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Açaí
Açaizeiros na várzea
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Género: Euterpe
Espécie: E. oleracea
Nome binomial
Euterpe oleracea
Mart., 1824
Nota: Açaí redireciona para este artigo. Para a canção de Djavan, ver Açaí (canção)
O açaí (nome científico: Euterpe oleracea) é uma palmeira que produz um fruto bacáceo de cor
roxa, muito utilizado na confecção de alimentos e bebidas.[1] A palmeira do açaí é por vezes
confundida, no estado do Pará, com a palmeira juçara, embora juçara seja outro tipo de palmeira,
que dá palmito de excelente qualidade.[2][3]
Índice
• 1 Etimologia e descrição
• 2 Usos
• 2.1 Importância econômica
• 2.2 Exportação
• 2.3 Produtos e Subprodutos
• 2.3.1 Setor de alimentação e bebidas
• 2.3.2 Setor de cosmético
• 2.3.3 Setor de fármaco
• 2.3.4 Óleo de açaí
• 2.4 Impactos ambientais
• 3 Informação nutricional
• 4 Origem popular
• 5 Referências
• 6 Ver também
Etimologia e descrição
Importância econômica
O consumo da fruta a partir do século XX é majoritariamente pela população ribeirinha e dos povos
nativos da Amazônia. Entretanto, com o crescimento demográfico das cidades da região norte o seu
consumo foi difundido para as grandes metrópoles da região amazônica. Nesse contexto, o mercado
do açaí até a década de 1980 se baseava no consumo regional com uma demanda consolidada[16].
A transformação do açaí de alimento regional e rural para um de projeção nacional e internacional
começa nos anos 1990 com a demanda por alimentos mais saudáveis e a demanda pelas frutas
amazônicas, iniciado nos anos 1980.
Segundo dados do IBGE a produção de açaí em 2000 era de 121.800 toneladas e em 2016 foi de
215.609 toneladas[19] esse aumento considerável é resultado do aumento do consumo nacional e
internacional. Somente no estado do Pará existem aproximadamente 200 industrias relacionadas ao
açaí que trabalham com polpas, sorvetes, bombons etc[20].
Exportação
Com o reconhecimento do açaí como um fruto com elevado poder energético e vitamínico os
mercados nacional e internacional despertaram seu interesse pela fruta, promovendo assim um
aumento da demanda, que segundo o plano estratégico Pará 2030 a exportação tem tido um
crescimento médio de 13% ao ano[21]. Tendo em vista a defasagem natural da oferta uma
consequência clara desse aumento do consumo do açaí é sua elevação de preço.
Porém quantificar o comércio exterior do açaí paraense é uma tarefa difícil pelo fato de que os
registros das exportações são feitos junto com outras frutas e sucos de frutas[22]. Ao se comparar os
dados do total exportado de polpa de açaí da SEDAP e CONAB do ano de 2016 com os dados do
MDIC de 2017 referente ao total de frutas e sucos de frutas exportadas pelo estado, chegasse a
média de que a polpa do açaí corresponde a 87% da quantidade exportada.
No ano de 2005 as exportações tiveram por destino apenas seis países sendo os principais
importadores os Estados Unidos e Japão. Já em 2016, tivemos um aumento da exportação para um
total de 33 países. Entretanto o volume exportado ainda é pequeno correspondendo a apenas a 10%
da produção estadual, segundo a CONAB 2013, sendo 30% enviados para outros estados brasileiros
e 60% consumidos dentro do próprio Pará.
No mercado a polpa da fruta é o líder de exportação sendo responsável por 97% , porém outro
produto que vem ganhando destaque é o mix, uma mistura de açaí com banana e guaraná, que em
2014 representava 0,2% e passou a 3% do volume comercializado. Diante desse cenário podemos
perceber que o açaí é um produto regional amazônico com demanda crescente pelo Brasil e o
exterior, sendo prospectada uma produção de até 1,5 milhões de toneladas para 2030 pelo plano
estratégico do estado.
Produtos e Subprodutos
Setor de cosmético
Shampoo, Condicionador, Hidratante para cabelos, Hidratante para pele, Esfoliante, Sabonete,
Esmalte, Óleo para cabelo, Batom, Hidratante para lábios.
Setor de fármaco
Vitaminas e suplementos
Além do uso da fruta o no processo de verticalização da produção temos também o potencial gerado
pelos subprodutos do açaí que tem como base os caroços que são descartados na obtenção da polpa
do açaí.
Esse descarte do caroço corresponde em media a 83% do volume da fruta que pode ser empregado
para a criação de combustível de biomassa verde, que tem diversas formas de utilização, tais como
geração de energia elétrica, mecânica e gás combustível; sendo um substituto do carvão[25]. Outra
finalidade para esse resíduo é a potencial como adubo feito a partir do processo de compostagem da
matéria orgânica assim como a produção de fitoterápicos e ração animal.
