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PROGRAMA DE

MENTORIA
PASTORAL
DINÂMICA
DO ENCONTRO
• 08h30-09h00 – Devocional & Oração
• 09h00-10h00 – Exposição do Tema 1
• 10h00-10h10 – Pequeno Intervalo
• 10h10-11h10 – Exposição do Tema 2
• 11h10-11h30 – Interação
• 11h30 – Orientações | Encerramento
NOSSA
CAMINHADA

PARTE 1 PARTE 2 PARTE 3

Participativo Expositivo e participativo Expositivo e participativo


OBJETIVOS
Desenvolvimento local sustentável:
perspectiva conceitual, bíblica e teológica

Promover uma reflexão panorâmica sobre o


desenvolvimento local sustentável e sua relação com
a fé cristã e a práxis da igreja.

Parceria e complementariedade em
projetos missionais
Identificar formas para a ação
transformadora da igreja no ambiente
local.

Perceber os atores estratégicos para a


ação transformadora da igreja na
localidade.
APRESENTAÇÃO
Daniel Moreno de Souza, 41 anos, casado, moro em Maceió e
sou pastor.

Caminada ministerial Caminhada acadêmica


• Ministério com juventude • Graduação em Teologia
• Ministerio de acampamento • Pós Gradação em Projetos
• Evangelismo e Socias
responsabilidade social • Mestrado em
• Pastor Desenvolvimento Local
Sustentável
• Assessor nacional de
projetos e compromisso • PhD em Teologia pelo
cristão – Visão Mundial PRODOLA/SATS

• Coach • Professor em pós graduação e


teologia
• Graduado em Psicologia -
UFAL
LEITURA COMUNITÁRIA
DA BÍBLIA - LCB
PASSOS DA LCB

1. Olhando a vida (realidade);


2. Olhando a Bíblia;
3. A palavra de Deus perpassando por nossa alma;
4. Escuta profunda da palavra de Deus;
5. O toque da palavra de Deus na realidade;
6. Compartilha;
7. Encaminhamentos.
Texto Bíblico: Mateus 9:35-38
PARTE 1: O DESENVOLVIMENTO
LOCAL SUSTENTÁVEL E A
IGREJA
REFLETINDO

O que vem a sua mente quando


pensas em desenvolvimento?
REFLETINDO

O que é desenvolvimento
local para você?
Fundamentos históricos
e conceitos
fundamentais
Panorama histórico do DLS

▪ O desenvolvimento econômico e industrializado como modelo a ser seguido no pós 2ª


guerra mundial (Morin, Kern, 2002; Padilla, 2005; Scotto, Carvalho e Guimarães, 2007);

▪ Produção, consumismo, exclusão dos não consumidores, concorrência, sobrevivência dos


mais capazes como característica do sistema capitalista (Sung, 2008);

▪ Sociedade do capital - Desenvolvimento de uma sociedade de consumo (Padilla, 2005);

▪ Modelo capitalista repassado para outras nações sem considerar as características culturais,
sociais e econômicas dessas nações;
▪ “Durante o século XX, a economia, a demografia, o desenvolvimento, a ecologia se
tornaram problemas que doravante dizem respeito a todas as nações e civilizações, ou
seja, ao planeta como um todo” (Morin; Kern, 2002, p. 65);

▪ Desregramento ecológico, marca dos anos 80: a seca do mar Aral, o problema com a
usina de Chernobyl, a contaminação da água nos países industrializados, o
envenenamento do solo por excesso de pesticida e fertilizante, as chuvas ácidas, a
desertificação, o desmatamento, a urbanização selvagem e a emissão de CO² que
permite a intensificação do efeito estufa.

▪ “Desde então, a consciência ecológica tornou-se a tomada de consciência do problema


global e do perigo global que aumentaram no planeta” (Morin; Kern, 2002, p. 69).
▪ Surgimento dos debates ambientais com impacto mundial somente durante os anos
60 e 70;

▪ “A consciência da crise ecológica nos anos 70 veio somar-se às constatações do


fracasso do desenvolvimentismo na solução dos problemas globais, denunciado a
exploração ilimitada dos bens ambientais e a insustentabilidade social e ambiental
por ele gerada” (Scotto, Carvalho e Guimaraes, 2007, p. 19).
Conceitos fundamentais

Desenvolvimento sustentável:

“Desenvolvimento que é capaz de garantir as necessidades do presente sem


comprometer a capacidade das gerações futuras atenderem também as suas”
(CMMAD, 1988, p. 9).

