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ENGENHARIA ALIMENTAR
2020
PLANO DE TRABALHOS DE DOUTORAMENTO
Equipa de orientação:
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SUMÁRIO
ABSTRACT
The main objective of this PhD project is to find alternatives to the conventional
uses of Baobab (Adansonia digitata L.) fruits, in Angola, for their sustainable
valorization for food and nutraceutical purposes, using environmentally friendly
processes. The oil will be extracted from the seeds using non-pollutant
extraction techniques, namely pressing and the innovative technique of
aqueous enzyme-assisted extraction. This oil will be used directly as edible oil
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and/or for pharmaceutical or cosmetics uses. The fruit shells and the extracted
seed pomace are considered residues and by-products from baobab fruit
processing. These materials will be used as source of antioxidants and
bioactive compounds to incorporate directly in the vegetable oils currently
consumed in Angola (e.g. peanut, soybean and sunflower oils) to increase their
resistance to oxidation and their functional/nutritional properties. The fruit pulp
will also be valorized as source of bioactive compounds. This extraction will be
carried out by green technologies namely by ultrasound-assisted extraction
and/or ethanol extraction (a non toxic solvent from biologic origin- fermentation).
With this PhD program, an integrated sustainable process for the valorization of
Baobab fruits will be implemented, following the concept of circular economy.
1. ESTADO DA ARTE
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2013). A polpa é muito rica em vitamina C (150-500 mg/100 g), cálcio, potássio
e fibra dietética (Chadare et al., 2009). Considerando a ingestão diária
recomendada (RDI, “recommended daily intake”) de vitamina C, um consumo
diário de 20 g de polpa de fruto por uma criança (4-8 anos) representa pelo
menos 143 % da RDI, enquanto o consumo de 40 g por uma mulher grávida
cobre entre 84 % e 141 % das suas necessidades diárias (Chadare et al.,
2009). Contudo, a sua composição varia muito com as proveniências. Em
amostras da Tanzânia, Zâmbia, Quénia, Malawi e Mali, o teor de proteína bruta
variou entre 1,86 % (ms.) no Mali e 2,24 % na Zâmbia, enquanto o teor de fibra
bruta variou entre 6,69 % no Mali e 8,83 % no Quénia (Muthai et al., 2017). A
polpa contém ainda macroelementos (Ca, K, Mg, Na e P) e microelementos
(Fe, Cu, Mn and Zn) minerais importantes, sendo o K, Ca e o Mg os mais
importantes (Muthai et al., 2017). A múcua é, pois, um potencial candidato para
o mercado dos alimentos funcionais devido ao seu elevado teor em vitamina
C e uma capacidade antioxidante muito elevada, a qual é muito superior à de
outros frutos considerados como tendo elevada capacidade antioxidante. É
também uma fonte de micronutrientes e de fibras solúveis com efeitos pré e
probióticos reconhecidos. Além destas propriedades, quando reduzida a pó,
pode ser utilizada como espessante devido ao seu elevado teor em pectinas e
fibras (Kamatou et al., 2011). Tanto a FDA (US Food and Drug Administration)
como a União Europeia reconheceram a polpa da múcua como suplemento
alimentar (Kamatou et al., 2011).
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(2014) reportaram valores de 24,7% de gordura, 20,13 % de proteína, 39,9 %
de hidratos de carbono e 7,89 % de fibra, em sementes provenientes da
Nigéria para consumo doméstico e utilização industrial. A presença de Ca, K,
Mg, Na, P, Cu, Fe, Mn e Zn nas sementes de múcua é também importante: o
potássio é o macroelemento maioritário, seguido do P, Mg e Ca. O ferro e o
cobre são os microelementos mais abundantes na sua composição mineral
(Muthai et al., 2017).
