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Responsabilidade ética e moral do uso das

novas tecnologias de informação e


comunicação. 
-Conceito de Tecnologia e Informação no campo da Filosofia 
O termo tecnologia, de origem grega, é formado por tekne (“arte, técnica ou ofício”) e
por logos (“conjunto de saberes”). É utilizado para definir os conhecimentos que
permitem fabricar objetos e modificar o meio ambiente, com vista a satisfazer as
necessidades humanas. 
Segundo Keen (1993) o conceito de Tecnologia da Informação é muito mais amplo do
que os conceitos de sistemas de informação, engenharia de software, informática,
processamento de dados; pois envolve aspetos humanos, administrativos e
organizacionais. 
Com a evolução da Internet houve um aumento na qualidade e quantidade das
informações. A possibilidade de comunicação imediata criou um novo domínio social
do indivíduo: o poder informático. Atualmente a Internet é vista como um meio de
comunicação sem fronteiras, conectando milhões de computadores no mundo inteiro
com acesso praticamente inesgotável de informações, desconsiderando distância de
tempo e lugar. A própria ONU reconhece em seu relatório que a tecnologia da
informação abre uma via rápida para o processo de globalização do conhecimento. A
Internet é o meio pelo qual as distribuições das informações ocorrem de forma
ilimitada, tornando-se essencial a preocupação com regras e normas de conduta e
ética na tentativa de amenizar os conflitos relativos a essa disseminação, nessa busca é
preciso verificar como se dá a construção da personalidade moral. 

-Problematização 
 Tendo em conta os avanços tecnológicos e a globalização das comunicações por meio
de conexão quebrando as barreiras e fronteiras, há uma preocupação latente com as
questões que envolvem ética, responsabilidade e moralidade com o uso dessas
tecnologias vigentes. Dessa forma “antes de tudo, a tecnologia é uma produção do
livre-arbítrio do homem e de sua cultura, informado por seus valores e éticas. O vetor
tecnológico pode ter o rumo que a sociedade humana desejar, se for capaz de se
organizar em razão dos interesses da maioria de seus cidadãos”. (DUPAS, 2001, p. 85).
A partir daí percebe-se o interesse ao bem coletivo pairando sobre o bem privado, sob
esta perspetiva apresentada, o problema de pesquisa desta dissertação está pautada
em comparar e descobrir: qual é a perceção e a perspetiva que o usuário tem a
respeito da ética, responsabilidade e moralidade no uso das tecnologias da informação
e comunicação? 
 
-SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E A RESPONSABILIDADE MORAL 
As inúmeras trocas de informações que acontecem entre as organizações, pessoas civis
e o governo, geram questões relacionadas à segurança da informação. 
A internet e as redes de computadores contribuíram para a mudança da arquitetura
dos sistemas de informação e para o aumento de segurança focando os sistemas
abertos, já que os sistemas fechados são mais seguros quanto aos riscos à privacidade,
autenticidade e integridade de informação. 
A segurança é a estratégia que possibilita novas oportunidades de negócio para as
organizações, porém se por um lado a organização está mais dependente das
tecnologias para ser competitivo no mercado, elas devem garantir que as informações
estejam ao mesmo tempo seguras, confiáveis, íntegras e disponíveis. 
Contudo, as organizações atuam visando três fatores: os processos, a tecnologia e as
pessoas, mesmo com toda a tecnologia de informação e com os sistemas de segurança
instalados e processos bem definidos nas organizações, há que se considerar a conduta
dos usuários que elaboram diariamente as atividades nestes sistemas, é necessário
que tenham uma postura ética e moral quanto à sua responsabilidade perante as
informações e aos usos das tecnologias para que não se tornem mediadores dos
espiões das redes. 
Não existe proteção tecnológica eficiente sem o controle e conscientização do usuário,
as pessoas são o fator fundamental para garantir a fidelidade e integridade dos
sistemas de segurança da informação.  
Uma vez que o usuário saiba de suas responsabilidades morais e éticas dentro do
ambiente em que trabalha, cabe a ele saber das penalidades caso não cumpra os
requisitos de fidelidade e integridade das informações confiadas ao seu cargo ou
função. 
Contudo quanto ao ingresso do funcionário à organização, é responsabilidade do
contratante esclarecer as condutas e normas que regem os sistemas informacionais
organizacional como um todo, bem como quanto à utilização das tecnologias
disponíveis e das ferramentas para e tão somente o desempenho das atividades
propostas. A partir deste momento, a responsabilidade passa a ser do usuário que
deverá cumprir suas tarefas com a ética e a moralidade adequada e já conhecida. 
Entretanto, uma conduta ética adequada dentro das organizações seria obedecer toda
a norma e cultura proposta por elas para minimizar a vulnerabilidade dos sistemas de
informação perante os criminosos virtuais. O uso consciente e responsável das
tecnologias informacionais faz com que a organização se torne referência no mercado
quanto à sua conduta moral e ética. 

-USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E A


MORALIDADE E ÉTICA 
O utilizador de uma tecnologia pode usar os seus aplicativos ou equipamentos com
certa ingenuidade, porém, quando se trata de um web site há que se ter
conhecimento sobre os perigos e as complicações que atos impensados podem
ocasionar, é importante observar os ambientes por onde se navega, há hackers
prontos para roubar senhas, informações pessoais, dados sigilosos. 
Os padrões éticos são construídos a partir de concepções sociais nas quais devem ser
consideradas o tempo e espaço em que determinados eventos acontecem. A
tecnologia, que até aqui, facilitou a vida da sociedade e acelerou sua evolução, trouxe
também implicações prejudiciais que conflitam com questões éticas da sociedade
atual. Preconceito, racismo, invasão de privacidade, experimentos com humanos e até
mesmo riscos de vida já foram relacionado ao uso das tecnologias. Uma simples
pesquisa na Internet já traz histórias que demonstram a fragilidade da tecnologia. 
É fácil entender a moral e ética em relação a tecnologia quando se tem exemplos como
o caso dos invasores do ciberespaço, difícil mesmo é saber se os atos que cada
indivíduo pratica em sua vida particular em suas redes sociais são realmente éticas e
morais. 
É necessário pensar se as ações tomadas no combate aos atos imorais como: a
adaptação de leis e regras que coíbem as invasões virtuais, a engenharia forense, o
policiamento eletrônico contra crimes como a pedofilia e políticas de segurança da
informação implantadas nas instituições são suficientes para dar conta os criminosos
dos espaços virtuais. 
Por outro lado, há que se fazer uma análise do uso das tecnologias por parte dos
usuários, se serão motivadas para o próprio bem ou se serão para o bem comum, ou
ainda se o que se pretende publicar possa vir a denegrir a imagem de outrem. São
questões que têm influência direta com os conceitos de moralidade e ética 
A responsabilidade moral está diretamente relacionada com o respeito e com a
prevenção solidária, de forma que o bem comum e a moralidade deva vir antes da
individualidade 
Ser ético recorre a uma série de requisitos de obrigatoriedade e compromisso para
com o próximo, como a ética está presente em diversos contextos, no caso do espaço
web, há a necessidade de reconhecimento dos autores da ação. 
As contribuições das ferramentas que a tecnologia trouxe para a sociedade são
inúmeras e consequentemente, podem ser utilizadas para o bem ou para o mau, o
usuário faz sua escolha, por livre arbítrio, porém é necessária a imposição de regras e
leis para limitar os usuários mal-intencionados. 

-QUAIS SÃO OS LIMITES DO ACESSO A INFORMAÇÃO PRIVADA 


A liberdade ao acesso e partilha de informação (garantia constitucional e liberdade),
só poderá ser restringida se for necessário salvaguardar interesses ou outros direitos
constitucionalmente protegidos. O direito a perseverar a vida privada é um dos
direitos e interesses que pode prevalecer sobre a liberdade de informação, por
exemplo, a informação privada de adolescentes ou crianças, segredos do estado,
segredos da justiça ou sigilo profissional.  
Qualquer restrição que se faça devem ser proporcionais ao fim que se destinam. Um
exemplo, a proteção de adolescentes e crianças pode defender uma proibição legal de
transmitir filmes ou vídeos de conteúdo pornográfico ou extremamente violento em
sinal aberto ou num certo horário. Por isso de noite sempre que tem um filme com
nudez ou com atos violentos tem uma bola vermelha do canto superior para avisar que
menores não deveriam assistir o conteúdo. Contudo, já seria desproporcional proibir,
todo o tipo programas que contenham imagens de nudez ou de extrema violência.  
ocorrem frequentemente conflitos entre a salvaguarda e a divulgação da vida privada
e intimidades das pessoas chamadas “pessoas publicas” (atletas, atores, cantores,
políticos, etc.). Essas pessoas publicas que vivem expostos para as pessoas ou
trabalham com a exposição, não possuem o mesmo grau de preservação que pessoas
comuns. Assim, existe pessoas que divulgam as informações dessas pessoas publicas,
como por exemplo, almoços entre dois líderes públicos, etc.  
Claramente, as “pessoas publicas” não perdem os seus direitos à privacidade. em
princípio, será ilegal divulgar quaisquer factos relativos à sua vida privada contra a
vontade do referido. Obviamente, haverá casos específicos que permanece interesse
publico: por exemplo, certos membros da classe política ou famosos que pretendem
ou são a favor da criminalização da prostituição, mas ao mesmo tempo usufruem
deste tipo de serviço. 
Entre estes tópicos, existe inúmeras situações onde a legitimidade da divulgação de
informação pessoal só pode analisada naquele caso em específico ou similares. 
 
