Você está na página 1de 12

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA

EFEITO DO EXTRATO AQUOSO DA TRAPOERABA NA


CULTURA DA SOJA

JAQUELINE PRADO FERREIRA

Barra do Garças – MT, Setembro de 2019.


CENTRO UNIVERSITÁRIO DO VALE DO ARAGUAIA

EFEITO DO EXTRATO AQUOSO DA TRAPOERABA NA


CULTURA DA SOJA

JAQUELINE PRADO FERREIRA

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado pela acadêmica Jaqueline
Prado Ferreira como pré-requisito parcial
para obtenção do título de bacharel em
Agronomia pelo Centro Universitário do
Vale do Araguaia, sob orientação do Prof.
Jônatas Neves de Castro e coorientação da
Profª. Mariana Mathiesen Stival.

Barra do Garças – MT, Setembro de 2019


1

EFEITO DO EXTRATO AQUOSO DA TRAPOERABA NA CULTURA


DA SOJA

Jaqueline Prado Ferreira1, Jônatas Neves de Castro2, Mariana Mathiesen Stival3

RESUMO:

As substâncias químicas liberadas de uma planta a outra em altas doses causando um efeito tóxico é
denominado de alelopatia, porém, quando benéfico é definida como hormesis. Diante disso, objetivou-
se avaliar qual o tipo de influência o extrato aquoso da trapoeraba exerce na germinação e no
desenvolvimento da soja. Os ensaios foram instalados com cinco tratamentos nas concentrações de
25%, 50%, 75%, 100% do extrato aquoso da trapoeraba e testemunha com água destilada, em vasos e
gerbox, realizado de acordo com a metodologia de Regra de Análise de Sementes. Observou-se que o
crescimento radicular (realizado em vasos e avaliados no 15º dia) e a germinação dada pela primeira
contagem e o índice de velocidade de germinação (realizados em gerbox e avaliados no 5º e 5º ao 8º
dia) foram influenciados de forma benéfica na presença do extrato aquoso da trapoeraba.

Palavras-chave: Aleloquímicos, hormesis, semente.

ABSTRACT:

Chemicals released from one plant to another in high doses causing a toxic effect are called
allelopathy but when beneficial is defined as hormesis. Therefore, the objective of this study was to
evaluate the influence of trapoeraba aqueous extract on soybean germination and development. The
assay was installed with five treatments at concentrations of 25%, 50%, 75%, 100% of trapoeraba
aqueous extract and control with 0% of extract, performed according to the Seed Analysis Rule
methodology. It was observed that the germination given by the first count, the germination speed
index and the root growth were favorably influenced in the presence of trapoeraba aqueous extract.

Key-words: Allelochemicals, hormesis, seed.

1. INTRODUÇÃO

A agricultura, desde muito tempo, vem se destacando como a base da cadeia


econômica brasileira. Os agricultores, por intermédio de emprego de mão-de-obra, dos
recursos de produção e das inovações tecnológicas, cultivam a terra com intuito de atender as
necessidades humanas, gerando renda para si e sua família (PICCININ; ROSSATO, 2018).
Além disso, contribui para os aspectos de retorno financeiro através da exportação, gerando
matérias-primas para as indústrias, produzindo alimentos e abastecendo o mercado nacional
(FREITAS et al., 2014). Os principais cultivares exportados pelo Brasil tratam-se do café,
açúcar e a soja (CREPALDI, 2016).

1
Acadêmica do curso de Agronomia do Centro Universitário do Vale do Araguaia. 2019.
2
Professor e Orientador do Centro Universitário do Vale do Araguaia.
3
Professora e Coorientadora do Centro Universitário do Vale do Araguaia.
2

