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FACULDADE DE DIREITO
5° ANO
ANO ACADÉMICO 2020/2021
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Capítulo I: Direitos dos recursos naturais
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O direito dos recursos naturais tem como características:
Para Carla Amado Gomes, defende que o Direito do Ambiente e o Direito dos
Recursos Naturais têm objetos parcialmente idênticos (os recursos naturais), mas
finalidades diferentes, afirmando que o segundo é sub-ramo do primeiro. Daí que, para
ela se o Direito do Ambiente tem " por objetivo a prevenção, inibição e responsabilização de
condutas que afectem grave ou irreversivelmente a qualidade de elementos da natureza especialmente
merecedores de proteção em atenção ao seu potencial de factores de equilíbrio para o ecossistema".
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Por sua vez, "o Direito dos Recursos Naturais tem por objectivo a regulação da exploração e do
aproveitamento económico dos elementos da natureza escassos e utilidade económica ".
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Capítulo II: Os Princípios de direito dos recursos naturais
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c) Ministério do ordenamento do território e habitação, auxilia o PR na
formação e execução da política do executivo sobre o ordenamento do território, do
urbanismo, fundiário, do cadastro e da habitação (art.° 1° do respectivo estatuto
orgânico).
d) O Ministério da energia e água auxilia o PR na formação e execução
da política do executivo nos domínios da energia e água (art. ° 1° do r5espectivo
estatuto orgânico.
e) O Ministério das pescas e do mar auxilia o PR na formação e execução
da política do executivo sobre à gestão e ordenamento dos recursos aquáticos, e das
atividades de pesca e aquicultura, da produção do sal, bem como da coordenação
transversal dos assuntos do mar, a investigação, inovação e o desenvolvimento
tecnológicos na área do amar, o seu ordenamento, prospecção, uso, exploração e
potenciação de recursos aquáticos, e de economia do mar sustentável (art. 1° do
respectivo estatuto orgânico)
f) Ministério dos recursos minerais e petróleos, auxilia o PR na
formação execução da política do executivo sobre as atividades geológicas e
minerais, de petróleo, gás e biocombustíveis, nomeadamente a prospecção, pesquisa,
desenvolvimento e produção de minerais, petróleo bruto e gás, refinação,
petroquímica, armazenagem, distribuição e comercialização de produtos minerais e
petróleos, bem como a produção e comercialização de biocombustíveis, sem prejuízo
da protecção do ambiente (art.° 1° do respectivo estatuto orgânico).
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Administração Local do Estado (RLALE). Num exercício desta atribuição, o
Governador Provincial auxiliado pelos vices governadores na área política social e
económico, quanto ao ambiente e gestão dos RN (artigo 17°, n° 1, al. C), d) e f) do
RLALE), e para área dos serviços técnicos e infraestruturas quanto ao ordenamento
do território, saneamento básico, gestão urbana e ordenamento do rural (artigo 17, n°
2 a), do RLALE) e pelos gabinetes do ambiente, gestão de resíduos e serviços
comunitários (art. ° 43. ° RLALE), da agricultura, pecuária e pescas, (42° do RLALE)
e da insfraestruturas ne serviços técnicos (art. ° 41. ° do RLALE)...
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O artigo 21°, alínea m), e 39° da CRA consagra do Princípio da proteção do
ambiente e o direito de viver num ambiente sadio e não poluído.
O direito de viver num ambiente sadio e não poluído concretiza o direito à vida e a
inerente dignidade da pessoa humana. A título exemplificativo, uma pessoa que
se alimenta de peixes capturados de um rio poluído ou das águas desse rio pode
adoecer e pode mesmo correr risco de vida. Um ambiente poluído é um atentado
à vida e a dignidade da pessoa humana, CRA e a legislação sobre os Recursos
Naturais impõe aos titulares de direitos sobre recursos naturais o dever de proteger
o ambiente e adoptar condutas que não prejudiquem o direito de terceiros de viver
num ambiente sadio e não poluído.
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1- Direito ao uso comum de águas, previsto nos artigos 22° e 23° da Lei da
Água;
2- Direito do domínio útil consuetudinário e direitos fundiários sob
concessão gratuita, nos artigos 37° e 50° da Lei de terras.
