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CONTEÚDO
Inquérito Policial
Parte I
Aspectos Processuais Penais |
Inquérito Policial
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Aspectos Processuais Penais |
Inquérito Policial
Sumário
Sumário------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3
1 Inquérito Policial ------------------------------------------------------------------------------------------- 4
1.1 Natureza Jurídica do Inquérito --------------------------------------------------------------------------------------- 6
1.2 Finalidade do Inquérito Policial -------------------------------------------------------------------------------------- 6
1.3 Atribuição para a Presidência do Inquérito Policial ------------------------------------------------------------ 8
1.3.1 Funções de polícia administrativa, judiciária e investigativa ------------------------------------------------------------ 8
1.4 Crime Comum Federal ------------------------------------------------------------------------------------------------ 10
1.5 Crime Comum Estadual----------------------------------------------------------------------------------------------- 11
1.6 Delegado de Polícia---------------------------------------------------------------------------------------------------- 12
1.7 Características do Inquérito Policial ------------------------------------------------------------------------------ 14
1.7.1 Procedimento Escrito ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 14
1.7.2 Procedimento Dispensável ----------------------------------------------------------------------------------------------------- 15
1.7.3 Sigiloso. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ 16
1.7.4 Inquisitorial ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 19
1.1.1 Citação dos Agentes -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 22
1.7.5 Discricionário ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 23
1.1.2 Oficial --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
1.1.3 Oficioso------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 25
1.1.4 Indisponível ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26
1.1.5 Temporário -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 26
1.2 Da Instauração do Inquérito Policial ------------------------------------------------------------------------------ 27
1.2.1 Lei de Abuso de Autoridade (Lei n. 13.869/2019) ------------------------------------------------------------------------ 28
1.2.2 Formas de Instauração do Inquérito Policial ------------------------------------------------------------------------------- 28
1.7.6 Ação Penal Pública Condicionada a Representação ---------------------------------------------------------------------- 32
1.7.7 Ação Penal Privada ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 32
1.8 Notitia Criminis --------------------------------------------------------------------------------------------------------- 33
1.8.1 Delatio Criminis -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 34
1.9 Diligências Investigatórias ------------------------------------------------------------------------------------------- 34
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1 Inquérito Policial
O Estado é o detentor do “direito de punir” e ninguém pode exercer esta função além
dele! Ou seja, o Estado monopoliza o encargo de aplicar as leis. Desta forma, o
indivíduo que cometer uma infração penal será punido pelo Estado, sendo necessário
que seja observado o processo legal, sobretudo à norma constitucional, a qual prevê
o art. 5º da Magna Carta:
“LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal [..]”
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• Investigação Particular;
• Investigação Pelo MP;
• Inquérito Policial Militar;
• Inquérito Policial.
• Sindicância administrativa
• Processo administrativo disciplinar
• Inquérito Civil
• Representação Fiscal Para Fins Penais (RFPFP)
O inquérito será instaurado para apurar as infrações que possuam pena superior a 2
anos, pois nas infrações de menor potencial ofensivo o art. 69 da Lei n. 9.099/95 prevê
a lavratura de termo circunstanciado. Contudo, se a infração de menor potencial
ofensivo possuir alguma complexidade, inviabilizando a apuração mediante termo
circunstanciado o inquérito policial será instaurado de forma excepcional.
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A natureza jurídica é saber o que cada instituto representa para o direito, bem como
em qual categoria/classificação melhor se encaixa. Segundo Lopes Jr (2020, p.182) “[...]
à natureza jurídica do inquérito policial, vem determinada pelo sujeito e pela natureza
dos atos realizados, de modo que deve ser considerado como um procedimento
administrativo pré-processual.”
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Saiba diferenciar a fonte de prova de um meio de prova, são coisas distintas! É uma
diferença doutrinária, as fontes de prova são coisas e pessoas, sendo de onde
provém a prova. Já os meios de prova são instrumentos os quais permitem levar
ao juiz os elementos para a formulação do entendimento acerca do caso.
Alterações ocorreram por meio da Lei nº 11.690/08, assim o cpp expressou a distinção
entre elementos informativos e prova, abaixo elencamos a nova redação do CPP:
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.
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A polícia investigativa deve investigar a ocorrência do ilícito, lima (2020, p.178) cita
que “[...] devem ser compreendidas as atribuições ligadas à colheita de elementos
informativos quanto à autoria e materialidade das infrações penais [...]”
• Polícia Federal; e
• Polícia Civil dos Estados.
