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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.15, n.3, p.

239-248, 2013 239


ISSN 1517-8595

CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA, FÍSICO-QUÍMICA E MICROSCÓPICA


DE MEL DE ABELHAS CANUDO (Scaptotrigona depilis) E JATAÍ (Tetragonisca
angustula)

Keily Alves de Moura Oliveira1*, Luciana Silva Ribeiro2,


Glauco Vieira de Oliveira3

RESUMO

As abelhas canudo (Scaptotrigona depilis) e jataí (Tetragonisca angustula) são espécies de


abelhas nativas sem ferrão que, embora produzindo mel em menor quantidade, têm o importante
papel de fornecer um produto que se diferencia do mel de Apis mellifera, principalmente no
sabor e no aroma peculiar, alcançando preços elevados no mercado. O objetivo deste trabalho
foi avaliar a qualidade microbiológica quanto à presença de Coliformes a 30ºC e Coliformes
termotolerantes, Salmonella, Fungos e Leveduras; determinar as características físico-químicas
identificando sólidos insolúveis em água, minerais, acidez, hidroximetilfurfural, umidade,
açúcares redutores, sacarose aparente, fermentos diastásicos, determinação de pH, índice de
formal, sólidos solúveis, reação de lugol e reação de Lund e estabelecer o perfil microscópico
quanto a presença de sujidades. Todas as amostras de méis apresentaram baixa contagem
microbiana de coliformes a 30ºC e Coliformes termotolerantes. No entanto, a contagem de
fungos, leveduras e Salmonella encontravam-se fora dos padrões exigidos, sugerindo assim um
tratamento térmico para eliminação de micro-organismos como a Salmonella. As análises
físico-químicas de cinzas, umidade, hidroximetilfurfural, açúcares redutores, sacarose aparente,
pH, índice de formal, sólidos solúveis, reação de lugol e reação de Lund apresentaram-se dentro
de padrões legais para mel de Apis mellifera e em conformidade com a literatura. As análises de
sólidos insolúveis, acidez e fermentos diastásicos estavam dentro dos limites propostos para
espécies nativas, porém estavam fora dos limites estabelecidos pela legislação de A. mellifera.

Palavras chaves: qualidade do mel; Scaptotrigona; Tetragonisca

MICROBIOLOGICAL CHARACTERIZATION, PHYSICAL-CHEMICAL AND


MICROSCOPIC HONEY BEE straw (Scaptotrigona depilis) And JATAÍ (Tetragonisca
angustula)

ABSTRACT

Canudo bees (Scaptotrigona d1epilis) and Jataí bee (Tetragonisca angustula) are stingless bees
species of Brazil that produce honey but to a lesser extent, have an important role in providing a
product that differs from the honey of Apis mellifera, especially in taste and the peculiar aroma,
reaching high prices in the market. The objective of this study was to evaluate the
microbiological quality for the presence of coliforms at 30 º C and fecal coliform, Salmonella,

Protocolo 14-2012-31 de 25/07/2012


1*Professora, Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos, Universidade Federal do Mato Grosso – Campus Universitário do Araguaia,
Departamento de Engenharia de Alimentos, Av. Governador Jaime Campos, nº 6390, Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil, 78698-000, e-
mail: keilyam@ufmt.br, Tel. (66) 3401-4668; Fax: (66) 3405 5317.
2
Mestranda do Curso de Microbiologia Agrícola. Universidade Federal de Lavras – Campus Universitário, Caixa Postal 3037, Lavras –
Minas Gerais, Brasil, 37200-000, e-mail: luciana.ufla@gmail.com, Tel. (66) 3401-4668; Fax: (66) 3405 5317.
3
Professor, Doutor em Genética e Melhoramento, Universidade Federal do Mato Grosso – Campus Universitário do Araguaia, Departamento
de Agronomia, Av. Governador Jaime Campos, nº 6390, Barra do Garças, Mato Grosso, Brasil, 78698-000, e-mail: glaucovo@ufmt.br, Tel.
(66) 3401-4668; Fax: (66) 3405 5317.
240 Caracterização microbiológica, físico-química e microscópica de mel de abelhas canudo e jataí Oliveira et al.