3- Direito de pesca de subsistência (artigo 42° LRBA)
4- Direito de subsistência sobre os Recursos Florestais (artigo 65°, 66° e
98° LBFFS).
c) Direito ao desenvolvimento
Continuação da aula
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2.5. Princípio da iniciativa económica
O princípio da iniciativa económica privada, consagrado nos artigos 14°, 38°
e 89°, alínea b) e d) da CRA, concretiza o direito a participar no processo de
desenvolvimento. A iniciativa privada é uma liberdade económica fundamental
enquadrada na categoria dos direitos e liberdades económicas, sociais e culturais cujo
conteúdo inclui a liberdade de celebração e fixação do conteúdo de negócios, a
liberdade de empresa, livre concorrência, entre outras.
A iniciativa privada é um dos pilares de modelo de economia de mercado
adaptado por Angola e te grande relevância para os regimes de direito do recursos
naturais, pois, além de regular os RN propriedade de Estado, também regula as
actvidades económicas que exercem sobre os recursos.
Em sede de DRN, a iniciatica enconómicas privada pode ser analisada em
duas vertentes. A primeira refere-se as tendências impostas pela consolidação do
princípio do desenvolvimento sustentável na perspectiva da limitação da
discricionariedade da administração pública quanto aos requisitos, condições e
fundamentos de constituição, modificação e extinção de direitos sobre RN propriedade
de Estado. Administração pública está obriga a tomar decisões sobre a constituição,
modificação e extinção de direitos sobre RN, em observância aos requisitos,
condições e fundamentos legalmente estabelecidos. A administração pública está
também vinculada ao cumprimento de procedimentos administrativos de concessão
legalmente previstos, devendo observar as formalidades essenciais com os
subprocedimentos da avaliação do impacto ambiental e da consulta pública,
permitindo a participação das partes interessadas nos processos de tomada de
decisão.
Por outro lado, as razões de gestão sustentável dos recursos e da empresas
impõe a necessidade de uma maior segurança jurídica para os direitos concedidos,
prolongando-se os prazos de duração destes, como, por exemplo:
a) O direito de exploração florestal empresarial, que era de um ano à luz do
revogado regulamento florestal, passou a ter duração prevista na Lei de Terra para o
direito de superfície (artigos 68° n° 3 e 69°, alínea a)), da LBFFS;
b) O direito de pesca passou do prazo de um ano, na antiga Lei de Pescas,
para o prazo máximo de 20 anos no artigo 39° da LRBA.
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Para evitar prejuízos a outros valores constitucionais, a CRA permite que a
lei imponha restrições à iniciativa privada, baseada em razões económicas, sociais e
ecológicas, nomeadamente:
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exclusivamente concedidos às concessionárias nacionais (Agencia nacional de
petróleo e gás, Endiama-EP e Ferrangol-EP), mas os particulares podem exercer
atividades económicas sobre estes recursos desde que se associem à agencia
nacional de petróleo e gás, no caso dos petróleo e gás (artigo 4°, 5° e 13° da Lei das
Actividades Petrolíferas-LAP), ou à uma empresa com domínio público detida pela
Emdiama-EP (no caso do diamante e metais raros e elementos de terra raras) ou pela
Ferrangol-EP (no caso do ouro.
2.6. A garantia da propriedade
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A igualdade material permite o tratamento diferenciado de situações desiguais, sendo
por isso uma das tarefas fundamentais do Estado “promover a igualdade de
oportunidades entre os angolanos, sem preconceitos de origem, raça, filiação
partidária, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
A legislação do RN estabelece várias formas de concretização do princípio da
igualdade de oportunidades, nomeadamente:
a) Isenção de prévia autorização e de quaisquer pagamentos como nos casos do
direito comum de águas, direito de pesca de subsistência, direito de
subsistência dos recursos florestais e direito de caça de subsistência.
b) A lei estabelece procedimentos de concessão simplificados a
favor de pessoas singulares ou colectivas que pretendam exercer actividades sobre
recursos de pequena dimensão visando eliminar as barreiras administrativas
susceptíveis de afectar a igualdade de oportunidade como são os casos do direito
mineiro de produção artesanal, direito de exploração florestal comunitário e do
licenciamento das instalações das actividades conexas de pescas a favor de micro e
pequenas empresas...
