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MODELO DE DESENVOLVIMENTO DE COMUNIDADE

A Organização das Nações Unidas, no decorrer dos anos 1950 e 1960, voltou-se à
sistematizar e disseminar um modelo de Desenvolvimento de Comunidade que se define
como um processo que envolve a integração dos esforços da população aos planos regionais e
nacionais de desenvolvimento econômico e social. A sua finalidade é capacitar as comunidades
para contribuírem com o progresso do país. Ainda, prevê a participação popular nos esforços
para melhorar seu nível de vida e o apoio técnico- -governamental para tornar os programas de
mútua ajuda eficazes. É reservada à população a incumbência de se responsabilizar pelo
desenvolvimento de sua comunidade e pelo progresso do país (SOUZA, 2004).

Fonte: https://www.cairu.br/arquivos/biblioteca/Desenvolvimento%20de%20comunidade%20e
%20servi%C3%A7o%20social.pdf

POLITICAS SOCIAIS E DATAS

Somente no final da década de 1970 os assistentes sociais se posicionam fortemente em


relação à formulação das políticas sociais enquanto intervenção estatal. (Política Social e
Serviço Social: os desafios da intervenção profissional.)

A Política social reveste-se de um caráter contraditório, pois, ao mesmo tempo em que


atende aos interesses do capital, atende também às necessidades da classe trabalhadora.
Portanto, a sua expansão é marcada pela luta dos trabalhadores na perspectiva da
conquista e da consolidação dos direitos sociais.

TRECHO DO LIVRO RELAÇÕES SOCIAIS E SERVIÇO SOCIAL NO BRASIL

A demanda por Assistentes Sociais diplomadas excedia o número de
profissionais disponíveis. Os mecanismos de cursos intensivos para Auxiliares
Sociais e as bolsas de estudos foram à forma encontrada p ara acelerar a formação
de Assistentes Sociais. Ao mesmo tempo, alargou-se a base de recrutamento, deixando de ser
um privilégio das classes dominantes e da
classe média alta, para abarcar também parcelas da pequena burguesia urbana.

Sincretismo profissional

"Ao abordar mais detidamente os fundamentos da estrutura sincrética no exercício


profissional do Serviço Social, o prof. José Paulo Netto aponta três dimensões
objetivas: o conjunto de problemas (extremamente variados) em torno da “questão social”; o
limite ontológico do exercício profissional: o cotidiano; e a forma particular de sua intervenção:
manipulação de variáveis empíricas, alterando, rearranjando demandas sociais e
institucionais que requerem respostas imediatas, contudo, restritas ontologicamente ao
campo da fenomenalidade.

Em primeiro lugar, a estrutura essencialmente multiforme da “questão social” adquire um


traçado ainda mais profundo e de complexa captação teórica na dinâmica do capitalismo
dominado pelos monopólios. [...]

Em segundo lugar, na estrutura sincrética do Serviço Social, o horizonte do cotidiano


aparece como limite da intervenção Social que, conectado à lógi- ca institucional do
Estado, opera alinhada a uma manipulação planejada da reprodução da força de trabalho,
cujo traçado marcante é o “disciplinamento da família operária, ordenação de orçamentos
domésticos, recondução às normas vigentes de comportamentos transgressores ou
potencialmente transgressores, ocupação de tempos livres, processos compactos de
ressocialização dirigida” (Netto, 2009, p. 92). [...]

Em terceiro lugar, na acepção clássica do sincretismo, a “manipulação de variáveis


empíricas de um contexto determinado” (Netto, 2009, p. 96) ofertava a inferência da
legitimidade profissional a partir de dados quantitativos extraí- dos de mudanças
microssocietárias, passíveis de mensuração a partir da razão instrumental. [...]"

Três notas sobre o sincretismo no Serviço Social - Jamerson Murillo Anunciação de


Souza.

PRIMEIRAS ESCOLAS DO SERVIÇO SOCIAL

BRASIL- 1936 EM SÃO PAULO – 1937 NO RIO DE JANEIRO

*Entre os anos de 1930 a 1945 o Serviço Social foi influenciado pelo Serviço Social
europeu, sendo seu corpo docente, currículo básico, materiais didáticos pautados na
escolas de Serviço Social europeias. Posteriormente, por volta de 1941 a partir do
Congresso Interamericano de Serviço Social realizado em Atlantic City (EUA), o Serviço
Social brasileiro passa a tecnificar-se e a ser influenciado pelo norte-americano, Alguns
autores inclusive chamam o período de um "mix" de influências europeias e norte-
americanas.

