Você está na página 1de 4

OS DIREITOS HUMANOS NA PERSPECTIVA DE KARL MARX E ENGELS

Ana Beatriz Silva Santos


Antônio Gabriel Queiroz Rosa Carvalho
Maria Alicia Nascimento Alves

RESUMO

O presente trabalho propõe-se a analisar a relação entre marxismo e os


direitos humanos na contemporaneidade. O resumo inicia investigando o processo
histórico pelo qual os direitos humanos assumiram posição de centralidade no debate
político contemporâneo. Ademais, essa análise procura resgatar a evolução do
pensamento dos teóricos Karl Marx e Friedrich Engels, instituidores do marxismo,
acerca dos direitos fundamentais, investigado dialeticamente e sem automatismos.
Assim, a ideia substancial é a de que o desenvolvimento dos direitos humanos, como
processo histórico, é naturalmente contraditório e tensionado por forças materiais.

A importância da pesquisa se encontra no sentido de que ainda que Karl


Marx tenha marcado à história como um negador dos Direitos Humanos, suas críticas
aos direitos do homem serão determinantes para construção teórica dos direitos sociais. 

Por fim, a análise considera que as lições deixadas por Marx são
fundamentais para o encaminhamento da luta pela afirmação dos direitos humanos posta
na radicalização da democracia como um espaço de resistência anticapitalista.

1. INTRODUÇÃO

A priori, para preliminar explanação desta temática é necessário ter a


compreensão do que seria direitos humanos e a aplicação fática no meio jurídico, no
cotidiano e paralelamente a visão de Marx e Engels sobre o assunto.
Segundo Pedro Lenza, grande doutrinador do direito constitucional:
Os direitos fundamentais “destinam-se, de
modo indiscriminado, a todos os seres humanos”
(LENZA, 2009, p. 672).
Portanto, entende-se estes direitos como aqueles que a sua aplicação deverá
ser imediata e necessária a todos os seres humanos (via de regra) e é resguardado no
ordenamento jurídico brasileiro pelo princípio da dignidade da pessoa humana,
normatizado pela constituição federal da república de 1988, através dos direitos civis,
políticos, econômicos, sociais, culturais, a vida, a honra, entre outros.
Todavia, a construção do conceito de dignidade como um atributo da
pessoa, tal como é compreendido atualmente, inicia-se apenas no século XVIII”
(COSTA, 2008, p. 21). Assinala Pedro Lenza que esses direitos “possuem caráter
histórico, nascendo com o Cristianismo, passando pelas diversas revoluções e chegando
aos dias atuais” (LENZA, 2009, p. 672). Justificava pela qual os direitos humanos
tornam-se presentes nas reflexões marxiana-englesiana, mesmo que de maneira
coadjuvante, quando comparado com as reflexões acerca do burguês e proletariado.
Portanto, essa investigação demanda um esclarecimento entre a relação das
teorias e visões dos principais pensadores socialistas e direitos humanos para tornar
clara a relação prática que pode ser estabelecida entre ambos.
Nessa empreitada, o primeiro questionamento a ser suscitado é que “direitos
humanos e Marxismo são incompatíveis”, sendo esta uma consideração que não passa
de uma vulgarização ideológica de concepção política de direita, construída socialmente
ao longo de anos.
Por fim, buscaremos sempre que for necessário correlacionar aspectos
históricos que de certa forma influenciaram os já mencionados autores e institutos
jurídicos contemporâneos para melhor esclarecer o tema.
.

2. OBJETIVO GERAL
Estabelecer as relações entre o marxismo e os direitos humanos na
contemporaneidade, esclarecendo todos os institutos e conceitos acerca do tema e analisando de
maneira fática com os dias atuais a luz do ordenamento jurídico brasileiro vigente.

3. OBJETIVO ESPECÍFICO
Explanar a cosmovisão de Karl Marx e Friedrich Engles acerca do Direito e
dos Direitos humanos fundamentais e desmistificar a ideia de que não há reflexões
marxistas sobre direitos e garantias fundamentais.
Explicar a função política exercida pela teoria do direito natural entre os
séculos XVIII e XIX. Além de explanar a teoria marxista e sua crítica aos direitos
humanos.

