedente a presente demanda, declarar (i) a
abusividade dos índices praticados pelas requeridas nos anos de 2017 (34%), 2018
(17%) e 2019 (14,5%) e para condenar as requeridas (ii) na obrigação de fazer
consistente em fixar a mensalidade da parte autora e de seus dependentes em R$
199,46 (cento e noventa e nove reais e quarenta e seis centavos) – valor alcançado
com a aplicação dos índices da ANS nos moldes da tabela da ANS; (iii) na
restituição dos valores cobrados a maior num total de R$ 2.733,72 (dois mil e
setecentos e trinta e três reais e setenta e dois centavos); ao (iv) ao pagamento
de indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

Todavia, a sua pretensão está fadada à IMPROCEDÊNCIA, seja pela legalidade do


reajuste por sinistralidade, conforme precedentes do Tribunal de Justiça deste Estado

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(art. 489, § 1º, inciso VI1 e art. 926, caput, ambos do CPC/15) ou pela correta
realização do cálculo atuarial para incidência no contrato, conforme será a seguir
delineado.

PRELIMINAR

INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL


CAUSA COMPLEXA
NECESSIDADE DE PERÍCIA TÉCNICA ATUARIAL

Inicialmente, deve ser ponderado que a primeira requerida (Unimed Norte Capixaba)
entende que a complexidade da causa (objeto da demanda) contraria a
celeridade, a simplicidade, a informalidade e a oralidade, posto que são
características do rito processual especial, além de necessitar da realização de prova
técnica pericial.

Diante disso e muito embora a pretensão autoral diga respeito apenas na ilegalidade
de aplicação de reajuste por sinistralidade acima do índice fixado pela ANS, não
havendo de forma explicita o questionamento quanto ao índice aplicado, observa-se
claramente que esse também é o plano de fundo da demanda.

Dito isso e somada com a evidente necessidade de realização da prova técnica


atuarial, buscando demonstrar que os índices de reajuste por sinistralidade
foram resultante da correta realização dos cálculos, levando em consideração todos
os fatores que a influencia, o rito escolhido se demonstra inadequado para o
processamento da ação e, caso nele prossiga, se estará em jogo princípios basilares
de processo (due process of law), sobretudo pela mitigação da ampla defesa da
operadora requerida.

A necessidade de prova técnica pericial é reconhecida em precedente do Egrégio


Tribunal de Justiça deste Estado e de outros tribunais, vejamos:

1
Art. 489. São elementos essenciais da sentença: [...] § 1o Não se
considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,
sentença ou acórdão, que: [...] VI - deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a
existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do
entendimento.
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EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. PROVA. PERÍCIA ATUARIAL.
REAJUSTE. EXCLUSIVAMENTE. FAIXA ETÁRIA. 60 ANOS DE IDADE
OU MAIS. NECESSIDADE.
1. É necessária e adequada aprova pericial atuarial
quando o objetivo do recorrente é demonstrar um
aumento excepcional da sinistralidade por faixa etária
e o comprometimento do equilíbrio econômico
financeiro do contrato em decorrência disso, a
autorizar um reajuste contratual dirigido a essa
determinada faixa etária.
2. Esta colenda quarta Câmara Cível, em outra ocasião, já salientou
que a majoração do valor das contribuições mensais por acréscimo
de sinistralidade - A gerar desequilíbrio entre despesas e receita
capaz de tornar insustentável a manutenção do plano - Deve ser
cabalmente demonstrada e, atendendo-se ao princípio basilar da
boa-fé contratual, distanciar-se do mínimo esboço de abusividade.
(TJES; EDcl-AI 0023350-29.2012.8.08.0024; Quarta Câmara Cível;
Rel. Des. Samuel Meira Brasil Junior; Julg. 24/06/2013; DJES
03/07/2013)

Diante disso, sendo controvertida a legalidade do índice de reajuste por sinistralidade


aplicado, a única prova capaz de solucionar o preterido ponto controverso
seria a prova técnica-pericial atuarial, o que, como já dito, é contrário à
simplicidade do procedimento dos Juizados Especiais Cíveis.