fungi, yeasts and determine the physicochemical characteristics identifying solid insoluble in
water, minerals, acidity, hydroxymethylfurfural, moisture, reducing sugars, sucrose apparent
diastásicos ferments, pH determination, formal index, soluble solids, lugol reaction and reaction
of Lund and establish the profile microscope for the presence of impurities. All honey samples
had low microbial counts of coliforms at 30 º C and thermotolerant coliforms. However, the
count of molds, yeasts and Salmonella were outside the required standards, thus suggesting a
heat treatment for elimination of micro-organisms such as Salmonella. The physical and
chemical analyzes of ash, moisture, hydroxymethylfurfural, reducing sugars, apparent sucrose,
pH, formal index, soluble solids, lugol reaction and reaction of Lund were in accordance with
the literature and the law for honey of Apis mellifera. The analyzes of insoluble solids, acidity
and yeast diastásicos were within the proposed limits for native species, but were outside the
limits established by the legislation of A. mellifera.

Keywords: honey quality, Scaptotrigona; Tetragonisca

INTRODUÇÃO alternativa para agregar valor econômico aos


ecossistemas brasileiros, de forma sustentável
Na história da humanidade, o mel foi (Araújo et al. 2010).
uma das primeiras fontes de açúcar para o O mel destas espécies possui em sua
homem. Isso é demonstrado pelo uso do mel e composição características peculiares e pouco
pólen das abelhas nativas sem ferrão nos conhecidas, fazendo com que sejam necessários
períodos pré-hispânicos e o papel que estudos específicos e mais sistematizados da
desempenharam na dieta das comunidades produção, visando contribuir com informações
indígenas americanas. No Brasil até o século adicionais sobre a qualidade do mel e um
XIX, o mel e a cera utilizados na alimentação manejo correto e adequado. Apesar da sua
pelos índios e brancos e a confecção de velas importância, a Legislação Brasileira que
pelos jesuítas eram provenientes das abelhas dispõem sobre a padronização do mel para fins
sem ferrão (Kerr, 1996; Kerr et al. 1996; de comercialização só regulamenta o mel de
Nogueira-Neto, 1997; Cortopassi-Laurino Apis, não contemplando o mel das abelhas
2002). Atualmente, o aproveitamento dos nativas do país.
produtos das abelhas nativas brasileiras está Os padrões de identidade e qualidade do
restrito a regiões da Amazônia e Nordeste mel (Brasil, 2000) requerem, quanto aos
(Waldschimidt et al. 2007), sendo que as aspectos macroscópicos e microscópicos, que o
abelhas mais conhecidas no restante do país são produto esteja isento de substâncias estranhas
as da espécie Apis mellifera L., introduzida no de qualquer natureza, tais como: insetos, larvas,
Brasil a partir da Europa e África e que, grãos de areia e outros.
atualmente, respondem pela maior parte do mel O objetivo deste trabalho foi caracterizar
produzido no país. a qualidade microbiológica, físico-química,
As abelhas sem ferrão perfazem microscópica de mel de abelhas canudo
aproximadamente 300 espécies, sendo que a (Scaptotrigona depilis) e jataí (Tetragonisca
maioria é produtora de méis de grande angustula). Para tanto foram avaliados a
reputação. Entre as mais conhecidas, estão as qualidade microbiológica quanto à presença de
abelhas mandaçaia (Melipona quadrifasciata Coliformes a 30ºC e Coliformes
Lep.), jataí (Tetragonisca angustula Latreielle), termotolerantes, Salmonella, Fungos e
mirim (Plebeia sp) e canudo (Scaptotrigona Leveduras; determinar as características físico-
sp). As abelhas sem ferrão (meliponíneos) por químicas identificando sólidos insolúveis em
serem nativas desempenham importante papel água, minerais, acidez, hidroximetilfurfural,
na manutenção dos diversos biomas brasileiros. umidade, açúcares redutores, sacarose aparente,
O mel de meliponíneos detém maior fermentos diastásicos, determinação de pH,
valor ecológico e comercial que a da espécie A. índice de formal, sólidos solúveis (ºBrix),
mellifera embora a produtividade desta última reação de lugol e reação de Lund e estabelecer
seja superior. Por esta razão, o mel de abelhas o perfil microscópico quanto à presença de
sem ferrão se apresenta como uma importante sujidades.

