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CULTURA ALIMENTAR

Como se estabelece essa cultura?


Montanari (2013) aborda que o conceito de cultura está ligado à ideia de
construção do homem civil e da invenção da agricultura. De acordo com o autor, a
perspectiva mental dos antigos situou a agricultura como o momento de ruptura e
inovação, como o salto decisivo para a construção do “homem civil” (de cidade, de
civilidade), quando se separa da natureza, do mundo animal e dos “homens
selvagens”. O domínio do fogo, a domesticação de plantas e animais tornaram o
homem dono do mundo natural e então este homem passa a não ter mais
dependência da caça e da coleta e, consequentemente, aproveitar o território
através de um saber fazer, de um conhecimento, de uma cultura.
Comer estabelece identidades sociais que ultrapassam processos de
construção de identidade de determinados grupos sociais que buscam apoio nas
suas práticas alimentares. É o que estabelece Maciel (2004) quando diz ser a
alimentação organizada como uma culinária, um símbolo de identidade através do
qual os homens podem se orientar e se distinguir: “o que é colocado no prato, mais
do que alimentar o corpo, alimenta uma certa forma de viver” (MACIEL, 2004, p.36).

Partes do artigo https://www.revhosp.org/hospitalidade/article/download/645/708

O ESTADO DO PARÁ E A REPRESENTATIVIDADE DA SUA GASTRONOMIA


A representatividade da culinária paraense pode ser exemplificada nas
palavras de Martins (2005) ao comentar a resistência aos modernos hábitos de
compra e venda, em relação ao complexo do Ver-o-Peso, em Belém do Pará. O
Ver-o-Peso reúne porto, mercados de peixe e de carne e uma das maiores feiras ao
ar livre da América Latina. Equivaleria estabelecer-se que o Ver-o-Peso é a porta de
entrada da culinária do Pará e principalmente da cidade de Belém: não há como
entender o que se come no Pará sem uma visita a este patrimônio cultural. Criado
em 1688, por uma provisão régia solicitada pela Câmara, com objetivos fiscais,
passou a ocupar lugar privilegiado no espaço de Belém. Espécie de elo entre o rio, a
floresta e a cidade, o Ver-oPeso é também o lugar ideal para o visitante curioso dos
produtos e rituais da culinária paraense. Lá se pode encontrar peixes
surpreendentes, como o filhote, tão grande que fica difícil entender o porquê do
nome. Muitos maços de jambu, litros de tucupi, com ou sem pimenta, camarão
fresco, camarão seco, o microscópico aviú e mantas de pirarucu. Paneiros de açaí,
de castanha do Brasil e taperebá, cachos de pupunha, pilhas de cupuaçus e bacuris,
mangas e até frutas que já estão se tornando raras como o inajá, tudo com farinhas
d`água e tapioca.
As folhas de maniva moídas na hora para mais tarde se fazer a maniçoba,
conhecida como a feijoada (sem feijão) do Pará, são em grande quantidade junto
com sacos de farinhas dos mais variados tipos e texturas. O Ver-o-Peso representa
Belém e o Pará e o gosto regional desta culinária voltada ao que a floresta
amazônica oferece, ao que a água dos rios doa em abundância de peixes e uma
gastronomia de origem indígena e, portanto, uma das culinárias mais
representativas do nosso país. O Ver-o-Peso é um espaço singular que exprime o
sabor local de uma realidade multicultural, feita de todas as gentes que lá chegaram
e fizeram circular seus bens materiais e simbólicos, seus conhecimentos,
concepções de vida; índios de várias etnias vindos de Rio Negro, Japurá, Solimões
e Madeira, negros de Angola e Bengala, portugueses, num processo de mestiçagem
que marca as tradições culinárias dos povos ribeirinhos e caboclos (FITTIPALDI,
2005).

É uma culinária centrada no exotismo de frutas com aromas e gostos


particulares como cupuaçu, açaí, bacuri, acerola, graviola, castanha do Brasil,
banana pacova, guaraná, araçá, taperebá, uxi, sapucaia, murici, sapoti, urucum,
bacaba, piquiá e tucumã que pelas mãos de cozinheiros criativos se transformam
em produções excepcionalmente saborosas. Cabe também mencionar o cupulate, o
chocolate do cupuaçu. É um alimento com o mesmo gosto, textura e caloria do
chocolate. A diferença é que o Theobroma cacao (cacau) é substituído pelo
Theobroma grandiflorum (cupuaçu) que são da mesma família, daí a semelhança. O
cupulate apresenta também a vantagem de ser mais barato que o cacau. Outro
ponto a favor do cupulate é que a gordura do cupuaçu suporta até 2 graus a mais
que o cacau, ou seja, não derrete tão facilmente.

