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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA INFORMÁTICA

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA INFORMATIZADO PARA A GESTÃO DE


PROCESSOS DE OCORRÊNCIAS VIOLENTAS NA CIDADE DE MAPUTO

Autor:

FAZIR, Wiliamo Salomão

Supervisor:

Nilza Collinson

Maputo, 2021
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE ENGENHARIA INFORMÁTICA

DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA INFORMATIZADO PARA A GESTÃO DE


PROCESSOS DE OCORRÊNCIAS VIOLENTAS NA CIDADE DE MAPUTO

Autor:

FAZIR, Wiliamo Salomão

Supervisor:

Nilza Collinson

Maputo, 2021
UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

FACULDADE DE ENGENHARIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELECTRÓTECNICA

TERMO DE ENTREGA DE RELATÓRIO DO TRABALHO DE LICENCIATURA

Declaro que o estudante Wiliamo Salomão Fazir entregou no dia ___/___/2021 as


cópias do relatório do seu Trabalho de Licenciatura com a referência: _______________
intitulado: DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA INFORMATIZADO PARA A GESTÃO DE
PROCESSOS DE OCORRÊNCIAS VIOLENTAS NA CIDADE DE MAPUTO.

Maputo, ____ de ____________ 2021

O chefe da Secretária
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais Salomão Abdala Fazir em Memória e Augusta
Guilherme Ncunga, em especial a minha mãe que deu o seu melhor para me tornar o
homem de hoje. Dedico também a minha parceira Sidoca Caetano pela paciência e
compreensão no dia-a-dia, e também a minha filha Wallina Fazir.

i
AGRADECIMENTOS

O presente trabalho de conclusão do curso para aquisição de grau de licenciatura,


resultou de várias contribuições que determinaram o sucesso do trabalho, neste âmbito
agradeço:

 A ALLAH pela essência da vida, do destino e pela bênção;


 Agradeço a minha mãe Augusta Ncunga pelo esforço moral e financeiro para
concretização deste feito;
 Agradeço a docente Nilza Collinson pela dedicação na supervisão do trabalho de
pesquisa;
 A faculdade de Engenharia da Universidade Eduardo Mondlane, por dispor de
recursos para a formação deste estudante finalista;
 Aos docentes que forneceram a matéria-prima para a saída deste produto que
será sem dúvida um contributo para a sociedade, para o pais e para a ciência;
 Agradecer ao Ministério do Interior por autorizar e disponibilizar informação para
o fornecimento de dados de pesquisa.
 Agradecer o Serviço de Medicina Legal do HCM, por disponibilizar todos recursos
para a colecta de dados.

ii
Epígrafe

“Conhecimento sem transformação não é sabedoria”

(Paulo coelho)

iii
RESUMO

As ocorrências violentas são consideradas na generalidade como problema de saúde


pública. Os casos de acidente de viação, violência doméstica e crime sexual, têm
contribuído em números consideráveis de vítimas em Moçambique e no mundo.

Em Moçambique alguns dos factores que contribuem para o número significativo de


casos, apontam-se os aspectos demográficos como superpovoamento, crescimento
populacional, Migração sazonal e definitiva, êxodo rural e metropolização e
desenvolvimento socioeconómico como a oferta de serviços públicos à população.

O governo e parceiros (OMS, Sociedade Civil, Unicef, AVIRO), tem evidenciado esforços
criando, divulgando e aplicando Leis, sensibilizando e planificando acções na sociedade
para a mitigação deste mal, mas os resultados não apresentam um conforto para o
governo assim como para os parceiros. Um provável factor determinante que contribui
para o desconforto pode estar associado a falta de coerência entre os dados partilhados
pelos órgãos da polícia (Esquadras, postos policiais), Procuradorias (Da Cidade e
Distritais), Tribunais e os Serviços de medicina Legal.