Maria Carmelita Yazbek (O significado sócio-histórico da profissão. In: Serviço Social:


direitos sociais e competência profissionais. CFESS/ABEPS, 2009, disponível on line),
que os primeiros referenciais que orientam a profissão no Brasil são oriundos da
Doutrina Social da Igreja Católica, do ideário franco-belga (europeu) de ação social e do
tomismo.  A autora afirma também que é a partir da década de 1940 que a profissão
aproxima-se do Serviço Social norte-americano e seu conservadorismo pautado na teoria
social positivista.

PRIMEIRO SUPORTE TEÓRICO SERVIÇO SOCIAL

o primeiro suporte teórico-metodológico necessário à qualificação técnica da prática do Serviço


Social e utilizado também para a sua modernização é baseado na matriz positivista. Esta matriz
vai fundamentar a ação dos primeiros assistentes sociais que tratarão da questão social como
problemas morais, de caráter e desvio social, e que para "curá-los" e "tratá-los" será necessário
adequar o indivíduo a sociedade. Assim, o profissional atua na aparência do fenômeno, não se
preocupando com a essência e a estrutura econômica, política e social, devido a ausência de
um pensamento crítico. A assertiva acima se torna um pouco confusa pois o fragmento que a
precede se refere ao movimento de reconceituação, enquanto ela mesma diz respeito aos
primórdios da profissão.

MOVIMENTO DE RECONCEITUAÇÃO: DE 1960 Á1970

O Movimento de Reconceituação latino americano do Serviço Social inciou-se na metade da


década de 1960 e é expressão da crítica global ao Serviço Social e suas bases tradicionais.
Esse processo, influenciado pelo contexto social e político de emergência de novos atores
sociais, da Revolução Cuba, trazia diversas indagações acerca do papel do Serviço Social
frente ao desenvolvimento subalterno dos países da América Latina bem como qual a
verdadeira eficácia das ações desses profissionais perante ao aprofundamento das expressões
da questão social. Assim, os profissionais questionavam-se acerca da necessidade de adequar
a prática profissional ao contexto regional e nacional, visto que a profissão era influenciada por
procedimentos, técnicas, teorias e metodologias oriundas do Serviço Social norte americano e
europeu, sem haver uma preocupação se de fato esses dois últimos seriam pertinentes a
realidade aqui instalada. Nessa perspectiva, este Movimento trouxe diversas inquietações na o
interior da profissão suscitando processos de renovação em alguns países, como no Brasil, e a
negação do lastro conservador que orientava o Serviço Social desde os seus primórdios.

PERSPECTIVA MODERNIZADORA: situa-se no período entre 1965 a 1970, o núcleo


central  do debate profissional é o desenvolvimento, a partir da fundamentação teórica
funcionalista, estruturalista e mais tarde estrutural-funcionalista, com o embasamento teórico do
positivismo.

Se preocupou em adequar a profissão às necessidade do capitalismo naquele período,


objetivando torná-la uma ferramenta auxiliar a autocracia burguesa e suas necessidades.
Portanto, buscou-se uma modernização dentro dos parâmetros do conservadorismo, mantendo
a ordem, numa perspectiva de ajustamento.

Positivismo e funcionalismo: a sociedade é um todo orgânico, cada ser tem seu papel na
sociedade. O ss. Busca o ajustamento. A sociedade existe antes do individuo, ajustamento,
função social e estrutura.

DOCUMENTOS QUE MARCARAM A PERSPECTIVA MODERNIZADORA

Foram elaborados dois documentos que sintetizavam discussões e propostas de dois encontros
da categoria profissional na época. São eles o Documento de Araxá (1967) e o Documento
de Teresópolis (1970), os quais apesar de apresentarem distintas e peculiares abordagens e
características, possuíam em comum a busca pela adequação do Serviço Social para que o
mesmo fosse funcional as políticas de desenvolvimento da autocracia burguesia, sem em
nenhum momento questionar o ocorrido em abril. Esses documentos, estavam diretamente
relacionados com a ideologia disseminada pela autocracia burguesia, como a de
desenvolvimento, e deste modo a profissão era pensada como uma ferramenta que poderia
contribuir na viabilização das políticas de desenvolvimento, isto é, como um suporte para tais
políticas.

