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Agricultura Familiar e (PRONAF): Avanços e desafios

O conjunto de políticas publica, e programas destinados a Agricultura


familiar, inseridos a partir da lei 11.326/06, mostra vários problemas relacionados ao
seu alcance e execução. Em especial o Programa Nacional de Fortalecimento da
Agricultura Familiar (PRONAF), que prevê uma serie de ações (crédito, assistência
técnica, etc.) não alcança os seus trabalhadores e trabalhadoras da agricultura familiar
no Brasil. Algumas questões atingem sobre o alcance e a eficácia do (PRONAF): os R$
24 bilhões destinados à agricultura familiar em 2014, através do Plano Safra, não supre
efetivamente as demandas dos agricultores apenas com concessão de crédito.

A Agricultura Familiar precisa de uma assistência técnica universal e de


qualidade, por exemplo. Comumente, os agricultores não pedem elaborar projetos e
enviá-los à entidades financeiras competente para analise, pois se requer um documento
contendo viabilidade técnica, econômica , social e ambiental do projeto, para que o
agricultor obtenha o crédito para implementação em sua propriedade. Sem a assistência
técnica universal e adequada muitas famílias não tem acesso ao crédito, limitação que
deriva de requisitos técnicos e legais e da impossibilidade de elaboração de projetos sem
orientação adequada. Assim como o PRONAF não alcança boa parte dos trabalhadores
e trabalhadoras do campo, tampouco o faz a assistência técnica. Sendo assim, o
funcionamento da Agencia Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural
(ANATER), constitui ainda um importante desafio para o campo. A disposição de
recursos é muito importante, mas insuficiente. Sem instrumentos adequados que
permitam à Agricultura Familiar o acesso ao crédito para ampliar a sua produção. Mas
que a lei, portanto, são as políticas publicas que dela derivam as que geram problemas
de eficácia em sua implementação. A assistência técnica é uma questão prioritária e
deve ser universalizada. As analises e avaliações das políticas, devem evidenciar as
limitações e desafios atuais, com o objetivo de propor medidas de saneamento no curto
e médio prazo doas problemas práticos e normativos para consolidação de políticas
estruturantes do campo. Por exemplo, o processo de “bancarização” do PRONAF na
postulação dos requisitos a serem cumpridos para o acesso ao programa. Pensamos que
o Estado brasileiro necessita de uma ação concreta para valorização e fortalecimento do
cooperativismo de crédito para operacionalização e fortalecimento do cooperativismo
de crédito para operacionalizar o PRONAF, mediante flexibilização da burocracia atual
imposta pelo banco. Mesmo seguindo regras do Banco Central, as cooperativas de
credito apresentam um víeis completamente distinto da práxis bancaria, de fundo
estritamente comercial e financeiro. Nesse sentindo, é preciso trabalhar no avanço de
políticas publicas estruturais, universais i inclusivas. As respostas do Estado a esse
problemas devem ser mais rápidas, pois há famílias e vidas humanas que dependem
dessas políticas para sua sobrevivência e avanços econômicos.

Cooperativismo como estratégia para agricultura familiar: avanços e desafios

A Organização da Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO),


As pessoas que trabalham em organizações familiares que dependem diretamente do
setor “agricultura e alimentos” somam 60% no mundo em desenvolvimento.

No Brasil a agricultura familiar está no centro da produção de alimentos e


geração de empregos rural . Alcança 84% do total de unidades de produção, com a
ocupação de apenas 24,3% da área total dos estabelecimentos rurais. Movimenta
aproximadamente 74% das pessoas no campo, é o principal auxilio da segurança
alimentar nacional e responde pela produção de vários produtos importantes da
alimentação.

A inserção desse segmento no mercado, tem impactos importantes no


campo do país, e por efeito, nas grandes cidades. Portanto, o estudo do “Mapa da Fome”
dos 32 milhões de brasileiros em situação de pobreza estimou que metade deles
pertencem à área rural . Esses dados, em um primeiro tempo, parecem incoerentes. Se
informações econômicas mostram a força e importância da agricultura familiar na
dinâmica econômica brasileira, na criação de trabalho e renda no meio rural, destaca sua
participação na segurança alimentar da população, porque encontramos no campo alto
índice de miséria e de fome? Uma suposição seria a forma de desenvolvimento em
curso, que favorece uma agricultura industrializada, controlada por poucas e grandes
corporações, que gera a destruição dos recursos naturais; concentração de terras; e gera
fome e miséria entre os homens e mulheres do campo. O Estado têm insistentemente
feito grandes investimentos neste modelo de agricultura industrial e insustentável.
Historicamente o cooperativismo foi uma das ferramentas para enfrentar as
imensas dificuldades no mundo com a expansão do sistema capitalista. Na Europa,
especialmente, as inúmeras injustiças que a população pobre acarava frente a expansão
do capital foram superadas em grande parte pelo instrumento do cooperativismo. A
experiência da cooperativa de Rochdale, fundada na Inglaterra 1844 e considerada uma
marco mundial na produção cooperativista, já demonstrava esse potencial do
cooperativismo ao servir de instrumento para que os trabalhadores superassem as
dificuldades oriundas da Revolução Industrial.