-Privacidade na sociedade contemporânea: redes sociais 
Têm sido levantadas constantemente as preocupações com a privacidade em relação
às redes sociais. Os usuários dessas redes sociais devem estar sempre alertas e atentos
aos perigos sobre as informações pessoais delas. Esses dados pessoais podem ser
utilizados sendo perigosos, podem ser atualizados por meios de hackers ou vírus. 
Ao colocar demasiada informação pessoal nas redes sociais a pessoa submete-se a
uma ameaça a sua privacidade, pois a partir daí pode-se criar arquivos reais de
informação sobre este individuo, com informações sobre o seu comportamento e a
sua situação económica, estas informações podem ter diversas utilidades podendo até
ser uma ameaça.  
Mesmo que esses dados sejam públicos a sua coleta e a sua organização e ainda a sua
classificação para utilizar em fins como por exemplo, comerciais, levam a uma
importante questão sobre a invasão de privacidade. Esses dados mesmo depois de
serem apagados pelo usuário, permanecem ainda em controlo dessas redes sociais
onde os armazena para os seus fins económicos e de terceiros.  
Assim, a privacidade nesse site da rede social pode ser prejudicada por várias razões.
Além dos usuários compartilharem informações privadas, alguns sites podem não ter
as medidas adequadas para proteger a privacidade do mesmo, sendo que terceiros
regularmente usam essas informações postadas nas redes sociais para uma variedade
de propósitos. 
Os criadores das redes sociais devem agir com responsabilidade ética na formação
desses sites, cabe ao usuário assumir a responsabilidade e de agir de forma ética e
moral ao saber como vai usar essas redes.  
Uma das responsabilidades que se trata nas redes sociais é os adolescentes e as
crianças. Grande parte dos usuários dessas redes é constituída por adolescentes,
porem sem um controlo de um adulto pode causar muita polemica e crimes, como por
exemplo, pessoas de maiores de 18 (normalmente de idade avançada) tentarem ter
relações íntimas com adolescentes menores de 18 anos, isso se trata de pedofilia. 
Assim, todos os usuários das redes sociais devem ter noção que todas as suas
informações pessoais vão estar gravadas nesses sites, ou ate uma pessoa
pode hackear  e encontrar tudo sobre esse usuário e pode usar essa informação para
fazer uma coisa perigosa como: chantagear, intimidar as pessoas,
expor fotos/vídeos/fotos contra esse usuário. 

-Crimes cibernéticos 
Crimes cibernéticos ou cibercrimes são qualquer atividade ilícita praticada na internet,
por meios de quaisquer dispositivos elétricos como por exemplo: telemóveis,
computadores ou tablets.  
As práticas envolvem desde a obtenção de vírus por meios de links enviados por emails
ou mensagens privadas, até a invasores de sistemas operacionais de empresas
privadas ou publicas. 
Assim, essas pessoas podem roubar quaisquer informações e dados privados, podendo
aplicar golpes e roubar dinheiro. 
Sendo assim, o crime cibernético tem dois lados, um deles são os
criminosos: hackeiam as contas e dão golpes; e as vítimas: os que são hackeados e que
sofrem desses golpes. 
Ao evoluindo a tecnologia se descobre mais capacidades para sofrer desses crimes. Ou
seja, qualquer pessoa pode estar a ser atacada ou sofrera esses ataques. 
E dentro desta categoria de crimes existem os hackers. 
 Tipos de hackers: 
• Hackers antiéticos: criminosos e malfeitores. 
• Hackers éticos: são os que trabalham para proteger sistemas e pessoas. 
 
Hackers antiéticos- é um tipo de hacker que entra no computador das pessoas de
propósito, ou seja, intencionalmente vandaliza ou rouba através das redes das outras
pessoas. 
Esses hackers são motivados por dinheiro, fama ou por diversão. Eles podem roubar os
dados e vende-los ou ate tentar extorquir dinheiro do proprietário do sistema. Eles ao
um dos principais bandidos online. 
Os mais comuns são:  
• Ataques distribuídos de negação de serviço (DDOS) que prejudicam redes de
computadores 
• Roubo de identidade 
• A criação de worms e outros programas destrutivos 
 
Hackers éticos- Esses hackers diferentes dos antiéticos são movimentados a partir de
motivações honrosas. Esses hackers normalmente são as responsáveis para proteger
redes de computadores. 
Também diferente dos hackers antiéticos, eles têm a autorização para aceder as redes
e aceder as informações privadas dos proprietários. Esses especialistas em segurança
são especialistas em fechar problemas para hackers antiéticos não invadirem os
sistemas. 
O aumento do uso das redes sociais é fonte de numerosas questões sobre a
privacidade.  É preciso estar atento às transformações e tecnologias, a fim do melhor
tratamento sobre a matéria. 
Concluindo a  internet é muito benéfica, mas pode também ser má para a nossa
sociedade se for usada erradamente tendo em conta o seu uso ético e moral, afetará a
vida de outras pessoas de uma maneira muito negativa quando se refere ao acesso
indevido de informação privada. 

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