“Desenvolvimento sustentável significa qualificar o crescimento e reconciliar o


desenvolvimento econômico com a necessidade de se preservar o meio ambiente”
(Cavalcanti, 1997, p. 41).
Desenvolvimento sustentável: perspectiva crítica.

Souza (2008) chama atenção para o fato desses discursos estarem atreladas ao
capitalismo. Para ela, essas temáticas em ênfase na contemporaneidade são
nada mais que metáforas que escondem o real problema (a degradação da vida
humana) bem como a real motivação (a expansão do mercado capitalista).
Desenvolvimento local sustentável

Amaro (2009, p. 108) define o desenvolvimento local como sendo “o processo


de satisfação de necessidades e de melhorias das condições de vida de uma
comunidade local, a partir essencialmente das suas capacidades, assumindo a
comunidade o protagonismo principal nesse processo e segundo uma
perspectiva integrada dos problemas e das respostas.”
Empreendedorismo social e economia solidária como estratégias
para o desenvolvimento local sustentável

Empreendedorismo social

“Empreendedorismo Social é um nome dado a um conjunto de ações


empreendedoras que visam à melhoria da sociedade, onde os empreendedores
lançam mão de medidas que podem ser ao mesmo tempo lucrativas e sociais”
(Atitudes Sustentáveis, s. f.)
Economia solidária

Para Andrade (2005, p.4) “a Economia Popular Solidária nada mais é do


que um instrumento de inclusão através do trabalho e de transformação
social a partir das práticas econômicas locais.”
Agenda 2030 e os ODS

A Agenda 2030 é um plano de ação para as pessoas, o


planeta e a prosperidade, que busca fortalecer a paz
universal. O plano indica 17 Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável, os ODS, e 169 metas,
para erradicar a pobreza e promover vida digna para
todos, dentro dos limites do planeta. São objetivos e
metas claras, para que todos os países adotem de acordo
com suas próprias prioridades e atuem no espírito de
uma parceria global que orienta as escolhas necessárias
para melhorar a vida das pessoas, agora e no futuro.
(Plataforma Agenda 2030, s. f.)
Figura 5: Os cinco pilares da Agenda 2030
Fonte: Plataforma Agenda 2030, s. f.
REFLETINDO

É possível encontrar na Bíblia


fundamentos para o
desenvolvimento local sustentável?
Perspectiva bíblica e
teológica do DLS
Refletindo sobre a integração da beneficia social na missão de
Deus, a partir de uma perspectiva bíblica, histórica e contemporânea,
Kuhn destaca que a Bíblia é o modelo de assistência e
desenvolvimento para o cristão e que do ponto de vista bíblico e
cristão desenvolvimento humano tem haver como a transformação
dos indivíduos e das comunidades em que os mesmos estão
inseridos e que a vida e amor de Jesus Cristo deve ser a origem,
propósito e o princípios de ação para tais iniciativas. (KUHN, 2013)

Kuhn, Wagner (2013). Integrando beneficiência social e desenvolvimento na missão de Deus: perspectiva bíblica,
históricas e contemporâneas do evangelho de Cristo. CePLib: Cachoeira.
Tendo em vista o Antigo Testamento, aponta que a causa do
pobre, do doente, dos oprimidos, são regularmente considerados,
tendo em foco a responsabilidade do povo de Israel para com estes.
“Israel devia auxiliar aos fracos e oprimidos, tornando-se assim um
modelo para as outras nações. A assistência e o desenvolvimento
humano deveriam ser colocados em prática de modo que a nação
eleita fosse o ideal do que Deus almejava para a humanidade.
(KUHN, 2013)

Idem (p.12,13)
Panorama do desenvolvimento local sustentável no AT:

▪ Deus o criador de todas as coisas. Ele é o Rei soberano sobre tudo (Gn 1:1-31;
2:4-17);
▪ Adão como mordomo da criação – cuidar e guardar (Brito; Mazzoni-Viveiros,
p.51);
▪ Mandato cultural – desenvolver o jardim de Deus (Lammé, 2012, p.147);
▪ Equilíbrio e harmonia fecunda no jardim – benção de Deus por meio do trabalho
do ser humano (Pikaza, 2008);
▪ O sábado como sentido ecológico e de bem-estar humano (Pikaza, 2008);
▪ Como administrador da criação de Deus, o homem deveria respeitar os limites e
as leis estipuladas por Deus (Pikaza, 2008);
▪ O primeiro pecado associado com a quebra de uma lei ecológica: homem e
mulher buscam se tornar senhores da criação, ser como Deus (Pikaza, 2008);
▪ Sustentabilidade em Noé: a salvação do dilúvio como livramento da autodestruição
humana (Pikaza, 2008);
▪ Os patriarcas como agentes estratégicos de Deus para a promoção de bem-estar no
mundo;
▪ Israel como canal para abençoar as famílias da terra (Walvoord; Zuck, 1996, pp. 27-
28);
▪ José como cumprimento deste chamado, instrumento para o propósito redentor de
Deus de preservação da vida;
▪ Modelo de desenvolvimento local sustentável (DLS) na história de José;
▪ Libertação e desenvolvimento no livro de Êxodo;
▪ Sustentabilidade nos Dez Mandamentos;
▪ Cuidado com os órfãos, viúvas e estrangeiros (sustentabilidade social e econômica);
▪ Sustentabilidade ambiental, econômica, cultural e social no ano do Jubileu, e nas leis
a favor dos pobres e escravos (Levíticos 25);
▪ Descanso da terra a cada 7 anos – princípio sabático;
▪ Importante modelo de DLS em Neemias;
▪ Denuncia dos profetas contra a insustentabilidade social, econômica e ecológica do
antigo Israel;
▪ Shalom – estado de plenitude, completude, integralidade, harmonia, em sentido
holístico tem a ver com paz espiritual (salvação). Paz física (saúde), paz psicológica
(integração) e paz social (justiça e liberdade da guerra) (Deiros, 2006);
▪ A esperança messiânica.
Panorama do desenvolvimento local sustentável no NT:

▪ Insustentabilidade social e econômica no tempo de Jesus;


▪ A ação missional de Jesus junto aos mais pobres;
▪ Jesus o messias prometido no AT – perspectiva do ano do Jubileu entre os homens
(Lucas 4:16-21);
▪ Jesus como modelo de espiritualidade e missão para a igreja;
▪ Sustentabilidade nos ensinos de Jesus: sermão do monte, boas obras, amor e perdão;
▪ Profetismo em Jesus;
▪ Curas e milagres de Jesus;
▪ O Reino de Deus;
▪ A nova humanidade em Cristo – novo nascimento;
▪ O estilo de vida dos primeiros cristãos em Jerusalém (At 2:42-47);
▪ A práxis de Jesus como a práxis da igreja (Barro, 2002);
▪ Comunidade do Espírito que proclama libertação a todos os oprimidos (CLADE
III, 1993);
▪ Perspectiva missional do Pentecoste;
▪ Sustentabilidade nas cartas paulinas: dos dons e fruto do Espírito, estilo de vida
dos cristãos, ética, moralidade e boas obras;
▪ Reconciliação, novo nascimento e boas obras.
REFLETINDO

É possível encontrar na história, bases


sobre a ação da igreja na promoção da
libertação e do desenvolvimento?
Dois exemplos

▪ Segundo Francis Schaeffer, Wilberforce foi a maior força pessoal e


solitária a transformar a Inglaterra de um país escravocrata para um país
livre de fato e de direito da escravatura.

