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PRODUTOS ALIMENTARES TRADICIONAIS:

HÁBITOS DE COMPRA E CONSUMO DO MEL

TRADITIONAL ALIMENTARY PRODUCTS: PURCHASE HABITS


AND HONEY CONSUMPTION

MARIA RIBEIRO1, ALDA MATOS2, ARMANDINA ALMEIDA3, ARMINDA FONSECA3,


BELMIRO FERNANDES3, CARLA MOTA3, ENGRÁCIA GONÇALVES3,
ELGA GARCIA3, ETELVINA PEREIRA3, HELDER GARÇÃO3, HELENA GUEDES3,
MANUEL RODRIGUES3, MARGARIDA NETO3, RICARDO ABREU3

RESUMO utilização do mel é combinado com outros


alimentos (60,5%), o local preferido para a
Este estudo tem como objectivos conhecer sua compra é junto do produtor (51,7%) e o
o perfil do consumidor do mel e descrever factor que mais pesa na decisão de compra é
os seus hábitos de consumo e compra. Foi o paladar (52,3%).
elaborado um estudo quantitativo que teve
como base a construção de um questionário, Palavras-chave: Apicultura, Estudo de mer-
que foi aplicado a 172 indivíduos do Distrito cado, Mel, Perfil do consumidor.
de Bragança. Através da análise descritiva
dos dados faz-se a caracterização da amos-
tra e descrevem-se os hábitos de consumo e ABSTRACT
compra do mel.
Participaram neste estudo 172 indivídu- To determine the honey consumer’s profile
os, dos quais 41,9% são do sexo masculino and to describe purchase and consume hab-
e 58,1% são do sexo feminino. Verificou-se its are the objectives of this study. A cross-
que a esmagadora maioria é consumidor de sectional survey was carried out in a proba-
mel (94,8%), prefere o mel da região por- bilistic sample including 172 individuals of
que está mais disponível, é mais saboroso e the Braganza region population. After, a de-
tem qualidade (70,9%). A principal forma de scriptive analyses is done to characterize the
sample and purchase and consume habits of
the inquiry.
1
 ategoria Profissional: Professora Adjunta do
C In this study participated 172 individu-
Instituto Politécnico de Bragança. als, of which 41,9% are male and 58,1%
E-Mail: xilote@ipb.pt; Centro de Investigação are female. It was verified that the smashing
de Montanha, Instituto Politécnico de Bragança, majority is honey consumer (94,8%), they
Campus de Santa Apolónia, Apartado 1038, prefer the national honey because it is more
5301-854 Bragança, Portugal;
Telefone: 273303310; Fax: 273325405 available, it is tastier, it is quality and it is
2
Categoria Profissional: Assistente do 2º triénio do trustworthy (70,9%). The main form honey
Instituto Politécnico de Bragança. use is mixed with other foods (60,5%), the
E-Mail: alda@ipb.pt; favorite place for the honey purchase is near
3
Alunos do Mestrado em Tecnologias Animais, the producer (51,7%) and the most important
Escola Superior Agrária, Instituto Politécnico de
Bragança.
factor in the purchase decision is the palate
(52,3%).

Recepção/Reception: 2009.05.06 Key-Words: Beekeeping, Consumer’s profi-


Aceitação/Acception: 2009.06.24 le, Honey, Market research.
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INTRODUÇÃO e fármacos, o pólen em virtude do seu alto


