EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR

DO 0º DISTRITO POLICIAL DA COMARCA DE SALVADOR/BA

Antonio Carlos de Souza, brasileiro, casado, CPF/MF nº 000.000.000-00 e RG nº

0000000/SSP-BA, com residência e domicílio no centro, nº 10 - Pituba, do Município
de Salvador – BA, CEP: 00.000-000, com endereço eletrônico
antonio.carlos@hormail.com, por intermédio de seu advogado que esta subscreve,
conforme os poderes outorgados pela procuração anexa, vem respeitosamente à
presença de vossa excelência requerer a

INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL, com fulcro no artigo 5, inciso II

do Código de Processo Penal,

a fim de que seja apurada infração penal praticada, em tese, por Tereza Cristina Lima,
solteira, inscrita no RG nº 000000000 e CPF nº 000.000.000-00, nascida no dia
01/01/1980, com telefone nº 71 9999-9999, podendo ser encontrada no endereço: Rua
principal, nº 10 – Imbuí, CEP: 00.000-00, em razão dos fatos a seguir expostos:

I – DOS FATOS:
Antonio Carlos de Souza, ora requerente, é uma pessoa casada que, por
infelicidade, veio a ter encontros sexuais casuais com a requerida.

A requerida sempre soube da condição de casado do requerente e que os

encontros não passavam de uma aventura, todavia a requerida começou a pressionar o
requerente para abandonar a sua esposa, e, como este não o fez, esta começou a
chantageá-lo exigindo bens caros para que ela não contasse para a esposa, bem como
para as pessoas da esfera de contato e trabalho do requerente.

Exigiu diversos itens pessoais caros além de persegui-lo, exigiu ainda uma casa
e um carro.

A requerida disse que queria uma quantia de R$ 100.000,00 reais e que este era
o seu ultimato para que não contasse sobre o caso deles a todos.
 O requerido, temendo pelo seu relacionamento conjugal, pelos danos e
sofrimentos que sofreria a sua esposa e pela destruição da sua reputação, coagido e com
medo, comprou tudo que foi exigido.

Mesmo após a compra do bem, as chantagens não pararam. Assim o requerente

teve coragem, eis que a situação estava para lá de sustentável, de contar a sua esposa
sobre o ocorrido e sobre as chantagens que vinha sofrendo desde então. Esta o perdoou
e aconselhou-o a procurar a polícia para registrar o ocorrido.

II – DO DIREITO:
Da análise do acima exposto, resta evidente a existência de robustos indícios
delitivos a indigitarem a prática do crime de extorsão capitulado no art. 158 do CP,
vejamos:

Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de

obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça
ou deixar de fazer alguma coisa:

Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Art. 158 do Código Penal Brasileiro.

Analisando os fatos narrados, resta clarividente que estão presentes todo os

núcleos do tipo penal ora apresentado, ora vejamos, a ameaça está presente todo o
tempo, eis que a requerida usava os termos “se você não me der.... eu conto para sua
esposa e para todas as pessoas que você se importa. Resta claro a coação, eis que o
requerente temia não só pela saúde do seu casamento, bem como pela saúde dos filhos,
familiares e sua reputação.

Importa ressaltar que o delito em tela se submete à ação penal de iniciativa

pública, consubstanciando-se o presente requerimento em verdadeira notitia criminis de
cognição mediata, que deve importar em instauração incontinenti de Inquérito Policial.

Destaque-se, ademais, que não se vislumbra, ao menos neste momento, a

incidência, sobre os fatos delituosos em tese praticados, de qualquer excludente de
tipicidade, ilicitude ou culpabilidade.
 Ainda, caso V. Excelência entenda por crime diverso do apontado, pelo poder
discricionário que lhe fora conferido a nossa Carta Magna, desde já informa que não se
opõe as alterações que V. Excelência entender necessárias.

III – DOS REQUERIMENTOS:

São estes os fatos, reconhecidamente graves, caracterizadores de suposto ilícito

penal perpetrado pela Requerida, razão pela qual se requer:

I. A instauração de inquérito policial para a devida apuração dos fatos

narrados;

II. A designação de data para a oitiva das testemunhas abaixo arroladas, bem
como de outras que a Douta Autoridade Policial porventura localizar, bem como a oitiva
do requerente, para ratificação do exposto e demais esclarecimentos que se entenderem
necessários;

III. Por fim, requer, ainda, que seja, desde logo, aberta a portaria que instituirá
este inquérito policial.

IV. Ao final requer ainda seja o requerente nomeado como depositário do

veículo ora descrito até final resolução.

Requer ainda, seja este patrono notificado dos andamentos relevantes do

competente I.P

 Rol de testemunhas:

1 – João dos Santos, demais qualificações desconhecidas, telefone nº 9999-999,

podendo ser localizado na rua das flores, nº 15 – Pernambues;

2 – Mario Costa, demais qualificações desconhecidas, telefone nº 9999-999,

podendo ser localizado na rua principal, nº 20 – Pituba;

Nesses termos, pede deferimento.

Salvador/BA, 01 de novembro de 2020.
Laura Gabriela Silva Santos
OAB/PA nº 00.000