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Unidade III
Compreender a atual bagagem teórica do Serviço Social é fundamental a nós, profissionais e
futuros profissionais. Para isso, precisamos voltar a um dos momentos fundamentais de nossa história
profissional. Esse momento foi o Movimento de Reconceituação do Serviço Social, que aconteceu na
América Latina e teve grande expressão no Brasil.
Por que esse entendimento é tão necessário? Porque entender a atual constituição do Serviço Social
requer compreender o seu desenvolvimento histórico e social. Assim sendo, convidamos o aluno a olhar
a profissão e a sua história, buscando delas extrair explicações para sua organização contemporânea e
projetando perspectivas para o seu futuro.
Delegações dos Conselhos Regionais de Serviço Social (Cresses) dos sete Estados da
Região Norte e representantes do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) participaram
do Encontro Descentralizado, sediado em Palmas. Tal evento teve o intuito de elencar e
analisar propostas da região em um momento preparatório para o 46º Encontro Nacional
CFESS/Cress, que acontecerá de 7 a 10 de setembro, em Brasília. A iniciativa foi promovida
pelo Conselho Regional de Serviço Social (Cress/TO) com o apoio do Cfess. A ação foi
realizada no auditório do Victoria Plaza Hotel.
Para a presidente do CFESS, Josiane Soares, são encontros importantes para preparar
a agenda que vai ser executada no conjunto durante os próximos três anos, na dinâmica
de cada região. «É momento de aproximação entre os Conselhos, de conhecimento das
diferenças das realidades. É muito importante fortalecer estes eventos e nós do Conselho
Federal de Serviço Social estamos muito contentes com o resultado do conjunto das
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Unidade III
propostas que foram deliberadas aqui. Este Descentralizado foi um dos Encontros que mais
conseguiu incorporar a dinâmica da nova metodologia, as questões que podemos priorizar,
o que devemos atualizar nas bandeiras de luta do Serviço Social”, avaliou.
Observação
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SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
Lopes (2016) chama a nossa atenção para a Revolução Cubana, em 1969, na qual tivemos a destituição
do regime ditatorial cubano e o alcance do poder pelo então líder revolucionário Fidel Castro. Essa
revolução é importante porque motivou o posicionamento dos Estados Unidos em torno da contenção
de regimes revolucionários e fez com que países como Chile, Uruguai, Argentina, Bolívia e Brasil também
ratificassem a ação americana, aderindo à ditadura e contrapondo-se a Cuba. Dessa forma, o exemplo
cubano demonstra que há necessidade de contenção dos movimentos populares. As lutas sociais foram,
no entanto, intensificadas no interior das universidades sob influência das Ciências Sociais. Os movimentos
sociais não foram totalmente suprimidos, mas passaram a sofrer repressão estatal.
Nesse sentido, os assistentes sociais deslocam as reivindicações para o interior das universidades,
mas mantêm o posicionamento crítico que, ao final dos anos 1980, ia ser aceito por grande parte
dos profissionais.
Saiba mais
Nesse contexto de pura agitação política, de mudanças sociais e de crise econômica, os assistentes
sociais começam a repensar a profissão e a realidade. Uma das críticas apontadas pelos profissionais da
época, segundo Ortiz (2010), foi em relação à questão do subdesenvolvimento, que afetava a maioria dos
países latino-americanos. Os profissionais passam a comparar o desenvolvimento econômico latino com
o dos Estados Unidos, por exemplo, e passam a criticar os padrões econômicos distintos. Inicialmente, os
profissionais não tinham ainda uma leitura crítica da realidade econômica, mas, com o tempo, o aporte
ao marxismo possibilitou uma leitura mais consciente sobre o desenvolvimento econômico.
A autora nos chama atenção para o fato de que o aporte às Ciências Sociais nos cursos de graduação
da América Latina é uma das características que influenciaram na ampliação do senso crítico dos
profissionais latino-americanos. Nesse período, anos 1960, temos a diminuição do aporte religioso
como referência para os cursos de graduação em Serviço Social latino-americanos. Nesse sentido, o
aporte a Ciências Sociais possibilitou o contato com teorias críticas, como o marxismo. Se, por um lado,
as posições não foram hegemônicas, favorecendo o ecletismo no interior das categorias profissionais,
por outro o diálogo com outras fontes do saber demonstrou ainda mais o quão defasado estava o
embasamento dos profissionais. Antes de chegar à América Latina, o marxismo já vinha sendo difundido
em centros de formação constituídos na América do Norte e na Europa Ocidental.