Nao questiona a ordem politica

Exigencias da Autocracia Burguesa

Seminário de Sumaré (1978) e Alto da Boa Vista (1984)

REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO: Essa direção situa-se na década de 1970,


tendo como núcleo central a subjetividade, o vivido humano e a perspectiva dialógica,
embasando-se na fenomenologia os seus objetivos era compreender a realidade microssocial
deixando de lado a reflexão crítica da realidade macrosocietária.

Inspiração fenomenológica,repudiando  as vertentes positivistas e crítico-dialéticas; priorizava a


metodologia dialógica, abarcando as concepções de pessoa,o diálogo e a transformação social

Perspectiva de integração do homem na sociedade: CORRENTE FENOMENOLÓGICA, ana augusta


de almeida. Estudo do fenômeno na sua essência. Dimensão subjetiva, ajuda psicossocial.

Conservadorismo, foco no individuo- se fortaleça e se ajuda sozinho, diálogo.


DOCUMENTOS DA REATUALIZAÇÃO DO CONSERVADORISMO: Seminários de Sumaré e
Alto da Boa Vista

Recuperacao da heranca Psicossocial  , Individuos/ Viés Psicossocial 

Intenção de Ruptura; que possui como centralidade a crítica ao tradicionalismo e aos seus


embasamentos teóricos, metodológicos e ideológicos. Segundo Netto (2009, p. 159) Essa
direção “manifesta a pretensão de romper quer com a herança teórico-metodológica do
pensamento conservador, quer com os seus paradig mas de intervenção social”.~

É precisamente na perspectiva de intenção de ruptura que se plasmam as conotações


inerentes a um i profissional ( e suas representações) compatível com a modernidade: o
reconhecimento dos projetos societários diferentes das classes e dos projetos sociais, a
compreensão da dinâmica entre classes/sociedade civil/estado, a laicização do desempenho
profissional, a assunção da condição mercantilizada dos serviços prestados pelo profissional
etc.. a renovação profissional porque foi capaz de sintonizar as auto (representações) do serviço
social com pluridimensionalidade dos projetos que permeiam a sociedade brasileira, constitui,
em si mesma, a contribuição (nem sempre consciente e voluntária,é verdade) dos assistentes
sociais para abrir o caminho ao futuro

Recorre progressivamente à tradição marxista;

Questionamento

CLASSE TRABALHADORA
DOCUMENTOS INTENÇÃO DE RUPTURA: Método Belo Horizonte ocorre entre os
anos de 1972 a 1975

CONTEXTO: A RENOVAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL INICIADA NOS ANOS 1960, PRODUZIU


UM CONJUNTO DIVERSIFICADO DE PROPOSTAS TEÓRICO-METODÓLOGICAS PARA A
PROFISSÃO,ESSE MOVIMENTO FOI GRAÇAS Á LAICIZAÇÃO DO SERIÇO SOCIAL E SUA
INCURSÃO NO CIRCUITO ACADEMICO

Ocorre uma  laicização da formação, através de uma diferenciação da categoria e uma disputa
por sua hegemonia, apreendida como uma das características da renovação do serviço social.
Esse processo vinha se desenvolvendo desde o final da década de 1950, com a erosão do
serviço social tradicional, mas só se efetivou a partir da modernização conservadora instaurada
pela ditadura militar. Esse processo foi uma emergência de núcleos e vetores, permeados por
elementos opositores e de contestação do regime e do serviço social tradicional.  A profissão é
repensada, reformulada, adere às ciências sociais, alcançando um novo patamar.
Reatualiza-se o conservadorismo adéquam-se os instrumentos interventivos, há a intenção de
ruptura.