O presente documento apresenta um estudo sobre as etapas do processo documental


de casos de ocorrência violenta na cidade de Maputo, na qual com base em
conhecimentos adquiridos durante a formação, produzir uma ferramenta tecnológica
para os funcionários da polícia (Esquadras, postos policiais), Procuradorias (Da Cidade
e Distritais), Tribunais e os Serviços de medicina Legal, envolvidos no processo de
ocorrências violentas, de forma à auxiliar na colecta, processamento e disponibilização
de dados entre as entidades envolvidas nesse processo.

Para a satisfação do trabalho desenvolvido foram identificadas as instituições e sectores


envolvidos no processo de ocorrências violentas, a fim de desenvolver conhecimento
necessários sobre os fluxos de informação envolvidos no processo das ocorrências
violentas, que permitiu descrever os constrangimentos desse processo e propor um
modelo de solução adequado e com base na notação científica. Para tal, foram aplicadas
ferramentas apropriadas, de forma a garantir o processo de desenvolvimento de um
protótipo que representa uma proposta que contribuirá para minimizar o problema
apresentado nesta pesquisa

iv
Abstract

Violent occurrences in general are considered public health problems. Traffic accident
cases, domestic violence and sexual crime have contributed to a considerable number of
victims in Mozambique and worldwide. In Mozambique, some of the factors that
contribute to the significant number of cases are demographic aspects such as
overpopulation, population growth, seasonal and permanent migration, rural exodus and
metropolization and socio-economic development such as the provision of public services
to the population. The government and partners (WHO, Civil Society, Uniceff, AVIRO),
have shown efforts to create, disseminate and apply laws in society, sensitizing the
population, but the results do not provide comfort for the government as well as for the
partners. A probable determining factor that contributes to the discomfort may be
associated with the lack of coherence between the police bodies (Police stations, police
stations), Attorneys (City and District), Courts and the Legal Medicine Services.

This document presents a study on the stages of the documentary process of cases of
violent occurrence in the city of Maputo, in which, based on knowledge acquired during
training, produce a technological tool for police officers (Police stations, police stations),
Prosecutors (City and District), Courts and Legal Medicine Services, involved in the
process of violent events, in order to assist in the collection, processing and availability
of information between the entities involved in this process.

For the satisfaction of the work developed, the institutions and sectors involved in the
process of violent occurrences were identified, in order to develop the necessary
knowledge about the information flows involved in the process of violent occurrences,
which would allow later describing the constraints of this process and proposing a model
appropriate solution based on scientific notation. To this end, appropriate tools will be
applied, in order to guarantee the process of developing a prototype that will represent a
contribution proposal to minimize the problem presented in this research.

v
ÍNDICE
1.1. Contextualização ................................................................................................ 1

1.2. Delimitação da pesquisa .................................................................................... 2

1.3. Definição do problema........................................................................................ 2

1.4. Justificativa ......................................................................................................... 4

1.5. Objectivos ........................................................................................................... 5

1.5.1. Objectivo geral ............................................................................................. 5

1.6. Metodologia ........................................................................................................ 6

1.6.1.2. Recolha de Dados .................................................................................... 7

Análise de dados ...................................................................................................... 8

1.6.2. Metodologia de Desenvolvimento ................................................................ 8

Fases de desenvolvimento ....................................................................................... 8

Ferramentas usadas ................................................................................................. 9

1.7. Estrutura do trabalho .......................................................................................... 9

2. CAPITULO II: REVISÃO DA LITERATURA ............................................................ 10

2.1. Ocorrências Violentas ...................................................................................... 10

2.1.1. Acidente de Viação .................................................................................... 11

2.1.2. Violência Doméstica .................................................................................. 13

Violência Sexual ..................................................................................................... 15

2.2. Gestão de Processos ....................................................................................... 16

2.2.1.3. Informações nas Organizações .............................................................. 22

2.3. Conceito e Definições de gestão de processo .............................................. 23

2. CAPÍTULO III: CASO DE ESTUDO ........................................................................ 24

2.1.0. Descrição do Local de Pesquisa ................................................................... 24

2.2.1. Descrição da Situação Actual ....................................................................... 25

Identificação das entidades envolvidas no Processo de Ocorrências Violentas


(POV) ...................................................................................................................... 25

