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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA

__º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE

(10 linhas)

PROCESSO Nº...

Jose, já qualificado nos autos do presente processo crime que lhe move o
Órgão de Execução do Ministério Público, vem, por seus procuradores, in fine
assinados, com fulcro nos artigos 41 e 386 do CPP, artigo 7, V, LEI nº 8.906/94,
apresentar, em forma de memoriais, as pertinentes: ALEGAÇÕES FINAIS –
MEMORIAIS.

I – BREVE RELATO DOS FATOS

Consta da exordial acusatória, que José ora primeiro acusado, preso


preventivamente na data tal, em cumprimento de mandado expedido por este juízo,
por, supostamente, ter praticado o crime descrito no art. 288 e 157 do CP. Estaria
associado com A, B e C, para prática de crime de roubo de veículos com emprego de
arma de fogo. Pela denuncia sua participação consistia em estimular os autores dos
crimes á prática dos delitos.

A denuncia foi oferecida, e o Promotor de Justiça requereu a prisão preventiva


de José, sob alegação de garantia da ordem pública. O Juiz responsável pelo caso,
apenas repetiu os argumentos expostos pelo membro do Ministério Público e decretou
a prisão preventiva de José, que sendo Advogado ficou preso em cela comum com
outros presos provisórios, mesmo tendo sido sustentado perante o juízo que isso não
podia ocorrer devido sua condição profissional.

II - DO DIREITO
Conforme informações dos autos percebe-se a ausência de qualquer prova que
o denunciado tenha envolvimento com os crimes de roubo de veículos, cometidos
pelos indivíduos A, B e C.

Em seu interrogatório, o denunciado é categórico ao afirmar que não teria


nenhum tipo de relação com os indivíduos autores dos delitos é tão pouco teria
estimulado a cometerem crimes sob a promessa de ajuda com sua atuação profissional.
Verifica-se que nos autos não há nenhuma prova capaz de incriminar o denunciado de
forma concreta e inequívoca ao delito em que é acusado, Como sabemos, no processo
penal vigora o princípio segundo o qual a prova, para alicerçar um decreto
condenatório, deve ser indiscutível e cristalina.

Portanto, se o conjunto probatório não permitir precisar essa conclusão em


decorrência da dúvida, cumpre ao magistrado optar pela absolvição com base no
princípio do in dúbio pro réu. Portanto Excelência não há nos autos prova
inquestionável quanto a ocorrência do delito em que está sendo acusado o denunciado.
Mostrando-se prudente a absolvição do mesmo.

Diante da insuficiência das provas, não há como imputar ao denunciado a


autoria pela prática de roubo e associação criminosa, de forma que, nos termos do
art. 386, V e VII do CPP, o juiz deverá absolvê-lo

A prisão cautelar é medida excepcional, regida pelo princípio da necessidade,


mediante a demonstração do fumus boni iurise do periculum in mora, porquanto
restringe o estado de liberdade de uma pessoa, que ainda não foi julgada e tem a seu
favor a presunção constitucional da inocência, nos termos do Art. 5º da Constituição
Federal.
O acusado possui residência fixa e pretende colaborar com toda a persecução
penal, no que couber. Não oferece risco à instrução criminal e tampouco aos possíveis
envolvidos na persecução penal, razão pela qual não justifica a prisão preventiva. É
um trabalhador e tem família que necessita do seu trabalho para o próprio sustento.
A previsão dos Art. 316 e 319 do Código Processo Penal é clara quanto a
possibilidade de sua revogação, bem como do caráter excepcional da prisão
preventiva. Esses dois dispositivos legais deixam claro que a prisão preventiva é
medida subsidiária e não pode ser decretada ou convertida sem que antes tenha sido
imposta uma medida cautelar alternativa e, AINDA EM ÚLTIMO CASO.

Caso não seja este o entendimento do MM. Juízo cumpre observar que o Sr.
José é Advogado e não deve estar custodiado em cela comum, haja vista que sua
permanência descumpre o que estabelece o artigo 7, V, do Estatuto do Advogado.

Art. 7º São direitos do advogado:

V - não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em


sala de Estado Maior, com instalações e comodidades condignas e, na sua falta, em
prisão domiciliar;

Torna-se incontestável a transferência do Sr. José para cela especial.

III - DO PEDIDO

Diante de todo o exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) O recebimento dos presentes memoriais;


b) Improcedência da prisão;
c) Expedição do alvará de soltura
d) Transferência para cela especial

Nestes termos,

Peço deferimento

Local..., data... Ano...

OAB...

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