Para Ortiz (2010), além do aporte às Ciências Sociais nos cursos de graduação de Serviço Social da
América Latina, movimentos revolucionários e também as organizações estudantis foram importantes no
sentido de ampliar a adesão ao marxismo pela profissão. Inicialmente, no entanto, houve uma “relação
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Unidade III
instrumental” (2010, p. 164) com o marxismo, termo pelo qual designamos o fato de os assistentes
sociais apenas usarem a teoria marxista para entender a realidade capitalista. A relação instrumental
conduziu os profissionais em uma prática etapista, assentada na supremacia da metodologia, e não
resultou, de imediato, na adoção de posturas político-partidárias dos profissionais. A autora ainda cita
que o marxismo foi para alguns profissionais apenas um modismo profissional no qual os assistentes
sociais não tinham plena noção de como concretizar o que era conhecido como marxismo.
Iamamoto (2001, p. 165), por outro lado, indica que a apropriação marxista nos primeiros anos da
Reconceituação latino-americana foi extremamente pontual e frágil. A autora no diz que:
Ou seja, para ela, o próprio Marx esteve ausente no movimento latino e foi lido um marxismo que
derivava das concepções de Althusser, por exemplo. No entanto, não foi um movimento hegemônico na
categoria profissional. Muitos assistentes sociais da época permaneceram alheios ao que acontecia na
profissão e vários outros se manifestaram totalmente contrários às mudanças. No entanto, entre erros
e acertos, discrepâncias e inércia, tudo o que somos hoje provém desse momento em que paramos e
pensamos sobre quem éramos e sobre quem queríamos ser como profissionais.
Observação
As primeiras escolas, como a do Chile, por exemplo, receberam a influência também das escolas
norte-americanas, que forneceram a base técnica para a atuação profissional. Os métodos de caso,
grupo e, mais tarde, de desenvolvimento de comunidade colaboraram, em um primeiro momento, para
reforçar o entendimento do Serviço Social como um meio para a indução de comportamentos e para o
controle da classe trabalhadora. No entanto, essa “incorporação teórico e metodológica” (NUNES, 2017,
p. 3) conduziu os profissionais a repensar as questões do desenvolvimento nacional.
• Vinculação dos cursos de graduação às Ciências Sociais e rompimento com a doutrina social da
igreja, que, até então, era referência para os centros de formação.
Lembrete
Saiba mais
Para saber mais, leia o artigo a seguir, que é extremamente válido para a
discussão da relevância do Movimento de Reconceituação no Brasil:
Dentre os eventos que podemos citar e que demonstram esse Movimento podemos citar o I Seminário
Regional Latino-Americano de Serviço Social que foi sediado em Porto Alegre, no ano de 1965. Nesse
evento as críticas ao tradicionalismo ganharam destaque. Outros Seminários aconteceram a partir de
então com o mesmo objetivo, e, buscando ainda não apenas criticar o tradicionalismo, mas também
imprimir um novo direcionamento para a profissão. Podemos citar como exemplos os seguintes:
Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social do Uruguai (1966), Seminário Regional
Latino-Americano de Serviço Social da Argentina (1967), Seminário Regional Latino‑Americano de
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SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
Serviço Social do Chile (1969), Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social da Bolívia
(1970) e o Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social de 1972, outra vez em Porto Alegre
(NUNES, 2017).
Ao Centro Latinoamericano de Trabajo Social coube ainda a difusão de práticas tidas como inovadoras,
dentre as quais podemos citar o método de investigação-ação usado na Colômbia e proposto por
Orlando Fals Borda e Maria Salazar. Também coube ao Centro Latinoamericano de Trabajo Social a
divulgação de outras experiências da Colômbia dentre as quais a narrada por German Zabala e Manuel
Zabala. German era matemático e sistematizou a experiência de padres católicos que atuavam em
grandes regiões periféricas e Manuel era antropólogo que também narrava experiências profissionais na
abordagem de campo.
Saiba mais
<http://www.celats.org>.
O Centro Latinoamericano de Trabajo Social também foi responsável por criar a Revista Acción
Crítica, importante impresso visando à difusão das experiências positivas de trabalho social e também
como meio para propagar o Marxismo. Na revista são recorrentes textos que discutiam além de Marx
outros teóricos como Althusser, Gramsci, Lukács e Lefebvre.