Óleo de açaí
O óleo de açaí tem uma coloração verde-escura, de odor pouco agradável logo após sua extração e
possui um sabor que lembra o da bacaba. Quando o óleo passa pelo processo de refinação, torna-se
de sabor e odor agradáveis como os de bacaba e patauá.[26]
O óleo do açaí é bastante usado tanto para fins culinários quanto para o uso cosmético. Enquanto
condimento alimentício é bastante usado para temperar saladas. Seu uso cosmético é empregado
para a produção de shampoos e cremes capilares, além de sabonetes e cremes hidratantes para o
corpo.[27] Possui alta concentração de antioxidante, 33 vezes mais do que a uva; rico em ácidos
graxos essenciais.
Impactos ambientais
A produção de açaí gera impactos negativos no meio ambiente de forma indireta e direta. Na cidade
de Belém do Pará, o processo de bater o acai para extração do suco acaba por resultar numa
quantidade de resíduos que são, na sua maioria jogadas ao ar livre. Nesse contexto é estimado que
sejam mais de 16 toneladas de carroço de açaí produzido por dia.[28] Esses caroços despejados na
cidade geram diversos problemas para a população local, desde problemas de saúde resultado
resultado do ressecamento e poeira liberado por eles até acidentes vista que os caroços podem
atrapalhar a mobilidade da população resultando em quedas .[29]
Informação nutricional
Açaí Puro
(valor nutritivo por 100g)[30][31]
água: 48,0g resíduos totais: 1,58 g fibras:17g valor energético: 247 kcal
proteínas: 13 g lípidos: 17 g glícidos: 1,5 g açúcares simples: 1,5 g
oligoelementos
potássio: 932 mg magnésio: 174 mg fósforo: 124 mg cálcio: 286 mg
sódio: 56,4 mg zinco: 7 µg ferro: 1,5 µg cobre: 1,7 µg
vitaminas
vitamina C: 0,01 mg vitamina B1: 11,8 µg vitamina B2: 0,32 µg vitamina B3: 1738 µg
vitamina B5: 1389 µg vitamina B6: 257 µg vitamina B9: 0 µg vitamina B12: 0 µg
vitamina A: 146 UI retinol: 0 µg vitamina E: 2,07 µg vitamina K: 20 µg
Apesar do alto teor de gordura do açaí, trata-se em grande parte de gorduras monoinsaturadas (60%)
e poliinsaturadas (13%),[30] também presentes no abacate. Estas gorduras são benéficas e auxiliam
na redução do colesterol ruim (LDL, melhoram o HDL, contribuindo na prevenção de doenças
cardiovasculares como o infarto do coração e previnem, até mesmo obesidade, problemas de
memória e fraqueza física). A antocianina, pigmento que tinge os dentes com a cor arroxeada,
possui grande capacidade de combate aos radicais livres, moléculas que destroem as células sadias
do nosso corpo.[32]
Origem popular
De acordo com o folclore brasileiro, existia uma tribo indígena muito numerosa na Amazônia.
Como os alimentos estavam escassos, era difícil conseguir comida para toda a tribo. Então, o
cacique Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que, a partir daquele dia, todas as crianças
recém-nascidas seriam sacrificadas para evitar o aumento populacional daquela tribo da floresta.
Até que um dia a filha do cacique, chamada Iaçá, deu à luz uma menina que também teve de ser
sacrificada. Iaçá ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades. Ficou vários dias
enclausurada em sua oca e pediu a Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo,
sem o sacrifício das crianças.
Certa noite de lua, Iaçá ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua
filhinha sorridente, ao pé de uma grande palmeira. Lançou-se em direção à filha, abraçando-a.
Porém, misteriosamente, sua filha desapareceu.
Iaçá, inconsolável, morreu de tanto chorar. No dia seguinte, seu corpo foi encontrado abraçado ao
tronco da palmeira. Porém, no rosto, trazia, ainda, um sorriso de felicidade. Seus olhos estavam em
direção ao alto da palmeira, que se encontrava carregada de frutinhos escuros.
Itaki, então, mandou que apanhassem os frutos, obtendo um vinho avermelhado que batizou de Açaí
("Iaçá" invertido), em homenagem a sua filha . Alimentou seu povo e, a partir deste dia, suspendeu
a ordem de sacrificar as crianças.
Referências
1.
• FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.19
• «Juçara». Michaelis On-Line. Consultado em 25 de janeiro de 2016
• S.A., Priberam Informática,. «Significado / definição de juçara no Dicionário Priberam da
Língua Portuguesa». www.priberam.pt. Consultado em 25 de janeiro de 2016
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the Americas: 124. Princeton Paperbacks.
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• «Maranhão está em 3 lugar na produção de Juçara do Brasil | O Imparcial». O Imparcial.
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• «PORTAL ORM: Resíduo da extração da polpa de açaí gera problema ambiental.».
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