▪ Carta de John Wesley para Wilberfoce (24.02.1791):


A menos que Deus tenha te levantado justamente para esta tarefa, a oposição dos homens e dos
demônios será inesgotável; mas se Deus está contigo “quem será contra tí?” Siga adiante em nome
de Deus e no poder de sua fortaleza, até que a escravidão norte-americana, a mais vil que jamais
fora vista à luz do sol, se desvaneça diante dele.
William Carey (1791-1834)
A vida e obras de Willim Carey, o pai das
missões modernas, foram e continuarão a ser
uma inspiração para os envolvidos não
somente nos aspectos espirituais da vida
cristã, mas também nos físicos e sociais.
Embora ele fosse grandemente influenciado
pelo avivamento Wesleyano e criado na igreja
Anglicana, se tornou em um não conformista
em fevereiro de 1779. Por meio de muita
leitura da Bíblia, Carey tornou-se preocupado
com a evangalização mundial e a condição
social dos pagãos. Isso finalmente o levou à
organização da Sociedade Missionária Batista
em 2 de outubro de 1791. (Davis, 1963, p.10,
23)
“Faça grandes coisas para
Deus; espere grandes
coisas de Deus.”
(William Carey)
As Fotos de Alice Seeley Harris Expuseram
os Horrores do Colonialismo no Congo.

Harris fez centenas de fotos


documentando a violência,
escravidão e exploração
infligidas aos congoleses pelos
agentes do rei da Bélgica
Leopoldo II, primo da Rainha
Vitória.

Fonte: https://www.vice.com/pt_br/article/vv4y88/as-fotos-de-alice-seeley-harris-expuseram-os-horrores-do-colonialismo-no-
congo
Mesmo com tantos fundamentos, por que
o movimento evangélico atual é tão
passivo quanto as questões sociais?
(CARVALHO, 2015, p.29-30)
(CARVALHO, 2015, p.32)
Os cristãos deveriam sentir compaixão e uma dor
aguda na consciência quando seres humanos são
de alguma forma oprimidos ou negligenciados,
seja pela privação de liberdade civil, respeito
racial, educação, saúde e emprego ou de
alimentação, vestuário e teto adequado. Qualquer
coisa que solape a dignidade humana deve ser uma
ofensa para nós.
(STOTT, 2010, p.43)
REFLETINDO

O que a igreja tem a ver com


o DLS?
PARTE 2: PARCERIAS E
COMPLEMENTARIEDADE EM PROJETOS
MISSIONAIS
REFLETINDO

Parceria e complementariedade
pra quê?
REFLETINDO

O que é parceria? E
complementariedade?
REFLETINDO

Parcerias com quem?


DISCUSÃO EM
GRUPO

O que é a igreja?
DISCUSÃO EM
GRUPO

O que é espiritualidade?
DISCUSÃO EM
GRUPO

O que é o Reino de Deus?


A menos que sejamos verdadeiramente libertos de uma
dominadora conformidade com a tradição, com a convenção e
com o materialismo burguês da cultura secular, a menos que
nosso discipulado seja radical o bastante para nos fazer criteriosos
com respeito às atitudes estabelecidas e indignados com todas as
formas de opressão, e a menos que agora sejamos devotos a
Cristo, à igreja e à sociedade de forma livre e abnegada,
dificilmente poderemos alegar sermos salvos, ou até mesmo
estarmos no processo de sermos salvos. Salvação e reino de Deus
são sinônimos (Mc 10.23-27), e no reino a autoridade de Jesus é
absoluta.
(STOTT, 2010, p. 128)
Falar em reino de Deus é falar do propósito
redentor de Deus para toda a criação e da
vocação histórica que a igreja tem com respeito a
este propósito aqui e agora, ‘entre tempos’. É
também falar de uma realidade escatológica que
constitui simultaneamente o ponto de partida e a
meta da igreja. A missão da igreja,
consequentemente, só pode ser entendida à luz
do reino de Deus. (PADILLA, 2014, p.211)
DISCUSÃO EM
GRUPO

O que é missão?
Não se reduz apenas a uma tarefa. É de fato, a priori, acolher a
graça e o amor de Deus, para então, como conseqüência, viver
o exemplo da vida plena de nosso Senhor Jesus Cristo. É a
instauração do reino de Deus. É o desenvolvimento, pelo
Espírito Santo, de uma “inteligência espiritual comunitária”
capaz de discernir todas as manifestações do bem e do mal. É
uma comunidade desafiada a obedecer ao mandamento de
amar internamente para depois expressar, com coerência, amor
pelos “de fora”. Sua unidade interna não anula o supremo
mandamento de amar a todos.
Pr. Carlos Queiroz
Quando qualquer comunidade se deteriora, a falha deve
ser atribuída a quem de direito: não à comunidade que
está indo mal, mas à igreja que está falhando em sua
responsabilidade de, como sal, pôr fim à deterioração. E
o sal só será efetivo se permear a sociedade, se os
cristãos se atentarem novamente para a vasta diversidade
dos chamados divinos, e se muitos penetrarem
profundamente na sociedade secular para lá servir a
Cristo.
(STOTT, 2010, p. 37)
… se a igreja local é ‘enviada’ à sua área
como o Pai enviou o filho ao mundo, sua
missão de servir é mais ampla do que o
evangelismo.

