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Territórios Rurais: Uma abordagem para o desenvolvimento...

Processos de Construção Social e Implantação do Território da Serra do Brigadeiro – Minas Gerais


Maria Luiza Dias Fernandes 1
Ana Louise de Carvalho Fiúza 2

Resumo
O Território da Serra do Brigadeiro, constituído por nove municípios do Estado de Minas Gerais, Brasil,
compreende um conjunto de formações rochosas acidentadas, sendo divisor de águas entre duas
importantes bacias: Rio Doce e Paraíba do Sul.
A região abriga o último remanescente de Mata Atlântica da Zona da Mata, onde se abrigam espécies da
fauna e da flora ameaçados de extinção, além de um grande contingente de agricultores/as familiares.
Devido a um intenso processo de degradação ambiental da região, na década de 70 foi proposta a criação
de uma unidade de conservação que abrangeria uma área de 32 mil hectares e desalojaria centenas de
famílias rurais.
Após um intenso processo de mobilização social, em 1986 foi criado o Parque Estadual da Serra do
Brigadeiro, com uma área de apenas 13200 ha, torno do qual encontram-se os municípios que compõem o
Território da Serra do Brigadeiro. O que significou vitória e desfio: promover o desenvolvimento regional
considerando aquela unidade e uma matriz de produção ambientalmente impactante.
Em 2003, atores sociais que atuavam na promoção de ações voltadas para o desenvolvimento sustentável
na região, formularam e obtiveram aprovação do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural
Sustentável a inclusão da Serra do Brigadeiro no Programa Nacional de Desenvolvimento de Territórios
Rurais - PRONAT, uma política pública criada pelo Governo Federal naquele ano. A aprovação estava
condicionada a critérios tais como concentração de agricultores/as familiares; existência de patrimônio
ambiental e cultural como eixo aglutinador do desenvolvimento e capital social e institucional
desenvolvido.
O processo de desenvolvimento territorial preconizado pelo PRONAT prevê a realização de várias ações
estratégicas conformando um ciclo de gestão em espiral que se aperfeiçoa e se qualifica. O Território da
Serra do Brigadeiro construiu de forma ascendente e participativa seu instrumento de gestão - o Plano
Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável, que funciona como organizador do processo de
articulação e implementação de ações com vistas à transformação do quadro sócio-econômico, produtivo,
cultural e ambiental da região, bem como realização dos objetivos expressos pelos atores sociais,
sobretudo as próprias comunidades rurais, durante o processo de planificação – visão de futuro. A gestão
fica a cargo do Colegiado de Desenvolvimento Territorial, plural, paritário, que congrega a diversidade de
atores sociais atuantes.

Viçosa – Minas Gerais - Brasil


Março de 2006

1
Engenheira Agrônoma, Secretária Executiva do Colegiado de Desenvolvimento Territorial da Serra do Brigadeiro
e Mestranda do Programa de Pós Graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Viçosa.
2
Socióloga, Doutora em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade e Professora Adjunta do Departamento de
Economia Rural da Universidade Federal de Viçosa.
Territórios Rurais: Uma abordagem para o desenvolvimento...
Processos de Construção Social e Implantação do Território da Serra do Brigadeiro – MG

1. Introdução
Na língua portuguesa o uso de reticências indica interrupção de um pensamento por ficar
subentendido o que não foi dito. Neste texto seu uso indica continuidade de algo. “Territórios Rurais:
Uma abordagem para o desenvolvimento...”, usa reticências por inúmeras possibilidades, entre elas, por
poder ser considerada uma proposta provisória, pretensiosa, ousada, desafiadora, ou melhor, em
construção...
Ao fazer uma decomposição da proposta explicita e/ou implícita na frase, identifica-se três
palavras-chave Desenvolvimento, Territórios e Espaço Rural. Destas, duas serão objeto de nossa reflexão.
E o que seria desenvolvimento num espaço rural delimitado enquanto um território? Ademais de
uma imagem sobre o que seria a pergunta, é como se alcançaria esta condição ou estagio (de
desenvolvimento)?
Este ensaio é uma tentativa de resgatar e explicitar os conceitos de território e de desenvolvimento
trabalhados por vários autores e instituições e, enfatizar a adoção recente da abordagem territorial como
estratégia para a promoção do desenvolvimento de espaços rurais brasileiros.
Tal estratégia foi materializada, enquanto política pública, em 2003, via Programa Nacional de
Desenvolvimento de Territórios Rurais da Secretaria de Desenvolvimento Territorial, criada na estrutura
do Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Tratar-se-á em especial do processo de implantação do Território da Serra do Brigadeiro, localizado
na Zona da Mata Mineira, e pertencente ao conjunto de nove territórios criados em Minas Gerais.
Salienta-se o fato de que a sustentabilidade do desenvolvimento dessa região, por nós entendida
como Território da Serra do Brigadeiro é, todavia um conceito em construção. Atualmente estão em
disputa na região, dois projetos antagônicos de desenvolvimento, um de cunho economicista ligado aos
grandes eixos de exportação e superávit primário do governo federal e outro com um viés econômico e
forte conotação sócio-ambiental, construído pelos diferentes atores sociais da região.
O primeiro propõe a instalação de empresas mineradoras de bauxita em área com predominância de
agricultores/as familiares e no entorno de uma Unidade de Conservação da Mata Atlântica. O segundo
propõe a construção dialógica de um modelo de desenvolvimento sustentável e solidário com base
conservacionista, através do fortalecimento da agricultura de base familiar, da recuperação e conservação
ambiental, do turismo comunitário, da agroindústria familiar e do artesanato e por fim do resgate e
valorização da cultura, ou das várias nuances culturais da região: indígena, cabocla e afro descendente.