Saiba mais
<http://www.ts.ucr.ac.cr/revi-ac.htm>
Segundo Lopes (2016, p. 240), o movimento contou com a adesão de profissionais que estavam na
ativa, mas, a maior parte dos profissionais a ele vinculados estavam nas universidades, tanto discentes
quanto docentes. Entre os principais colaboradores, podemos citar:
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Unidade III
De certa forma podemos inferir que o Movimento de Reconceituação do Serviço Social Latino
Americano teve o Brasil como signatário. Nesse sentido, o Movimento Latino Americano contou com a
adesão dos estudiosos e profissionais brasileiros em sua formulação. Por outro lado, o processo latino
influenciou substancialmente a reorganização do Serviço Social brasileiro.
Bastos (2013) defende que vivenciamos dois processos similares e que têm sido confundidos como
algo correspondente. A autora coloca que temos a Reconceituação e a Renovação. A Reconceituação
é descrito por ela como um momento de crítica ao tradicionalismo profissional e baseado na luta por
uma necessária transformação social na estrutura capitalista. Essas requisições que envolveram vários
países, incluindo o Brasil, a autora denomina Reconceituação. De acordo com ela esse processo pode ser
datado uma vez que foi concluído em meados dos anos 1970.
Lembrete
Para que possamos compreender de forma detalhada esse processo de renovação do Serviço Social
brasileiro, podemos assim descrevê-lo:
Ou seja, foi um processo de revisão interna em que o Serviço Social Brasileiro passou a rever suas
bases teóricas, suas tradições, buscando também sua legitimação profissional em uma realidade de
grande mutação econômica, política e social. Os profissionais e intelectuais brasileiros buscavam rever
sua fundamentação conservadora e encontrar um novo caminho para uma ação mais eficiente frente
às novas demandas que lhes eram apresentadas.
Mas, quais eram mesmo as bases teóricas que tanto eram criticadas? Você se lembra? Algumas
delas foram abordadas nas Unidades I e II dessa disciplina, mas vamos retomá-las. As bases
ideológicas e “teóricas” das primeiras escolas de Serviço Social no Brasil provieram, como vimos
da Igreja Católica. Isso conferiu a atividade profissional um caráter missionário, confessional e
religioso. Os profissionais buscavam recristianizar a sociedade brasileira. Engana-se quem pensa
que a constituição das primeiras escolas em 1936 (São Paulo) e 1937 (Rio de Janeiro) pôs fim a
influência católica. Aliás, a história da nossa profissão nos indica que os primeiros professores das
escolas eram padres e freiras, ou docentes ligados à Igreja Católica os quais eram chamados para a
difusão dos valores católicos por meio das escolas.
Bastos (2013) coloca que as ideologias da Igreja Católica encontraram assento nos valores
capitalistas presentes na sociedade brasileira antes do anos 1960. Nesse sentido, a ideologia católica
também pressupunha o enquadramento dos trabalhadores. A ação dos Assistentes Sociais era voltada
para adaptar o homem às normas sociais exigidas, e evitar assim comprometer a produtividade no
sistema capitalista em ascensão no país.
O embasamento provinha ainda da matriz positivista em que temos uma apreensão instrumental
e imediata do ser social. O positivismo permite que as relações sociais sejam analisadas com base nas
vivências dos seres humanos. A análise das condutas dos homens deve servir para orientá-los a mudar
de posicionamento.
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Unidade III
As críticas também eram orientadas à influência da fenomenologia. De acordo com Bastos (2013)
a fenomenologia fazia com que os profissionais idealizassem uma transformação social através do
estímulo de mudança de comportamento das pessoas. Cada ser humano possuía o seu valor e, por
conseguinte, poderia, com determinação, colaborar para o mundo ser melhor para todos.
Saiba mais
Enfim, podemos dizer que o movimento de renovação criticava esse embasamento? Sim, podemos.
Porém, o processo de renovação no Brasil não foi hegemônico e assumiu posições distintas. Nessas
posições teremos profissionais que irão tanto refutar como fortalecer tendências positivistas e
fenomenológicas. Mas, nada de apressar nossas considerações não é mesmo?. Vamos agora conhecer
outras especificidades da mudança requerida pelo Serviço Social no Brasil.
Silva, Silva e Souza Junior (2017) concordando com as colocações de Bastos (2017) nos colocam que
o processo de Renovação iniciado no pós 60 pelo Serviço Social brasileiro perdurou por mais três décadas.