(STOTT, 2010, p. 38)


A missão primordial é a de Deus, pois foi ele quem
mandou seus profetas, seu Filho, seu Espírito…
(STOTT, 2010, p. 25) E ‘Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio’ (Jo 20.21) … Jesus fez
de sua missão um modelo para a nossa… Portanto,
nossa compreensão da missão da igreja deve ser
deduzida da nossa compreensão da missão do Filho.
(STOTT, 2010,p. 27)
REFLETINDO

Quais os principais problemas que


enfrentemos em nossos bairros e
cidades?
“É dentro deste caldeirão de ambigüidades e
antagonismos, que emerge, vive e acontece a
Igreja Evangélica. A Igreja Evangélica não pode
ficar fora de qualquer análise que se faça desse
país.”

(D’ARAUJO FILHO, Caio Fábio. A Igreja


Evangélica e o Brasil: profecia, utopia e realidade, p.
16, 17 e 20.)
REFLETINDO

Você conhece seu bairro? E o bairro


onde está a igreja que você
pastoreia?
Projeto

“Um projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto


de atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar
objetivos específicos dentro dos limites de um orçamento e de um
período de tempo dados.” (ONU, 1984)
Projeto Social

Um projeto (social) nasce de uma ideia, de um desejo ou interesse de


realizar algo, ideia esta que toma forma, se estrutura e se expressa através
de um esquema (lógico), o qual, no entanto, é apenas esboço (sempre)
provisório, já que sua implementação exige constante aprendizado e
reformulação.
Projeto Social

É uma ação social planejada, estruturada em objetivos, resultados e


atividades baseados em uma quantidade limitada de recursos (humanos,
materiais e financeiros) e de tempo.
Projetos sociais

Os projetos são a melhor solução para organizar ações sociais, uma vez
que eles “capturam” a realidade complexa em pequenas partes,
tornando-as mais compreensíveis, planejáveis, manejáveis.
As fases do ciclo de um projeto

Identificação

Avaliação Elaboração

Monitoramento Aprovação

Implementação
Modelo simples de elaboração de um projeto

Como o trabalho será


realizado? Que recursos
são necessários?

Quem é o público
beneficiado?
Quem vai realizar este
trabalho? Eles precisarão
de treinamento?

Onde o trabalho será


realizado.

Quando o trabalho será realizado?


Quanto tempo levará?
Etapas preliminares indispensáveis à
elaboração de um projeto

1. Conheça a comunidade, os seus anseios, problemas, desejos e potencial (Mt 11:19);


2. Conheça os recursos e habilidades que existem entre os irmãos da igreja (At 4:32-37);
3. Identifique um problema ou desejo que pode ser tratado com os recursos e habilidades
existentes na igreja e na comunidade;
4. Identifique as pessoas da igreja que querem engajar-se no tipo de projeto
especificamente cogitado;
5. Identifique como os membros da comunidade podem participar no desenvolvimento
do projeto cogitado.
Ministério Social Cristão: Etapas de
implementação

1. Introduzir questões sociais no ciclo de vida da igreja;


2. Promover cursos de capacitação;
3. Analisar como a igreja relaciona-se com a comunidade da qual faz
parte;
4. Promover momentos para membros da igreja conhecerem a realidade
da sua comunidade;
5. Identificar anseios, problemas e desejos da comunidade;
Ministério Social Cristão: Etapas de
implementação

6. Identificar as pessoas da igreja que querem engajar-se no


Ministério Social e os recursos e habilidades que elas têm;
7. Pontuar como os membros da comunidade podem participar
no desenvolvimento do trabalho;
8. Identificar possíveis parceiros;
9. Enumerar quais problemas e desejos a igreja e a comunidade
podem tratar com os recursos e habilidades que têm;
10. Priorizar as ações do Ministério Social da igreja;
Ministério Social Cristão: Etapas de
implementação