2. Diferentes Leituras do Conceito de Desenvolvimento


a. Desenvolvimento como liberdade...
Amartya Sen em seu livro “Desenvolvimento como liberdade” (2000) apresenta uma conversa,
narrada no texto em sânscrito Brihadaranyaka Upanishad, entre Maitreyee e seu marido Yajnavalkya.
Eles discutiam sobre a possibilidade de ganhar mais dinheiro e em que medida esta riqueza os ajudaria a
obter o que eles desejassem.
Maitreyee questionava-se e ao marido se “o mundo inteiro, repleto de riquezas, pertencesse a ela,
se isso lhe traria a imortalidade”. Embora a pergunta retórica de Maitreyee seja muito citada na filosofia
indiana o autor chama a atenção para um aspecto interessante para a economia e para a compreensão de
desenvolvimento.
“... este aspecto diz respeito à relação entre rendas e realizações, entre mercadorias
e capacidades, entre nossa riqueza econômica e nossa possibilidade de viver do
modo como gostaríamos”,
Esta citação de Sen cumpre a função de conceituar, o que para mim seria o questionamento sobre
o estado de desenvolvimento que gostaria de chegar emocional, intelectual e enquanto cidadã, isto é “a
possibilidade de viver realmente bastante tempo e de levar uma vida boa enquanto ela durar”.

b. Uma noite o mundo dormiu e quando acordou se viu pobre... Com apenas uma frase
foram “criados” bilhões de pobres e subdesenvolvidos no mundo!
A partir da ótica da sociologia há uma série de textos e reflexões sobre o que seria
desenvolvimento, sua ausência (subdesenvolvimento) e as estratégias utilizadas mundialmente para sua
promoção.
Sem recorrer a todas, resgato apenas o dia em que bilhões de pessoas acordaram
“subdesenvolvidas”. Em 1949, no discurso inaugural como Presidente dos Estados Unidos, Hanry S.
Truman utiliza, pela 1ª vez, o termo “áreas subdesenvolvidas”. A partir desse dia os Estados Unidos
assumiram para si a tarefa de promover o desenvolvimento, entendido como progresso industrial, visando
melhorar o padrão de vida das populações dos países não desenvolvidos como forma de assegurar a paz.
Apesar de imensamente badalada, várias são as críticas e limites do conceito de desenvolvimento,
chegando a ser negado, como em Sachs (1993) Não obstante aos questionamentos, no senso comum, bem
como nas forças políticas e econômicas mundiais, não se encontra “ninguém contra o desenvolvimento”.
Quem seria capaz de desejar que uma criança, uma planta ou uma sociedade em seu conjunto não se
desenvolvesse, não melhorasse (Gomes, 2003)?
Segundo Gomes as idéias de desenvolvimento têm historicidade concreta e reveladora de seu caráter
de instrumento ideológico do capital, com influências no modelo de desenvolvimento que tem ocupado os
planos institucionais em nível internacional nos últimos 50 anos (Gomes, 2003).
Depois da 2ª Guerra Mundial havia uma situação de pobreza 3 extrema das colônias que se
independizavam e a necessidade de reconstrução dos países industrializados afetados pela guerra. Tal
contexto aliado às idéias de John, M. Keynes alterou a compreensão e as possibilidades de uma
intervenção na economia com vistas a elevar os níveis de desenvolvimento dos países.
A partir do discurso de Truman e da decisão dos Estados Unidos de se “responsabilizar” pelo
desenvolvimento dos “subdesenvolvidos” foram se aperfeiçoando noções teóricas e operativas, bem como
criadas instituições que respaldariam o modelo desenvolvimentista que se impunha contexto
internacional4.
Illich (2000) e Escobar (2000) dividem este processo em três fases de limites difusos que vão se
sucedendo à medida que os programas de desenvolvimento implementados pelas instituições
correspondentes vão fracassando: A 1ª começaria nos anos 50 com maior ênfase no crescimento
culminando em 1962 com a “operacionalização da pobreza” por parte da ONU quando escolhem o