Na verdade os autores dizem que mesmo durante o processo de ditadura no país a Renovação profissional
continuou em curso e, aliás, para os autores, essa renovação ainda continua sendo desenvolvida.
Nos anos 60, no entanto, quando embalados pela Reconceituação os profissionais e estudiosos
brasileiros começaram o processo de análise profissional, além das críticas apresentadas acima em
relação à bagagem tradicional do Serviço Social, foi também motivo de reflexão o papel que fora
conferido aos Assistentes Sociais na superação do subdesenvolvimento do país. Vimos que uma das
colocações do movimento de Reconceituação foi em relação ao subdesenvolvimento e no Brasil isso
também aconteceu. Os profissionais aqui passaram a pensar sobre a situação econômica do país
e também a respeito do seu papel em supostamente garantir a superação do subdesenvolvimento
do Brasil.
Nesse sentido, teremos profissionais que compreenderão que cabia ao assistente social desenvolver
habilidades e técnicas para melhor preparar a população para superar a situação econômica precária
e também haverá aqueles que irão contrapor-se a esse posicionamento, uma vez que acreditam que
não caberia à profissão a vinculação com o sistema capitalista, mas sim a sua superação. Fato é que o
grupo que buscará a superação do sistema capitalista será mais hegemônico ao final do processo de
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SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
Renovação. Inicialmente os profissionais buscarão um caráter técnico e científico pelo qual mostrariam
sua eficiência eficácia na superação das desigualdades sociais.
Coincidentemente esse foi o período que tivemos maior expansão do mercado de trabalho para os
Assistentes Sociais. Esses profissionais passam agora a ser requisitados para atuar em vários espaços,
desde os públicos aos privados. O Estado, nosso maior empregador ampliou os postos de trabalho ainda
inspirado na última onda do desenvolvimentismo e o poder privado passou a ver esse profissional como
um aliado para potencializar o processo produtivo nas empresas. Agora, temos uma grande demanda de
profissionais cada vez mais chamados para atuar em vários espaços de trabalho, como, por exemplo, o
“Estado, as empresas multinacionais e a filantropia privada” (SILVA; SILVA; SOUZA JUNIOR, 2017, p. 9).
Os profissionais ansiavam por novo embasamento teórico e também por novas formas de abordagem.
A compartimentalização da ação em caso, grupo e comunidade também passou a ser apontada como
algo negativo pelos Assistentes Sociais. Os profissionais e também os intelectuais colocavam que os
métodos usados, incluindo o desenvolvimento de comunidade foram idealizados para a realidade
americana e europeia e não tinham muita relação com a vivência deles na realidade brasileira. Portanto,
era requerido um estatuto nacional no aspecto metodológico, no como fazer pelos Assistentes Sociais.
Outro aspecto que merece a nossa atenção para esse momento é que no período em pauta
tivemos no Brasil a ampliação dos Programas de Pós-Graduação. Isso também colaborou para que
os profissionais empreendessem uma crítica de sua base teórica. A integração dos profissionais em
atividades interdisciplinares no período também colaborou para a revisão teórica da categoria, assim
como para repensar a metodologia usada pelos profissionais.
Para tanto, as posições dessa renovação não foram hegemônicas e desembocaram em três tendências
distintas, sendo essas a perspectiva modernizadora, a reatualização do conservadorismo e a intenção
de ruptura. Cada uma dessas perspectivas apresentará um embasamento teórico e também uma forma
metodológica proposta. Atualmente podemos dizer que somos filhos da intenção de ruptura, uma vez
que as perspectivas modernizadoras e reatualização do conservadorismo já se encontram superadas ao
menos no discurso de grande parte dos profissionais. Mas, cabe lembrar também que a renovação ainda
está em curso não é mesmo? Sempre é necessária a revisão e a reconstrução profissional.
Enfim, precisamos ainda precisar qual era o período em que a Renovação do Serviço Social teve
seu início no Brasil. Lembra que acima dissemos que a Reconceituação latina começou em meados dos
anos 60. Pois bem esse repensar do Serviço Social no Brasil também tem início nesse momento que é,
como sabemos o momento de grande ditadura no Brasil. O Golpe de 1964 deu início no país ao processo
de contenção de quaisquer meios de participação popular possível. “A repressão e violação de direitos
para a manutenção da ditadura é sem dúvida o aspecto mais triste desse cenário” (SILVA; SILVA; SOUZA
JUNIOR, 2017, p. 8).