11. Planejar as ações (elaborar projetos);


12. Fazer um culto de comissionamento para os integrantes do ministério
social;
13. Agir;
14. Avaliar as ações do ministérios;
15. Continuar realizando estudos bíblicos e pregações que tratam de
questões sociais.
Ministério Social Cristão: Etapas de
implementação

11. Planejar as ações (elaborar projetos);


12. Fazer um culto de comissionamento para os integrantes do ministério
social;
13. Agir;
14. Avaliar as ações do ministérios;
15. Continuar realizando estudos bíblicos e pregações que tratam de
questões sociais.
REFLETINDO

De que formas a igreja pode


promover desenvolvimento local
sustentável?
Estudo de caso: Ponte Social em Santa Luz
Estudo de caso: Ponte Social em Santa Luz

ChildFund
IPN
Brasil

SEPAL
Estudo de caso: Ponte Social em Santa Luz
Estudo de caso: Ponte Social em Santa Luz
▪ Instituição de base comunitária legalmente
constituída e estabelecida como Organização
Social Parceira do CFB (ChildFund Brasil, 2017,
p. 22).

▪ “Fundada em 16/05/2016. Sua atividade principal


é atividades de associações de defesa de direitos
sociais” (Econodata, s. f.).

▪ Busca “atender com excelência, famílias, crianças,


adolescentes e jovens, a partir do desenvolvimento
de projetos que contribuam para a construção do
seu próprio futuro” (ASSCAD, 2020, p.10).
▪ Atualmente, esta organização atende diretamente
a 1.339 crianças e adolescentes (total de
inscritos), destes, 1.268 são apadrinhados.

▪ Indiretamente são 3.123 pessoas beneficiadas


pela ação desta instituição (ASSCAD, 2020),
cerca de 54% da população da cidade, se
considerarmos a previsão da população para o
ano de 2019.
A cidade de Santa Luz: Localização geográfica

▪ A cidade de Santa Luz foi fundada no ano de 1902


por André Folha, um imigrante do Estado da Bahia
(IBGE, s. f.).

▪ Localizada na Região Nordeste do Brasil, Sudoeste


do Estado do Piauí, na microrregião do Alto Médio
Gurguéia, região caracterizada pelo bioma Cerrado e
Caatinga, e por dois Parques Nacionais (Parque
Nacional Serra das confusões e Parque Nacional
Serra da Capivara) (ChildFund Brasil, 2013, p. 4;
IBGE, s. f.).
Figura 11: Localização da cidade de Santa Luz no território brasileiro
Fonte: Google Maps.
A cidade de Santa Luz: informações gerais

▪ Com uma população de 5.513 pessoas, destas,


1100 são crianças de 0 a 10 anos.

▪ Estimativa de 5.860 pessoas para o ano de 2019.

▪ Apenas 6,6% de sua população ocupando vagas de


trabalhos formais ou seja 381 pessoas, o que a
coloca na 4583º posição dentre os 5570 munícipios
brasileiros.

• Percentualmente, este município depende de


97,8% (IBGE, s. f) de receitas oriundas de fontes
Figura 13: População de Santa Luz. externas.
Fonte: IBGE, s. f..
A cidade de Santa Luz: informações gerais

▪ A economia da cidade “gira em torno à agricultura;


▪ E os principais intercâmbios econômicos e culturais
ocorrem com os munícipios vizinhos – Bom Jesus e
Cristino Castro” (ChildFund Brasil, 2013, p. 3).
▪ Sobre a condição de pobreza e desigualdade, a cidade de
Santa Luz contava, de acordo com informações de 2003,
com 57,02% de sua população em incidência de pobreza
e 64,08% em incidência de pobreza subjetiva e com
índice de GINI medindo 0,36.
▪ Sobre o esgotamento sanitário da cidade, ele abrange
apenas 0,5% de sua população, comparado com os
municípios do Brasil, este município ocupa a posição
5517º (IBGE, s. f.).
A cidade de Santa Luz: informações gerais

▪ No que diz respeito à religiosidade, o


catolicismo é predominante nesta cidade com
um total de 4370 pessoas que fazem parte
deste seguimento, seguido pelos evangélicos
que somam 785 e apenas 3 pessoas que se
identificaram como espírita (IBGE, s. f.).