Descrição do fluxo de actividades dos processos de ocorrências violentas ........... 27


vi
2.3. Constrangimentos de todo POV no modelo actual ........................................... 32

3. CAPITULO V: PROPOSTA DE SOLUÇÃO ............................................................ 33

3.1. Descrição da proposta de solução ................................................................... 33

3.1.1. Descrição da implementação ..................................................................... 35

3.1.2. Modelo de arquitectura do software ........................................................... 36

3.2. Vantagens da solução proposta ....................................................................... 37

3.3. Modelo de desenvolvimento do protótipo do sistema ....................................... 37

3.3.1. Requisitos do sistema ................................................................................ 39

3.3.1.4. Caso de uso da solução proposta .......................................................... 46

4. CAPITULO IV: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................................. 52

5. CAPITULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES ........................................... 54

5.1. Conclusões....................................................................................................... 54

5.2. Recomendações............................................................................................... 55

BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................. 55

vii
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Imagem de acidente de viação envolvendo 2 veículos automóveis ............... 12


Figura 2: Imagem do gráfico de Acidentes rodoviários mais frequentes registados pela
Polícia, Moçambique 2015-2017 ................................................................................... 13
Figura 3: Imagem ilustrativa de violência doméstica ..................................................... 13
Figura 4: Imagem de gráfico de Casos reportados de adultos e crianças, Moçambique
2016-2018 ..................................................................................................................... 15
Figura 5:Imagem de gráfico crianças de 0 a 17 anos vítimas de violência por sexo,
segundo violência sexual, Moçambique 2018 ............................................................... 16
Figura 6:Hierarquia do processo: Processo, sub-processo, actividade, tarefas ............ 18
Figura 7:Modelo representativo de diagrama de sistemas ............................................ 20
Figura 8:Etapa metodológica para a GP ....................................................................... 24
Figura 9: Esquema representativo do Processo de Ocorrência Violenta ...................... 28
Figura 10: Modelo ilustrativo da solução proposta ........................................................ 35
Figura 11: Modelo de arquitectura de implementação do software proposto ................ 36
Figura 12: Diagrama de Caso de Uso ........................................................................... 47
Figura 13:Diagrama de classe de objecto ................................................................ A- 2 -
Figura 14: Diagrama de actividade para registo da vitima ........................................ A- 3 -
Figura 15:Diagrama de actividade para criar_processo_vitima ................................ A- 4 -
Figura 16:Diagrama de actvidade de registo de informção da vítima ....................... A- 5 -
Figura 17:Diagrama de actividade para impressão de relatório individual ............... A- 6 -
Figura 18:Proposta de Login para o sistema ............................................................ A- 7 -
Figura 19:Interface de autenticação ......................................................................... A- 8 -
Figura 20:Interface Principal do sistema .................................................................. A- 9 -
Figura 21: Lista de processos criados .................................................................... A- 10 -
Figura 22: Interface para criação da ficha de processo, realizado pelos utilizadores das
esquadras ou postos policiais credenciados .......................................................... A- 11 -
Figura 23: formulário para criação do processo, feito pelos utilizadores da polícia
(esquadras ou postos policiais) credenciados ........................................................ A- 12 -
Figura 24: Informação da polícia, preenchidos pelos utilizadores da polícia .......... A- 13 -
Figura 25: Interface para colectar dados da vítima, preenchido pelos utilizadores da
polícia ..................................................................................................................... A- 13 -
Figura 26: Interface para o utilizador do hospital .................................................... A- 14 -

viii
Figura 27: Interface para a avalização do exame objecto, preenchido pelos utilizadores
médicos .................................................................................................................. A- 14 -
Figura 28: interface de conclusão do processo, preenchido pelos utilizadores médicos
............................................................................................................................... A- 15 -
Figura 29: Lista de processos concluídos .............................................................. A- 16 -
Figura 30: Lista de processos concluidos ............................................................... A- 17 -
Figura 31: Relatório individual de Ocorrências Violentas ....................................... A- 19 -
Figura 32: Modelo de estatística por tipo ................................................................ A- 20 -
Figura 33: Plano de actividade do trabalho de pesquisa ........................................ A- 22 -