3
Pobreza entendida como algo “além da privação de rendimentos. Seria a negação de escolhas e oportunidades para
viver uma vida aceitável.” (Relatório de Desenvolvimento Humano – 1997, publicado pelo PNUD)
4
Instituições como as do Sistema das Nações Unidas (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), as
saídas dos acordos de Bretton Woods (Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial) e outras instituições com
objetivos similares (Banco interamericano de Desenvolvimento, Banco Internacional de Reconstrução e
Desenvolvimento, etc).
Produto Nacional Bruto como indicador para separar “países pobres” de “países ricos”. A 2ª nos anos 60
e 70, quando fracassa esta visão que associava crescimento com incorporação ao “clube dos países
desenvolvidos”. Em 1973 o Banco Mundial reconhece que o PNB não é o melhor indicador de
crescimento, pois exacerba as desigualdades na distribuição de renda. Que apenas crescimento econômico
não significava desenvolvimento, sendo necessário melhorar qualitativamente a produção para melhorar o
nível de vida das populações dos chamados “países subdesenvolvidos”. A 3ª fase, ocorrida nos anos 80,
os habitantes passaram a ser percebidos como variáveis endógenas para atingir o desenvolvimento ao lado
dos recursos naturais e de capital, principal aspecto desta etapa. A partir de então o desenvolvimento
econômico aparece ligado ao desenvolvimento social.
De acordo com Gomes (2003) o planejamento do desenvolvimento iniciado nos anos 50 em escala
nacional, reduzindo-se nos anos 60 e 70 à escala regional, centra-se nos anos 80 na escala local. É
também nos anos 80 que ocorre a inclusão das questões ambientais no planejamento do desenvolvimento,
agora adjetivado com o termo sustentabilidade, bem como a incorporação de mulheres (Escobar, 2000).
Nos anos 90 houve uma definição e aporte de recursos para incentivar o planejamento do
desenvolvimento local. O enfoque local (mais propositivo que explicativo, mais uma ferramenta para
promover o desenvolvimento na lógica do capital que um modelo de interpretação das relações
socioeconômicas e territoriais) “anula” o conflito capital x trabalho via participação e consenso de “todas
as forças sociais” (Gomes, 2003).
No Brasil desde antes dos anos 30 do século XX, existia um modelo econômico no campo
baseado na concentração fundiária e na exportação de produtos primários, os chamados ciclos
econômicos brasileiros. Desde então o país experimentou uma série de intervenções políticas que, dentre
outros objetivos, buscou alterar o panorama econômico urbano e rural. Entre eles estão os modelos agro-
exportador, a modernização conservadora da agricultura, amparada pelo pacote tecnológico da revolução
verde, e a expansão da fronteirara agrícola, incorporando ao sistema produtivo as regiões Centro-Oeste e
Norte, com fortes impactos sócio-econômicos e ambientais. Ressalta-se o modelo nacional-
desenvolvimentista de substituição das importações, que ganhou impulso com Juscelino Kubitschek e foi
implementado na década de 50.