2.8. Princípio do uso sustentável dos recursos naturais
O princípio do uso sustentável dos RN está consagrado no n°2 do artigo
39. ° da CRA, referido que “Estado adopta medidas necessárias (...) à exploração e utilização
racional de todos os recursos naturais”.
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CAPÍTULO III: ACESSO AOS RECURSOS NATURAIS
Exemplo:
É também gratuito, acesso de águas a favor dos titulares de direitos fundiários para
fins agrários nos seguintes casos:
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O sistema de acesso livre e gratuito vincula-se à satisfação das necessidades
básicas das pessoas e funda-se na importância dos recursos naturais para a
realização do direito ao mínimo de existência e, consequentemente, do direito a vida
e da inerente dignidade da pessoa humana.
Conceito de Licença. Uma licença (do latim licentĭa) “é uma permissão para fazer algo. O
termo também permite designar o documento (um alvará, por exemplo) ou o contrato em que consta a
licença em questão. Exemplo: “A empresa adquiriu a licença para comercializar este produto em todo
o mercado latino-americano”. O contrato de licença é uma autorização que cede o direito de uso de um
bem a outra pessoa ou organização. Segundo Amaral, Feijó e Paca entendem “licença é um
acto pelo qual um órgão da administração atribui a alguém do direito de exercício de uma actividade
que é por lei relativamente proibida”. E concessão “é um acto pelo qual um órgão da administração
transfere para uma entidade diferente da sua o exercício de uma actividade pública, que o
concessionário desempenhará por sua conta, mas no interesse público”.
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Contratos administrativos: é o contrato celebrado entre a administração e outra pessoa com o objecto
de associar esta por certo período ao desempenho regular de alguma atribuição administrativa, mediante prestação
de coisa ou serviços, retribuir pela forma que for estipulada, e ficando reservado aos tribunais administrativos o
conhecimento das contestações entre as partes, relativas à validade, interpretação e execução das suas cláusulas.
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não implique a alteração da qualidade e quantidade das águas, bem como do
equilíbrio ecológico. Nos casos contrários, os direitos de usos privativos adquirem-se
mediante concessão, sendo contrato de concessão.
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Ainda nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 46.º da Lei de Terras, o direito
de propriedade pode também ser constituído através da aquisição forçada do domínio
direito por parte do enfiteuta que se opera por força de um acordo das partes ou
venda judicial resultante do exercício do direito potestativo do foreiro integrado por
decisão judicial, o designado direito de remissão do foro.
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Muita legislação sobre RN foi aprovada antes da entrada em vigor da actual
Constituição. Tanto esta como as leis que vêm sendo aprovadas depois de 2010,
continuam a repartir competências entre o presidente da República e Ministros
responsáveis pelos sectores específicos de actividade económica, facto que merece
algumas notas.
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descentralização para a administração local, de modo a garantir que estes recursos
atendem também às necessidades do desenvolvimento local.
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Capítulo IV- regime de acesso e uso de Terras
4.2. Os terrenos
4.2.1. Definição
O direito fundiário tem por objecto a terra cuja definição é, nos termos da Lei
de Terras, o mesmo que terrenos.
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c) A qualificação dos terrenos não concedíveis.
4.2.2. Tipologias de terrenos
Os terrenos urbanos são prédios rústicos situados na área delimitado por foral
ou na área delimitada de um aglomerado urbano e que se destine para fins de
edificação urbana. Os terrenos, de acordo com o critério do fim urbanístico, podem
ser:
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c) Terrenos urbanizáveis: são os que embora abrangidos por uma área
delimitada por farol ou no perímetro urbano equivalente, hajam sido classificados, por
planos urbanísticos ou plano equivalente, como reserva urbana de expansão.
Os terrenos rurais são prédios rústicos situados fora da área delimitada por
um foral ou fora da área de um aglomerado urbano e se destinem aos fins de
exploração agrícola, pecuária, silvícola, mineira e outros. Por sua vez, de acordo com
os fins e regime jurídico a que estão sujeitos, os terrenos rurais podem ser:
A área dos terrenos rurais não pode ser inferior a dois hectares (limite mínimo)
nem superior a 10.000 hectares (limite máximo).