valor nutritivo é usado como suplemento ali-
Hoje mais do que nunca, existe uma gran- mentar e a apitoxina, o veneno das abelhas
de preocupação com os temas relacionados purificado, é utilizado como medicamen-
com a nutrição (Frazão & Allshouse, 1995; to anti-reumático (Villanueva et al., 2002;
Zamberlan, 2006). Existem determinados Villalobos et al., 2006).
alimentos que, de forma gradual, foram fa- Apesar do mel ser basicamente uma so-
zendo parte da dieta alimentar por diversos lução saturada de açúcares e água, os seus
motivos, nomeadamente, culturais e tradicio- componentes, aliados às características da
nais (Zandonadi & Silva, 2005). Entre estes fonte floral que o originou, conferem-lhe um
alimentos encontra-se o mel, produto natu- alto grau de complexidade. A composição
ral da colmeia, que desde há muitos anos, o química do mel depende de vários factores,
homem se lembrou de utilizar não só como dos quais se salientam: a espécie de abelhas,
adoçante mas também devido às suas pro- o tipo de solo e de flora e o estado fisiológico
priedades medicinais conhecidas, primeiro da colónia. De um modo geral pode-se dizer
de uma forma empírica e mais tarde compro- que o mel é constituído por três componen-
vadas por estudos científicos (Villanueva et tes essenciais: água (17%), glúcidos (80%)
al., 2002). e substâncias diversas (3%), como aminoá-
O mel é um produto não transformado, na cidos, proteínas, enzimas, ácidos orgânicos,
medida em que se apresenta ao consumidor matérias minerais e por vitaminas do com-
da mesma forma que é obtido da natureza. plexo B, por vitamina C, D e E. O mel possui
O mel é uma substância viscosa, aromá- ainda um valor considerável de antioxidantes
tica e açucarada, obtida a partir do néctar (Alves et al., 2005).
das flores e/ou exsudados sacarificas que as A composição química do mel é altamente
abelhas melíferas produzem (Wiese, 1982; dependente da fonte de néctar e da origem
Aroucha et al, 2008). O seu aroma, paladar, floral do néctar recolhido pelas abelhas (Pon-
coloração, viscosidade e propriedades medi- tes et al., 2007). A riqueza e a diversidade em
cinais estão directamente relacionados com flora melífera de Portugal, quer de espécies
a fonte de néctar que o originou e também silvestres (a maioria), quer de plantas culti-
com a espécie de abelha que o produziu. vadas, como o castanheiro e o eucalipto, fa-
Utilizado como adoçante, este produto sem- zem com que exista uma grande diversidade
pre foi reconhecido pelas suas propriedades de méis monoflorais ao longo do país (Gue-
terapêuticas, devido às suas características des, 2008).
digestivas, analgésicas, anti-inflamatórias, Os méis possuem as propriedades me-
anti-microbianas e anti-sépticas (Wiese, dicinais associadas às plantas das quais foi
1982; García, 1986; Bender, 1996 e Arou- extraído o néctar, daí serem utilizados na
cha et al., 2008). Segundo Gutiérrez (2004) indústria farmacêutica e medicina, tanto na
e Rocha & Estevinho (2002) as característi- composição de medicamentos como agentes
cas nutricionais e os benefícios medicinais profiláticos e suplementos dietéticos (Socha
do mel são muitos e diversos. O mel é tam- et al., 2009). As diferentes características dos
bém largamente utilizado na cosmética, em méis são devidas a um grande número de pe-
cremes, máscaras de limpeza facial, tónicos, quenos componentes provenientes do néctar
entre outros, devido às suas qualidades ads- e das próprias abelhas que conferem ao mel
tringentes e suavizantes. o seu flavour particular e algumas das suas
Para além do mel, na produção apícola, o actividades biológicas (Tosi et al., 2008).
produtor poderá rentabilizar outros produtos A composição e actividade antioxidante do
como a cera, utilizada nas indústrias de cos- mel dependem da origem floral, de factores
méticos, medicamentos e velas, a própolis ambientais e do processamento; geralmente
e a geleia real, nas indústrias de cosméticos a maior actividade antioxidante é encontrada
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em méis mais escuros (Liviu et al., 2009). para a estruturação do território, nomeada-
Desde a década de 70 que são investiga- mente, a sua ocupação geográfica; a dinami-
das as propriedades químicas e biológicas zação de outras actividades em meio rural,
do mel, mas apenas recentemente se obser- como por exemplo, o turismo, o artesanato e
vou um crescente interesse na aplicação de a gastronomia e as agro-indústrias; a manu-
antioxidantes em tratamentos médicos de tenção das paisagens, dos agroecossistemas
diferentes doenças causadas pelo stress oxi- e do ambiente (Caldentey & Gómez, 1997;
dativo. De uma forma geral assume-se que Lima, 1999 e Cristóvão et. al, 2008).
as propriedades de méis de diferentes origens As populações da Terra Fria Transmontana
florais e localizações são distintas. Segundo sempre souberam preservar as culturas tradi-
(Socha et al., 2009) os antioxidantes naturais cionais, sendo hoje possível identificar entre
presentes no mel desempenham um impor- algumas espécies, espécimes com vários sé-
tante papel na nutrição humana. culos de existência, cuja importância como
Desenvolver, produzir e comercializar um recurso genético tem um valor incalculável.
produto, requer um conhecimento apurado Para Neto e Simões (sd), no concelho de Bra-
do público-alvo, e obriga a testar, questionar, gança, designadamente, no Parque Natural de
ouvir e re-testar para alcançar o sucesso do Montesinho e na Serra da Nogueira, não foi
produto (McWatters et al., 2006). O presente esgotada, de modo nenhum, a inventariação
trabalho foi realizado no distrito de Bragan- de todas as espécies do rico património flo-
ça, situado no Nordeste Transmontano e teve rístico existente na Terra Fria Trasmontana.
como objectivos conhecer o perfil do consu- Nestes dois locais, existem afloramentos ro-
midor do mel e descrever os seus hábitos de chosos muito raros em Portugal e cujas carac-
consumo e compra do mel. terísticas condicionam fortemente a flora aí
A Região Agrária de Trás-os-Montes con- implantada. Trata-se de rochas ultrabásicas,
tinua a afirmar-se como um território de ex- sobretudo serpentinitos, que originam solos
pressão eminentemente rural, onde se obser- muito selectivos, com altos níveis de mag-
va a presença de alguns “núcleos urbanos”, nésio, baixa disponibilidade de azoto, potás-
na sua grande maioria de pequena dimensão, sio e fósforo, e elevada toxicidade, imposta
caracterizados pela sua estreita ligação ao pela presença em elevadas concentrações, de
meio rural envolvente. É pois de realçar, a metais pesados como o níquel e o crómio. A
relação entre a dinamização do território e a adaptação a tais condições extremas resultou
actividade agrária (Lima, 1999). no aparecimento de comunidades vegetais ri-
A população citadina do distrito distribui- cas em endemismos, que são autênticas “pre-
se pelos concelhos de Bragança, Mirandela, ciosidades” serpentinícolas que deveriam ser
Macedo de Cavaleiros e Miranda do Douro, ainda mais protegidas pela sua raridade. Ain-
no entanto, a maior densidade populacional da de acordo com os autores citados, nesta
concentra-se no concelho de Mirandela (38,8 mesma região, desenvolve-se igualmente a
hab/km2, em 2007). vegetação arbustiva como os urzais, estevais
Se é um facto que o êxodo e a regressão e giestais, vulgarmente apelidados de matos.
demográfica têm marcado a região, e reco- Despontam os bosques de carvalho-negral,
nhecendo que estes fenómenos têm atingido vegetação arbórea autóctone, mas com maior
sobretudo o seu espaço mais “ruralizado” e a destaque no ecossistema da Serra da Noguei-
própria agricultura, esta última continua a ser ra. Estas espécies são de nobre interesse apí-
uma actividade fundamental para a “viabili- cola, e é aqui, na Serra da Nogueira, que se
dade” do território. Estes dois aspectos per- encontra a maior área de carvalho-negral em
mitem concluir que a agricultura, para além território português. Também faz parte des-
da sua função primordial, que é a produção ta paisagem a azinheira ou Querqus ilex ssp.
de bens alimentares, cumpre ainda outras rotundifolia, regionalmente conhecida por
funções de grande relevância e essenciais sardoeira ou carrasco, mais confinada a mi-
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croclimas mais mediterrânicos e às manchas MATERIAL E MÉTODOS