Os partidos políticos foram extintos, as manifestações populares foram proibidas e toda expressão
artística foi censurada. Todos aqueles que se contrapunham ao Estado eram punidos, podendo ser
torturados e mesmo mortos. Foi a época do slogan “Brasil: ame-o ou Deixe-o”, em uma clara menção do
autoritarismo que tornou esse período um dos mais tristes da nossa história.
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Unidade III
Saiba mais
O QUE é isso, companheiro? Dir. Bruno Barreto. Brasil: Rio Filme, 1997.
110 minutos.
Silva, Silva e Souza Junior (2017) colocam que o Brasil também vivenciava a crise capitalista.
As políticas sociais setoriais passam a ser usadas também como uma forma de garantir a
sobrevivência da classe trabalhadora. Dessa forma, colaboram para a reprodução do capital. Em
tese o Estado incorpora uma série de funções econômicas e sociais visando garantir a manutenção
e a expansão capitalista no Brasil.
Diante desse contexto, obviamente que os Assistentes Sociais começassem a rever sua profissão.
Uma dessas correntes provenientes desse processo de revisão é a chamada perspectiva Modernizadora
que teve grande expressão quase que de maneira conjunta com a denominada Reatualização do
Conservadorismo.
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SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
Lembrete
Netto (2009) nos indica que a vertente modernizadora foi a primeira corrente de pensamento que
surgiu no Serviço Social em seu processo de renovação. Essa primeira vertente deu seus sinais iniciais
no I Seminário Regional Latino-Americano de Serviço Social que foi sediado em Porto Alegre. Esse
evento resultou na organização de outros visando o aprimoramento dessa perspectiva tais como o 1º.
Seminário de Teorização do Serviço Social que aconteceu em Araxá, Minas Gerais em 1967 e o Seminário
de Teresópolis esse acontecido no Rio de Janeiro em 1970.
Por que esses eventos são importantes? Porque em ambos foi produzida uma síntese das discussões.
O primor do trabalho de Netto (2009) está na síntese produzida desses eventos, o autor constrói um
cabedal de dados que nos permite entender qual era o entendimento dessas compreensões a respeito
do Serviço Social e da realidade. O autor analisa os documentos produzidos nos eventos, os quais
ficaram conhecidos como “Documento de Araxá” e “Documento de Teresópolis”. Além disso, o autor nos
apresenta as colaborações de Lucena Dantas, apontado como o teórico de referência dessa perspectiva.
Saiba mais
Enfim, Netto (2009), com base em sua rigorosa análise do Documento de Araxá, indica que a preocupação
dos Assistentes Sociais reunidos em Araxá, Minas Gerais, era com a consolidação de um novo perfil profissional.
Esse profissional deveria se modernizar para atender as necessidades que lhes eram apresentadas pelo Estado
e pelo grande capital imperial. Buscava-se modernizar para produzir assim “um instrumento profissional de
suporte a políticas de desenvolvimento – donde, a partir deste traço sintético, a justeza de considerá-los
exemplares” (NETTO, 2009, p. 165). As políticas de desenvolvimento passam a ser estimuladas pelo Estado que,
em parceria com a Organização das Nações Unidas busca impulsionar o país para a superação da situação
de subdesenvolvimento vivenciada. Acreditava-se que o desenvolvimento poderia ser alcançado e que o país
poderia deixar sua condição subdesenvolvida. Para isso o Assistente Social deveria possuir algumas habilidades
para estimular as pessoas a consegui alcançar o desenvolvimento e que ao final do processo resultaria em
colaborar com o desenvolvimento econômico do país.
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Unidade III
A precisão não poderia ser maior: as mudanças devem ser induzidas via
planejamento integrado, a priorização é econômica e tecnológica, e suas
dimensões sociais e políticas são claramente associadas à cultura e à
administração. Tudo o mais, no desdobramento da determinação, é adjetivo
(NETTO, 2009, p. 173).
Uma das colocações que legitimaram a perspectiva em questão foi a de que os métodos usados pelos
assistentes sociais no Brasil eram construídos em outros países, sob influência americana. Reivindicava-
se uma abordagem que estivesse relacionada à realidade brasileira. No entanto, de acordo com Netto
(2009) no documento de Araxá e nas formulações de Dantas não temos uma menção ao que poderia
ser compreendido como realidade brasileira.