3. Diferentes Leituras do Conceito de Território


Para Beduschi e Abramovay (2003) os anos 90 foram notadamente marcados pela volta dos temas
de natureza territorial nas ciências sociais e nas organizações internacionais de desenvolvimento. Para
eles tal retomada estaria mais relacionada às externalidades positivas que aglomerações produtivas eram
capazes de produzir do que às teorias da localização baseadas na oferta e na mobilidade de fatores
produtivos.
O tema teria ficado à sombra desde a ultima publicação de Alfred Marshall nos anos 20 até a
descoberta dos distritos industriais italianos nos anos 90. Desde então, e, sobretudo na última década é
crescente a atenção dos economistas com a dimensão espacial do crescimento econômico. Tanto que a
OCDE cria, em 1994, uma “divisão de desenvolvimento territorial” e desde de 2001 edita um periódico
anula (Beduschi e Abramovay, 2003)
a. Na Geografia
Há diferentes acepções sobre o conceito de território para a geografia. Trata-se de um de seus
conceitos mais importantes, sobre os quais foram desenvolvidas várias reflexões. Dependendo da linha e
das concepções teórico metodológicas é dada ênfase a diferentes aspectos, tais como econômico, político,
cultural ou o entrelaçamento desses fatores para explicitar o conceito e a dinâmica de um espaço em
construção.
Caio Prado Junior (1987) utiliza-se da vertente econômica para explicar as transformações
ocorridas no espaço brasileiro. Para ele o território é sempre visto como porção espacial, palco dos
acontecimentos econômicos e as transformações vivenciadas pela sociedade.
Claude Raffestin (1993) foi dos pioneiros na abordagem territorial. Merece destaque o caráter
político que ele dá ao território, assim como sua compreensão sobre o conceito de espaço geográfico, já
que o compreende como substrato, palco, pré-existente ao próprio território. Dá ênfase político
administrativa ao território, e para ele sua construção revela relações marcadas pelo poder. Poder e
território, apesar da autonomia de cada um, vão ser enfocados conjuntamente para a consolidação do
conceito de território.
Manuel Correia de Andrade (1995) faz uma análise da questão do território no Brasil,
retratando o conceito a partir de uma abordagem profundamente política e econômica de ocupação do
espaço. Tal como Raffestin, a idéia de poder é uma constante na análise de Andrade: O conceito de
território não deve ser confundido com o de espaço ou de lugar, estando muito ligado à idéia de domínio
ou de gestão de uma determinada área. Desde modo, o território está associado à idéia de poder, de
controle, quer se faça referência ao poder público, estatal, quer ao poder das grandes empresas que
estendem os seus tentáculos por grandes áreas territoriais, ignorando as fronteiras políticas. (ANDRADE,
1995, p.19). Vale notar que o território pode ser entendido como o controle administrativo, fiscal,
jurídico, político, efetivo do espaço ou de uma região.
A abordagem Marcelo Lopes de Souza (2001) sobre o território é política e também cultural,
visto que este autor identifica, nas grandes metrópoles, grupos sociais que estabelecem relações de poder
formando territórios no conflito pelas diferenças culturais. SOUZA salienta que o território é um espaço
definido e delimitado por e a partir e relações de poder, e que o poder não se restringe ao Estado e não se
confunde com violência e dominação. Após retrabalhar o conceito propõe que o território seja autônomo,
como uma alternativa de desenvolvimento.: uma sociedade autônoma é aquela que logra defender e gerir
livremente seu território [...] Uma sociedade autônoma não é uma sociedade sem poder.
Milton Santos (2002) contribui enormemente para a construção do conceito de território. Santos
(2002a) questiona a validade de se estudar território, provoca o leitor movendo-o para seu raciocínio
amplo e significativo da importância maior em compreender a categoria território, uma vez, que para o
autor, é na base territorial que tudo acontece, mesmo as configurações e reconfigurações mundiais
influenciando o espaço territorial. Para Santos território é o produto histórico do trabalho humano, que
resulta na construção de um domínio ou de uma delimitação do vivido territorial, assumindo múltiplas
formas e determinações: econômica, administrativa, bélica, cultural e jurídica. O território é uma área
demarcada onde um indivíduo, ou alguns indivíduos ou ainda uma coletividade exercem o seu poder.
Assim o território contém o espaço e não a utilização do território pelo povo cria o espaço. (Santos,
1978).
Para Marcos Aurélio Saquet (2004) o território é produzido espaço-temporalmente pelas
relações de poder engendradas por um determinado grupo social. Para este autor as forças econômicas,
políticas e culturais, reciprocamente relacionadas, efetivam um território, um processo social, no (e com
o) espaço geográfico, centrado e emanado na e da territorialidade cotidiana dos indivíduos em diferentes
centralidades/temporalidades/territorialidades. A apropriação é econômica, política e cultural, formando
territórios heterogêneos e sobrepostos fundados nas contradições sociais (SAQUET, 2003, p. 28).
Rogério Haesbart (2004) analisa o território com diferentes enfoques, elabora uma classificação
em que se verificam três vertentes básicas: 1) Jurídico-política, segundo a qual o território é visto como
um espaço delimitado e controlado sobre o qual se exerce determinado poder, especialmente de caráter
estatal. 2) cultural(ista), que “prioriza dimensões simbólicas e mais subjetivas, o território visto
fundamentalmente como produto da apropriação feita através do imaginário e/ou identidade social sobre o
espaço”. 3) Econômica, “que destaca a desterritorialização em sua perspectiva material, como produto
espacial do embate entre classes sociais e da relação capital-trabalho (HAESBART apud SPOSITO,
2004, p. 18)”.

b. Na Antropologia
Maurice Godelier apresenta uma visão materialista de território: “é uma porção da Natureza, e,
portanto, do espaço, sobre o qual uma determinada sociedade reivindica e garante, a todos ou parte de
seus membros direitos estáveis de acesso, de controle e de uso com respeito a totalidade ou parte dos
recursos que aí se encontram e que ela deseja e é capaz de explorar” ou “é a porção da natureza e do
espaço que uma sociedade reivindica como o lugar em que os seus membros encontrarão
permanentemente as condições materiais de sua existência”. Aqui se percebe duas dimensões no conceito
de território: material (apropriação e uso dos recursos, meios de existência) e simbólica (identidade,
pertencimento).
Para Paul Little “a territorialidade é o esforço coletivo de um grupo social para ocupar, usar,
controlar e se identificar com uma parcela específica de seu ambiente biofísico, convertendo-a assim em
seu"território” ou homeland (cf Sack 1986:19). Casimir (1992) mostra como a territorialidade é uma força
latente em qualquer grupo, cuja manifestação explícita depende de contingências básicas. O fato de que
um território surge diretamente das condutas de territorialidade de um grupo social implica que qualquer
território é um produto histórico de processos sociais e políticos. Para analisar o território de qualquer
grupo, portanto, precisa-se de uma abordagem histórica que trata do contexto específico em que surgiu e
dos contextos em que foi defendido e/ou reafirmado”.. Os seres humanos diferentemente dos animais têm
diversos níveis de territorialidade: local, regional, estadual, nacional.
A definição dos territórios na sociedade é atravessada pelo poder, tal como fronteiras dos
Estados-nação, reservas indígenas, comunidades quilombolas e também camponesas. A primeira questão
da sustentabilidade camponesa é a apropriação territorial. A territorialização dos portugueses significou a
desterritorização dos indígenas, a difusão do uso do território para sustentar a sociedade urbana-industrial
moderna, desterritorializa comunidades camponesas, como por exemplo, os atingidos por barragens
(Mazetto, 2004).
Os conceitos de espacialização e de territorialização, necessariamente geográficos, estão sendo
utilizados ou apropriados pela maioria dos geógrafos que estudam os acontecimentos atuais no campo
brasileiro
O MDA opta por um recorte micro-regional e pela constituição de territórios por identidade.

