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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 2ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE ARAGUAINA-TO.

Autos n.º 0017565-19.2019.8.27.2706

JOÃO PEDRO BOTELHO CARVALHO, já qualificado nos autos do


processo em epígrafe, assistido pelo NPJ/UNITPAC, não se conformando, data
vênia, com a decisão proferida por Vossa Excelência no evento 82, vem,
respeitosamente, interpor RAZÕES DE APELAÇÃO, com fundamento no
artigo 600, §4º do Código de Processo Penal, pelos motivos fáticos e jurídicos
a serem expressos nas razões recursais.

RAZÕES DE APELAÇÃO
Apelante: João Pedro Botelho Carvalho
Apelada: Justiça Pública

Colenda Turma!
Ínclitos Julgadores!
Douto Procurador de Justiça!
Em que pese o ilibado saber jurídico do Juízo “a quo”, não merece
prosperar a referida decisão, sendo imperiosa a reforma por este Tribunal “ad
quem”, pelas razões a seguir expostas:

DOS FATOS

O recorrente foi denunciado e processado, conforme exposto na


denúncia pelo crime descrito artigo nos como incursos nos artigos 33, caput, e
35, caput, c/c artigo 40, inciso VI, da Lei n°. 11.343/2006, com as implicações
da Lei n°. 8.072/90, na forma do artigo 69, caput, do Código Penal.

Consta dos inclusos autos de Inquérito Policial que, no dia 28 de março


de 2018, horário não informado nas Ruas, CE 23 e CE 24, Setor Costa
Esmeralda, em Araguaína/TO, os denunciados venderam e guardaram drogas,
ainda que gratuitamente, sem autorização e em desacordo com determinação
legal e regulamentar. Consta, ainda, que no ano de 2018, em Araguaína/TO, os
denunciados se associaram entre si, para o fim de praticar, reiteradamente ou
não, o crime previsto no art. 33, caput, da Lei n°. 11.343/06. Por fim, consta
que, no dia 3 de março de 2018, em horário não informado, nesta cidade, a
denunciada PATRÍCIA RIBEIRO DA SILVA colaborou, como informante, com
a associação destinada à prática do crime previsto no art. 33, caput, da Lei n°.
11.343/06.

Segundo restou apurado, os agentes policiais tiveram ciência por


“denúncias” anônimas de que existia uma “boca de fumo” nos endereços
acima, de modo que passaram a monitorar estes locais, sendo constatado a
saída dos denunciados FERNANDO, PAULO VITOR E DIONNE FONSECA,
da residência situada na Rua CE 23, os quais, ao perceberem a presença dos
agentes policias, evadiram-se, disparando tiros em direção aos mesmos.

Apurou-se que, em monitoramento à residência da denunciada


WERLÂNDIA, localizada na Rua CE 24, Qd. 26, Lt. 37, nesta cidade, os
Agentes de Polícia Civil constaram á entrada de duas pessoas em atitude
suspeita, o que motivou a entrada dos mesmos no imóvel, onde localizaram o
denunciado FERNANDO e o ADOLESCENTE SAMUEL RAMOS DA SILVA,
nascido dia 30/5/2000, tendo sido apreendido no local um embrulho plástico
contendo, cerca de 68 (sessenta e oito) gramas de cocaína e um celular da
marca SAMSUNG.

Neste contexto, Agentes de Polícia Civil também foram à residência


situada na Rua CE 23, Qd. 26, Lote 9, nesta cidade, onde apreenderam um
embrulho plástico com 8 (oito) gramas de cocaína e 4 (quatro) papelotes,
embalados, com duas gramas de cocaína, além de 4 (quatro) aparelhos
celulares. A equipe policial apurou, também, que a denunciada PATRÍCIA
entrou em contato com a pessoa de JARDEGUDSON e informou-lhe que a
equipe da “DEIC” estava a sua procura, fazendo com que os Agentes de
Polícia Civil abortassem as diligências.

De acordo com o apurado, encontrava-se em curso na DEIC-NORTE, a


“Operação Barra Limpa”, instrumentalizada pelos autos nº 0002497-
63.2018.827.2706, no bojo do qual foi autorizada a interceptação telefônica de
vários alvos, tendo sido constatado que os denunciados compravam e
revendiam drogas na cidade de Araguaína, com apoio, além do adolescente
SAMUEL RAMOS DA SILVA, de GUILHERME MORAIS LIMA, nascido no dia
13/9/2001.
Ante o exposto, o Ministério Público do Estado do Tocantins, por seu
promotor de justiça que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência,
oferecer denuncia em face de JARBAS DOS SANTOS LUSTOSA, LUANA
DOS SANTOS LUSTOSA, DHIONE FONSECA REIS, WERLANDIA PEREIRA
DE OLIVEIRA, FERNANDO JÚNIOR PEREIRA DA SILVA, JOÃO PEDRO
BOTELHO CARVALHO, PAULO VITOR PEREIRA DE ANDRADE, como
incursos nos artigos 33, caput, e 35, caput, c/c artigo 40, inciso VI, da Lei n°.
11.343/2006, com as implicações da Lei n°. 8.072/90, na forma do artigo 69,
caput, do Código Penal, e PATRÍCIA RIBEIRO DA SILVA pelo crime contido no
artigo 37, c/c artigo 40, inciso VI, do mesmo diploma legal, a fim de que, após
recebida, sejam os denunciados regularmente processados, pelo rito especial
previsto na Lei n°. 11.343/2006, determinando-se a citação destes para
apresentarem a defesa que lhes aprouver e intimando-os de todos os atos e
termos do processo, ouvindo-se as pessoas abaixo arroladas, procedendo-se
aos seus interrogatórios, até que, finda a instrução processual, sejam
condenados nas sanções cabíveis, declarando-lhes ainda, a suspensão dos
direitos políticos, a teor do artigo 15 inciso III, da Constituição da República.
Ademais, sejam os bens apreendidos confiscados na forma do §único do art.
243 da CF/88, bem como seja fixado o valor mínimo para reparação dos danos
causados, na forma do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal.

DO DIREITO

Excelência, conforme denuncia acima, podemos observar que não existe


qualquer indicação de conduta por parte de JOÃO PEDRO BOTELHO, o
Ministério Público não indica conduta, comportamento humano, consciente e
voluntário, ou omissivo, doloso ou culposo, referente a JOÃO PEDRO
BOTELHO CARVALHO. Não existindo a indicação de qualquer conduta ou
nexo causal com o comportamento descrito dos demais denunciados, portanto
há ausência de tipicidade, eficácia causal, excluído qualquer dolo ou culpa, que
indiquem a autoria de JOÃO PEDRO BOTELHO CARVALHO, não existindo
qualquer punição se ausentes tais requisitos.

DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer a Vossa Excelência a absolvição sumária por


atipicidade, não existindo indicação de crime em relação ao denunciado JOÃO
PEDRO BOTELHO conforme se observa na denúncia, ausentes os requisitos
do artigo 41 do Código de Processo Penal e nos termos do artigo 397 do
Código de Processo Penal.

Nestes Termos.

Pede Deferimento.
Araguaína, data 14 de outubro de 2020

Advogado

OAB n°…

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