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MATERIAIS E MÉTODOS índice de formal, sólidos solúveis (ºBrix),


reação de lugol e reação de Lund.
Para realização deste estudo foram Para determinação de sólidos insolúveis
obtidas amostras de méis em três enxames da foi utilizado o método gravimétrico com
espécie Scaptotrigona depilis (“abelha canudo”) filtração em papel de filtro conforme
e um enxame da espécie Tetragonisca recomendações do Ministério da Agricultura e
angustula (“abelha jataí”), provenientes da do Abastecimento (Brasil, 2000) e Instituto
criação de um produtor rural na Cidade de Adolfo Lutz (2005).
Barra do Garças – MT. Os méis foram extraídos As determinações de cinzas e acidez
com seringas descartáveis, uma para cada foram realizadas conforme recomendações do
repetição, evitando assim a contaminação das Ministério da Agricultura e do Abastecimento
diferentes amostras. Imediatamente após a (Brasil, 2000) e do Instituto Adolfo Lutz
extração as amostras foram estocadas em (2005).
frascos estéreis de 100 mL sob refrigeração a 10 Para determinação de hidroximetil-
ºC. furfural foi utilizado o método espectrofoto-
métrico, conforme recomendações do
Análises Microbiológicas Ministério da Agricultura e do Abastecimento
(Brasil, 2000) e do Instituto Adolfo Lutz
As amostras foram encaminhadas ao (2005).
Laboratório de Microbiologia de Alimentos do A determinação de umidade das amostras
Instituto de Ciências Exatas e da Terra da foi realizada por refratometria conforme
Universidade Federal de Mato Grosso para a recomendações do Ministério da Agricultura e
realização das análises microbiológicas do Abastecimento (Brasil, 2000) e do Instituto
pertinentes. Adolfo Lutz (2005).
De cada amostra foram pesadas, Para a quantificação de açúcares
assepticamente, 25g do produto e adicionados redutores foi utilizado o método titulométrico -
225 mL de Água Peptonada 0,1% (H20p) a fim procedimento modificado de Lane-Eynon,
de obter-se a diluição inicial (10-1). conforme recomendações do Ministério da
Posteriormente, 1 mL desta diluição foi Agricultura e do Abastecimento (Brasil, 2000) e
colocada em tubos contendo 9 mL de Água do Instituto Adolfo Lutz (2005).
Peptonada 0,1% (H20p), obtendo-se a diluição A determinação de sacarose aparente foi
10-2 repetindo-se os procedimentos para as realizada conforme recomendações do
demais diluições. Ministério da Agricultura e do Abastecimento
As análises microbiológicas foram (Brasil, 2000) e do Instituto Adolfo Lutz
realizadas de acordo com os métodos (2005).
recomendados pela American Public Health A presença/ausência de fermentos
Association (APHA) para determinação do diastásicos foi determinada segundo método
Número Mais Provável (NMP) de coliformes a desenvolvido no Laboratório de Tecnologia de
30 ºC e Coliformes a 45 ºC (termotolerantes) Produtos Agropecuários da UNESP-
(Kornacki & Johnson 2001), pesquisa de Universidade Estadual Paulista, Campus de
Salmonella sp. (Andrews et al. 2001), Botucatu –SP (Sant’ana et al. 2006).
enumeração de fungos filamentosos e A determinação do pH foi realizada
Leveduras (Bullerman & Gourama 2001). Os diretamente em um potenciômetro da marca
resultados das análises foram avaliados segundo Digimed, modelo DMPH-2, calibrado com
os parâmetros microbiológicos contemplados soluções tampão pH 4,0 e 7,0. Esta
pela Portaria nº 367/1997, do Ministério da determinação foi feita conforme recomendações
Agricultura e Abastecimento (Brasil, 1997). do Instituto Adolfo Lutz (2005).
A análise de formal fundamenta-se na
Análises Físico-Químicas combinação do formaldeído com grupos
amínicos dos aminoácidos. Esta determinação
As análises físico-químicas foi feita conforme recomendações do Ministério
compreenderam sólidos insolúveis em água, da Agricultura e do Abastecimento (Brasil,
cinzas, acidez, hidroximetilfurfural, umidade, 2000) e do Instituto Adolfo Lutz (2005).
açúcares redutores, sacarose aparente, A medida do índice de refração foi
fermentos diastásicos, determinação de pH, determinado diretamente por refratometria,
utilizando-se refratômetro digital da marca
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Atago, modelo N-50E, à temperatura ambiente As amostras de mel foram analisadas em