Assim, deverá ser DECLARADA A INCOMPETÊNCIA DO JUIZADO ESPECIAL para


processar e julgar a presente demanda, extinguindo-se o processo sem
resolução, nos termos do artigo 485, inciso IV do CPC/15 e do artigo 3° c/c
artigo 51, inciso II da Lei Federal n. 9.099/95.

MÉRITO

LEGALIDADE DO REAJUSTE POR SINISTRALIDADE


CONTRATO COLETIVO

Ultrapassados os temas preliminares de mérito (art. 331 do CPC/15) e em respeito


ao princípio da eventualidade, enfrenta-se o mérito da demanda, o qual,
inicialmente, busca, em tese, a declaração de ilegalidade/abusividade da previsão
contratual de reajuste anual em decorrência da sinistralidade apresentada.

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Não obstante a contrariedade do requerente, o reajuste por sinistralidade poderá
ser aplicado aos contratos de plano de saúde coletivos (art. 2º, incisos II e III
da RN 195 da ANS) e ele não se confunde com o reajuste por mudança de faixa
etária (não há incidência dessa modalidade de reajuste ao contrato do requerente),
inclusive esse reconhecimento de aplicabilidade e, por consequência, de legalidade
foi realizado pelo Superior Tribunal de Justiça:

EMENTA: CIVIL. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. VIOLAÇÃO DE


SÚMULA DE TRIBUNAL SUPERIOR. INCABÍVEL. ART. 6º, V, DO
CDC. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. REAJUSTE DA
MENSALIDADE EM RAZÃO DO AUMENTO DA
SINISTRALIDADE. POSSIBILIDADE. ABUSIVIDADE NÃO
RECONHECIDA PELO TRIBUNAL LOCAL. INTERPRETAÇÃO DE
CLÁUSULA CONTRATUAL E REEXAME DE PROVAS. SÚMULAS
NºS 5 E 7/STJ. 1. "Incabível a análise de Recurso Especial, por
quaisquer das alíneas do permissivo constitucional, que tenha
por fundamento violação de enunciado ou Súmula de tribunal
superior ". (agrg no aresp 462.700/mg, Rel. Ministro ricardo
villas bôas cueva, terceira turma, julgado em 22/05/2014, dje
05/06/2014). 2. O tema inserto no art. 6º, V, do CDC, tido por
contrariado, não foi objeto de debate no acórdão recorrido,
tampouco foram opostos embargos de declaração a fim de
suprir eventual omissão. É entendimento assente neste
Superior Tribunal de Justiça a exigência do prequestionamento
dos dispositivos tidos por violados, ainda que a contrariedade
tenha surgido no julgamento do próprio acórdão recorrido.
Incidem, na espécie, as Súmulas nºs 282 e 356 do Supremo
Tribunal Federal. 3. No que se refere ao reajuste da
mensalidade do contrato de saúde coletivo, a decisão
recorrida está em consonância com a jurisprudência
desta corte, pacífica ao afirmar que não é abusiva a
cláusula que prevê a possibilidade
de reajuste do plano de saúde, seja por variação de
custos, seja por aumento de sinistralidade. Incidente,
portanto, a Súmula n. 83/STJ. 4. O tribunal de justiça,
analisando o conjunto fático- probatório dos autos, bem como
interpretando as cláusulas do contrato, concluiu que
o reajuste da mensalidade, com base no aumento
da sinistralidade, não foi abusivo. Assim, não se mostra
possível modificar esse entendimento na via do especial, em
razão dos Enunciados N. 5 e 7 da Súmula do Superior Tribunal
de Justiça. Precedentes. 5. Recurso Especial não
provido. (STJ; REsp 1.483.244; Proc. 2014/0215649-2; SP;
Quarta Turma; Rel. Min. Luis Felipe Salomão; DJE
28/06/2016)
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EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO
DO ART. 535 DO CPC. OMISSÃO NÃO VERIFICADA. PLANO DE
SAÚDE COLETIVO. REAJUSTE. ABUSIVIDADE. INTERPRETAÇÃO
DE CLÁUSULA CONTRATUAL. REEXAME DE PROVAS. SÚMULAS
NºS 5 E 7/STJ. 1. Não há falar em negativa de prestação
jurisdicional se o tribunal de origem motiva adequadamente
sua decisão, solucionando a controvérsia com a aplicação do
direito que entende cabível à hipótese. 2. É possível
reajustar os contratos de saúde coletivos, sempre que a
mensalidade do seguro ficar cara ou se tornar inviável
para os padrões da empresa contratante, seja por
variação de custos ou por aumento de sinistralidade. 3.
Tendo a Corte de origem afastado a abusividade do reajuste
aplicado com base nas provas dos autos e no contrato firmado
entre as partes, a revisão de tal entendimento esbarra nos
óbices das Súmulas nºs 5 e 7 do Superior tribunal de Justiça.
4. Agravo regimental não provido. (STJ. AgRg nos EDcl no
AREsp 235.553/SP, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS
CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe
10/06/2015)

EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. CONTRATO DE SEGURO-SAÚDE EM GRUPO. PLANO
EMPRESARIAL. REAJUSTE DA MENSALIDADE EM RAZÃO
DO AUMENTO DA SINISTRALIDADE. POSSIBILIDADE.
IMPROVIMENTO. 1.- A jurisprudência da Terceira Turma, no
julgamento do REsp 1.102.848/SP, publicado no DJe de
25/10/2010, Relatora Ministra NANCY ANDRIGHI, Relator p/
Acórdão Ministro MASSAMI UYED, firmou o entendimento no
sentido de que é permitida a revisão ou o reajuste de contrato
de plano de saúde que causa prejuízo estrutural (artigos 478 e
479 do Código Civil - condições excessivamente onerosas),
sendo devida a complementação das mensalidades
depositadas em juízo. 2.- Agravo Regimental improvido. (STJ.
AgRg nos EDcl nos EDcl no AREsp 269.274/GO, Relator
Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
14/05/2013, DJe 06/06/2013.)

Além da legalidade ter já sido reconhecida pelo Guardião da Lei Federal (STJ), ela
também é reconhecida pela JURISPRUDÊNCIA da Egrégio Tribunal do Estado
do Espírito Santo, vejamos:

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EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA. PLANO DE
SAÚDE COLETIVO. MAJORAÇÃO DA MENSALIDADE. AUSÊNCIA
DE DEFINIÇÃO PELA AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE. VEDAÇÃO
AO ABUSO DE DIREITO. REAJUSTE POR SINISTRALIDADE.
CLÁUSULA VÁLIDA. NECESSIDADE DE SE MANTER O
EQUILÍBRIO CONTRATUAL. DESEQUILÍBRIO COMPROVADO
POR LAUDO PERICIAL. LICITUDE DO REAJUSTE. IMPROCEDÊNCIA
DO PEDIDO AUITORAL.RECURSO DESPROVIDO.
1) Os planos de saúde coletivos não têm seus reajustes definidos
pela Agência Nacional de Saúde – ANS, o que, todavia, não
confere liberdade ilimitada às operadoras, as quais não podem
aumentar as mensalidades de forma abusiva, adotando postura
contrária à boa-fé objetiva. Precedentes do TJES.
2) É admitido o reajuste por sinistralidade, a
fim de se manter o equilíbrio contratual, não
se revelando abusivo o aumento da
mensalidade em razão da utilização do plano
de saúde em percentual acima da média,
desde que comprovado o desequilíbrio por
meio de cálculo atuarial. Precedentes do TJES.
3) No caso, o laudo pericial demonstrou aumento significativo da
despesa com o custeio de serviços médicos e hospitalares não
acompanhado pelo aumento da receita advinda das
mensalidades, justificando seu reajuste.
4) Recurso desprovido.
(TJES, Classe: Apelação, 14179000451, Relator: JOSÉ PAULO
CALMON NOGUEIRA DA GAMA, Órgão julgador: SEGUNDA
CÂMARA CÍVEL, Data de Julgamento: 20/06/2017, Data da
Publicação no Diário: 28/06/2017)

EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL – PLANO DE SAÚDE COLETIVO –


REAJUSTE PROPORCIONAL – REEQUILIBRIO CONTRATUAL
– SINISTRALIDADE ABUSIVA NÃO DEMONSTRADA -
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – REDUÇÃO – IMPROCEDÊNCIA –
PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE DA VERBA ARBITRADA
- RECURSO IMPROVIDO.
1 – Embora a Agência Nacional de Saúde não imponha limitações
claras às operadoras de planos de saúde no tocante ao reajuste
da mensalidade dos planos contratados pelas pessoas jurídicas –
plano de saúde coletivo – o aumento da contraprestação não
pode ser realizada sem a observância de critérios claros e
razoáveis, devendo ser norteada pelo princípio da boa-fé
contratual.
2 -A jurisprudência pátria tem se manifestado
no sentido de que é permitida a majoração da
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mensalidade dos planos de saúde coletivos em
razão do aumento da sinistralidade, para se
manter o equilíbrio contratual, desde que haja
cláusula contratual e que o reajuste se dê com
base em cálculos atuariais.
3 – No caso em tela, tem-se que os cálculos atuariais
apresentados pela apelada satisfazem o requisito quanto o
reajuste com base na sinistralidade. Assim, não se verifica na
hipótese a alegada abusividade, na medida em que a operadora
do plano de saúde ¿documentalmente logrou êxito em
demonstrar a legalidade e a necessidade da aplicação do índice
de reajuste impugnado [32% - trinta e dois por cento], a fim de
resguardar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato¿ (fl.
247-verso), como ressalvada na r. sentença hostilizada.
4 - Os honorários advocatícios sucumbenciais somente devem ser
reduzidos quando notadamente exorbitantes, situação que não se
verifica quando sopesados os critérios de arbitramento da verba
diante da autuação do advogado nos autos.
5 - Recurso não provido.
(TJES, Classe: Apelação, 2130007129, Relator: MANOEL ALVES
RABELO, Órgão julgador: QUARTA CÂMARA CÍVEL, Data de
Julgamento: 15/08/2016, Data da Publicação no Diário:
19/08/2016)

EMENTA: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. PLANO


DE SAÚDE COLETIVO. SINISTRALIDADE. REAJUSTE
UNILATERIAL. POSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DE ÍNDICE
LIMITADO AO ESTABELECIDO PELA AGÊNCIA NACIONAL DE
SAÚDE SUPLEMENTAR. INADEQUAÇÃO. LIMITAÇÃO QUE ABARCA
SOMENTE OS CONTRATOS INDIVIDUAIS. DESCABIMENTO DO
PEDIDO EXORDIAL. AUSÊNCIA DE PROVAS APTAS A
DEMONSTRAR A ABUSIVIDADE DO REAJUSTE APLICADO PELA
OPERADORA DO PLANO DE SAÚDE. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO.
I. Inexiste óbice à repactuação dos contratos coletivos de saúde
em índices superiores aos estabelecidos pela Agência Nacional de
Saúde para os planos individuais, mormente porque a referida
Agência Reguladora não regulamenta fatores de reajuste para
este tipo de pactuação.
II. Tendo em vista que o Plano de Saúde
Recorrente demonstrou, ainda que por provas
unilaterais, as razões pelas quais a
sinistralidade contratual exigiria o reajuste na
importância de 60% (sessenta por cento),
caberia à parte Autora o ônus probatório de
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demonstrar a abusividade do referido índice,
consoante estabelecido no artigo 333, inciso I, do CPC⁄1973.
III. Não havendo a produção de provas suficientes para
comprovar os fatos alegados na exordial, a reforma da Sentença
afigura-se medida impositiva, posto que descabida a postulação
constante da peça vestibular, nos moldes em que formulada, ante
a impossibilidade de aplicação da limitação do índice estabelecido
pela ANS para os planos de saúde coletivos.
IV. Recurso conhecido e provido.
(TJES, Classe: Apelação, 35120181702, Relator: NAMYR CARLOS
DE SOUZA FILHO - Relator Substituto: RODRIGO FERREIRA
MIRANDA, Órgão julgador: SEGUNDA CÂMARA CÍVEL, Data de
Julgamento: 22/08/2017, Data da Publicação no Diário:
30/08/2017)