Figura 14: Religiosidade da cidade de Santa Luz.


Fonte: IBGE, s. f.
Percepção de mudanças com a chegada da coalisão:

Antes existia um vazio, não tinha local, minha vida não tinha
motivação. Percebemos o olhar diferente das crianças, eu nunca
tinha visto nada igual. Preencho meu tempo, é muita diferença.
(Pessoa 2 GP Focal 1)

Perspectiva e motivação não existia, depois da chegada deu


esse suporte para tornarmos cidadão de bem, que tem apoio.
(Pessoa 5 GP Focal 1)
Compreensão a respeito do papel da igreja na parceria com o
CFB
▪ As pessoas compreendem o papel da igreja na coalisão;

▪ Sabem distingui-la da Ong local e do CFB;

▪ Entendem a importância da igreja para a coalisão e a cidade;

▪ Não conseguem conceber o programa sem a atuação da igreja.


Indicadores de desenvolvimento na cidade de Santa Luz

▪ Melhoria e desenvolvimento do comercio local;


▪ O surgimento de novos negócios;
▪ Impacto das tecnologias sociais;
▪ A atuação da ASSCAD na cidade;
▪ Empreendedorismo de mulheres;
▪ Mobilização comunitária;
▪ Proteção infantil;
▪ Integração entre as famílias;
▪ Melhoria da educações das crianças;
Indicadores de desenvolvimento na cidade de Santa Luz
▪ Esporte e lazer para as crianças;
▪ Bem-estar e saúde;
▪ Agricultura familiar;
▪ Educação ambiental;
▪ Educação financeira;
▪ Acesso a linha de crédito;
▪ A ação da igreja Presbiteriana de Santa Luz junto as famílias e a ASSCAD;
▪ Espiritualidade, fé e desenvolvimento social.
Aportes e reconhecimento da atuação da igreja local
▪ Atuação na cidade antes da chegada da Ponte Social;
▪ Apadrinhamento das crianças;
▪ Espiritualidade encarnada – fé e obras – referencia espiritual;
▪ Atuante no apoio às famílias da cidade;
▪ Igreja aberta e inclusiva;
▪ Compromisso com a cidade e os mais pobres – compromisso social;
▪ Atuação junto a prefeitura;
▪ Envolvimento direto e ativo com a ASSCAD;
▪ Modelo de igreja na cidade;
▪ Participativa na reuniões públicas;
▪ Zelo bíblico e educação cristã;
▪ Identidade Presbiteriana;
▪ Fundamental para a cidade.
REFLETINDO

Qual o perfil da pastoral que


promove transformação?
Indicadores de uma pastoral transformadora
Quadro 13: Legado e ensino da pastoral presbiteriana na cidade de Santa Luz de acordo com o
GP Focal 2.