(20 ± 2 ºC). Os resultados foram expressos em microscópio óptico no Laboratório de
°Brix. Esta determinação foi feita conforme Microscopia do Campus Universitário do
recomendações do Ministério da Agricultura e Araguaia/UFMT. Uma gota do mel foi
do Abastecimento (Brasil, 2000) e do Instituto depositada entre lâmina e lamínula e observado
Adolfo Lutz (2005). em objetiva de 10x e 40x, para pesquisa de
A reação de lugol foi feita conforme sujidades e matérias estranhas.
recomendações do Ministério da Agricultura e
do Abastecimento (Brasil, 2000) e do Instituto RESULTADOS E DISCUSSÃO
Adolfo Lutz (2005). Este teste indica se houve
fraude na amostra. Análises Microbiológicas
A realização da reação de Lund foi
realizada conforme recomendações do A qualidade microbiológica está
Ministério da Agricultura e do Abastecimento relacionada muitas vezes com as condições
(Brasil, 2000) e do Instituto Adolfo Lutz higiênicas de produção e manipulação de
(2005). A ausência de albuminóides indica alimentos.
fraude. Todas as amostras de méis apresentaram
baixa contagem microbiana de coliformes a 30
Análises Microscópicas ºC coliformes a 45 ºC (termotolerantes),
indicando boa qualidade higiênico-sanitária
(Tabela 1).

Tabela 1. Análises microbiológicas de méis de S. depilis e T. angustula


Amostras Coliformes Coliformes a Fungos e Salmonella
a 30°C 45 °C Leveduras (ausência/presença
NMP.g-1 (termotolerantes) UFC/g em 25g)
NMP.g-1
Enxame 1 (S. depilis) < 0,3 < 0,3 6,4 x 104 Presença
Enxame 2 (S. depilis) 0,3 < 0,3 1,9 x 104 Ausência
Enxame 3 (S. depilis) 0,9 0,9 1,8 x 104 Ausência
Enxame 4 (T. angustula) < 0,3 < 0,3 7,0 x 103 Ausência

Observou-se pela Tabela 1 que as comercializados e coletados em diversos


contagens de fungos e leveduras de ambos os estabelecimentos varejistas do estado do Rio de
méis apresentaram-se acima do recomendado Janeiro revelaram que 17 amostras 33.3% das
na legislação de Apis (Brasil, 1997). Foi amostras analisadas estavam em desacordo com
detectada a presença de Salmonella em uma a legislação para fungos e leveduras.
amostra de mel de S. depilis podendo estar O maior problema relacionado com a
associado ao hábito forrageiro desta espécie ou presença de fungos e leveduras é a fermentação,
a presença de inquilinos contaminados na que resulta do consumo dos açúcares pelas
colmeia (Nogueira-Neto 1997). leveduras, com produção de numerosos
A Portaria nº 367, do Ministério da subprodutos que podem alterar o paladar e o
Agricultura e Abastecimento (Brasil, 1997), aroma natural do mel (Hooper 1976).
determina um máximo de 10 UFC/g de fungos É importante ressaltar que, apesar da
e leveduras e ausência de Salmonella sp. em 25 Portaria nº 367 de 1997, (Brasil, 1997), ter sido
gramas do produto. revogada pela Instrução Normativa nº 11 de
Vargas (2006), analisando amostras de 2000 (Brasil, 2000), as análises microbiológicas
méis de A. mellifera observou contagens foram realizadas tomando como base a
maiores que 3 NMP.g-1, para coliformes totais e legislação antiga, pois somente esta inclui
as mesmas amostras apresentaram maiores dados para análise microbiológica de mel de A.
contagens de fungos e leveduras (5,1 x 103 e 5,2 mellifera.
x103 UFC/g), porém não detectou presença de Análises Físico-Químicas
coliformes fecais e Salmonella sp. em nenhuma
amostra. Abreu et al. (2003), analisando 51 Os resultados das análises de sólidos
amostras de méis de Apis não inspecionados, insolúveis, cinzas, acidez, umidade, HMF,
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açúcares redutores e sacarose aparente estão representados na Tabela 2.