4. JUSTIFICATIVA
Os direitos humanos fundamentais, com o advento do constitucionalismo, ganharam
extrema relevância no âmbito do normativo. A supremacia da constituição de Hans Kelsen aliada à
força normativa da constituição de Konrad Hesse foram pilares fundamentais para sobrelevar essa
importância.
Portanto, os direitos fundamentais são frutos de um processo histórico ainda
em fase de desenvolvimento. Isso acontece devido á contínua interação entre os homens
e do ser com o meio, que pode fazer com que novos direitos sejam considerados como
fundamentais para a dignidade humana.
Sendo assim, faz-se de suma importância a argumentação sobre o certame
desses direitos, sobretudo na visão de pensadores que doutrinaram e disseminaram suas
concepções políticas e sociais ao redor do mundo, principalmente após a globalização,
sendo ainda mais problematizado a discussão em um cenário político brasileiro
discordante em vários aspectos, onde em alguns momentos faz-se presente de maneira
erronia a concepção de “socialismo” de Marx para justificar transgressões justamente a
esses direitos humanos fundamentais.

5. METODOLOGIA

Este trabalho tem como finalidade, relacionar os direitos humanos na


perspectiva de Karl Marx e Friedrich Engles na contemporaneidade.
A classificação da pesquisa quanto aos seus objetivos, é o método
hipotético dedutivo, que tem como intuito geral expor a cosmovisão de Marx e Engles
a respeito dos direitos humanos.
Ao longo da construção da pesquisa na obra de José Damião de Lima
Trindade, destaca que os conceitos e pensamentos marxista em meados do século XVIII
e XIX, onde a sociedade daquela época não tinham seus direitos plenamente assistidos.

6. REFERÊNCIA TEÓRICA

Na obra citada anteriormente, os direitos humanos na perspectiva de Marx e


Engles de José Damião, é a base desta pesquisa que visa ressaltar a luta contra a classe
dominante, um conceito marxista vinculado com a economia política socialista,
referente ao pensamento marxista. O autor neste livro, para fazer a sistematização da
reflexão dos sociólogos e filósofos Marx e Engles sobre os direitos humanos, começa
sua obra desnudando o panorama geral do tema.

Há uma contradição filosófica insolúvel entre a visão tradicional e


estabelecida sobre os direitos humanos e o pensamento marxista, enquanto um parte do
isolamento individualista do detentor da propriedade privada, Marx é do conflito de
classes, é claro que a conquista dos direitos humanos, o arrancar os direitos sociais, é
sim um processo de luta.

A Partir da sistematização da obra de Marx e Engels, José Damião aponta,


na questão dos direitos humanos, para a crítica profunda e consequente da sua limitação,
até nos dias de hoje, aos problemas do indivíduo burguês os direitos civis e políticos e
entre outros.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo de toda análise acerca da temática foram alisados livros e artigos


que faziam referência aos temas de direitos humanos, teoria social crítica e processo
histórico da construção dos direitos humanos, paralelo a compilações filosóficas e
históricas que abarquem a visão de Marx e Friedrich Engels. Portanto, fez-se um
apanhado histórico-jurídico visando conhecer de que forma se deu o processo de
construção e de desenvolvimento dos direitos civis, políticos, sociais, econômicos e
culturais; qual a crítica de Karl Marx ao tema e de que forma a teoria social crítica pode
contribuir para a compreensão contemporânea dos direitos humanos.

8. REFERÊNCIAS

BITTAR, Eduardo C. B.; Almeida, Guilherme Assis. Curso de Filosofia do Direito,


14° Edição, São Paulo-SP: Editora ATLAS LTDA, 2019.

MASCARO, Alysson Leandro. Filosofia do Direito, 5° Edição, São Paulo-SP: Editora


ATLAS LTDA, 2016.

TRINDADE, José Damião de Lima. Os direitos humanos na perspectiva de Marx e


Engels. Dissertação (Mestrado em Direito Político e Econômico) - Universidade
presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2010.

Você também pode gostar