Legado e ensino deixados pelos pastores


Pr. D.S.C Pr. M.F.C.S
Dinamismo, alegria, ludicidade, suporte, Humildade, simplicidade, conhecimento,
disponível para toda a hora, líder municipal parceiro, homem muito humano, empático,
(sempre estava presente em todas as emotivo, uma pessoa que tem intima
bancadas, nas reuniões da cidade), jogava compaixão, presta atenção na sensibilidade
com as pessoas, muito participativo, pastor do problema do outro, atencioso, sensível aos
muito esportivo, pastor muito envolvido com problemas dos outros, disponível para as
a cidade, ele e esposa pessoas maravilhosas, pessoas, atuante no bem estar da ASSCAD,
pastor para toda obra (se envolvia em tudo), disponível para atender as pessoas na igreja,
jogava futebol com os homens. pessoa muito verdadeira, para cada
necessidade tinha uma palavra de consolo,
homem muito sábio, procurava as pessoas, se
preocupava com as pessoas, conversava com
as pessoas, confiante.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Características de uma igreja promotora do DLS
Quadro 16: Igrejas que promove desenvolvimento na localidade.
• Não se preocupam apenas em aumentar sua membresia;
• Os membros desta igreja não são meros esquentadores de bancos, são
ativos na vida do bairro/cidade;
• Se preocupa com as famílias do bairro/cidade, não apenas com as
famílias da igreja;
• Atuam socialmente na cidade por meio de projetos, curso, formações,
palestras, mobilização e caravanas;
Igrejas que • Promovem o acesso das pessoas a assistência de saúde, seja por meio
de mutirões ou pontes com o serviço público;
promove • Faz parceria com outras instituições no bairro em que está inserida;
desenvolvimento • Se insere na rede de promoção de bem-estar social comunitário;
na cidade: um • Busca desenvolver sua incidência social não pela via do
modelo a partir assistencialismo, mas pela lógica do desenvolvimento humano e
da Igreja comunitário;
Presbiteriana de • Igreja aberta que inclui todas as pessoas sem distinção alguma;
• Igreja que articula harmonicamente seu discurso com sua ação
Santa Luz. (ortopráxia).
• Que integra fé e obras;
• Busca suprir áreas de carência da população;
• Não faz proselitismo religioso;
• Tem interesse sincero pelas pessoas independente de suas crenças;
• Busca parceria com o poder público;
• Contribuem na educação de crianças, adolescentes e jovens;
• Tem seus espaços disponível para a realização de atividades com a
comunidade;
• Investem em crianças e adolescentes;
• Buscam desenvolver o serviço do culto não apenas com seus membros.
Inclui a comunidade em suas celebrações;
• Promove educação ambiental.
Cidade de Santa Luz
Igreja
Incidência Presbiteriana na cidade
Presbiteriana
Nacional

Capital financeiro Relação dos Por meio da Membros da ig. local Outros
• Sustentabilidade padrinhos ASSCAD • Evangelização e apoio • Exemplo de fé,
econômica da Ponte • Relação humana e • Atuação junto as às famílias; religiosidade e
Social; emocional; crianças e famílias; • Apoio à ASSCAD; espiritualidade cristã;
• M anutenção financeira • Vínculos familiares; • Empoderamento e • Participação nos • M odelo de igreja a ser
da estrutura física do • Apoio financeiro e desenvolvimento espaços públicos; seguido;
programa; espiritual; comunitário; • Empoderando a • Respeito e
• Pagamento dos salários • Exercício de um fé • Incidência no sistema comunidade; reconhecimento da
dos técnicos da encarnada; de garantia de direitos; • Pastoral engajada; cidade;
ASSCAD; • Cursos e formações; • Impacto nas famílias;
Igreja • Sustentabilidade das
• Compromisso e • Ator estratégico na
• Apoio emocional;
aprendizado mútuo; • Promoção de nova cidade;
Presbiteriana atividades e cursos; • Prática missional por cultura; • Acolhimento das • Ação nas escolas;
de Santa Luz • Compromisso meio do amor concreto. • Saúde e qualidade de pessoas; • Não descriminação;
transformador com a vida; • Disponibilidade do • Incidência de uma nova
cidade; • M obilização, parcerias espaço da igreja para a lógica religiosa na
• Incidencia na lógica e ação política. comunidade; cidade.
economica da cidade. • Educação cristã;
• Apoio espiritual.
Dez grandes temas que surgem da investigação

1. A necessidade da pastoral transformadora;


2. Elaboração de cursos bíblicos e teológicos sobre a sustentabilidade;
3. O diagnóstico social como ferramenta para a implantação de igreja;
4. Inserção das igrejas e instituições religiosas como atores de promoção do DS;
5. Fé e política na prática da igreja e academias cristãs;
6. Participação da igreja na rede de transformação;
7. Necessidade de igrejas inclusivas;
8. A Ponte Social como modelo de ação missional transformadora;
9. Formação de incubadoras missionais;
10. Fé e espiritualidade como elementos estratégicos para programas sociais.
INDICAÇÕES DE LIVROS
Que meu coração seja
quebrantado por aquilo que
quebranta o coração de Deus.

(Bob Pierce)
Obrigado!

Daniel Moreno
(82) 99812-1482
danielmorenosouza@hotmail.com
Daniel Moreno
(82) 99812-1482
danielmorenosouza@hotmail.com

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