Tabela 2. Análise físico-química de méis de S. depilis e T. angustula


Açucares Sacarose
Insolúveis Cinzas Acidez Umidade HMF
Amostras redutores aparente
(%) (%) (mEq/Kg) (%) (mg/Kg)
(%) (%)
Enxame 1
2,01 0,18 101,10 >25 23,11 58,9 nd
(S. depilis)
Enxame 2
1,72 0,22 102,10 >25 31,76 70,7 nd
(S. depilis)
Enxame 3
2,17 0,14 92,09 >25 28,38 66,3 nd
(S. depilis)
Enxame 4
(T.angustula) 2,86 0,36 69,06 25 55,63 53,0 nd
nd: não detectado

Os sólidos insolúveis estão relacionados um limite máximo de 50 mEq/kg para mel de


com o teor de sujidade no mel (Vilhena & Apis. O valor proposto no estudo de Villas-
Almeida-Muradian 1999). Bôas & Malaspina (2005), estabelece o máximo
Os resultados na análise de sólidos de 85 mEq de acidez/kg de mel para o mel de
insolúveis apresentaram valores fora daqueles meliponíneos fresco. Desta forma, percebe-se
regulamentados pela legislação (0,1% para mel que o mel de Jataí (T Angustula) avaliado
centrifugado e 0,5% para mel prensado) (Brasil, (Enxame 4) encontra-se dentro dos limites
2000). Villas-Bôas & Malaspina (2005), propostos por Villas-Bôas & Malaspina (2005)
observaram um limite máximo de sólidos enquanto para abelha canudo (S. depilis) a
insolúveis de 0,4% para os Meliponíneos. No acidez continua acima do limite proposto.
entanto, não existe parâmetro específico de Sousa et al. (2010), analisando mel de abelha
qualidade para méis das espécies T. angustula e tiúba encontraram valores de acidez em torno
S. depilis de forma que os valores observados de 70,74 meq/kg.
podem ser normais e aceitáveis para tais A acidez do mel das abelhas sem ferrão
espécies estudadas, exigindo-se assim estudos costuma ser muito alta em relação ao de Apis
com amostras maiores e representativas dentro mellifera, fato detectável pelo sabor,
de cada espécie de meliponídeo. constituindo um dos parâmetros que define a
As amostras analisadas apresentaram preferência do consumidor pelo mel das abelhas
teores de cinzas variando entre 0,14% e 0,36%, nativas. Entretanto, a acidez pode estar
sendo estes valores situados dentro dos limites diretamente relacionada ao estado de maturação
estabelecidos pela legislação. A legislação do mel, aumentando com a fermentação (Vit et
brasileira estabelece um limite máximo de 0,6% al. 2004). Podendo haver uma correlação
para mel floral e 1,2% para mel de melato positiva entre acidez e teor de água no mel que
(Brasil, 2000). Neste sentido, resultados pode ser evidenciada pela presença de 25% de
semelhantes foram obtidos por Oliveira et al. umidade em T. angustula e valores superiores a
(2010), que ao analisar mel de abelhas da 25% para amostras de S. depilis.
espécie Tetragonisca angustula encontraram Anacleto et al. (2009), analisando mel de
valores de 0,37 +0,15% para cinzas. abelha jataí encontraram valores de umidade
Através do método de determinação de entre 23,00 a 32,50%. Resultados semelhantes
cinzas é possível determinar algumas foram obtidos por Iwama (1977), em méis de T.
irregularidades no mel, como exemplo a falta de angustula, com amplitude de 22,7 a 35,4%.
higiene e a não decantação e/ou filtração no Os valores obtidos excederam o valor
final do processo de retirada do mel máximo (20%) permitido pela legislação
(Evangelista-Rodrigues et al. 2005). vigente para A. mellifera (Brasil, 2000), porém
As amostras analisadas apresentaram todas as amostras encontram-se dentro do limite
valores de acidez 69,06 mEq/Kg para T máximo (35%) sugerido para os méis de
Angustula e uma variação de 92,09 a 102,10 meliponíneos do Brasil em estudo realizado e
mEq/Kg, para S. depilis confrontando os proposto por Villas-Bôas & Malaspina (2005).
valores exigidos na legislação, que estabelece