serpentinícolas onde se adaptam melhor. Os
lameiros, também designados por prados ou Este trabalho de investigação, ancorado
pastagens de montanha, encontram-se asso- na aplicação e análise de um questionário,
ciados a grande parte das zonas ribeirinhas tem como objectivos determinar o perfil do
que percorrem o Parque Natural de Monte- consumidor de mel e descrever os seus hábi-
sinho. tos de compra e consumo. Para atingir estes
Apesar da apicultura portuguesa ser maio- objectivos consultou-se material bibliográfi-
ritariamente praticada por pequenos apicul- co sobre a temática em estudo, que permitiu
tores e como actividade complementar ou de a construção de um questionário que viria,
autoconsumo (MADRP, 2007) é, actualmen- posteriormente, a ser aplicado na presença do
te considerada, pela generalidade dos países, inquiridor. As questões, para além de terem
como uma das actividades capazes de causar sido fundamentadas em pesquisas similares
impactos positivos sociais, económicos, além aplicadas em vários países foram, previamen-
de contribuir para a manutenção e preserva- te, discutidas com actores do sector apícola
ção dos ecossistemas existentes (Zamberlan regional (2 produtores e 3 técnicos) quanto à
et al., 2006). De 2001 a 2005 verificou-se sua pertinência. Foram aplicados 172 ques-
um decréscimo da produção nacional de mel tionários, por uma equipa de 12 entrevista-
de 22,9% e, apesar da produção não ser sufi- dores, ao longo dos meses de Dezembro de
ciente para satisfazer as necessidades de con- 2008 e Janeiro de 2009. A amostra foi obtida
sumo do País, as importações têm vindo a di- através de uma amostragem aleatória sim-
minuir desde 2003 até 2005 (MADRP, 2007). ples, considerando um nível de confiança de
O volume de mel importado por Portugal é 95% e um erro amostral estimado de 3,81%.
notoriamente maior dentro da Europa do que Para Gil (1999), a construção de um ques-
extra UE (MADRP, 2007). Relativamente tionário consiste em traduzir os objectivos
às exportações de Mel, Portugal apresenta da pesquisa em questões específicas. Dado o
um comportamento muito irregular em ter- grande número de pessoas interrogadas e, o
mos de destinos, no entanto, as exportações posterior tratamento das informações, foram
são realizadas dentro do espaço comunitário valorizadas neste trabalho as perguntas do
(MADRP, 2007). A produção de Mel nacio- tipo fechado. O questionário foi estruturado
nal aproximou-se em 2005 das seis mil tone- em três partes. A primeira incluía questões do
ladas (5 686 ton), atingindo o valor de 6 907 foro pessoal, social, económico e geográfico.
ton no ano de 2007 (INE, 2008). Portugal é A segunda parte do questionário, incluía per-
o quarto país que registou o maior consumo guntas sobre os hábitos de consumo do mel,
per capita no período de 2004 a 2005 com particularmente, a época e frequência de
0,8 kg, ocupando a Grã-Bretanha, Alemanha consumo, a preferência pelo mel nacional e a
e a Espanha os primeiros lugares com valores forma de utilização mais comum. Finalmen-
de 1,7 kg, 1,1 kg e 1 kg, respectivamente. A te, a terceira parte continha perguntas sobre
utilização do mel é predominantemente para os hábitos de compra do mel, designadamen-
consumo humano e a venda directa ao consu- te, o local preferido, os factores decisivos da
midor final ocupa apenas 8% do total de mel compra, o tamanho, tipo e material de em-
comercializado (MADRP, 2007). balagem escolhidos. Procurou-se entrevistar
No seio das DOP Nacionais, as vendas pessoas com poder de decisão e responsáveis
assumem-se primordialmente no comércio pela aquisição de bens alimentares para o
local dos concelhos de produção e na vizi- lar.
nhança, com a excepção do Mel do Parque O programa informático utilizado para
de Montesinho, em que 50% das vendas de armazenar, ordenar e tratar os dados foi o
2005 se destinaram à exportação (Vaz & SPSS 16.0 (Statistical Package for Social
Vieira, 2006). Sciences).
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Quadro 1 – Dados sócio-económicos e geográficos dos inquiridos.