A soja foi introduzida no Brasil em 1882, pelos Estados Unidos, sendo Salvador, na
região Nordeste, a primeira cidade onde o cultivo americano foi testado e adaptado ao clima
temperado. Na época, as plantas apresentaram floração precoce e não conseguiram se
desenvolver de forma satisfatória, resultando em baixos rendimentos (CATTELAN;
DALL’AGNOL, 2018). Meio século mais tarde, os genótipos americanos foram adaptados
para as condições climáticas da região sul brasileira. Em 1940, o Brasil entrou para as
estatísticas internacionais como produtor de sementes oleaginosas (DALL’AGNOL, 2016).
Posteriormente, em 1980, o cultivo de soja foi expandido para o Centro-Oeste, devido ao
desenvolvimento de cultivares adaptados ao clima tropical característico. Em 2000, a soja
avançou para o norte do país. Nesta década, devido à revolução da soja, bem como pelo
desenvolvimento de outras culturas, o Brasil transformou-se de importador para um dos
principais exportadores deste alimento (CATTELAN; DALL’AGNOL, 2018).
O Brasil é o maior produtor de soja mundial, ao lado dos Estados Unidos (ARTUSO et
al., 2018). De acordo com Lamego (2013), o desempenho agronômico do cultivo da soja,
produtividade e qualidade dos grãos podem ser prejudicados por variados fatores, dentre eles,
a competição com as plantas daninhas.
As plantas daninhas competem com as culturas pelos recursos disponíveis no
ambiente, liberando substâncias alelopáticas, hospedando pragas e doenças, e como
consequência, diminuindo a produtividade e qualidade dos grãos (LAMEGO et al., 2013).
Essas plantas representam um inimigo oculto das plantas cultivadas, intervindo nas suas
funções e revogando seu crescimento e desenvolvimento. No Mundo, estima-se que 34% da
perda de rendimento dos principais cultivares está relacionada com a presença de ervas
daninhas entre as culturas. Tais perdas são superiores às perdas causadas por outros tipos de
competidoras existentes (JABRAN et al., 2015). Neste contexto, destaca-se a trapoeraba como
uma das principais plantas daninhas na cultura da soja.
A trapoeraba (Commelina benghalensis L.) é uma planta daninha responsável pelo
enorme potencial de competição com as culturas agrícolas no Brasil, apresentando certa
dificuldade no seu controle, devido seu elevado potencial de disseminação, via sementes e
partes vegetativas (PARENTE et al., 2015). Além de possuir hábito perene, facilidade em
propagar-se e alta capacidade de sobrevivência em condições adversas, possui preferência por
lugares úmidos e solos férteis, sobrevivendo por longos períodos de seca, uma vez que a
planta possui um considerável conteúdo aquoso (CURY et al., 2011). Diante disso, o controle
sustentável de ervas daninhas, em especial a trapoeraba, faz-se necessário, pois um enorme
declínio nas safras relaciona-se à tal questão. (ZENG, 2014; JABRAN et al., 2015).
3

A alelopatia é definida como um tipo de perturbação causada por organismos, os quais


são responsáveis pela transferência e transporte de substâncias químicas ou produtos
metabólicos secundários para o ambiente, conhecidos como aleloquímicos. Tais substâncias
são sintetizadas através de processos metabólicos, apresentando mecanismos de defesa que se
relacionam ao processo fisiológico da planta (SANGEETHA; BASKAR, 2015).
Quando liberadas pelas plantas, tais substâncias possuem a capacidade de intervenção
na germinação de sementes, no crescimento das plântulas, na assimilação nutritiva, na
fotossíntese, na atividade de diversas enzimas e na perda de nutrientes pela absortividade da
membrana celular (JABRAN et al., 2015). Essa perturbação pode apresentar vantagens e
desvantagens, ou seja, pode desencadear efeitos diretos ou indiretos, danosos ou benéficos,
onde plantas e microrganismos podem realizar sobre outros organismos através da produção e
liberação de elementos químicos (RICE, 1984).
Diversas culturas possuem forte potencial alelopático, expressado através da
exsudação de uma variedade de aleloquímicos e contribuindo para a supressão das ervas
daninhas (JABRAN et al., 2015). Ainda, algumas culturas, mesmo apresentando toxicidade
em doses altas, podem propiciar a estimulação, desencadeando um quadro de alelopatia
positiva, ou seja, causando benefícios quando presentes em doses baixas. Exemplo disso são
os medicamentos que, em doses adequadas são usados pelos seus efeitos benéficos, bem como
os defensivos que em doses reduzidas, podem ocasionar um efeito estimulante chamado
hormesis (NASCENTES, 2016).
O desenvolvimento de pesquisas em relação ao potencial alelopático em plantas
apresenta cada vez mais relevância, pois quando estabelecido através de experimentos
laboratoriais e de campo, observa-se a obtenção de uma alternativa de controle com intuito de
minimizar a proliferação de plantas infestantes, sem causar agressão ao homem e ao meio
ambiente (CREPALDI et al., 2016; CREMONEZ et al., 2013).
Diante do exposto, o objetivo desse trabalho foi avaliar a influência do extrato
aquoso da trapoeraba na germinação e no desenvolvimento da soja.