Dito isso, muito embora a pretensão autoral (de excluir a aplicar do reajuste por
sinistralidade, aplicando apenas o índice da ANS), a própria parte sustenta em sua

petição inicial que aderiu a um plano de saúde COLETIVO e, por isso, não se

confunde com os planos individuais e/ou familiares, pois possuem regulamentação


diversa para os reajustes.

Excelência, como é comezinho, nos contratos de plano de saúde COLETIVOS, como


o discutido, a mensalidade pode sofrer dois tipos de reajuste: (i) mudança de faixa-
etária do beneficiário e (ii) sinistralidade (anual). Explico:

 O PRIMEIRO é o reajuste por mudança de faixa-etária,


regulamentado pela Resolução Normativa n. 63 da Agência Nacional
de Saúde Suplementar – ANS (NÃO É OBJETO DO PROCESSO –
não há questionamento em relação a esse reajuste)

 O SEGUNDO reajuste consiste na possibilidade de anualmente


a Operadora de Plano de Saúde reajustar a contraprestação
pecuniária mensal em razão do aumento da sinistralidade,
sendo este reajuste possibilitado e regulamentado pela ANS nos
artigos 19, 20, 21 e 22 de sua Resolução Normativa n. 195.

Assim, o reajuste por sinistralidade ocorrerá anualmente (fato também não


questionado na demanda judicial), porém, ao contrário da pretensão autoral, não é
vinculado ao índice definido anualmente pela ANS, posto que este é direcionado
apenas aos planos individuais e/ou familiares.

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Sendo assim, a assertiva exposta na petição inicial de que o percentual
máximo a ser aplicado a título de reajuste anual deve ser o fixado pela ANS
não se aplica à modalidade de plano de saúde por ele contratada
(COLETIVO).

O objeto da demanda é um contrato COLETIVO e, por isso, sem muita dificuldade,


conclui-se, segundo as normas da Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS
(sobretudo a RN 195), que se aplicam duas modalidades de reajuste, como já dito
acima, o reajuste por mudança de faixa etária e o reajuste por sinistralidade.

Diante disso, o argumento apresentado pelo requerente (substituir o reajuste por


sinistralidade pelo definido pela ANS), revela-se incompatível com a sistemática
normativa aplicável aos contratos de plano de saúde e, até mesmo, com a
jurisprudência do Colendo Superior Tribunal de Justiça, senão vejamos:

EMENTA: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CONTRATO


COLETIVO. PLANO DE SAÚDE. Reajuste de mensalidade.
Negativa de prestação jurisdicional. Não ocorrência. Ausência de
prequestionamento. Súmula nº 211. Prescrição. Decenal,
conforme art. 205 do CC/2002. Índice aprovado
pela ans para planos individuais. Inaplicabilidade.
Agravo parcialmente conhecido. Recurso Especial parcialmente
provido. (STJ; AREsp 1.288.180; Proc. 2018/0104919-0; SP;
Terceira Turma; Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze; Julg.
11/05/2018; DJE 25/05/2018; Pág. 5713)