Militar da União
Crime Eleitoral
Quem investigará no crime eleitoral será a Polícia Federal, pois é uma justiça
administrada pela União, mas onde não possui órgão da polícia federal, é deferido a
investigação à Polícia Civil.
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§ 1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela
União e estruturado em carreira, destina-se a:
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços
e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como
outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual ou internacional e exija repressão
uniforme, segundo se dispuser em lei;
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o
descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas
de competência;
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
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• Previsão legal.
Nos termos do art. 144, §4º da Constituição Federal (...) cita que:
§4º Às policiais civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incubem, ressalvada a
competência da União, as funções de polícia judiciária e apuração de infrações penais, exceto
as militares.
Este parágrafo prevê que a Polícia Civil possui funções de polícia judiciária e de
apuração de infrações penais. As funções de polícia investigativa devem ser
compreendidas como atribuições ligadas à colheita de elementos informativos quanto
à materialidade e autoria das infrações penais. Esta expressão “polícia judiciária” se
relaciona a auxiliar o Poder Judiciário, cumprindo as ordens judiciárias. Contudo, a
Constituição Federal excepciona a atribuição da Polícia Civil na investigação dos
crimes militares.
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O art. 69 da Lei n. 9.099/95, traz o termo circunstanciado, este visa dar maior celeridade
ao procedimento investigatório, dispensando a instauração do inquérito policial para
apurar infrações de menor potencial ofensivo. Segundo Reis e Gonçalves (2020) foi
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instituído em seu lugar o termo circunstanciado onde a autoridade policial deve lavrar
assim que tomar conhecimento da ocorrência do ilícito penal, ou seja, a finalidade é a
mesma do inquérito policial, mas é feito de maneira menos formal e sem a
necessidade de colheita minuciosa de provas.
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Este artigo traz basicamente que as peças em um processo serão reduzidas a termo,
ou seja, o que ocorre no inquérito deve ser escrito e reunido aos autos do inquérito.
Segundo Lima (2020) discute-se na doutrina, sobre a possibilidade de se utilizar de
recursos de gravação audiovisual no curso das investigações policiais. Na atualidade
a forma escrita pode até ser considerada “ultrapassada”, pois com o avanço frequente
das tecnologias surgiram outros meios de captação como audiovisual. Muitos
processos e inquéritos policiais em curso são de forma eletrônica (isso não significa
que é dispensada a escrita, contudo, as tecnologias trazem uma maior fidelidade).
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O art. 405 (...) traz a respeito do registro dos depoimentos e prevê o uso da tecnologia,
buscando a fidelidade das informações:
§1º Sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e
testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou
técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações .
Observe que o inquérito policial é uma peça auxiliar, mas não obrigatória, pois
acompanha a queixa servindo de base, caso não sirva de base, pois já existem provas
ou qualquer outro motivo, o inquérito poderá ser dispensado. Entretanto, existem
posições contrarias, como a do professor Henrique Hoffmann sobre a
indispensabilidade do inquérito.
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Com base em alguns argumentos, Henrique Hoffmann compreende que a maioria dos
crimes utiliza o inquérito policial, pois é o que conduz a investigação impessoal e
imparcial, há a busca da verdade, seja para subsidiar o titular da ação ou para colher
elementos uteis a defesa.
1.7.3 Sigiloso.
Não cabe a incursão na delegacia, pois segundo Nucci (2020), as investigações já são
fiscalizadas e acompanhadas por órgãos estatais, sendo dispensado a publicidade.
Assim, não poderá ser feito da maneira em que ocorre quanto ao processo-crime em
juízo.
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Nem o próprio indiciado possui acesso aos autos, “[...] É certo que, inexistindo
inconveniente à “elucidação do fato” ou ao “interesse da sociedade”, pode a
autoridade policial, que o preside, permitir o acesso de qualquer interessado na
consulta aos autos do inquérito (NUCCI, 2020, p187).”
Esta situação é comum quando repórteres buscam saber sobre a investigação, desta
forma o delegado pode especificar que a investigação é confidencial decretando o
estado de sigilo. Quando há o decreto, se afasta dos autos o acesso de qualquer
indivíduo, contudo, o advogado possui o acesso ao inquérito.
Logo o sigilo por alguns autores pode ser considerado ineficaz, pois se há uma
investigação em segredo em andamento, o suspeito pode por intermédio de
advogado acessar os autos, assim saberá o rumo que o inquérito está. A respeito da
amplitude do acesso, está pacificada na súmula vinculante 14 do Supremo Tribunal
Federal, a qual compreende que “é direito do defensor, no interesse do representado,
ter acesso amplo aos elementos de prova, que, já documentados em procedimento
investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa”.