O óleo pode ser extraído das sementes por via mecânica (prensagem) ou por
solvente orgânico e ser usado para a alimentação ou para fins cosméticos e
medicinais (Muthai et al., 2019). Trata-se de um óleo muito estável com prazos
de validade de 2 a 5 anos. Este óleo é rico nos ácidos palmítico (15-20 %),
oleico (32-39 %), e linoleico (19-28 %), apresentando também ácido esteárico e
ácido alfa-linolénico em teores inferiores a 2 %, conforme descrito por Muthai et
al. (2019) em amostras de óleo do Quénia, Tanzânia, Malawi, Zâmbia,
Zimbabwe e do Mali. Devido ao elevado teor em ácido palmítico e em ácido
oleico, este óleo tem sido altamente usado para fins farmacêuticos e
cosméticos. Apresenta também elevados teores em compostos fenólicos, que
lhe confere uma elevada capacidade antioxidante para além de benefícios para
a saúde e farmacêuticos. O potencial antioxidante deste óleo mostrou
depender do método de extracção utilizado. Cissé et al (2018) observaram que
as propriedades bioactivas eram melhor preservadas quando a extracção se
faz por prensa a frio e não por solvente. O óleo das sementes de múcua é
também rico em vitaminas A, D, E e F (Cissé et al., 2018),o que lhe confere um
elevado preço de mercado. Em 2011 no Zimbabwe, este óleo tinha um preço
de 5 USD/L (Vermaak et al., 2011).
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2019). Assim, a casca de múcua pode ser uma fonte de antioxidantes para uso
alimentar e farmacêutico.
2. OBJECTIVOS:
Objectivos específicos:
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4. Suplementação de óleos vegetais refinados usados para alimentação em
Angola com compostos bioactivos e antioxidantes extraídos das diferentes
partes do fruto.
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metodologias alternativas, irão optimizar-se as condições de extracção em
processos de iii) extracção aquosa com a adição de complexos enzimáticos
constituídos por celulases, hemicelulases e pectinases com o objetivo de
hidrolisar e degradar a parede celular para facilitar a libertação do óleo do meio
intracelular (Goula et al., 2018); iv) extracção aquosa com a adição de
complexos enzimáticos em meio sujeito a ondas ultrassónicas (Goula et al,
2018; Nde e Foncha, 2020) e v) extracção assistida por microondas de acordo
com a metodologia descrita em Nde e Foncha (2020).
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Tarefa 4: Suplementação de óleos vegetais com compostos bioactivos e
antioxidantes extraídos das diferentes partes do fruto.
Para cada óleo, selecionar-se-á o tipo de tratamento mais eficaz para aumentar
o seu valor biológico e a sua estabilidade oxidativa, e como tal o seu prazo de
validade. Estes dois aspectos são muito importantes do ponto de vista
nutricional e económico.
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4. RESULTADOS ESPERADOS, INCLUINDO PUBLICAÇÕES,
COMUNICAÇÕES, ETC.
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Referências bibliográficas
Chadare, F.J., Linnemann, A.R., Hounhouigan, J.D., Nout, M.J.R., Van Boekel,
M.A.J.S. (2009) Baobab food products: a review on their composition and
nutritional value, Critical Reviews in Food Science and Nutrition, 489: 254-274.
Danbature, W.L., Fai, F.Y., Usman, A., Ayim, P. (2014) Nutritional evaluation of
baobad seed, International Journal of Research in Agriculture and Food
Sciences, 2: 44-48.
Nde, D.B., Foncha, A.C. (2020) Optimization methods for the extraction of
vegetable oils: a review, Processes, 8: 209, doi: 10.3390/pr8020209.
Muthai et al., (2017). Nutritional variation in baobab (Adansonia digitata L.) fruit
pulp and seeds based on Africa geographical regions. Food Science & Nutrition
5, 1116–1129.
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Vermaak, I., Kamatou, G.P.P., Komane-Mofokeng, B., Viljoen, A., Beckett, K.
(2011) African seed oils of commercial importance- cosmetic applications.
South African Journal of Botany, 77: 920-933.
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Anexo - Cronograma de trabalhos
O início dos trabalhos para o presente Doutoramento, está previsto para o dia 1 de Setembro de 2020 e com uma duração de 3 anos.
Tarefa
Ano Ano 1 Ano 2 Ano 3
Tarefa
Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Tarefa 1:
Caracterização dos
frutos
Tarefa 2: Extracção
do óleo das
sementes do fruto
e sua
caracterização
Tarefa 3: Avaliação
do potencial
antioxidante
Tarefa 4:
Suplementação de
óleos vegetais
Tarefa 5: Escrita de
artigos e da
dissertação de
doutoramento
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