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RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto às habilitações literárias constata-


se que a maioria dos inquiridos possui até 12
Para caracterizar o perfil de um consumidor anos de escolaridade. De salientar a percen-
é imperativo não esquecer os factores demo- tagem significativa de inquiridos que pos-
gráficos, de estilos de vida e de personalidade. suem o ensino superior, cerca de 47%. Mais
Estes parâmetros estão directamente associa- de metade dos inquiridos tem um rendimento
dos aos comportamentos de consumo indivi- mensal até 1 499 euros.
duais, por inferirem valores de status sociais Os inquiridos têm profissões diversifica-
(Bree et al., 2006). Os resultados apresentados das mas intimamente ligadas ao meio urba-
no Quadro 1 mostram que 58,1% dos inquiri- no onde residem As famílias do distrito de
dos são do sexo feminino e 41,9% são do sexo Bragança que participaram na amostra são
masculino. Rivera (2005) defende que a va- constituídas maioritariamente por núcle-
riável demográfica que tem maior influência os familiares com três ou menos elementos
no consumo do mel é o género. Isto porque (68,6%).
a mulher continua a ser a grande responsável Os hábitos alimentares saudáveis de-
pela aquisição de bens alimentares para o lar. vem ser estabelecidos desde idade precoce
Segundo a autora é a mulher, como dona de (Eurostat, 2008). Na opinião de Bree et al.
casa, que detecta a necessidade, procura infor- (2006), os hábitos de consumo ou de esco-
mação avalia e escolhe a marca, decide onde e lhas pouco saudáveis e o consumo abusivo
quando comprar o produto. de alimentos estão associados a imaturidade,
Na opinião de Pérez et al. (2001), com o irresponsabilidade, ansiedade, impulsivida-
aumento da idade da dona de casa, aumen- de, aborrecimento e com a auto-gratifica-
ta também a frequência de compra de mel. ção. Por oposição a estes comportamentos,
Neste estudo a média de idade dos respon- as escolhas saudáveis estão associadas a
dentes é de 39,86 anos, a moda é de 40 anos, maturidade, responsabilidade sociabilidade,
a mediana é igual a 39 anos, sendo o desvio optimismo, intuição, apreço e empreende-
padrão de 12,216. A idade dos inquiridos está dorismo. Como se pode constatar nos grá-
compreendida entre os 17-74 anos, verifican- ficos da figura 1, a esmagadora maioria dos
do-se que cerca de 1/3 dos inquiridos se situ- respondentes consome mel e apenas 5,2%
am na faixa etária dos 37-46 anos. não o faz.