c. Nos Organismos Internacionais


Aqui serão tratados rapidamente como alguns organismos multilaterais tem considerado e
incorporado ou não a abordagem territorial em suas estratégias de atuação.
De acordo com Schejtman e Berdegué (2003) tem ocorrido uma acelerada evolução da
apropriação dessa abordagem nas estratégias do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola -
FIDA nos últimos 5 anos. Em 2001 seu Informe Oficial enfatizava o aporte potencial do crescimento
setorial agropecuário para superação da pobreza rural. Aproximava-se então com cautela do tema da
descentralização argumentando que as elites locais costumam ter capacidade e incentivos para apropriar-
se desse mecanismo, ainda que também valorizasse alguns aspectos positivos que a descentralização tem
em temas específicos. No entanto, em sua estratégia de 2002-2006 o FIDA assume o “empoderamento”
dos pobres rurais como eixo estrutural de seu diagnóstico e proposta. A descentralização é reconhecida
como fator de oportunidades, sendo a ela incluídas a cidadania, o empoderamento e a superação da
pobreza. A partir dessa opção global, o FIDA adota como estratégia regional a noção de desenvolvimento
territorial rural, assumindo uma nova concepção do rural.
O Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID adota explicitamente o enfoque de
desenvolvimento territorial multisetorial como estratégia para redução da pobreza rural. Defende como
indispensável para a construção de um contexto institucional que conduza à redução sustentável da
pobreza rural, a possibilidade efetiva de execução descentralizada dos programas e políticas (Berdegué,
2003). Para estes autores outro elemento de importância similar é o reconhecimento da heterogeneidade
estrutural do meio e das sociedades rurais, que para o BID, reforça a necessidade de descentralização e
diferenciação das estratégias de redução da pobreza de modo que permitam a expressão da diversidade e
convoque os diferentes setores e agentes. Como terceiro elemento esta o reconhecimento do aporte que os
setores não agropecuários devem ter na redução da pobreza. Em síntese o BID avançou muito desde a
incorporação do enfoque multifuncional e territorial em suas estratégias e instrumentos para apoiar o
desenvolvimento local.
O Banco Mundial iniciou em 2000 o processo de preparação de sua nova estratégia rural, que
representa um compromisso explicito com enfoques de desenvolvimento com caráter territorial. De
quatro componentes três apontam nessa direção: promoção do crescimento econômico rural de base
ampla ou multisetorial; focalização na totalidade do espaço rural, e; construção de alianças com todos os
agentes públicos e privados interessados no desenvolvimento.
Em 2000 o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura – IICA sinalizava
para uma crescente importância do “desenvolvimento focalizado em unidades territoriais”. Em 2001 com
seu apoio ocorreu uma reunião de ministros da agricultura no contexto da “Cúpula das Américas” donde
surgiu a Declaração de Bávaro, considerada como marco estratégico para uma “agenda compartilhada”.
No entanto, a partir de 2002 observa-se uma reorientação de sua proposta distanciando-o da questão
territorial. Na formulação de visão, missão e objetivos do IICA a declaração de Bávaro é parcialmente
incorporada e as referencias territoriais, não compõem seus novos delineamentos estratégicos.