No voto condutor do Relator, Ministro Marco Aurélio Bellizze (AREsp


1.288.180/SP), foi consignado, de forma muito clara e esclarecedora,
demonstrando, inclusive, o entendimento da referida Corte, o seguinte: “No entanto,
tal entendimento destoa da jurisprudência desta Corte Superior, que se posiciona no
sentido de que, nos planos coletivos empresariais, ‘o reajuste anual (...) é
apenas acompanhado pela ANS, para fins de monitoramento da evolução
dos preços e de prevenção de práticas comerciais abusivas, não
necessitando, todavia, de sua prévia autorização’, enquanto, nos planos
individuais ou familiares, ‘o preço e os reajustes anuais são vinculados à prévia
autorização da ANS’ (REsp 1.471.569/RJ, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
Terceira Turma, julgado em 1/03/2016, DJe 7/03/2016).”
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Nessa mesma linha, citam-se as seguintes decisões monocráticas: REsp
1.689.843/SP, Rel. Ministro Moura Ribeiro, DJe 11/10/2017; e AREsp
213.483/RS, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe 4/5/2015.”

Portanto, verifica-se, como dito, a inconsistência do argumento utilizado para afastar


a incidência do reajuste por sinistralidade – previsto contratualmente – e definir,
data vênia, de forma equivocada, a índice fixado anualmente pela ANS, indo, assim,
de encontro com o entendimento jurisprudencial do Egrégio Tribunal de Justiça
do Espírito Santo e também do Colendo Superior Tribunal de Justiça.

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DEFERIMENTO DE


ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA PLEITEADA NA INICIAL E
CONCEDIDA NA ORIGEM. IMPUGNAÇÃO EM SEDE DE
CONTRARRAZÕES. IMPOSSIBILIDADE. APLICABILIDADE DO ART.
100 DO CPC/15. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. PROCEDÊNCIA PARCIAL.
COISA JULGADA. POSSIBILIDADE DE AJUIZAMENTO DE AÇÃO
INDIVIDUAL. TUTELA DE URGÊNCIA. PLANO DE SAÚDE
COLETIVO. REAJUSTE. INAPLICABILIDADE DO ÍNDICE
DEFINIDO PELA ANS. ABUSIVIDADE NÃO DEMONSTRADA.
REQUISITOS DO ART. 300 DO CPC/15 NÃO DEMONSTRADA.
RECURSO IMPROVIDO. 1. Não cabe ao Tribunal de Justiça, em
sede de agravo de instrumento, apreciar o pedido de impugnação
ao deferimento da Assistência Judiciária Gratuita formulado em
sede de contrarrazões, quando a referida benesse foi pleiteada na
petição inicial de origem, a teor do art. 100 do CPC/15. 2. A
decisão que analisa o mérito em ação civil pública faz coisa
julgada erga omnes, havendo algumas ressalvas: Em caso de
procedência a decisão não atinge o titular do direito material que
não requereu a suspensão do processo do qual é parte dentro de
30 dias; no caso de improcedência a decisão produz efeitos erga
omnes, mas não atinge o legitimado que não participou
diretamente da relação jurídica processual travada em ação civil
pública. 3. De acordo com o art. 300, do CPC, são pressupostos
para o deferimento dos efeitos da tutela de urgência a existência
de elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o
Não existe um índice pré-fixado
perigo de dano. 4.
para o reajuste anual das mensalidades dos
planos de saúde coletivos, o qual deve ser
objeto de negociação entre as partes, como
ocorre com os planos de saúde individuais,
onde o índice de reajuste é fixado e
autorizado pela ANS. 5. Ocorre que, apesar da ausência
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de atuação da Agência Nacional de Saúde (ANS) no presente
caso, tal questão não pode ser utilizada como justificativa para
que a operadora de plano de saúde imponha aumentos
exorbitantes. 6. Verificando, a teor dos fundamentos adotados no
V. Acórdão proferido nos autos da Ação Civil Pública nº 0017203-
89.2013.8.08.0011, que o reajuste
do Plano de Saúde Coletivo em 50% (cinquenta por cento), não
revela, a princípio, o caráter de abusividade, já que a recorrida,
na referida ação coletiva, conforme voto condutor naquela
demanda, juntou documentos contendo os cálculos utilizados para
verificação da sinistralidade do Contrato e a forma utilizada para
definir o índice de reajuste, a fim de restabelecer o equilíbrio
financeiro da referida Avença. 7. Assim, não se vislumbra a
relevância suficiente dos fundamentos recursais para o
provimento deste agravo, o que não obsta a reversibilidade da
medida judicial ora adotada se, no decorrer da instrução
processual, restar verificado que os cálculos e índices de
reajustes praticados pela recorrida são incompatíveis com a real
sinistralidade do Contrato. 8. Recurso conhecido e
improvido. (TJES; AI 0009862-07.2016.8.08.0011; Terceira
Câmara Cível; Rel. Des. Telemaco Antunes de Abreu Filho; Julg.
18/04/2017; DJES 28/04/2017)