2. METODOLOGIA

Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Física e Fertilidade do Solo e


na casa de vegetação do Centro Universitário do Vale do Araguaia (UNIVAR) em Barra do
Garças-MT. Foram utilizadas sementes de soja cultivar DM 80i79, variedade que possui
hábito de crescimento indeterminado, de porte alto e precoce.
4

Os testes foram realizados de acordo com a metodologia de Regra de Análise de


Sementes (BRASIL, 2009).
O primeiro experimento consistiu em cinco tratamentos composto por cinco
repetições em delineamento de blocos casualizados (DBC). Foi realizado na casa de
vegetação, utilizando-se vasos de plástico (350mL) e 375g de latossolo vermelho com 125g
areia (2:1). A calagem e adubação foram realizadas conforme a recomendação da cultura.
Semearam-se três sementes de soja por repetição.
Duzentos gramas de folhas saudáveis em floração de trapoeraba foram coletados e
lavados com água corrente e secos à temperatura ambiente. Com o auxilio de um
liquidificador industrial foi triturado o material vegetal em 1 litro de água destilada
autoclavada. A solução ficou em repouso por 24 horas na geladeira a 8º C e, posteriormente
filtrada, utilizando-se uma compressa cirúrgica de gaze 13 fios. Em seguida, diluiu-se o
extrato em diferentes concentrações: T1 (25%); T2 (50%); T3 (75%) e T4 (100%). A
testemunha consistiu na aplicação somente de água destilada. Irrigou-se conforme a
necessidade hídrica diária.
Avaliou-se o tamanho radicular (TR) com auxilio de um escalímetro no 15º dia após
o plantio.
O segundo experimento foi composto por cinco tratamentos (T1 (25%); T2 (50%);
T3 (75%); T4 (100%) e testemunha com água destilada) e cinco repetições num delineamento
inteiramente casualizado (DIC).
Foram utilizadas vinte e cinco gerbox desinfectadas com solução de hipoclorito de
sódio (2%) por 30 minutos, seguida do enxague com água e álcool 70%. O papel filtro
(germitest) e a água destilada foram autoclavados a 121ºC e 1 atm por 15 minutos.
O preparo do extrato aquoso e as diluições das diferentes concentrações foram
realizados conforme a metodologia descrita anteriormente.
Vinte e cinco sementes foram dispostas em cada gerbox. Em seguida, aplicou-se o
volume equivalente a 3 vezes o peso do papel filtro de extrato aquoso em diferentes
concentrações em cada tratamento. Irrigou-se conforme a necessidade hídrica diária.
As avaliações foram realizadas no 5º, 6º, 7º e 8º dia, sendo a primeira contagem (PC)
realizada no 5º dia e o Índice de Velocidade de Germinação (IVG) do 5º ao 8º dia.
Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste
de Tukey (5%). Utilizou-se para analise estátistica o software SISVAR (FERREIRA, 2009).

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
5

O Índice de Velocidade de Germinação (IVG) nas sementes semeadas em gerbox,


apresentou um aumento de 19%, considerando a concentração de 100% de extrato de
trapoeraba em relação à testemunha (0%) (Figura 1). O IVG é uma variável de grande
importância para se avaliar o vigor das sementes, visto que, quando há redução, proporciona
uma perda da uniformidade e um estabelecimento do estande final da cultura (DUARTE et
al., 2016).

Figura 1. Índice de velocidade germinação em relação a diferentes concentrações do extrato aquoso


de trapoeraba aplicadas em sementes de soja.