parte do item “dois” do artigo


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IMPORTÂNCIA SOCIOECONÔMICA DO CUPUAÇU
A região Amazônica é importante produtora de cupuaçu, mas a maior parcela
de sua produção tem-se destinado ao mercado local e regional. A produção de
cupuaçu provém de plantios comerciais dos principais estados produtores, o Pará
com 12.996 ha plantados (Sedap 2016), e o Amazonas com 5.536 ha (Almudi et al.
2015). Os Estados do Amapá, Rondônia, Roraima e Acre produzem em menor
escala.
A polpa do fruto apresenta características sensoriais e tecnológicas
importantes na elaboração de vários produtos da indústria de alimentos, com ótima
aceitação pelos consumidores. As amêndoas, matéria prima para elaboração do
cupulate (Nazaré et al., 1990) e outros produtos, são pouco exploradas. A indústria
de cosmético utiliza o óleo das amêndoas na

A fruticultura regional tem no cupuaçuzeiro uma das frutas mais populares da


Amazônia. A polpa é muito apreciada para preparo de sucos, doces, compotas,
bolos, tortas, licores, geléias, sorvetes, refrescos, picolés, cremes, biscoito, pudim,
pizza e outros. As sementes são utilizadas na fabricação de chocolate em pó e
tabletes e na indústria de cosméticos (creme para pele) (Souza, 1996; Ribeiro, 1997;
Rocha Neto et al., 1999).
A motivação para investimentos com cupuaçuzeiro, que predomina nos
cultivos de fundo de quintal em toda a Amazônia, é atribuída ao aumento do
mercado nacional e internacional, principalmente para o comércio de polpa. Estes
fatores estão promovendo a substituição do extrativismo para a forma domesticada
devido aos bons resultados dos sistemas consorciados, passando o cupuaçuzeiro a
ser cultivado de forma mais racional (Homma, 1996; Rocha Neto et al., 1999).
A expansão da cultura deve ficar condicionada às pressões da demanda de
maneira cautelosa, uma vez que a conquista de novos mercados exige competência,
agressividade, apresentação de um produto confiável e higiênico e garantia de oferta
(Homma, 1996). Comparando o consumo per capita ao de outras frutas, são amplas
as possibilidades do cupuaçu, cujas estimativas de consumo chegam a 2.970
toneladas, enquanto as estimativas de produção são de 2.418 a 2.569 toneladas
(Homma, 1996)
Dados econômicos da produção de cupuaçu no Brasil, e o mapa temático
ttps://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/cupuacu/br
Link´s de APOIO, para revisar e retirar o que acharem essenciais para a
apresentação. (caráter não obrigatório, estando livres pesquisar suas fontes,
desde que sejam minimamente confiáveis)
BASES CIENTÍFICAS DE PESQUISA (sugestão)
2° edição da revista dos alimentos regionais.
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/alimentos_regionais_brasileiros_2ed.pdf

Aspectos da produção do cupuaçu


https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/498481/1/doc67.pdf

CUPUAÇU Theobroma grandiflorum: aspectos gerais e historicos.


https://www.procisur.org.uy/adjuntos/procisur_cupuacu_0a7.pdf

Artigo “A PLURALIDADE GASTRONÔMICA DA REGIÃO AMAZÔNICA: sabores


acreanos, paraenses e do Alto Rio Negro”
https://www.revhosp.org/hospitalidade/article/download/645/708

ALIMENTAÇÃO AMAZÔNICA Informações nutricionais, diversidade da culinária


regional e receitas típicas
https://composic.nyc3.cdn.digitaloceanspaces.com/2022/08/26/D0wpXhkxJz.pdf

Alimentos regionais; cupuaçu


https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4441612/mod_folder/content/0/cupua%C3%
A7u.pdf?forcedownload=1

Informes diversos
Portal Embrapa
https://www.embrapa.br/embrapa-no-cirio/cupuacu#:~:text=A%20versatilidade%20co
m%20sabor%20ex%C3%B3tico,das%20marcas%20da%20culin%C3%A1ria%20par
aense.

Portal gastronomia paraense


https://www.gastronomiaparaense.com/marcioandrecalil

Gastronomia paraense
https://www.oliberal.com/belem/gastronomia-paraense-e-a-heranca-cultural-com-visi
bilidade-para-o-mundo-1.426851#:~:text=A%20alimenta%C3%A7%C3%A3o%20par
aense%2C%20como%3A%20Pato,imaterial%20do%20Estado%20do%20Par%C3%
A1.

https://www.gastronomiaparaense.com/post/gastr%C3%B4noma-paraense-transform
a-o-cl%C3%A1ssico-em-regional

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