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RESENHA - “FASES DA EXTENSÃO RURAL NO BRASIL”

Gisele Junqueira Dos Santos

Instituto Federal Baiano Campus Santa Inês

gijunqueira2@gmail.com

A extensão rural brasileira inicialmente seguia as práticas e os objetivos americanos e ao decorrer


do aperfeiçoamento, ocorreu-se cinco, processo evolutivo. A primeira fase sucedeu-se 1948 há
1963 conhecida como humanismo assistencialista, período importantíssimo, pois, foi marcado
pela criação da Associação de Crédito e Assistência Rural de MG (ACAR) visando fornecer
assistência técnica e orientação ao agricultor em que era oferecido um crédito sob supervisão.
Nesse período também se criou a (ABCAR) Associação Brasileira de Crédito, cujo objetivo era
fazer com que os agricultores se adequassem às novas tecnologias, deixando métodos e
sistemas antigos, para aumentar sua produtividade e a diminuição de mão de obra para produção.
É importante destacar que nesse período, o fato do baixo nível de produtividade da terra e
condição de vida, se dava pela desinformação e falta de orientação por parte dos agricultores. Os
principais acontecimentos nessa fase foram a criação da Associação Sulina de Crédito e
Assistência Rural (ASCAR) no Rio Grande do Sul 1955. 1961 nasce o sistema nacional de
coordenação da extensão rural, em cooperação Brasil-EUA, a Associação Internacional
Americana (AIA) essa organização financiava projetos de extensão junto a Aliança para o
Progresso, um programa destinado a acelerar o desenvolvimento econômico e social da América
Latina. Segunda fase ocorre no período de 1964 há 1980 e entendeu-se por Difusionista
Produtivista, pôs um período de riqueza de crédito subsidiado, para obtenção de um pacote
tecnológico moderno, por parte dos produtores, na qual incluía o uso intensivo de (máquinas, e
insumos industrializados) com foco nos produtos de exportação. Além disso, desenvolver um
trabalho de cunho assistencialista para os agricultores mais pobres. ATER Assistência Técnica
Extensão Rural centraliza-se como instrumento para a introdução do homem do campo na
economia de mercado, concentrado nas suas ações em busca dos resultados econômicos
imediatos na qual obteve resultados positivos, mas, em contrapartida, algumas famílias estiveram
que vender suas propriedades, os extensionista tinha o objetivo de mudar a mentalidade dos
agricultores fazendo com que abrissem mão da agricultura tradicional para o moderno. A
EMBRAPA também fez parte, consolidando-se com os créditos rurais, esse modelo de agricultura
da Revolução Verde, se mantinham por fertilizantes químicos, agrotóxicos e mecanização. Vale
ressaltar, que no final da década de 1970, ressurgiu a agricultura alternativa, que hoje, é
conhecida como agroecologia. Já a terceira fase foi chamada de “humanismo crítico”, que possuía
como objetivo a concentração dos esforços de políticas agrícolas na transferência de tecnologias
de produção agropecuária. Contudo, este modelo não conseguiu produzir mudanças significativas,
pois em uma sociedade capitalista em que reproduz e aprofunda as desigualdades sociais, leva a
aceleração da emigração rural e a exclusão dos produtores familiares, a depravação dos recursos
naturais, contribuindo assim para manter as estruturas de poder e decisões concentradas em um
pequeno círculo da população. A quarta fase Entre 1990 e 2003, foi um período conhecido pela
Diversificação Institucional, ocorre a extinção da EMBRATER e do Sistema Brasileiro de
Assistência Técnica e Extensão Rural. As mudanças ocorridas nesse período, influenciaram a
diversificação das organizações, das entidades e das instituições prestadoras da Ater na busca
por novas fontes de recursos para a intervenção, reinvindicação por políticas sociais e criação do
Programa Nacional de Agricultura Familiar em 1996. A quinta fase chamada de Desenvolvimento
rural sustentável por preconizar uma nova forma de desenvolvimento no campo. Nessa
percepção, o extensionista passa a ser compreendido como um agente de promoção do
desenvolvimento e da mudança para um modelo baseado na ideia de sustentabilidade,
coevolução homem-natureza e na transição para uma agricultura de base agroecológica. Em que
se adotaram os princípios da Agroecologia visando orientar uma maior sustentabilidade ambiental
na agricultura e um desenvolvimento com mais equidade social, com geração de mais renda e de
mais ocupações no meio rural, respeitando as diferenças culturais das pessoas implicadas.
Atualmente a Ater está sendo desafiada a contribuir para o avanço do desenvolvimento rural
brasileiro. Torna-se fundamental a adoção dos princípios da Agroecologia como direção na busca
do desenvolvimento rural sustentável e de agriculturas sustentáveis e como referencial na análise
da atual situação de insustentabilidade.

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