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UFRJ
Uma vez assumidos os referenciais teóricos sobre Direitos Humanos e disputas sócio-
políticas, pode-se refletir sobre a construção das hegemonias e contra-hegemonias no
plano internacional e o lugar aí ocupado pelos fenômenos em torno de tais direitos.
Autores como Stephen Gill e Robert Cox apresentam leituras sobre o poder no plano
global que tomam em conta não apenas as capacidades materiais dos Estados, mas
também sua interação com as instituições e as ideias. Sendo inegável a presença dos
referenciais normativos de Direitos Humanos tanto no plano ideológico quanto da
institucionalidade internacional, é possível, a partir daí, apontar tensões e contradições
entre práticas e objetivos estratégicos dos Estados centrais (como um controle “ótimo”
dos fluxos migratórios, por exemplo) e os conteúdos de tais direitos. Assim, a
afirmação material dos Direitos Humanos coloca-se potencialmente no campo da
contra-hegemonia em relação aos centros de poder político e econômico do planeta.