4. Abordagem Política para o Desenvolvimento Territorial


De acordo com o documento “Referências para uma Estratégia de desenvolvimento Rural no
Brasil” (2005) a decisão do governo brasileiro em propor uma política nacional que apoiasse o
desenvolvimento sustentável a partir da abordagem territorial é resultado de um processo de acúmulos e
de reivindicações de setores públicos e organizações da sociedade civil, que avaliaram como necessária a
articulação de políticas nacionais com iniciativas locais. Tal decisão teve como resultado a proposta de
criação da Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) no âmbito do Ministério do Desenvolvimento
Agrário (MDA) e a formulação do Programa Nacional de Desenvolvimento de Territórios Rurais -
PRONAT no âmbito do Plano Plurianual do Brasil 2004 2007. Este programa, a SDT, os demais órgãos
da administração pública federal com ações confluentes no desenvolvimento sustentável, os governos
estaduais e municipais e um vasto número de organizações da sociedade civil e movimentos sociais, além
das próprias populações dos territórios rurais, constituem a base política, institucional e humana da
proposta de desenvolvimento a partir da utilização da abordagem territorial.
Nesta abordagem o foco das políticas é o território, por combinar a proximidade social, que
favorece a solidariedade e a cooperação, com a diversidade de atores sociais, melhorando a articulação
dos serviços públicos, organizando melhor o acesso ao mercado, chegando até o compartilhamento de
uma identidade própria, que favorece uma base para a coesão social e territorial, alicerces do capital
social.
Ela é essencialmente integradora dos espaços, atores sociais, agentes, mercados e políticas
públicas de intervenção, e tem na equidade, no respeito à diversidade, na solidariedade, na justiça social
no sentimento de pertencimento cultural e na inclusão social meta fundamentais a serem conquistadas.
Busca resultados nas soluções que contemplem uma combinação das quatro dimensões do
desenvolvimento sustentável: econômica, sócio-ambiental, político-institucional e ambiental.
O conceito de território adotado pela SDT está ligado à idéia de domínio ou de gestão de
determinada área. Assim, deve-se sempre associar à idéia de território a idéias de poder, quer seja público,
estatal, quer da iniciativa privada que estendam seus interesses por grandes áreas territoriais, além das
fronteiras políticas.
Constituindo-se como uma das estratégias do MDA para implementação das políticas de
desenvolvimento sustentável, o PRONAT tem um papel de facilitador da integração das políticas públicas
na escala territorial na medida em que busca organizar a demanda social em torno da gestão e construção
de um Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e no processo que estimula o
fortalecimento dos atores para a gestão social.
No PRONAT o Território é conceituado como “um espaço físico, geograficamente definido,
geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizado por critérios multidimensionais,
tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a política e as instituições, e uma população
com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio e coesão
social, cultural e territorial”.
Como estratégia o PRONAT promoverá e apoiará o processo de construção e implementação de
planos territoriais de desenvolvimento sustentável, que estimulem o desenvolvimento harmônico de
regiões onde predominem agricultores familiares e beneficiários da reforma e do ordenamento agrário,
colaborando para a dinamização econômica, ampliação das capacidades humana, institucionais e da
autogestão dos territórios.
Sua implementação prevê três fases de 5 anos cada. Na primeira trabalha-se a construção do
PTDRS, mobilização e capacitação dos atores sociais; investimentos em infra-estrutura pública; formação
de institucionalidades para a gestão social;a formulação de programas ajustados às características do
território e a dinamização da sua economia e a formulação de projetos específicos. Na segunda o apoio
deverá concentrar-se no fortalecimento das institucionalidades e dos empreendimentos solidários, na
consolidação da gestão social e na capacitação. Na terceira serão enfatizadas parcerias externas,
participação em redes e cooperação interterritorial.
O PRONAT estabelece como diretrizes para os trabalhos nos territórios:
- adotar a abordagem territorial como referencia conceitual nos processos de desenvolvimento
rural.
- Foco na percepção integral do território, sua heterogeneidade única, potencialidades e
fragilidades, promovendo processos contínuos de planejamento, que se traduzam na elaboração e
implementação de planos, programa e projetos específicos, com características estratégicas,
convergentes e complementares.
- Estimular a articulação entre demandas sociais e ofertas de políticas públicas.
- Promover o desenvolvimento de capacidades, do capital social e a participação das
populações.
- Adotar planejamento ascendente como instrumento de descentralização de políticas públicas e
de autogestão.
- Atuar de forma descentralizada, em sintonia com a sociedade civil, como os movimentos
sociais e setor público.
- Priorizar a redução da desigualdade social e territorial
- A promoção do desenvolvimento sustentável a partir do fortalecimento de uma economia
territorial fundada na valorização dos recursos locais, na inovação e na diversificação de iniciativas, capaz
de garantir aumento da renda e da oferta de empregos.
A estratégia metodológica para apoio à implementação do PRONAT constitui-se como uma
ferramenta de promoção do desenvolvimento e deverá contribuir para a ampliação da autonomia e da
integração dos territórios rurais.
Compõe-se de três fases nas quais os atores vivenciarão o ciclo da gestão e do planejamento e se
capacitarão para adaptar e aperfeiçoar este processo. Considerando tais práticas continuas e permanentes
pretende-se que a cada ciclo mobilize novos atores, permita diagnósticos mais acurados, reúna condições
de apontar soluções mais adequadas para enfrentar os problemas, aproveite melhor as potencialidades e
oportunidade, podendo articular mais e melhor os atores e as políticas públicas, bem como aprimorar o
monitoramento e avaliação do processo de desenvolvimento sustentável. A estratégia estabelece uma
seqüência de momentos em que o PRONAT age no APOIO (oferta) e o território reage na AUTO-
ORGANIZAÇÃO (demanda).