Figura 1 – Consumidor de mel.


PRODUTOS ALIMENTARES TRADICIONAIS: HÁBITOS DE COMPRA E CONSUMO DO MEL 103

Em relação à frequência de consumo, (2001) no Brasil em Ribeirão Preto, uma


pela figura 2, verifica-se que uma parte mui- percentagem de 25,2% dos inquiridos nunca
to significativa de inquiridos consome mel consome mel, e os que consomem mel com
com regularidade, sobretudo nas épocas baixa frequência, correspondem a 43,1% da
frias (Outono e Inverno) sendo que 17,4% amostra. Pode pois concluir-se que a popu-
consome mel todos os dias, 34% consome lação do distrito de Bragança consome mel
mel pelo menos uma vez por semana, 22% com maior regularidade, apesar do consumo
consome pelo menos uma vez por mês. per capita em Portugal ser inferior a 1kg e
Comparando estes resultados com os obti- rondar os 800 gramas/habitante/ano (MA-
dos no trabalho realizado por Vilckas et al. DRP, 2007).

Nunca
5,2% 1 vez ano Nunca
Todo o ano Primavera/Verão 6,4% 5,2%
4,8% 5,8% Todos os
1 vez
17,4%
semestre
15,0%

Outono/ 1 vez por


Inverno 1 vez por mês semana
84,2% 22,0% 34,0%

Figura 2 – Época e frequência de consumo de mel.

O mel é um produto natural produzido pe- (2001), as campanhas informativas acerca das
las abelhas Apis mellifera, a partir do néctar propriedades nutritivas e medicinais do mel
de plantas e foi desde sempre uma excelente podem reduzir estes argumentos negativos.
opção nutricional para muitas gerações devi- Comparando a frequência de consumo de
do aos arrimos para a saúde, uma das fon- mel com os rendimentos dos inquiridos po-
tes tradicionais para o tratamento da gripe e demos verificar que o consumo é maior nos
constipação (Pontes et al., 2007). O saber de agregados cujos rendimentos se encontram
antemão destes benefícios salutares do mel acima do montante de 1 500 euros (figura 3).
concentra o consumo nas épocas de maior Por outro lado, são os agregados familiares
risco de doença. O mel é ainda usado, nal- com maior dimensão os que mais frequente-
guns países, para o tratamento de feridas mente consomem mel (figura 4).
(Villalobos et al., 2006). Existem questões de saúde relacionadas
Os resultados mostram que 5,2% dos in- com a alimentação, que não estando direc-
quiridos não consomem nunca mel. Tal fac- tamente relacionadas com a segurança dos
to pode ser justificado por não gostarem do alimentos, espelham as quantidades de ali-
paladar, pela falta de hábitos alimentares (Jú- mento ingeridas e o equilíbrio nutricional.
nior et al., 2006) e pela falta de informação. A primeira preocupação do consumidor na
Na opinião de Perosa et al. (2004) a falta de aquisição dos bens de consumo é satisfazer
informação provoca desconhecimento das as suas necessidades fisiológicas básicas,
propriedades nutritivas do mel, que passa a de fome e sede (Eurostat, 2008). Tal como
ser consumido exclusivamente como remédio se pode verificar na figura 5, as duas prin-
e não como alimento. Segundo Pérez et al. cipais formas de utilização do mel foram,
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Figura 3 – Frequência de consumo do mel por escalão de rendimento.

Figura 4 – Frequência de consumo do mel por dimensão do agregado familiar.


PRODUTOS ALIMENTARES TRADICIONAIS: HÁBITOS DE COMPRA E CONSUMO DO MEL 105

designadamente, a mistura com outros ali- alguns países como adoçante. (Villalobos et
mentos (60,5%) e como remédio (41,9%). al., 2006).
Villanueva et al. (2002) e Júnior et al. (2006) Segundo Júnior et al. (2006), os critérios
concluiriam que os indivíduos utilizam o mel mais utilizados para a compra de mel são a
como substituto dos medicamentos, sobretu- aparência, a cor e a densidade. Pelos resulta-
do, quando estão constipados, registando-se dos apresentados na figura 6 verifica-se que as
um maior consumo em épocas de Inverno. O preferências dos inquiridos recaem sobre o mel
mel como remédio foi descoberto pelos nos- nacional e regional (70,9%). Os respondentes
sos antepassados de forma empírica e desde justificam esta escolha através dos motivos
há muito tempo que se conhecem, entre ou- “conhece e gosta”, “sabor e qualidade”, “ofere-
tras, as suas propriedades antissépticas, die- cido”, “produtor”, “melhor e mais disponível”,
téticas, edulcorantes, tonificantes, calmantes, “sabor intenso”, “contribui para a economia do
laxantes e diuréticas (Liviu et al., 2009), para país”, “é da região e têm mais sabor”, “confian-
além de ser utilizado tradicionalmente em ça e sabor”, e o “nacional é que é bom”.