Ademais, cabe destacar que o objeto da demanda impugna apenas a aplicação de


índice diverso do definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, não
há, portanto, qualquer questionamento (causa de pedir) no sentido de serem os
índices aplicados abusivos por não corresponderem a efetiva sinistralidade, o que, se
fosse o caso, demonstraria a incompetência do Juizado Especial para julgar a
demanda em razão da evidente necessidade de realização de prova técnico-pericial
para demonstrar os índices aplicados (2017: 34%; 2018: 17% e; 2019: 14,5%),
os quais não se demonstram abusivos, conforme se observa dos cálculos atuariais
anexos.

Assim, verifica-se a inexistência de qualquer abusividade nos referidos índices, ainda


que não seja essa a discussão central da demanda, posto que, mesmo sendo
indicado, por meio de laudos atuariais, a necessidade de índices maiores, foram
aplicados índices menores, justamente em razão da negociação visando, por parte
da Administradora, diminuir o impacto para o seu beneficiário/consumidor.

Portanto, em sendo demonstrada a legalidade da aplicação do reajuste por


sinistralidade (plano coletivo) e, por consequência, que o seu índice não está
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atrelado ao índice fixado anualmente pela ANS para os planos individuais/familiares,
o pedido (i) declaratório de a abusividade dos índices praticados pelas requeridas
nos anos de 2017 (34%), 2018 (17%) e 2019 (14,5%) e o pedido (ii) condenatório
na obrigação de fazer consistente em fixar a mensalidade da parte autora e de
seus dependentes em R$ 199,46 (cento e noventa e nove reais e quarenta e seis
centavos) – valor alcançado com a aplicação dos índices da ANS nos moldes da
tabela da ANS, deverão ser JULGADOS TOTALMENTE IMPROCEDENTES.

DA IMPROCEDÊNCIA DO PEDIDO DE RESTITUIÇÃO


DOS VALORES PAGOS A MAIOR
INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO

Primeiramente, quanto a este tópico, deve ser ponderado, com base na


argumentação lançada no tópico anterior, que inexiste pagamento de qualquer
quantia a maior, tendo em vista que os índices de reajustes (sinistralidade) aplicados
são legais e foram calculados com base nos termos contratuais anteriormente
fixados pelas partes (cálculos atuariais anexos). Explico.

No tópico anterior foram rechaçados à exaustão todas as alegações autorais, sendo,


diante disso, demonstrado que todos os atos praticados pela Operadora de Plano de
Saúde Suplementar requerida (Unimed Norte Capixaba) foram realizados com
máxima observância das normas regulatórias do setor, editadas pela Agência
Nacional de Saúde Suplementar – ANS, nos termos contratuais e nos termos dos
cálculos estabelecidos no referido contrato (anexo).
Em razão disso, pode-se concluir, com absoluta certeza, que não há que se falar em
valor pago a maior e, por via reflexa, nem em compensação de qualquer quantia
paga pelo requerente, seja para titular ou seus dependentes, levando o seu pedido à
improcedência.

Todavia, em respeito ao princípio da eventualidade, caso não seja esse o


entendimento de Vossa Excelência, o que não se acredita, deve-se demonstrar que,
muito embora requerente elabore em sua petição inicial planilhas dos valores que
pretende ver restituídos (IDs 3408278-pág. 10/12), não se verifica a
comprovação de todos referidos valores (inexistência de juntada de todas as

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faturas) nem mesmo do pagamento de referidos boletos (inexistência de juntada
dos respectivos comprovantes de pagamento), ou seja, a parte autora não se
desincumbiu de seu ônus probatório de comprovar os fatos construtivos de seu
direito.