5. Território Rural da Serra do Brigadeiro


5.1 Antecedentes
A ocupação humana da região hoje denominada Território da Serra do Brigadeiro data de tempos
imemoriais. A etnia Puris habitava as partes altas e hoje é um dos componentes da herança étnica
regional. Na época do ciclo do ouro teve início a ocupação da região por não índios, com fortes impactos
sócio-culturais na vida dos primeiros habitantes e menos impactos ambientais negativos.
Na década de 60 com a chegada da indústria Belgo-Mineira teve início um processo de
exploração indiscriminada dos recursos madeireiros para alimentar as caldeiras da empresa. Neste período
já se ouvia os primeiros alertas sobre a necessidade de conservação do bioma Mata Atlântica
Na década de 80, o Decreto-Lei nº 9655 de 20/06/88 determinou que tudo que estivesse acima de
1000 metros de altitude se transformaria em Unidade de Conservação, tal critério conformaria um parque
com área de 32500 ha.
Na década de 90 (1993), o órgão responsável pela implantação da unidade de conservação, o
Instituto Estadual de Florestas – IEF deu início aos primeiros levantamentos bióticos e abióticos,
chamando, com isso, a atenção dos habitantes do entorno para o que estava por acontecer.
No mesmo ano a partir de um trabalho de diagnóstico participativo conduzido pelo Sindicato dos
Trabalhadores Rurais do município de Araponga com apoio da organização não governamental Centro de
Tecnologias Alternativas da Zona da Mata, constatou a inquietação das comunidades da serra com relação
a iminência de desapropriação.
Houve uma reação de organização das comunidades com apoio das organizações sociais da
região, CTA, FETAEMG, Sindicatos dos trabalhadores rurais dos municípios atingidos pelo problema,
UFV. Estes pleiteavam o direito de participar das definições quanto a criação da referida unidade e
posteriormente, da composição do Conselho Consultivo da unidade que foi criada com o nome de Parque
estadual da Serra do Brigadeiro, e sua área ficou reduzida a 13210 ha.
A criação do PESB teve implicações na própria identidade sócio cultural dos moradores da
região, que passaram a ter uma nova relação de vizinhança - pessoas e instituições que antes não
participavam de seu circulo de relações - além da exigência de um novo tipo de relação ambiental, em
suas unidades de produção e com o parque recém criado. Até mesmo o nome da serra mudou, antes se
tinha várias serras, Pai Iraci, Saco do Bode, Aranhas, Pico do Boné, entre outros, e tudo foi englobado
com o nome de uma delas – Serra do Brigadeiro, o que foi feito sem consulta prévia.

5.2 PESB & Entorno – Criação e Desafios


O que significou uma conquista das comunidades, pois se evitava a desapropriação e o
desalojamento (desterritorialização) de um grande número de famílias, resultou também num fator
limitante para a conservação pretendida, já que o tamanho reduzido e a forma geográfica do parque,
irregular, comprida e estreita, potencializam os efeitos de bordadura prejudiciais a conservação da
biodiversidade.
A população que vive hoje na região esta distribuída em 42 comunidades rurais, cerca de 1900
famílias que corresponde a aproximadamente 14.000 pessoas. Elas vivem em unidades de produção de
base familiares inferiores a 100 ha, cujos sistemas de produção estão baseados na cafeicultura, pecuária e
agricultura de subsistência (milho, arroz, feijão, cana, criação de pequenos animais). Existem
experimentação de sistemas agroflorestais e ações de transição par um modelo de agroecológico de
produção e organização.
Os principais fatores da pressão antrópica são o fogo para limpeza de pastos, o desmatamento,
devido à abertura de novas áreas para o café e pecuária e ao fornecimento de madeira para as
serrarias/carvão; e a mineração de calcário/bauxita, um eminente perigo de degradação sócio-ambiental.
Diante dessa situação impô-se ao PESB e às comunidades alguns desafios, tais como promover
um tipo de desenvolvimento que considerasse as dimensões da sustentabilidade, bem como a recuperação
e conservação da biodiversidade; a constituição de uma nova identidade sócio-ambiental e o resgate e
fortalecimento da cultura.

5.3 Constituição do Território da Serra do Brigadeiro


A inclusão da Serra do brigadeiro com território rural no PRONAT se deu a partir da seguinte
cronologia: 11-15/08/03: Numa Oficina de Construção de Estratégias de Formação de Formadores para o
Desenvolvimento Rural um agente tomou conhecimento da política pública e ao confrontar a concepção
da política pública com a história recente da região, bem como dos desafios a ela colocados, percebeu um
território nato e articulou parceiros para discutir e elabora uma proposta.
A proposta preliminar foi organizada por uma pequena comissão constituída para esse fim e
formada pelo CTA, EMATER e EPAMIG. Esta foi apresentada e discutida com os demais atores sociais
em 08/03/03 e apresentada ao CEDRS dia 27/08/03. Em 09/10/03 o CEDRS aprova 5 territórios
prioritários em Minas, entre os quais figurava o Território da Serra do Brigadeiro.
Assim por possui potencialidades para processo de desenvolvimento integrado territorial, tais
como identidade cultural; articulações e parcerias→ capital social em desenvolvimento; concentração de
agricultores/as familiares; patrimônio ambiental como eixo aglutinador, o território logrou êxito no seu
pleito.