Diferentemente da presente pesquisa, Filho et al. (2011) analisaram o IVG após


tratamento com diferentes concentrações de extrato de trapoeraba no desenvolvimento de
plântulas de feijão branco, e observaram que as concentrações do extrato não interferiram na
velocidade de germinação das sementes. As concentrações de 1,5, 3 e 4,5% apresentaram
diminuição do IVG em relação à testemunha, observando-se valores de 26,13, 26,84 e
26,75%, respectivamente, enquanto a testemunha apresentou IVG 27,47%. Os autores
enfatizaram que quando a planta depende apenas dos cotilédones, as substâncias
aleloquímicas podem não interferir significativamente, precisando de maiores estudos que
comprovem esse efeito.
O efeito aleloquímico dos metabólitos secundários pode se manifestar mais sobre a
velocidade de germinação das sementes ou sobre outra propriedade do processo germinativo
do que sobre a germinação (FERREIRA; AQUILA, 2000). O tempo de germinação e a
velocidade desse processo representam aspectos de grande importância à sobrevivência das
plântulas. Esses parâmetros refletem diretamente no desenvolvimento das mesmas (FENNER,
2000).
6

Uma germinação lenta pode originar plântulas com tamanho menor (JEFFERSON;
PENNACHIO, 2005), podendo apresentar susceptibilidade à estresse, ocasionando numa
reduzida chance na competição por recursos.
Em relação à primeira contagem (PC), nas sementes germinadas em gerbox,
observou-se um aumento de 45% do extrato de trapoeraba na concentração de 100% em
relação à testemunha (0%), (Figura 2).

Figura 2. Primeira contagem de sementes germinadas (und) em relação a diferentes concentrações do


extrato aquoso de trapoeraba aplicadas em sementes de soja.

Dependendo da substância química que será aplicada na germinação e da planta que


receberá tal substância, a forma de ação na morfologia e na fisiologia pode provocar efeito
hormesis e diferentes respostas estimulantes. Algumas pesquisas citadas na literatura
verificaram o efeito hormesis de glyphosate por meio do crescimento de plantas desencadeado
pela incorporação de doses reduzidas de tal herbicida (NASCENTES, 2016). Este efeito pode
ter ocorrido nos extratos aplicados nas sementes de soja do presente trabalho.
Candido et al. (2010) estudaram o potencial alelopático de lixiviados de folhas de
plantas invasoras no desenvolvimento de alface, dentre elas, a trapoeraba. Os dados
demonstraram que as folhas da trapoeraba causaram influência na germinação das sementes,
ocasionando a diminuição da porcentagem desse parâmetro. A testemunha apresentou
aproximadamente 80% de germinação, e ao incorporar as concentrações de 10, 25 e 50 mg de
extrato, foram encontrados valores de germinação próximos 68, 78 e 75%, respectivamente.
Desta forma, valores menores que a testemunha apresentaram alelopatia na germinação ao
incorporar os extratos.
7

O tamanho de radícula (cm) nas sementes semeadas em vasos, apresentou um


aumento de 109%, ao considerar a concentração de 100% de extrato de trapoeraba em relação
a testemunha (0%) (Figura 3). Resultados que comprovam o estímulo no comprimento da
radícula provavelmente estão relacionados à presença de alguns aleloquímicos com ação de
estimulo, caracterizando-se como efeito hormético (CARVALHO; FONTANÉTTI;
CANÇADO, 2002).

Figura 3. Tamanho de radícula (cm) em relação a diferentes concentrações do extrato aquoso de


trapoeraba aplicadas em sementes de soja.

Corroborando com os dados da presente pesquisa, Filho et al. (2011), ao analisarem


o comprimento de radícula após tratamento com diferentes concentrações de extrato de
trapoeraba no desenvolvimento de plântulas de feijão branco, constataram, na primeira leitura,
que todas concentrações (1,5; 3 e 4,5%) de extrato causou estímulo no crescimento da
radícula em relação à testemunha. Já na segunda leitura, isso não foi observado, pois todas as
concentrações de extrato apresentaram decréscimo de tamanho de radícula em relação a
testemunha, contradizendo os dados deste trabalho. Os autores mencionam a necessidade de
aprofundamento da pesquisa para ser possível justificar o efeito positivo na primeira leitura e
o negativo na segunda, identificando possíveis substâncias responsáveis por tais efeitos.
Candido et al. (2010), ao avaliarem o potencial alelopático de exsudatos de folhas de
trapoeraba no desenvolvimento de alface, verificaram que as folhas apresentaram influência
negativa no crescimento radicular da alface. Os autores relataram o valor de aproximadamente
25% de crescimento para a testemunha e de 23, 25 e 19% para as concentrações de 10, 25 e
50 mg de extrato, respectivamente, demonstrando nenhuma influência ou influência negativa
no crescimento do tamanho radicular ao incorporar os extratos. Estes dados apresentam
8