Figura 5 – Formas de utilização do mel.

Figura 6 – Razões que levam à escolha do mel nacional.


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Compreender como é que as pessoas cons- forma de valorizar o produto junto do consu-
cientemente confeccionam as suas refeições midor (Serra, 2008) Por outro lado, o mel pode
pode-nos fornecer uma visão interna de como ainda ser usado como adoçante, o que constitui,
o processo comportamental e social está pre- na opinião de Villalobos et al. (2006) e Serra
sente na escolha dos alimentos. A escolha do (2008), uma saudável alternativa ao açúcar.
alimento está associada a um leque de acções Segundo o MADRP (2007) o preço médio
que inclui a aquisição, a preparação e a forma do mel na produção tem tido uma tendência de-
de consumo, por isso, o consumidor apresen- crescente desde o ano de 2003 no mercado por-
ta tanto decisões conscientes como decisões tuguês. Em contrapartida, os meios de produção
inerentes ao subconsciente, a que Blake et al. utilizados evidenciam uma tendência crescente
(2008), classifica como decisões habituais ou (MADRP, 2007). Segundo esta mesma fonte, a
automáticas. Para influenciar essas decisões produção na base da qualidade garantida tem
automáticas recorre-se à publicidade. tido uma tendência de evolução inversa, no que
Vários estudos no mundo inteiro, examina- diz respeito aos preços. Em 2005, os preços do
ram como a publicidade de bens alimentares mel ao produtor com DOP e sem DOP eram
se dirige a públicos específicos. Regra geral, de 3,15 €/kg e 2,5 €/kg, respectivamente, en-
estes estudos mostraram que esta publicidade quanto que o preço ao consumidor final do mel
especializada está dominada por anúncios a sem DOP era, nesse mesmo ano de 4,83 €/kg,
alimentos altamente calóricos e de baixo valor passando a ser de 5 €/kg no ano de 2006.
nutritivo, em que a mensagem transmitida cau- A figura 8 mostra que apenas 9,1% dos in-
sa grande impacto nas preferências de consumo quiridos considera que o mel é um produto
(Radnitz et al., 2009). Todavia, os considera- caro ou muito caro, resultados idênticos fo-
dos “comportamentos-modelo” por figuras que ram obtidos por Villanueva et al. (2002).
se reverencie, podem anular as influências da
publicidade comercial e incutir o consumo de
produtos saudáveis (Radnitz et al., 2009).
Pela análise da figura 7, observa-se que quan-
do questionados acerca de terem ou não visto
publicidade ao mel, 59,4% dos inquiridos res-
ponderam que já viram publicidade sobre o mel.
Contudo, verifica-se que existe uma grande per-
centagem (40,6%) que não tem conhecimento
ou nunca viu publicidade dirigida a este pro-
duto. Deste modo, seria importante promover
campanhas publicitárias para incentivar o hábi- Figura 8 – Opinião dos inquiridos relativamente
to de consumo de mel de abelha e informar o ao preço do mel.
consumidor das suas propriedades e seus bene-
fícios para a saúde. Esta informação seria uma Na opinião dos inquiridos, em média, o pre-
ço justo do mel ao consumidor é de 3,53 €/Kg,
o valor máximo referido é de 7,5 €/kg e que o
valor mínimo é de 2,50 €/kg. Contudo, existem
diferenças de opiniões quando se comparam
os inquiridos consumidores com os inquiridos
consumidores e produtores não profissionais
(Quadro 2). Como seria de prever aqueles
que se dedicam à produção consideram que o
preço justo deveria ser em média de 4,4 €/kg
enquanto que os consumidores consideram um
Figura 7 – Já viu publicidade ao mel? preço justo em média de 3,4 €/kg.
PRODUTOS ALIMENTARES TRADICIONAIS: HÁBITOS DE COMPRA E CONSUMO DO MEL 107

Quadro 2 – Opinião dos inquiridos sobre o preço do mel.

A cor do mel reflecte a sua composição, mel de urze é dos que apresenta teores mais
sendo tanto mais escuro quanto maior é elevados em compostos fenólicos, a maior
o teor de substâncias minerais presentes. capacidade antioxidante e o maior poder de
(Marchini et al., 2005). A origem floral do resgate de radicais livres, sendo também o
mel está intimamente associada a aspectos mel mais escuro (Serra, 2008).
organolépticos como a cor e o sabor, sendo Dos factores ilustrados na figura 9 aqueles
utilizada para a tipificação do mel como me- que mais são valorizados pelo consumidor
dida de valorização do produto. Além da cor, destacam-se o paladar (52,3%), seguido da
o aroma e o sabor também são importantes cor (35,5%). O preço foi o factor menos va-
no critério qualitativo essencial que tem sido lorizado pelo consumidor (14%).
adoptado para a escolha de mel pelos impor- A cor do mel é uma característica física
tadores, processadores e consumidores. O importante que depende da origem floral do

Figura 9 – Factores mais valorizados no mel.


