O autor defende a pena de morte no Brasil argumentando que (1) criminosos violentos que cometem rebeliões na prisão demonstraram que não têm nada a perder e não se recuperarão, (2) a pena de morte deve ser aplicada para crimes graves como homicídio qualificado e latrocínio para proteger a sociedade, e (3) a pena de morte teria um efeito intimidatório para reduzir a criminalidade.
O autor defende a pena de morte no Brasil argumentando que (1) criminosos violentos que cometem rebeliões na prisão demonstraram que não têm nada a perder e não se recuperarão, (2) a pena de morte deve ser aplicada para crimes graves como homicídio qualificado e latrocínio para proteger a sociedade, e (3) a pena de morte teria um efeito intimidatório para reduzir a criminalidade.
O autor defende a pena de morte no Brasil argumentando que (1) criminosos violentos que cometem rebeliões na prisão demonstraram que não têm nada a perder e não se recuperarão, (2) a pena de morte deve ser aplicada para crimes graves como homicídio qualificado e latrocínio para proteger a sociedade, e (3) a pena de morte teria um efeito intimidatório para reduzir a criminalidade.
As rebeliões que ocorrem reiteradas vezes em nossos sistemas prisionais
retemperaram minha convicção de que o Brasil precisa instituir a pena de morte. Ao tomarem como refém diretores, funcionários, parentes de presos e mesmo outros presos, seus líderes estabelecem um comportamento eloquente: "Nada temos a perder”. "Cada um de nós está condenado a mais de 100 anos de pena, tanto faz viver ou morrer". Ora, criminosos que agem assim constituem a melhor justificativa para a pena de morte. São feras que renunciaram à condição humana e, como tal, jamais se recuperarão. Para eles não existe diferença entre matar funcionários de uma casa de detenção e uma criança, um velho ou um cachorro vira-lata. No Brasil, o Direito aboliu a pena de morte, mas os criminosos não. É preciso punir rigorosamente a violência premeditada e a violência indiscriminada. E então se justifica a pena de morte para alguns casos de homicídio qualificado, para o latrocínio, para a extorsão mediante sequestro e morte, para o estupro e para o traficante profissional de entorpecentes. Argumento de cátedra: em meus vinte anos de júri nunca vi um único autor de crimes dessa natureza entrar numa prisão e dela sair recuperado. Mais: 78% de todos os recolhidos a nossos estabelecimentos penais voltam a delinquir. A pena de morte deve ser vista não apenas como um castigo, mas sobretudo como uma defesa da sociedade. Uma onda de violência avassala o mundo de hoje e os homens de bem precisam combatê-la com energia. Estabeleceu-se uma guerra violenta entre os criminosos e o povo, na qual apenas os bandidos têm armas. Os cidadãos entram com suas vidas. O homem simples da madrugada receia mais os ladrões assaltantes, os latrocidas, que um eventual conflito nuclear, ou um ato terrorista. Precisamos adotar a pena de morte até mesmo por uma razão ecológica. Ao matarmos uma cobra, não pretendemos castigá-la, mas evitar que a mesma venha a nos atacar. Há poucos dias, em São Paulo, três feras surpreenderam um rapaz e três moças que voltavam de uma balada. Amarraram o rapaz e o atiraram numa lagoa. Estupraram as moças e as esfaquearam em seguida. Tais indivíduos, se apanhados e condenados, serão conduzidos por alguns poucos anos alguma penitenciária, onde custarão aos cofres do Estado e aos bolsos do contribuinte. Se forem levados à penitenciária de Araraquara, então serão tratados com menu publicado no Diário Oficial, solarium, assistência médica, dentária e hospitalar de primeira, quadras de basquete, campo de futebol e televisão. Ressurge, assim, a ideia da pena de morte, que antes de mais nada tem uma função intimidatória. No período em que houve pena de morte para assaltos a bancos, esse tipo de delito deixou de acontecer. Hoje, ocorrem cinco por dia. Um perigoso delinquente, entrevistado recentemente pela televisão, confessou que não teria cometido tantos crimes se estivesse sujeito à pena de morte. "Mate um, apavore 10.000", diz um provérbio chinês. Os criminosos são produto da sociedade, da mesma forma que os tumores o são do corpo humano. Precisamos extirpá-los, antes que eles nos matem. Além do mais, a pena de morte teria o condão de satisfazer a opinião pública, que a ela se mostra favorável nas pesquisas de opinião. Os linchamentos - mais de 100 aconteceram no Brasil nos últimos três anos - são a pena de morte aplicada pelo povo. Cansado de ver grassar a impunidade, o povo resolveu acusar, julgar, condenar e executar o criminoso. Fique claro, no entanto, que não defendo o linchamento nem o "esquadrão da morte", que aliás ajudei a desmantelar em São Paulo. Sempre combati as execuções sumárias, a pena de morte aplicada arbitrariamente. Quero que a pena de morte tenha o respaldo de nossos magistrados, dos tribunais, e que desabe sobre criminosos renitentes, multireincidentes e autores de crimes graves. Também não acho que ela acabará com o crime; entendo apenas que ajudará a contê-lo. Como diz um eminente magistrado brasileiro, "a pena de morte não acaba com o crime, acaba com o criminoso". Na pequena minoria contrária a sua instituição, encontram-se homens de respeito. Alguns por princípios religiosos, outros por desconhecimento da realidade, outros por ingenuidade. Mas há também os hipócritas que praticam o aborto, admitem a eutanásia e saltam quando ouvem falar na instituição da pena de morte. E então invocam a possibilidade de "erro judiciário", citam invariavelmente o caso dos irmãos Naves. Ora, a pena de morte só seria aplicada em casos de absoluta certeza da materialidade e da autoria do delito - mesmo porque, havendo dúvida, o magistrado não pode aplicar sequer a mais branda pena de multa. Enfim, sinto-me à vontade para defender sua instituição, pois fui o promotor que mais contribuiu para o aumento da população carcerária. Em sete anos no II Tribunal do Júri de São Paulo acusei 252 réus e apenas dois me escaparam. Desses, dez eram policiais, seis deles pertencentes ao "esquadrão da morte". (Alberto Marino Jr.)