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SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
O aporte ao neopositivismo fez surgir novos termos no jargão dos profissionais. Termos que passam
a designar ações e posturas profissionais. Por exemplo, as chamadas situações sociais problemas que
eram os problemas apresentados em uma sociedade. Essas situações sociais problemas poderiam ser
enfrentadas pelos Assistentes Sociais, e, poderiam ser sanadas se esses profissionais possuíssem o
chamado Método Científico de Ação. Dessa forma:
[...] o que está no centro das formulações, aqui, não são teorias, valores, fins
e legitimidade (antes, esses componentes são dados como tácitos), mas sim
a determinação de formas instrumentais capazes de garantir uma eficácia
da ação profissional apta a ser reconhecida como tal pelos complexos
institucional-organizacionais (NETTO, 2009, p. 190).
Melhor dizendo, não temos em Araxá e tampouco em Teresópolis uma preocupação com a
fundamentação teórica da profissão, mas sim com as técnicas que devem ser usadas de forma eficiente
pelos profissionais, garantindo assim sua representação como uma profissão socialmente necessária
no contexto da modernização do Estado. O questionamento teórico aparece apenas nos Seminários de
Sumaré e Alto da Boa Vista, nos quais temos uma vinculação do Serviço Social à corrente fenomenológica.
No entanto, esses seminários são vinculados à Reatualização do Conservadorismo.
De forma que, a modernização era requerida como algo necessário para que os profissionais pudessem
atender as novas necessidades geradas pelo Estado burguês. Não havia uma crítica, uma reflexão do
fazer dos profissionais. Ao havia também um conhecimento da realidade capitalista, e apenas temos a
busca pela construção de um novo perfil profissional. Calma, esse é o primeiro de muitos passos que
conduziram nossa profissão a mudança.
Saiba mais
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Unidade III
A Reatualização do Conservadorismo surgiu no final dos anos 70. Sumaré e Alto da Boa Vista
aconteceram, respectivamente nos anos de 1978 e 1984 e o objetivo desses eventos era basicamente
reforçar a importância da formulação teórica, considerada incipiente e ausente no Serviço Social até
então. A construção de Netto (2009) sobre a perspectiva Reatualização do Conservadorismo proveio
da análise dos documentos produzidos nos seminários e também com recorrência a textos que foram
escritos por autores vinculados a essa perspectiva.
A requisição de um saber teórico fez com que os autores dessa corrente recuperassem elementos
presentes na prática dos Assistentes Sociais no contexto de sua fundação como profissão no Brasil.
Termos como autodeterminação do cliente e que buscavam designar a vontade individual do atendido e
que deveria ser estimulado na relação Assistente Social e Cliente, de forte inspiração neotomista passam
a ser novamente valorizados por essa corrente.
Netto (2009) nos coloca ainda que a Reatualização do Conservadorismo recupera ainda da prática
tradicional a ênfase em abordagens individuais, mostrando a vinculação com o Serviço Social de Casos
Individuais nos quais o técnico deveria fazer com que o cliente pudesse se encontrar consigo mesmo.
Isso confere à profissão um caráter extremamente psicologizante, algo que vinha sendo suprimido da
prática dos assistentes sociais por grande contingente da categoria profissional.
A crítica ao positivismo é também latente nessa categoria que, por sua vez, recorre a Fenomenologia
como o tão desejado embasamento teórico que buscavam.
Lembrete
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SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
Na apropriação da perspectiva fenomenológica, conforme Netto (2009), a corrente não teria tido a
leitura das fontes reais da fenomenologia. Faltou assim o aporte a autores originais da fenomenologia.
Isso fez com que os pensadores dessa corrente apresentassem em suas elaborações grande deficiência
teórica e crítica. Além disso, o autor destaca que a perspectiva não deixa claro como a fenomenologia
poderia ser usada no cotidiano das práticas dos Assistentes Sociais. Assim, apesar de muitas colocações,
argumentações a Reatualização do Conservadorismo não definem quais seriam as “posturas, categorias
e procedimentos” propostos aos Assistentes Sociais.
O autor nos coloca que grande parte dos Assistentes Sociais vinculados a essa perspectiva eram
cristãos e afirmavam seus valores religiosos como objetivos de uma profissão. Outros recorriam ao discurso
da transformação social que deveria ser buscada por meio da ajuda psicossocial. “Nas formulações dos
profissionais que ora nos ocupamos, o Serviço Social é posto como uma intervenção que se inscreve
rigorosamente nas fronteiras da ajuda psicossocial” (NETTO, 2009, p. 206).