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Os resultados encontrados para HMF (2006), também detectaram em méis de


variaram de 23,11 a 55,63 mg/Kg. Nenhuma diferentes espécies de meliponíneos, valores
amostra ultrapassou o limite estabelecido pela entre 42,55 e 55,61% para açúcares redutores e
legislação que é de 60 mg/Kg. Villas-Bôas & 0,85 e 2,15% para sacarose.
Malaspina (2005), propõem um valor máximo A normativa vigente (Brasil, 2000)
de 40 mg/Kg para o mel de meliponíneos. elaborada a partir de méis de A. mellifera
Vit et al. (1998), encontraram uma estabelece um valor mínimo de 65% para
variação do HMF de 0,4 a 31,6 mg/kg para açúcares redutores e máximo de 6% para
Meliponini e 4,2 a 20,4 mg/kg para Trigonini. sacarose aparente, enquanto os valores
O HMF é um produto da desidratação de sugeridos para mel de abelhas sem ferrão no
hexoses em condições ácidas, numa velocidade Brasil (Villas-Bôas & Malaspina 2005) são de
que varia diretamente com a temperatura. O mel mínimo de 50% para açúcares redutores e
possui naturalmente HMF, mas seu nível máximo de 6% para sacarose.
elevado é indicativo de superaquecimento, Méis de melíponas possuem menor teor
longa estocagem ou falsificação (White 1994; em açúcares (70%) e gosto mais doce. Os
Bogdanov 1999). principais açúcares encontrados no mel são a
Os teores de açúcares redutores nas glicose e a frutose, em proporções quase iguais
amostras variaram de 53,0 e 70,7%. Já os teores (Kerr 1996), sendo importantes para o
de sacarose aparente não foram detectados. Os estabelecimento de uma série de características
valores observados estão próximos aos obtidos deste produto (Moreira & Maria, 2001).
em estudos realizados por Rodrigues et al. Os resultados das análises de fermentos
(1998), para mel de T. angustula, que foi de diastásicos, pH, índice de formal, sólidos
58,19% para açúcares redutores e 1,17% para solúveis (ºBrix), reação de lugol e reação de
sacarose aparente. Estudos de Carvalho et al. Lund estão representados na Tabela 3.

Tabela 3. Análise físico-química de méis de S. depilis e T. angustula


Índice de Sólidos
Fermentos Reação Reação
Amostras pH Formal Solúveis
diastásicos de Lugol de Lund
(ml/Kg) (ºBrix)
Enxame 1
Ausência 3,4 9,0 70,3 Negativo Presença
(S. depilis)
Enxame 2
Ausência 3,4 9,0 69,0 Negativo Presença
(S. depilis)
Enxame 3
Ausência 3,3 11,0 68,0 Negativo Presença
(S. depilis)
Enxame 4
Ausência 4,2 14,0 72,0 Negativo Presença
(T. angustula)

Foi constatada ausência em todas as o pH do mel (Evangelista-Rodrigues et al.


amostras para fermentos diastásicos. O critério 2005).
adotado é negativo quando a cor for castanha, O resultado obtido na análise de formal
nessas condições o mel esta natural. E de variou de 9,0 a 14,0 ml/Kg. Apesar dos
positivo quando apresentar coloração azul, escassos trabalhos que avaliam esse índice, os
indicando que o mel foi adulterado (Namiuchi valores obtidos são semelhantes para amostras
et al., 2009). Portanto, constatou-se que não de mel silvestres de A. mellifera, que variaram
houve nenhuma adulteração no mel. de 9,22 ml/kg (Sodré et al. 2003) a 10,10 ml/Kg
Os valores de pH variaram de 3,3 a 4,2. (Komatsu 1996).
Resultados semelhantes foram observados por Este índice não consta das características
Oliveira et al. (2010), onde os valores de pH de avaliação da qualidade do mel pelas
detectados foram de 3,87. legislações vigentes (Brasil, 2000). Porém,
O valor de pH do mel pode ser constitui um parâmetro muito importante no
influenciado pelo pH do néctar, solo ou mel por representar uma medida global dos
associação de vegetais para composição do mel compostos aminados, o que permite avaliar o
(Crane, 1987). Substâncias mandibulares da conteúdo de proteínas e aminoácidos. Em geral,
abelha acrescidas ao néctar quando do a maior importância dos aminoácidos é que eles
transporte até a colmeia também podem alterar podem fornecer caracteres que distinguem os