oposição em relação aos dados encontrados na presente pesquisa, onde foi encontrada
influência hormética do extrato no cultivo de soja.
Meda et al. (2002) realizaram uma pesquisa sobre plantas invasoras em relação à
melhoria da eficiência da calagem na correção da acidez subsuperficial do solo e observaram
que a trapoeraba auxiliou na precipitação do Aluminio quando associado à calagem
tradicional. Os autores mencionaram que isso pode ser justificado pela complexação
organometálica, onde houve a troca do Al³⁺ pelo K²⁺ e Ca⁺, e estes íons podem ter sido
movidos para as profundidades ou eliminados do sistema, removidos do sistema. Sabe-se que
o alumínio, em solos ácidos, pode ser responsável pela baixa produtividade da cultura, e a
principal evidência desse efeito relaciona-se a diminuição de crescimento radicular de plantas
sensíveis, impedindo-as de obter água e nutrientes em profundidade pelo seu enraizamento
superficial (MIGUEL et al., 2010).
Logo, o trabalho de Meda et al. apresenta dados que podem contribuir para justificar
as melhoras significativas da germinação das plantas presentes neste estudo, onde foi possível
observar um aumento de até 25% em relação à testemunha.
As características biológicas das substâncias alelopáticas e os seus efeitos podem
apresentar alteração. As condições determinantes para essa alteração podem estar relacionadas
à fonte do extrato, modo de obtenção, condições climáticas e concentração, podendo exercer
influência direta nas respostas de bioatividade, devido ao risco da instabilidade dos princípios
ativos, desencadeando em efeitos positivos ou negativos (REICHEL et al., 2013). Desta
forma, são necessários estudos mais aprofundados para verificar o efeito hormético que a
trapoeraba pode exercer na cultura da soja.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observou-se que a trapoeraba não é uma planta de grande preocupação na lavoura
para fins de efeito alelopático, pois, de acordo com o experimento realizado, os exsudatos
liberados por ela apresentaram efeito hormético na soja quando avaliada a geminação, o
índice de velocidade de germinação e o crescimento radicular de plântulas de soja.
Serão necessários estudos mais aprofundados para identificação do composto que
causou tal estímulo para bioprospecção de moléculas de interesse agrícola.

5. REFERÊNCIAS
9

ARTUSO, F. D. et al. Gestão de custos na produção de milho e soja. Revista Brasileira


Gestão de Negócios, v. 20, n. 2, p. 273-294, 2018.

BRASIL- MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Regras


para Análise de Sementes. Brasília, 2009, 399p. Disponível em:
<http://www.agricultura.gov.br/assuntos/insumos-agropecuarios/arquivos-publicacoes-
insumos/2946_regras_analise__sementes.pdf>. Acessado em 25 de junho de 2019.

CANDIDO, A. C. S. et al. Potencial alelopático de lixiviados das folhas de plantas invasoras


pelo método sanduiche. Revista Brasileira de Biociência, v. 8, n. 3, p. 268-272, 2010.
CARVALHO, G. J.; FONTANÉTTI, A. A.; CANÇADO, C. T. Potencial alelopático do feijão
de porco (Canavalia ensiformes) e da mucuna preta (Stilozobium aterrimum) no controle da
tiririca (Cyperus rotundus). Ciência e Agrotecnologia, v. 26, n. 3, p. 647-651, 2002.
CATTELAN, A. J.; DALL’AGNOL, A. The rapid soybean growth in Brazil. Oilseeds & fats
Crops and Lipids., v. 25, n. 1, p. 1-12. 2018.

CREMONEZ, F. E.; et al. Principais plantas com potencial alelopático encontradas nos
sistemas agrícolas brasileiros. Acta Iguazu, v. 2, n. 3 p. 70-88, 2013.

CREPALDI, C. G. et al. Richness and ethnobotany of the family Euphorbiaceae in a tropical


semiarid landscape of Northeastern Brazil. South African Journal of Botany. n. 8, v. 102, p.
157–165. 2016.