A Operadora requerida não pode ser condenada ao pagamento de restituição de


valores sem que eles (valores) tenham sido devidamente pagos e comprovados nos
autos.

Dessa forma, diante da legalidade do reajuste aplicado e também não tendo a parte
comprovado a integralidade dos pagamentos que busca serem restituídos o pedido
(iii) condenatório na restituição dos valores cobrados a maior num total de
R$ 2.733,72 (dois mil e setecentos e trinta e três reais e setenta e dois centavos),
deverá ser JULGADO IMPROCEDENTE.

INEXISTÊNCIA DE DANO MORAL

No tocante ao dano moral imputado, não há dúvidas de que o dever de indenizar


surge apenas quando se vislumbra a presença dos elementos caracterizadores da
responsabilidade civil, que são: conduta humana ilícita (ação/omissão), a existência
de dano e nexo de causalidade.

Assim, para a ocorrência da responsabilidade deve haver uma conduta ilícita, que
contrarie ao direito e aos costumes, capaz de acarretar prejuízo a outra parte
(vítima), sendo que entre estes deve ter uma ligação, ou seja, o dano deve ter
advindo daquela conduta realizada pelo agente, o que não se caracterizada no
presente caso. Cumpre observar, que a ausência de qualquer desses requisitos
exclui a responsabilidade daquele a qual foi imputado o ato.

Nesse sentido, o Código Civil vigente estabelece em seu artigo 186 que “aquele que,
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”; e o artigo 927
do mesmo diploma, complementa a prescrição legal ao asseverar que quando
alguém por ato ilícito causar dano a outrem ficará obrigado a repará-lo.

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Sendo assim, não há que se falar em responsabilização civil por dano moral, pois não
se vislumbra no caso em tela o preenchimento dos requisitos ensejadores da
mesma, haja vista que não houve, por parte da primeira requerida, violação a
nenhum direito da parte autora e nem qualquer tipo de dano psicológico na
situação ocorrida, ou mesmo, a prática de ato ilícito, pois atuou dentro dos
parâmetros da contratuais e normativos.

Sendo demonstrado a inexistência de ato ilícito e a ausência de nexo de causalidade,


ou seja, não preenchidos os requisitos legais, não há que se falar em incidência de
dano moral e nem em obrigação de indenizar, não havendo alternativa senão
JULGAR IMPROCEDENTE o pedido de (iv) condenação ao pagamento de
indenização por danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).

DOS PEDIDOS

Por todo o exposto, preliminarmente, requer DECLARADA A INCOMPETÊNCIA


DO JUIZADO ESPECIAL para processar e julgar a presente demanda, em razão
na necessidade de produção de prova técnica pericial, extinguindo-se o
processo sem resolução, nos termos do artigo 485, inciso IV do Código de
Processo Civil e do artigo 3° c/c artigo 51, inciso II da Lei Federal n. 9.099/95.

Não sendo este o entendimento, requer sejam JULGADOS TOTALMENTE


IMPROCEDENTES os pleitos autorais, com a consequente extinção do
processo com resolução do mérito, nos moldes do artigo 487, inciso I do
CPC/15.

Protesto a requerida pela produção de todos os meios de prova admitidas,


sobretudo a documental já encartada aos autos e qualquer outra necessária à
realização da perícia atuarial e também a pericial a fim de comprovar a
regularidade do cálculo atuarial que definiu os índices de reajustes a serem
aplicados nos anos de 2017, 2018 e 2019.

Derradeiramente, requer sejam todas as intimações direcionadas exclusivamente


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em nome dos patronos ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA, OAB/ES 12.184 e
DIEGO DEMUNER MIELKE, OAB/ES 20.589, sob pena de nulidade.

Termos em que
Pede deferimento.

Linhares/ES, 24 de março de 2020.


DIEGO DEMUNER MIELKE
OAB/ES 20.589

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