6. Considerações Finais
A partir de então passou a implementar as fases previstas na proposta e atualmente o território
esta finalizando o primeiro ciclo de planejamento e gestão. A partir de alguns momentos de discussão e
diálogo sobre as bases conceituais e metodológicas do programa, os atores sociais envolvidos com o
processo em questão concluiu que sua identidade, enquanto território, tinha a seguintes elementos:

• A existência de unidade de conservação - Parque Estadual da Serra do Brigadeiro


• Predominância da Agricultura Familiar
• Cultivo do café de montanha, de altitude e de qualidade e processos de transição para sistemas
agroecológicos;
• Cultura - festas, religião, crenças, costumes
• Solo, clima e relevo da região, qualidade da água.
• Produção de Artesanato
• Potencial para ecoturismo e turismo rural
• Religiosidade como aglutinadora
• Herança cultural indígena – Etnia Feres

A partir dessa identidade percebida e com necessidade de (re)significação o Território da Serra do


Brigadeiro definiu em seu primeiro ano de existência ações prioritárias com visão estratégica.

Foram previstas como ações prioritárias a condução de um processo de planejamento ascendente


a partir da aplicação da metodologia de diagnóstico rápido participativo, pelo potencial mobilizador e de
inclusão, pressuposto da metodologia; a constituição e a capacitação de um colegiado de desenvolvimento
territorial; e o estabelecimento de um processo de monitoramento e avaliação processual.
A partir do processo de planejamento foram definidos cinco eixos considerados prioritários para a
promoção do desenvolvimento do território, para os quais foram definidas ações estratégicas. São eles:
Agricultura Familiar Diversificada; Recuperação e Preservação Ambiental; Agroindústria Familiar e
Artesanato; Turismo no espaço Rural e Cultura.
No momento atual o território está em fase de consolidação de sua instância permanente de
gestão, o Colegiado de Desenvolvimento Territorial, composto por 38 membros, indicados por
instituições públicas, organizações não governamentais, prefeituras municipais, organizações
representativas dos trabalhadores rurais e agricultores familiares, e representantes das comunidades do
entorno da unidade de conservação, principal eixo aglutinador desse território.
Através de diversos arranjos institucionais o território procura implementar e aperfeiçoar o Plano
Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável e entrar, resguardadas suas especificidades e
peculiaridades, no segundo ciclo previsto no PRONAT, que é a organização de demandas por políticas
públicas a partir de seu principal instrumento de gestão, o PTDRS.

Quadro Resumo do Processo de Gestão do Desenvolvimento Territorial


1. Mobilização e Sensibilização
a. Construção da proposta de criação do território
b. Implementação de ações imediatas com visão estratégica para o desenvolvimento do
território
c. Constituição da CIAT
d. Consolidação da CIAT com a instalação de uma secretaria executiva
2. Planejamento
a. Realização de um Diagnóstico Rural Participativo (finalizado)
i. Oficinas junto às 21 comunidades rurais compostas por 2900 famílias
ii. Oficinas municipais (9 eventos)
iii. Oficina territorial para fechamento do DRP
b. Construção do PTDRS
i. Construído e em implementação
3. Organização
a. Arranjos institucionais de gestão: Constituição do CODETER
b. Arranjos institucionais de implementação (em curso)
4. Direção/coordenação
a. Monitoramento (em curso)
b. Avaliação (em curso)
A partir do processo de planejamento o território definiu seus principais eixos de desenvolvimento e para
cada um elencou uma série de ações que devem se desdobrar em programas e projetos.

Eixos de Desenvolvimento

1. Recuperação e Preservação Ambiental


2. Agricultura Familiar Diversificada
3. Agroindústria Familiar & Artesanato
4. Turismo Rural
5. Cultura

7. Referencias Bibliográficas
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desenvolvimento sustentável no Brasil. In: XLI Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural
SOBER, Juiz de Fora, MG. 2003.
BERDEGUÉ J. A. e SCHEJTAMN A. Desarrollo Territorial Rural. RIMISP, Santiago do Chile, 2003, 54
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GOMES, J. M. Critica ao Desenvolvimento. Revista Pegada Eletrônica. V3 N1 out 2002.
HAESBART, Rogério. Territórios alternativos. Niterói: EDUFF, São Paulo: Contexto, 2002.
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MINISTÉRIO DE DESENVOLVIEMNTO AGRÁRIO. SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO
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Santos, Milton - Por Uma Nova Geografia. São Paulo: Hucitec, 1978.
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SPOSITO, Eliseu Savério. Sobre o conceito de território: um exercício metodológico para a leitura da
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