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Caracterização microbiológica, físico-química e microscópica de mel de abelhas canudo e jataí Oliveira et al. 245

tipos de méis entre si e de méis falsificados índice de formal, sólidos solúveis, reação de
(Crane 1987). lugol e reação de Lund apresentaram-se dentro
O teor de sólidos solúveis variou de 68 a de padrões legais para Apis mellifera e em
72 ºBrix. Sousa et al. (2010), em estudo de mel conformidade com a literatura. As análises de
de abelhas mandaçaia detectaram 66 ºBrix, e sólidos insolúveis, acidez e fermentos
para mel de abelha tiúba detectaram 61 ºBrix. diastásicos estavam fora dos limites
Ressalta-se que a legislação não recomenda estabelecidos pela legislação de Apis, embora
valores mínimos e/ou máximos para este não signifique adulteração do produto e sim
parâmetro. peculiaridades dos méis das espécies estudadas.
Todas as amostras apresentaram
resultado negativo para reação de lugol,
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
indicando ausência de amido ou dextrinas no
mel. Essa análise demonstra não haver fraude Abreu, B.X; Ristow, A.M.; Cavallo, E.G.
por adição de açúcar. Pesquisa de fungos e leveduras em méis não
Paulino & Marcucci (2009), em estudo inspecionados comercializados no estado do
do mel de Apis, também confirmam resultados Rio de Janeiro. In: Simpósio Latino
negativos, mostrando que as amostras não Americano De Ciências De Alimentos, 5,
apresentam adulteração com xarope de amido 2003, Campinas-SP. Anais... Campinas,
de milho. 2003. CD-ROM.
A reação de Lund indicou a presença de Anacleto, D.A.; Souza, B.A.; Marchini, L.C.;
albuminóides (proteínas, ou seus precursores), Moreti, A.C.C.C. Composição de amostras
que são componentes naturais do mel. Houve de mel de abelha Jataí (Tetragonisca
formação de um precipitado no fundo da angustula latreille, 1811). Ciência e
proveta no intervalo considerado referência (0,6 Tecnologia de Alimentos. v.29, n.3. 2009.
a 3,0 ml). Estudos realizados por Paulino & Andrews, W.H.; Flowers R.S.; Silliker J.;
Marcucci (2009), também comprovam o Bailey J.S. Salmonella. In: Downes, F.P.;
resultado encontrado, com formação de Ito, K. (Ed.) Compendium of Methods for
precipitado. the Microbiological Examination of
Foods. 4th ed. Washington, D. C. American
Public Health Association (APHA), 2001.
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Apha - American Public Health Association.
Não foram detectadas presença de Compendium of methods for the
matérias estranhas em nenhuma das amostras. microbiological examination of foods. 4.
Os padrões de identidade e qualidade do mel ed. Washington, DC, 2001. 676p.
(Brasil, 2000) requerem, quanto aos aspectos Araújo, A. L. L.; Fernandes, E. A. N.; Bacchi,
macroscópicos e microscópicos, que o produto M. A. Estudo da composição química do
esteja isento de substâncias estranhas de mel de abelhas sem ferrão. In: Congresso
qualquer natureza, tais como: insetos, larvas, Brasileiro de Apicultura e Congresso
grãos de areia e outros. Brasileiro de Meliponicultura, 18., 4., 2010,
Cuiabá- MT, Anais..., Cuiabá-MT, 2010.
CD-ROM.
CONCLUSÕES Bogdanov, S. Honey quality and international
regulatory Standards: review by the
Pelas análises realizadas, conclui-se que International Honey Commission. Bee
em termos microbiológicos, o mel da abelha Word, v.2, n.80, p.61-69, 1999.
Jataí (T. angustula) é adequado ao consumo “in Brasil. Portaria nº 367, de 4 de setembro de
natura”, enquanto que uma amostra do mel de 1997. Regulamento técnico para fixação de
abelha canudo (S. depilis) não estava adequada identidade e qualidade de mel. Diário
para o consumo “in natura” por apresentar Oficial [da] República Federativa do
riscos à saúde do consumidor por estar Brasil. Brasília, DF, 08 set. 1997. Seção 1,
contamindo com Salmonella sugerindo assim p. 19696.
um tratamento térmico para eliminação deste Brasil. Instrução Normativa nº 11, de
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