A área do terreno sujeita a ocupação precária não pode exceder, para cada
contrato celebrado com a mesma pessoa singular ou colectiva, a um hectare para a
exploração de pedraria ou meio hectare para outros fins. Estes limites podem ser
ultrapassados quando haja interesse do Estado.
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A fixação destes limites visa garantir a repartição justa e equitativa da terra,
combatendo os minifúndios, no caso dos limites mínimos, para permitir que as famílias
possam deter parcelas de terras suficientes para o exercício de actividade económica
que garantam a sua subsistência e prosperidade, contribuindo para combate a
pobreza.
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podem ser objecto de delegação específica do Presidente da República ao Ministro
que tutela o sector do cadastro.
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b) Organizar e executar os trabalhos técnicos relativos a demarcação dos
terrenos reservas;
c) Organizar e manter actualizado o cadastro geométrico;
d) Preparar a programação geral da cartografia do país e submeter a
autoridade competente a sua comprovação e mate-la actualizada;
e) Executar as zonas rurais as directivas contidas nos planos de
ordenamento do território.”
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Urbanística, Urbanismo e Cadastro apenas, talvez participar ou ainda emitir parecer
no processo de concessão fundiária.
O artigo 115° n°1, do Regulamento Florestal (RF) levanta três problemas cuja
abordagem reputa-se de grande importância técnico-jurídica. Primeiro diz respeito à
técnica legislativa utilizada na repartição de competências efectuada pelo artigo 115°,
n°1, do Regulamento Florestal que levanta o problema relacionado com o facto de nos
termos dos artigos 108.°, n°2, e 137.° da CRA, os Ministros, enquanto auxiliares do
Titular do poder Executivo, não podem ter competências próprias. Ou seja as suas
competências são meramente delegadas pelo Presidente da República.
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fundiária que provavelmente não será o IGCA mas sim, talvez um outro serviço
designado pelo referido Ministro, situação que, do nosso ponto de vista, talvez seja
susceptível de prejudicar um ordenamento adequado do território nacional.
4.5.1. Noção
Assim, teremos:
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b) Direito de domínio útil civil consuetudinário;
c) Direito de domínio útil civil; e
d) Direito de superfície;
e) Direito de ocupação precária.
Para tudo quanto seja aplicável e não esteja regulado na Lei de Terras, artigo
35°, n° 1, desta Lei remete expressamente para os artigos 1302° e 1384° do CC.
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O conteúdo positivo do direito de propriedade integra o direito de usar, fruir e
dispor da coisa sobre a qual incide (artigo 1305° do CC). Assim, o proprietário pode
utilizar racionalmente o terreno, arrendar o terreno e em consequência colher os
respectivos frutos civis (rendas), bem como alienar o terreno.
Mas levanta-se aqui controvérsias, pelo facto do artigo 65. ° RGCT não
conformar-se com o artigo 7. ° da CRA, por ser uma norma constitucional é
hierarquicamente superior que a norma do regulamento. Por cabe ao costume
aplicável em cada região, permitir ou proibir o desmembramento do domínio útil
consuetudinário.
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b) Livre desocupação dos seus titulares de harmonias com as normas
costumeiras em vigor (artigo 37. °, n. ° 5, da LT);
c) Outorga de outros terrenos aos membros da comunidade em causas
(artigo 37. ° n. ° 4 da LT).
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domínio privado do Estado. O superficiário goza ainda a faculdade de hipotecar o
direito (artigo 39. °, n. ° 4, da LT).
Tudo quanto não esteja regulado na Lei de Terras e seu regulamento, aplica-
se, com as devidas adaptações, o regime jurídico estabelecido nos artigos 1524. ° a
1542. ° CC.
O direito à ocupação precária está regulado na Lei de Terras nos artigos 40.
° e 81.° e seguintes do RGCT, e constitui-se mediante contrato de arrendamento
celebrado por tempo determinado.
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O direito de ocupação precária tem duração de um ano renovável por períodos
sucessivos se nenhuma das partes o tiver denunciado no prazo e na forma
convencionados. (artigo 55. °, n. °s 1, alínea e), e 2, da Lei de Terras e 83. ° RGCT).
Ex.: estação de 7 cunhas situado no Samacaca.
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