A Lei 5.764/71, no Brasil regulamenta as sociedades cooperativas. A


Norma, elas são definidas como sociedades de pessoas, em forma e natureza próprias,
de natureza civil, constituídas para prestar serviços aos cooperados. A natureza jurídica
das cooperativas é a da sociedades de pessoas e não de capital, voltadas a ajuda mútua.
O objetivo dessas sociedades é o crescimento econômico e a melhoria da condição
social de seus cooperados. Isto é, há um fim econômico, mas não lucrativo. E como as
cooperativas são organizadas para atender e seus sócios, estes não atuam apenas dessa
forma, mas são beneficiados pela estrutura e pelos serviços da cooperativa. Essa dupla
qualidade faz parte do seu núcleo fundamental. Por um lado a cooperativa é constituída
para responder às demandas dos sócios com sua estrutura e serviços. Por outro lado,
estrutura e serviço são deliberados coletivamente e voltados a atender os interesses
comuns dos sócios. Essas características do cooperativismo, no contexto da agricultura
familiar, assumem um papel de organização social e econômica dos agricultores
familiares.

É a organização social, porque o cooperativismo agrega os atores que


buscam a acreditam na construção de uma sociedade mais justa e de outro modelo de
crescimento através de prática dos seus princípios, que são: autogestão; cooperação e
solidariedade; distribuição equitativa das riquezas produzidas coletivamente;
desenvolvimento local; regional e territorial integrado e sustentável; respeito aos
ecossistemas; preservação do meio ambiente; valorização do ser humano, do trabalho,
da cultura com o estabelecimento de relações igualitárias entre diferentes (relação
igualitária de gênero, raça e etnia).

É organização econômica, porque a participação dos agricultores familiares


em cooperativas é para possibilitar a agregação de valor à produção através do
beneficiamento: o aumento do poder de governança no contexto das cadeias produtivas;
a produção, aquisição e suprimento de insumos e serviços a custos mais acessíveis; o
acesso mais competitivo no mercado.

Associativismo como estratégia para agricultura familiar

No Brasil, a situação dos agricultores familiares é grave: prevalece à


concentração fundiária, bem como a expropriação e exploração do trabalho daqueles
que nela vivem. Ao analisar o quadro da estrutura fundiária brasileira Martins (1982),
afirma: Ele nos mostra que a questão agrária brasileira tem duas faces combinadas: a
expropriação e a exploração. Há uma clara concentração da propriedade fundiária,
mediante a qual pequenos lavradores perdem, ou deixam a terra, que é seu principal
instrumento de trabalho, em favor de grandes fazendas [...] O processo de expropriação,
de diferentes maneiras, violentamente ou não, tem ocorrido no país inteiro (MARTINS,
1982, p. 53).

O inicio de todo esse processo está na formação social brasileira e no


modelo historicamente praticado em que aumenta a elevação de propriedades da terra e
a desigual distribuição da propriedade dos recursos produtivos de origem industrial,
conformando assim uma formação social capitalista no país de exclusão social
(MOREIRA 2007, p. 161).

No Brasil a Agricultura familiar é um campo de luta com o objetivo de


espaço próprio na economia e na sociedade, uma vez que sempre esteve à margem dos
interesses dominantes, concentrados nas grandes propriedades. A Agricultura Familiar,
nessa condição conta com inúmeras limitações tanto no âmbito da produção como da
comercialização, empregando historicamente uma categoria de dependência em relação
à economia em geral, cuja superação é buscada, no discurso oficial pela via de
integração econômica no mercado.

Ao falar sobre associativismo no meio rural do Brasil, Costa (2009) discorre


o associativismo de pequenos produtores rurais como canais de agregações sócias que
convive com outras categorias associativas, com o objetivo de socialização, participação
e representação e cujas às funções estão diretamente relacionados à satisfação das
necessidades sociais numa dada realidade local. A experiência mostra que as
associações de pequenos produtores rurais constituem canais legítimos de defesa de
condições dignas de existência e de trabalho, muito embora se possa referir à baixa
efetividade de suas ações e que nem sempre contam com representatividade.

Nota-se, que tendo muito desafios na Agricultura familiar para enfrentar, o


associativismo se apresenta como uma estratégia certa e eficaz para superação desses
desafios, ajudando para inclusão social e a diminuição das desigualdades.

Toma-se como pressuposto que o pequeno produtor é capaz de desenvolver


uma ação livre e organizada: a dominação e a hegemonia não são absolutas. O trabalho
associativo e a ação organizada da população podem levar o pequeno produtor a sair da
passividade e escapar da tradicional dominação.

Referencias

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