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“ Contaminação e adulteração de
açaí
10.37885/200800986
RESUMO
O açaí é uma fruta amazônica com ampla utilização industrial e comercializada no mercado
nacional e internacional. No entanto, pesquisas vêm demonstrando que há riscos de
adulteração e contaminação que podem comprometer a qualidade do produto beneficiado.
O objetivo deste trabalho é apresentar os dados bibliográficos sobre as contaminações
e adulterações de açaí, a legislação vigente e as consequências descritas na literatura
científica. A pesquisa foi realizada nas bases de dados Scielo, Google Acadêmico,
Science Direct e ResearchGate. Verificou-se que os dados sobre a contaminação de
açaí relacionam-se a Tripanossoma cruzi e a coliformes, e que as adulterações ocorrem
utilizando amiláceos, principalmente na época da entressafra, como forma de valorizar o
produto comercializado. Verifica-se que há poucas informações sobre os contaminantes
e a adulteração, estimulando pesquisas nessa área como forma de garantir a qualidade
dessa matéria prima que garante a sobrevivência dos moradores amazônicos.
Figura 1. Polpa de açaí e seus acompanhamentos opcionais farinha de mandioca ou de tapioca e camarão no Norte do
Brasil.
PERCURSO METODOLÓGICO
RESULTADOS
Legislação
Contaminação de açaí
A contaminação por coliformes totais e termo tolerantes ou fecais também vem sendo
reportadas para as polpas e/ou frutos, estando também associada à manipulação inadequa-
da ou a contaminação dos equipamentos utilizados para o preparo. O grupo dos coliformes
totais inclui as bactérias na forma de bastonetes Gram negativos, aeróbicas ou anaeróbicas
(SOUZA; GOMES; MOURA, 2019).
No entanto, não se pode generalizar que essas contaminações acometem todas as
polpas comercializadas. A ausência de contaminantes é descrita por Andrade et al (2020),
onde houve a ausência de Salmonella spp. e de coliformes totais e termotolerantes em todas
amostras de polpas de açaí investigadas, estando de acordo com os padrões preconizados
pela RDC n° 12/2001 sendo consideradas adequadas para o consumo humano.
Prevenção
A sociedade espera o direito de estar consumindo alimentos que sejam seguros e ade-
quados, além disso, as DTA e por deterioração dos alimentos podem ser desagradáveis ou
mesmo fatais. A presença de surtos devido a DTA alimentos pode implicar em consequên-
cias no comércio e turismo, perda de dinheiro, desemprego e até litígios (FAO; OMS, 2001).
As medidas de prevenção a DTA é o controle eficaz da higiene e compete a todos da
cadeira de produção, agricultores, fabricantes, processadores, manipuladores de alimentos e
também os consumidores, a responsabilidade para que o alimento seja seguro e adequado.
O Codex Alimentarium recomenda que as ações sejam baseadas na elaboração do Sistema
de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), isso porque esse sistema
visa identificar os pontos críticos e a tomada de decisão a ser feita para corrigir ou diminuir
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