108 REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

produto que, para além de ser uma medida Relativamente ao local eleito para a com-
de valorização do produto (MADRP, 2007) pra ou aquisição do mel pode observar-se
é também um factor que tem influência na pela figura 11 que cerca de 52% dos inquiri-
escolha do bem alimentar por parte do con- dos elegem como local de preferência para a
sumidor (Schweitzer, 2008). No mercado compra de mel a aquisição directa no produ-
mundial, o mel é avaliado pela sua cor e méis tor, sendo de realçar também a percentagem
claros alcançam valores de mercado mais considerável de mel é oferecido (40%). Isto
elevados do que os escuros. A cor do mel justifica-se devido ao grande número de pro-
está correlacionada com a sua origem floral, dutores existentes na região e porque os pro-
processamento e armazenamento, factores dutores são considerados pelos consumido-
climáticos durante o fluxo do néctar e a tem- res locais de compra fiáveis, sobretudo pela
peratura na qual o mel amadurece na colmeia relação de proximidade que estabeleceram
(Almeida, 1992; Aroucha et al., 2008). Por e mantêm. Acreditam assim que adquirindo
outro lado, estes autores (2008) argumen- o mel directamente ao produtor conseguem
tam que o tempo de armazenamento, a luz, reduzir as possibilidades de adulteração da
o calor e as possíveis reacções enzimáticas qualidade (Júnior et al., 2006). Na opinião de
podem afectar a coloração do mel. Lacerda et al. (2008), cada vez mais os con-
Sendo a cor o segundo factor mais valo- sumidores manifestam preferências e valori-
rizado pelos inquiridos na compra do mel, zam os méis oriundos de regiões particulares,
questionaram-se os consumidores sobre a sua com origem e método de produção conheci-
preferência quanto a este atributo. Verificou- do e que apresentam características de sabor,
se que para 38,4% dos respondentes a cor é cor e conteúdo bem definido.
indiferente (figura 10). Na opinião destes, Quando consumimos um produto alimen-
umas vezes compram mel claro outras vezes tar líquido, o alimento está sempre rodeado
compram mel escuro, dependendo do tipo de por uma embalagem. No entanto, esta pos-
utilização que dão ao mel. Normalmente, as sui em relação ao produto, uma tripla fun-
pessoas optam por comprar um mel mais es- ção: resguardo, conservação e divulgação.
curo quando o utilizam como remédio e op- Com efeito, existe por parte dos empresários
tam por comprar um mel mais claro quando a preocupação de determinar a procura do
o utilizam na culinária. Há ainda aqueles que, bem, partindo do conhecimento das neces-
como gostam muito de mel é-lhes indiferente sidades e psicologia do consumidor, para
a cor. Na opinião de Lacerda et al. (2008), posteriormente edificar uma plataforma de
a cor é uma das características do mel que actividades comerciais adequadas às suas
mais influencia na preferência do consumi- motivações e/ou despertar as preferências
dor, a maioria das vezes a escolha do produto dos potenciais compradores. O recipiente
é feita apenas pela aparência. tem um papel importante nas prateleiras dos
supermercados, porque pode sugerir uma
certa identidade para o seu conteúdo que
pode realçar ou interferir na sua identifica-
ção e avaliação.
A escolha de um determinado recipiente
alterará o modo como o alimento é percebido
e experimentado durante o consumo. Devido
a uma tendência direccionada para um au-
mento da conveniência do consumidor, mais
e mais alimentos tendem a estar disponíveis
em embalagens de onde podem ser consu-
midos directamente. Como consequência, o
Figura 10 – Cor do mel preferida pelos inquiridos. efeito das características da embalagem na
PRODUTOS ALIMENTARES TRADICIONAIS: HÁBITOS DE COMPRA E CONSUMO DO MEL 109

Figura 11 – Local de preferência para a aquisição do mel.