No inquérito não prevalecem a ampla defesa e o contraditório, visto não ser processo,
mas investigação, o indiciado possui o interesse de se resguardar por meio de seu
advogado. Portanto, ter o conhecimento dos elementos, pela defesa, é essencial para
combater o início de ação penal, sem justa causa.
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1.7.4 Inquisitorial
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O defensor para exercer a atividade com plena eficácia, atua com uma série de
garantias, as quais permitem a autonomia e a independência em relação ao promotor,
autoridade policial e o juiz. Assim, a Constituição Federal dispõe em seu art. 133 que:
O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e
manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
ATENÇÃO! Não existe sigilo para o advogado no inquérito policial, desta forma não
lhe pode ser negado o acesso às suas peças nem ser negado o direito à extração de
cópias ou fazer apontamentos.
Com a nova Redação conferida a Lei 8.906/94 duas correntes surgem, vamos
diferenciá-las:
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I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019)
1.7.5 Discricionário
Este é um tópico específico do direito administrativo, mas que está presente em todos
os ramos do direito. O caráter discricionário é a liberdade dentro dos ditames legais
para a condução das investigações da forma que a autoridade considera mais efetiva,
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A requisição é uma ordem que é fundamentada na lei, desta forma, não existe
hierarquia entre juiz, Ministério Público e delegado, não podendo ocorrer
arbitrariedade ao realizar requisições desprovidas de fundamento legal. Se ocorrer
uma requisição ilegal, a autoridade policial poderá fundamentar a negativa e oficiar o
órgão que a requisitou, isto é, o delegado de polícia não pode ser obrigado a atender
em caso de requisição manifestamente ilegal.
Como não existe a hierarquia entre juiz, ministério público e delegado, a Lei nº
13.245/2016 previa que o advogado no interesse do cliente poderia requisitar
diligências em sua alínea b do inciso XXI do art. 7º do Estatuto da OAB, e foi vetada.
Este dispositivo poderia levar à interpretação errônea de que a requisição seria
mandatória.
1.1.2 Oficial
Não existe inquérito policial informal, sendo de atribuição das policias investigativas,
ou seja, é conduzido por órgão oficial. Assim, incube ao Delegado de Polícia (civil ou
federal) a presidência do inquérito policial.
1.1.3 Oficioso
Após a sua instauração, seu andamento deve ser dado de ofício, ou seja, independe
de provocação. Segundo Lima (2020) a autoridade policial é obrigada a agir de oficio
ao tomar conhecimento de notícia de crime de ação penal pública incondicionada.
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1.1.4 Indisponível
O Delegado de Polícia não pode arquivar os autos de inquérito policial segundo o art.
17 do CPP:
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.
Isto é, este é um procedimento indisponível que não pode ter seu arquivamento
determinado pelo Delegado de Polícia, mesmo que seja concluído a atipicidade da
conduta investigada a autoridade policial não poderá determinar o arquivamento do
inquérito, uma vez que instaurado.
1.1.5 Temporário
Não pode existir inquérito eterno, existem prazos para a sua conclusão. Disposto no
art. 10 do Código de Processo penal cita que:
O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante,
ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se
executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou
sem ela.
§ 1º A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz
competente.
§ 2º No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas,
mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3º Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá
requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no
prazo marcado pelo juiz.
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A instauração depende da natureza do crime a ser investigado (art. 5º, CPP). Para a
instauração de um inquérito há a exigência de razões minimamente fundadas, isto
não significa que é um juízo de certeza, mas sim fundadas razões pela existência de
infração penal.
Qual é a ação penal na infração penal a ser investigada? Poderá ser: Ação penal
pública incondicionada; Ação penal pública condicionada a representação do
ofendido; e Ação penal privada a qual depende da iniciativa do ofendido ou
representante legal.
STF – HC 97.197
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- Nada impede, contudo, que o Poder Público, provocado por delação anônima
(“disque-denúncia”, p. ex.), adote medidas informais destinadas a apurar,
previamente, em averiguação sumária, “com prudência e discrição”, a possível
ocorrência de eventual situação de ilicitude penal, desde que o faça com o
objetivo de conferir a verossimilhança dos fatos nela denunciados, em ordem a
promover, então, em caso positivo, a formal instauração da “persecutio
criminis”, mantendo-se, assim, completa desvinculação desse procedimento
estatal em relação às peças apócrifas.
Lima (2020, p. 197) cita que “[...] o crime de abuso de autoridade restará caracterizado
tão somente quando as condutas nucleares forem praticadas num ambiente de
absoluta falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícito funcional ou de
infração administrativa”.