CREPALDI, S. A. Contabilidade rural: uma abordagem decisorial. 8. ed. São Paulo:


Atlas, 2016. p. 76.

CURY, J. P. et al. Produção e partição de matéria seca de cultivares de feijão em competição


com plantas daninhas. Planta Daninha, v. 29, n. 1, p. 149-158, 2011.

DALL’AGNOL, A. A Embrapa Soja no contexto do desenvolvimento da soja no Brasil –


Histórico e contribuições. Brasília: Embrapa. 2016. p. 21.

DUARTE, E. C. C. et al. Manejo de herbicidas no controle de plantas daninhas e sua


influência 72 no crescimento e produção do milho híbrido AG 1051. Revista AGROTEC, v.
37, n. 1, p. 71-80, 2016.

FENNER, M. Seeds: the ecology of regeneration in plant communities. Wallingford:


CABI Publishing, 2000. 260 p.

FERREIRA, A. G.; ÁQUILA, M. E. A. Alelopatia: uma área emergente da ecofisiologia.


Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, v. 12, n. 8, p. 175-204, 2000.

FERREIRA, D. F. Estatística básica. Lavras: Ed. Ufla, 2 ed. ampliada e revisada. 2009. 664
p.

FILHO, A. L. M. et al. Potencial alelopático de diferentes espécies de plantas daninhas sobre


o desenvolvimento de plântulas de feijão. Ensaios e Ciência: Ciência Agrárias, Biológicas e
da Saúde, v. 15, n. 5, p. 31-40, 2011.
10

FREITAS, L. A. R. de et al. Gestão rural e práticas sustentáveis na atividade de agricultura


familiar. In: DÖRR, A. C. et al. Práticas e saberes em meio ambiente. 1. ed. Curitiba:
Appris, p. 67, 2014.

JABRAN, K. et al. Allelopathy for weed control in agricultural systems. Crop Protection, v.
72, n. 2 p. 57-65. 2015.

JEFFERSON, L.V.; PENNACHIO, M. Allelopathic effects of foliage extracts from four


Chenopidiaceae species on seed germination. Journal of Arid Environments, v. 55, n. 2, p.
275-285, 2005.

LAMEGO, F. P.; et al. Habilidade competitiva de cultivares de trigo com plantas daninhas.
Planta Daninha, v. 31, n. 3, p. 521-531, 2013.

MEDA, A. R. Plantas invasoras para melhorar a eficiência da calagem na correção da acidez


subsuperficial do solo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 26, p. 647-654. 2002.

MIGUEL, P. S. B. et al. Efeitos tóxicos do alumínio no crescimento das plantas: mecanismos


de tolerância, sintomas, efeitos fisiológicos, bioquímicos e controles genéticos. CES Revista,
v. 24, p. 11-30. 2010.

NASCENTES, R. F. Hormesis de glyphosate em cana-de-açúcar e eucalipto. 2016. 70f.


Dissertação (Mestrado em Agronomia) – UNESP, Botucatu. 2016.

PARENTE, T. de L. Eficácia de doses crescentes de herbicidas no controle de Commelina


benghalensis. Enciclopédia Biosfera, v. 11, n. 21, p. 931-938. 2015.

PICCININ, Y.; ROSSATO, V. R. Custo da produção agrícola: uma análise do cultivo da


soja em uma propriedade rural de Júlio de Castilhos/RS. In: XXV Congresso Brasileiro
de Custos – Vitória, ES, Brasil, 12 a 14 de novembro de 2018. Anais... Congresso Brasileiro
de Custos – Vitória, ES, Brasil, 2018.

REICHEL, T. et al. Allelopathy of leaf extracts of jatropha (Jatropha curcas L.) in the initial
development of wheat (Triticumaestivum L.). Idesia, v. 31, n. 1, p. 45-52, 2013.

RICE, E. L. Allelopathy. 2. ed. New York: Academic Press, 1984. p. 507-509.

SANGEETHA, C.; BASKAR, P. Allelopathy in weed management: A critical review.


Newspaper African of Agricultural, v. 10, n. 9, p. 1004-1015, 2015.

ZENG, R. S. Allelopathy-the solution is indirect. Journal of Chemical Ecology, v. 40, n. 12


p. 515-516. 2014.

Você também pode gostar