Então, com certeza prezado aluno você pode estar se perguntando: mas que renovação é essa?
Ao que parece, essa corrente não é a favor da renovação, mas sim de pequenas mudanças que não
comprometem em grande medida o tradicionalismo profissional. É como se essa corrente andasse na
direção oposta à mudança. Pois bem, se você chegou a tal conclusão você está totalmente correto. Ou
nas sábias palavras de Netto (2009, p. 226-227):
Ou seja, é uma nova roupagem do tradicionalismo. Para sistematizar, de forma didática nossas
colocações sobre essas duas perspectivas observe o quadro a seguir:
Modernizadora Conservadorismo
Requer a fundamentação teórica da profissão
Prevalência na reflexão sobre as técnicas
Crítica ao positivismo e aos métodos de ação
Seminários de Araxá e Teresópolis
Seminários Alto da Boa Vista e Sumaré
Influência do Positivismo
Tendência psicologizante
Crítica aos Métodos de Caso, Grupo e Comunidade
Fenomenologia
E, olha só, já chegamos ao último item do nosso material. Veja como a leitura fluiu bem, afinal,
estamos falando do passado da nossa profissão, da nossa história. Agora, como último tópico convidamos
você em aprofundar seus conhecimentos sobre a perspectiva da Intenção de Ruptura.
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Unidade III
“Sem Marx nós não entendemos o mundo em que vivemos”, afirma professor da UFRJ
Recolocar o Brasil na rota de influência e dominação dos Estados Unidos e criar condições
para acelerar medidas no campo econômico que possibilitem novas formas de ampliação da
extração de valor. Estes são os principais objetivos da atual agenda política manejada pelo
governo interino de Michel Temer (PMDB), de acordo com o professor da UFRJ Marcelo Braz.
“É preciso construir unidade no plano tático entre os setores progressistas para conter o
processo feroz de contrarreformas profundas que estão sendo colocadas em pauta”, garante.
A possibilidade de ler um texto dessa natureza em que o professor e o autor Marcelo Braz, um dos
nomes de destaque do Serviço Social brasileiro discute conceitos relacionados à teoria marxista só é
possível porque no processo de Renovação do Serviço Social brasileiro nossa profissão se aproximou
da teoria social de Marx. Isso coube a profissionais e, sobretudo intelectuais que ousaram ir contra
a tendência da Reatualização de Conservadorismo e também da Modernização Conservadora que
estudamos acima.
autor, coube a ela o total rompimento com as bases tradicionais da profissão. Além disso, é mérito da
Intenção de Ruptura realizar também uma crítica ao sistema capitalista e ao Estado burguês instituído
no Brasil.
Para melhor compreendê-la é necessário saber do seu desenvolvimento histórico. Bem, Netto
(2009) nos coloca que a perspectiva em questão apresentou três estágios distintos os quais descreve
como: emersão, consolidação e espraiamento. Quando conhecemos os diversos estágios da Intenção
de Ruptura podemos compreender várias informações sobre essa perspectiva da renovação do Serviço
Social brasileiro.
Saiba mais
O estágio da emersão se caracteriza por ser o momento em que surgiram as primeiras formulações
da Intenção de Ruptura no país. Netto (2009) indica que a fase da emersão perduraria entre os anos
de 1972 a 1975 quando muitos segmentos profissionais, sobretudo àqueles vinculados a graduação
e a pós‑graduação passaram a criticar o Serviço Social tradicional. Isso porque foi nesses espaços
que tivemos uma grande leitura e pesquisa de teóricos das Ciências Sociais, sobretudo dos teóricos do
Marxismo, desarticulando assim os argumentos positivistas, funcionalistas e fenomenológicos que
sustentavam as perspectivas tradicionais influentes no Serviço Social até então.
Como documento dessa tendência de pensamento crítico o autor indica o documento Método de
Belo Horizonte, também denominado, Método de B.H. O Método de B.H. foi escrito por docentes e
pesquisadores da Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais. Netto (2009), ao
analisar o teor do documento, ressalta que as críticas estariam orientadas às seguintes direções do
chamado Serviço Social tradicional:
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Unidade III
Netto (2009) indica que o Método B.H. era bastante rudimentar no que diz respeito a sua apropriação
da teoria Marxista, porém, somente partindo das elaborações desses estudiosos é que o Marxismo
solidificou sua relação com o Serviço Social ou vice-versa. No final de 1975 os autores do Método B.H.
foram demitidos da Universidade como retaliação em virtude dos posicionamentos críticos adotados
pelo grupo e de ainda vivermos no Brasil um regime ditatorial.