percepção do seu conteúdo aumentou com o


passar dos anos. Por isso, a escolha dos mate-
riais de embalamento (plástico, vidro, papel
de alumínio, cartão) e formas tornou-se uma
determinante crítica da percepção do produto
(Schifferstein, 2009).
O tamanho e o tipo de embalagem preferi-
dos pela maioria dos respondentes é o frasco
(51,7%) de 500 a 1000 gramas (39% e 25%,
respectivamente) e o material eleito é o vidro Figura 10 – Tamanho de embalagem de mel
(91,2%) (ver figuras 12 e 13). Tais escolhas preferida pelo inquirido.
podem ficar a dever-se ao facto do vidro ser
reutilizável, facilmente esterilizado e portan- A figura 12 mostra que a embalagem de 50
to mais higiénico (Júnior et al., 2006; Vilckas gramas é escolhida por apenas 0,6% do total
et al, 2001). Por outro lado, o frasco mantêm de respondentes o que não é de surpreender
as propriedades do mel e a transparência é uma vez que este tamanho de embalagem é
sinónimo para a maioria dos consumidores direccionado para um público mais específi-
de confiança. co como a restauração.

Figura 11 – Local de preferência para a aquisição do mel.


110 REVISTA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CONCLUSÕES O factor que mais pesa na decisão de com-


pra deste produto é o paladar, seguido da cor.
A indiscutível maioria da população da Nesta amostra, o mel mais escuro é mais uti-
amostra (172 indivíduos do Distrito de Bra- lizado como medicamento e o mel mais claro
gança; 58% do sexo feminino e 42% do sexo na gastronomia. O maior uso dado ao mel é
masculino) é consumidora de mel (95%), combinado com outros alimentos ou como
sendo este consumo superior, nos agregados remédio.
familiares cujos rendimentos se encontram O preço foi o factor menos valorizado pelo
acima dos 1 500 euros. O contributo para o consumidor na compra do mel, apenas uma
elevado consumo de mel das famílias nesta parte residual da amostra (9%) considera
região fica a dever-se, não apenas aos seus que o mel é um produto caro ou muito caro.
hábitos de compra e consumo, mas também Como seria de antever, os produtores consi-
ao mel que lhes é oferecido. derariam um preço justo para o mel, o valor
Os inquiridos apresentam uma idade mé- médio de 1 €, acima do preço justo para os
dia próxima dos 40 anos, uma proporção consumidores.
significativa é especialista ou técnico, pos- A embalagem de eleição da maioria dos
sui até doze anos de escolaridade, reside nas inquiridos é o frasco de vidro de 500 ou de
urbes e possui agregados familiares, na sua 1 000 gramas.
maioria, constituídos por três ou mais ele-
mentos.
Estes indivíduos compram o mel junto do REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
produtor, tendo como preferência de consu-
mo o mel da região (nacional) porque está Almeida, D. (2002) - Espécies de abelhas
mais disponível, é mais saboroso, tem mais (Hymenoptera, Apoidea) e tipificação dos
qualidade e é de confiança. méis por elas produzidos em áreas de Cer-
A venda de bens alimentares nos circuitos rado no município de Pirassununga, esta-
curtos explora os mercados de proximidade do de S. Paulo. Dissertação de Mestrado.
cultural e/ou geográfica, fomentando a es- Escola Superior de Agricultura Luiz de
treita ligação entre o território, as popula- Queiroz (ESALQ), Brasil.
ções e o produto. A compra directa ao produ- Alves, R; Carvalho, C.; Souza, B.; Sodré, G.
tor justifica-se, devido ao grande número de & Marchini, L. (2005) - Características físi-
produtores existentes na região e à relação co-químicas de amostras de mel de melipo-
de confiança entre produtor e consumidor, na mandacaia smith (hymenoptera apidae).
utilizando, o produtor, as suas próprias rela- Ciênc. Tecnol. Aliment. 25, 4: 644-650.
ções sociais para percepcionar a procura. A Aroucha, E.; Oliveira, A.; Nunes, G.; Mara-
vantagem desta relação é a de simplificar e cajá, P. & Santos, M. (2008) - Qualidade
optimizar o sistema de comercialização, di- do mel de abelha produzido pelos incuba-
minuindo o número de intermediários, redu- dos da IAGRAM e comercializado no mu-
zindo os custos de quem vende e aumentan- nicípio de Mossoró/RN. Revista Caatinga
do a confiança por parte de quem compra. 21, 1: 211-217.
Justificação que fica bem patente quando Bender, A. (1996) - Dicionário de Nutrição e
observámos as respostas dos inquiridos, que Tecnologia de Alimentos. São Paulo, Edi-
fazem as suas opções de compra do mel, tora Roca.
não apenas segundo os atributos de paladar, Blake, C.; Bisogni, C.; Sobal, J.; Jastron M.
qualidade, segurança alimentar, bem origi- & Devine, C. (2008) - How adults cons-
nário da região/país, mas igualmente, pela truct evening meals. Scripts for food choi-
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