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Aspectos Culturais

A primeira referência ao maracujá, no Brasil, foi em 1587 no Tratado


Descritivo do Brasil como "erva que dá fruto". Porém, foi Nic Monardis quem, em
1569, descreveu a primeira espécie do gênero Passiflora (a P. incarnata L.), mas sob o
nome de Granadilla. Essa planta, considerada extraordinária pela conformação de suas
rubras flores, foi mandada de presente ao Papa Paulo V (1605-1621), que mandou
cultivá-la com grande carinho em Roma e divulgar que ela representava uma revelação
divina. 
Na década de 70, a comercialização do produto baseava-se apenas no
mercado "in natura". Nos anos 80, as indústrias extratoras de suco estimularam a
expansão da cultura e o mercado do produto industrializado. Na década de 90, a cultura
apresenta sua maior expansão em terras paulistas, já que tem sido a alternativa agrícola
mais atraente para a pequena propriedade cafeeira.
Atualmente o maracujá é utilizado no Brasil na preparação de sucos,
sorvetes, vinhos, licores, biscoitos e doces. Das sementes pode ser extraído o óleo de
aproveitamento para a indústria farmacêutica e para produção de cosméticos.
Sendo uma planta com potencial produtivo, a pesquisa sobre seu uso é
fundamental para o fortalecimento de sua cadeia produtiva. Existem diverso estudos que
mostram que o maracujá é de grande valia para geração de emprego e renda em especial
a agricultura familiar.
Um dos trabalhos realizado pela Embrapa Agroindústria de Alimentos em
Bom Jesus do Itabapoana no Rio de Janeiro foi à criação de uma fabrica de extração do
óleo de maracujá. O projeto trata do aproveitamento da semente da fruta na extração do
óleo, visando à fabricação de cosméticos e em busca de atender a demanda das
agroindústrias para o aproveitamento das sementes do maracujá, considerado hoje como
resíduos e, por isso, subutilizadas. A perspectiva é de que a fábrica produza  600 litros
de óleo de semente de maracujá por dia. O óleo produzido a partir dessa matéria-prima
tem propriedade hidratante e pode ser incorporado em cosméticos como shampoos,
cremes e sabonetes. Outro objetivo do projeto é a geração de empregos nos municípios
que implantarem fábricas semelhantes. A perspectiva é a geração de empregos
desempenhando um papel social.
Outro trabalho desenvolvido pelo Laboratório de Nutrição do Departamento
de Economia Doméstica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, foi o
aproveitamento alternativo da casca do maracujá-amarelo para a produção de doce em
calda. O objetivo dessa pesquisa foi selecionar a melhor concentração da calda para a
produção do doce e verificar a aceitabilidade do mesmo por consumidores de diferentes
faixas etárias (crianças, adolescentes e adultos). Os resultados mostraram que o
aproveitamento da casca deve ser mais explorado, tendo em vista que este material hoje
é desprezado pelas indústrias, poderia se constituir numa complementação financeira
aos empreendedores
O consumo e os benefícios estão em todas as partes do fruto, as folhas
podem usadas em medicamentos e chás, possui ação calmante. Com a fruta podem ser
feitos sucos, mousses, bolos, molhos para salada, vinagretes e até farofas. A casca, rica
em pectina (tipo de fibra que arrasta gorduras para fora do organismo) pode ser
consumida como farinha, misturada em sucos e iogurtes. As sementes trituradas, são
usadas na fabricação de esfoliantes. O óleo que é extraído delas pode ser usado como
temperos em saladas.

Referencias

GRANDA, A. (2010). Embrapa utiliza semente de maracujá na produção de cosméticos.


Exame , 1-2.

OLIVEIRA, L. F. (2002). APROVEITAMENTO ALTERNATIVO DA CASCA DO MARACUJÁ-AMARELO.


Depertamento de Economia Domestica UFRRJ , 259-262.

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