O inquérito policial será iniciado de ofício pelo delegado de polícia, ocorrerá toda vez
que possuir conhecimento de uma infração penal, a prática pode ser relatada por
qualquer meio. Caso o delegado tome conhecimento de um crime por meio da
imprensa, poderá instaurar o inquérito policial, desde que seja uma infração penal
sujeita a sua competência.
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O inciso II, traz a parte de requisição da autoridade judiciária a qual não foi
recepcionada, pois não cabe ao juiz requisitar a instauração do IP, porque viola a
matriz constitucional do sistema acusatório e o art. 3º-A do Código de Processo Penal,
o juiz deverá remeter ao MP, para que este arquive ou providencie a representação
prevê Lopes Jr (2020).
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§ 3º Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que
caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e
esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
O mesmo autor traz o conceito de requerimento, Nucci (2020, p. 124) cita que é um
pedido ou uma solicitação, passível de indeferimento pelo destinatário. Diferente da
requisição, que é uma exigência legal, não sujeita ao indeferimento, como regra,
porque lastreada em lei e produzida por outra autoridade, o requerimento é um
pedido feito por leigo, não necessariamente legal, por isso, analisado livremente pelo
critério da autoridade policial.
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O Auto de prisão em flagrante é uma hipótese que não está expressa no art. 5º do
Código de Processo Penal, mas a doutrina traz que o próprio auto funciona como a
peça inaugural da investigação, ou seja, dá início ao inquérito policial, sendo o auto
de prisão em flagrante um instrumento de abertura do inquérito.
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Em crimes de ação penal pública condicionada segundo Lima (2020, p.202) “[...] a
deflagração da persecutio criminis está subordinada à representação do ofendido ou
à requisição do Ministro da Justiça”. O art. 5º em seu §4º cita que:
O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem
ela ser iniciado.
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Muitos editais trazem a Notitia Criminis e Delatio criminis, agora vamos diferenciá-los,
pois, há uma grande incidência em provas.
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É uma espécie de notitia criminis, feita por qualquer pessoa do povo. Isto é, é feita por
um 3º alheio a situação potencialmente criminosa. Lima traz a definição e compreende
como uma:
[...] espécie de notitia criminis, consubstanciada na comunicação de uma infração penal feita
por qualquer pessoa do povo à autoridade policial, e não pela vítima ou seu representante
legal. A depender do caso concreto, pode funcionar como uma notitia criminis de cognição
imediata, quando a comunicação à autoridade policial é feita durante suas atividades
rotineiras, ou como notitia criminis de cognição mediata, na hipótese em que a comunicação
à autoridade policial feita por terceiro se dá através de expediente escrito (LIMA, 2020, p. 203).
Segundo o Art. 6º CPP logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a
autoridade policial deverá:
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das
coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos
criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do
Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe
tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras
perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer
juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social,
sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele,
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O art. 6.º, VIII se refere apenas à identificação dactiloscópica, sendo a colheita das
impressões digitais do indiciado, este era o método disponível à época na atualidade
a Lei 12.037/ 09 traz a respeito da identificação criminal, e esta dispõe sobre a
identificação criminal do civilmente identificado, regulamentando o art. 5º, inciso LVIII,
da Constituição Federal. Em seu art. 3º cita que embora apresentado documento de
identificação, poderá ocorrer identificação criminal quando:
I – o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação;
II – o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado;
III – o indiciado portar documentos de identidade distintos, com informações conflitantes
entre si;
IV – a identificação criminal for essencial às investigações policiais, segundo despacho da
autoridade judiciária competente, que decidirá de ofício ou mediante representação da
autoridade policial, do Ministério Público ou da defesa;
V – constar de registros policiais o uso de outros nomes ou diferentes qualificações;
VI – o estado de conservação ou a distância temporal ou da localidade da expedição do
documento apresentado impossibilite a completa identificação dos caracteres essenciais.
Parágrafo único. As cópias dos documentos apresentados deverão ser juntadas aos autos do
inquérito, ou outra forma de investigação, ainda que consideradas insuficientes para identificar
o indiciado.
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Referências Bibliográficas
2 Referências Bibliográficas
LIMA, R. B. de. Manual de processo penal: volume único / Renato Brasileiro de Lima
– 8. ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Ed. JusPodivm, 2020.
LOPES. JR, A. Direito processual penal / Aury Lopes Junior. – 17. ed. – São Paulo:
Saraiva Educação, 2020.
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Referências Bibliográficas
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