DATAS IMPORTANTES A RESPEITO DO SURGIMENTO DO SERVIÇO SOCIAL:

Surgimento/ Institucionalização: Antes da 2º guerra

Desenvolvimento: Com o pós guerra, desenvolvem as políticas sociais, daí o estado passa a
precisa de profissionais para executa-lá. Após a 2º guerra

Perspectiva desenvolvimentista: Predominou na profissão nos anos de 1950 e 1960, e


também não estava fundada nas ideias de justiça social e transformação social. A
perspectiva desenvolvimentista, que emerge nos anos 50 no governo de Juscelino
Kubitschek (1956-19600, buscava a integração da população, sobretudo aquele mais
pobre, considerado fora dos padrões, “anormal”, ao projeto desenvolvimentista como
forma de sanar essas "anomalias" e "desvios sociais". Assim, o Serviço Social ainda
encontrava-se associado a uma perspectiva conservadora que tratava as sequelas da
questão social como desvios morais, de cunho individual, como se o sujeito fosse o
responsável pela sua própria condição.

TRABALHO E SERVIÇO SOCIAL


As alterações verificadas nos espaços ocupacionais do assistente social têm raízes
nesses processos sociais, historicamente datados, expressando tanto a dinâmica da
acumulação, sob a prevalência de interesses rentistas, quanto a composição do poder
político e a correlação de forças no seu âmbito, capturando os Estado Nacionais, com
resultados regressivos no âmbito da conquista e usufruto dos direitos para o universo dos
trabalhadores. Mas os espaços ocupacionais refratam ainda as particulares condições e
relações de trabalho prevalentes na sociedade brasileira nesses tempos de profunda
alteração da base técnica da produção com a informática, a biotecnologia, a robótica e
outras inovações tecnológicas e organizacionais, que potenciam a produtividade e a
intensificação do trabalho. É esse solo histórico movente que atribui novos contornos ao
mercado profissional de trabalho, diversificando os espaços ocupacionais e fazendo emergir
inéditas requisições e demandas a esse profissional, novas habilidades, competências e
atribuições. Mas ele impõe também específicas exigências de capacitação acadêmica que
permitam atribuir transparências às brumas ideológicas que encobrem os processos sociais
e alimentem um direcionamento ético-político e técnico ao trabalho do assistente social
capaz de impulsionar o fortalecimento da luta contra-hegemônica comprometida com o
universo do trabalho."

CONTEXTO PARADIGMA

Para Vicente de Paula Faleiros, desde a gênese da profissão até o movimento de


reconceituação prevaleceu no Serviço Social o "paradigma das relações interpessoais". Este
paradigma entendia que a partir de uma situação-problema, o profissional de Serviço Social
influenciaria o indivíduo ou família para que os mesmo modificassem seu comportamento e se
enquadrassem a sociedade e seus valores dominantes como forma de resolver seus
"problemas". O autor citado, confronta tal paradigma a partir de sua concepção sobre a
profissão, que será caracterizado como "paradigma das relações de força, poder e exploração"
também cunhado de "paradigma da articulação" e a "tese da correlação de forças".

PROJETO ÉTICO-POLITICO

A IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO ÉTICO-POLITICO DEFENDIDO E HEGEMÔNICO NO


SERVIÇO SOCIAL VEM SENDO AMEAÇADA DESDE MEADOS DOS ANOS 1990 PELA
IDEOLOGIA NEOLIBERAL. Nos anos de 1990, o Brasil adotava a agenda regressista neoliberal,
a qual apontava para a minimização ou até mesmo extinção de direitos sociais e trabalhistas
historicamente conquistados, minimização da atuação estatal no campo das políticas sociais e
nos serviços sociais, enquanto para o mercado essa atuação deveria ser máxima ; privatização,
de tudo aquilo que é público; desmonte da seguridade social e das conquistas recentemente
expressas na CF 88. Assim sendo, o projeto defendido pelo serviço social, cuja direção é oposta
ao que afirma a concepção neoliberal, é caracterizado pelos defensores dessa concepção como
retrógrado, na medida em que possui como compromisso as lutas sociais e trabalhistas, a
afirmação e expansão dos direitos dos trabalhadores, bem como aponta para a emancipação
política e humana da classe trabalhadora. Deste modo, o projeto ético-político da profissão
vem sendo ameaçado pela perspectiva neoliberal que influencia o campo ideológico,
político e econômico no país.
Netto (2005, p. 131) ressalta

Entendemos por renovação o conjunto de características novas, que no marco das constrições
da autocracia burguesa, o Serviço Social articulou, à base do rearranjo de suas tradições (...),
procurando investir-se como instituição de natureza profissional dotada de legitimação prática,
através de respostas a demandas sociais e da sua sistematização, e de valorização teórica,
mediante a remissão às teorias e disciplinas sociais

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