Já a fase do espraiamento aconteceu a partir dos anos 80 e se constituiu como o momento em que
a categoria profissional atuante e que não estava vinculada às Universidades, até então os segmentos
mais expressivos no estudo da teoria marxista. Netto (2009) nos coloca que na fase do espraiamento é
que a Intenção d Ruptura alcançou a sua plena cidadania, pois a partir de então conseguiu contemplar
todas as categorias de Assistentes Sociais.
Saiba mais
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SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
Além das fases indicadas acima em relação à Intenção de Ruptura, Netto (2007) enfatiza uma obra
como a mais representativa da maturidade da referida perspectiva. Trata-se do trabalho de Iamamoto
intitulado: “Legitimidade e crise do Serviço Social” datado de 1982 e publicado como trabalho da USP de
Piracicaba. De acordo com o autor Iamamoto (1982) teria escrito um dos melhores trabalhos da época,
por ele considerado um marco em demonstrar maturidade na relação firmada entre o Serviço Social e
o Marxismo. O autor analisa todos os capítulos do trabalho e indica que foi o primeiro texto no Brasil
em que tivemos uma análise marxista das relações sociais, compreendendo-as sob o prisma da teoria
crítica. Partindo do entendimento das categorias críticas em questão a autora consegue realizar uma
análise do Serviço Social, do seu processo de revisão e crise. Netto (2009) faz algumas críticas a obra,
argumentando que o capítulo 2 não estaria tão bem elaborado quando o capítulo 1, porém, em sua
conclusão indica:
No entanto, a obra de Iamamoto não encerra um ciclo. Ela é o pontapé inicial das reflexões teóricas
que recorreram à Marx, e que marcaram uma posição do Serviço Social crítico. Por fim, como uma
última reflexão, deixamos a notícia do prêmio recebido por essa que foi precursora da sistematização
marxista nos meios profissionais e que é um dos maiores nomes do Serviço Social Brasileiro.
literatura profissional de interesse e valor para professores de Serviço Social. Iamamoto foi
indicada pela Associação Latino-Americana de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (Alaeits).
Katherine A. Kendall
Desenvolveu currículos que têm uma educação profissional avançada em todo o mundo;
Na notícia pudemos ver o reconhecimento por tantos anos de produção e dedicação à profissão,
os quais foram iniciados pela valorosa contribuição da autora a mudança de monta viabilizada pela
Intenção de Ruptura junto ao Serviço Social.
Resumo
109
Unidade III
Exercícios
II. No Movimento de Reconceituação do Serviço Social brasileiro foi deflagrada a crise do serviço
social tradicional e foi proposta uma renovação da profissão.
III. O Movimento de Reconceituação no Brasil não foi hegemônico, mas assumiu posições distintas.
IV. O período em que aconteceu o Movimento de Reconceituação do Serviço Social brasileiro também
foi o momento de grande expansão dos cursos de pós-graduação no país.
a) I, IV e V.
110
SURGIMENTO E INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL: RECONCEITUAÇÃO
b) I, II e III.
c) II, III e V.
d) I, III e IV.
I) Afirmativa incorreta.
V) Afirmativa incorreta.
“Maria Lucia e Mariana cursam Serviço Social na UNIP e ambas se encontram para estudar. Maria
Lucia diz para Mariana:
- Que interessante essa parte da história da nossa profissão, não é? Muito bom saber que a perspectiva
modernizadora estava embasada no Marxismo.
A) Mariana está correta em suas colocações, porém faltou destacar que a perspectiva modernizadora
foi a última a surgir no Movimento de Reconceituação do Serviço Social.
B) Mariana está incorreta em chamar a atenção de Maria Lucia, uma vez que a perspectiva
modernizadora foi embasada no Marxismo.
C) Mariana está correta em chamar a atenção de Maria Lucia, pois a perspectiva modernizadora não
foi embasada no Marxismo.
D) Mariana está incorreta em chamar a atenção de Maria Lucia pois todas as perspectivas que
surgiram na época do Movimento de Reconceituação são embasadas no Marxismo.
E) Mariana está incorreta em chamar a atenção de Maria Lucia, uma vez que a perspectiva que se
vinculou ao Marxismo foi a denominada reatualização do conservadorismo.
112
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20. País: Brasil. 1997. (160 min.)
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Exercícios
118
Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
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120
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000