LISTA DE TABELAS

Tabela 1:Tabela de entidades envolvidas involvidas no POV ....................................... 27


Tabela 2:Tabela comparativa de preçários de pacote de dados das redes de telefonia
móvel, extraída do INCM, no Relatório de estatístico 2017 ........................................... 36
Tabela 3: Ferramentas usadas na modelagem do sistema para a gestão de processo
de ocorrências violentas ................................................................................................ 39
Tabela 4:Descrição dos graus dos requisitos ................................................................ 40
Tabela 5: Requisitos Funcionais do Sistema ................................................................. 44
Tabela 6:Requisitos Não Funcional ............................................................................... 46

ix
LISTA DE SÍMBOLOS

AP Administração Pública
DPT Departamento de Transito
HCM Hospital Central de Maputo
INATTER Instituto Nacional de Transportes Terrestres
INE Instituto Nacional de Estatística
MINT Ministério do Interior
MISAU Ministério Da Saúde

MJACR Ministério Da Justiça Assuntos Constitucionais e Religiosos


MP Ministério Público
OMS Organização Mundial da Saúde
OV Ocorrência Violenta
PGR Procuradoria-geral Da República
POV Processo de Ocorrências Violentas
PRM Polícia Da República de Moçambique
SERNIC Serviço Nacional de Investigação Criminal
SGI Sistema de Gestão de Informação
SML Serviço de Medicina Legal
TIC’s Tecnologia de Informação e Comunicação

x
GLOSSÁRIO

A
Ambulatórios: Enfermaria para tratamento de doentes

C
Confiabilidade: termo informático que refere ao grau de confiança de um sistema

E
Expandibilidade: termo informático para referir a expansão ou evolução de
sistema.
Elucidativos: esclarecedores

F
Forenses: Refere ao foro judicial

I
Insumos: Material fundamental para o desenvolvimento. Ou simplesmente input

L
Laudo: Opinião especializada sobre um determinado assunto: laudo Medico

M
Metropolização: é o processo de crescimento urbano de uma cidade e sua
constituição como centralidade de uma região metropolitana;
Médico-legais: Médico encarregado de exames e laudos que tem valor legal.

P
Perpetrador: Indivíduo que cometi ou aquele perpetra

R
Responsivo: Website que se altera de acordo com o dispositivo em que é
visualizado, reorganizando suas informações e aparência.

S
Server Rom: É uma sala de servidora geralmente climatizada, dedicada a
operação contínua de servidores de computador.

xi
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Contextualização
A necessidade de prevenir, prolongar a vida e promover saúde através de esforços
organizados da sociedade é a essência da Saúde Pública, que as suas actividades visam
reforçar o sistema de acção com objectivo de melhorar saúde e bem-estar dos cidadãos e
prevenir a sua deterioração. (Saúde+Pública apud Acheson, 1998; OMS). Em contra
partida as ocorrências violentas são consideradas na generalidade pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) como uma problemática de saúde pública, no qual segundo
mesma organização, no que tange as ocorrências traumáticas como o caso de acidente
de viação, violência doméstica e violência sexual anualmente há mais de 1.2 milhões de
mortes e 50 milhões de feridos no mundo vítimas de ocorrências violentas.

Segundo o Instituto Nacional de Estatística, de 2013 a 2019, Moçambique registou 14659


acidentes de viação que causaram 34333 vítimas, destas 10219 resultaram em feridos
graves, 12347 em feridos ligeiros e 11767 em óbitos. Durante esse período o país
registou em média 7 acidentes por dia que culminaram com 5 vítimas mortais.

No que se refere aos outros tipos de ocorrências, em 2018 foram instaurados 1843
processos de casos de violência sexual pela Procuradoria-geral da República, para o
caso de violência doméstica em cada 10000 pessoas, 9.5 em média são vítimas de
violência doméstica. Essa problemática é entediada como problema de saúde pública
que deve ser combatida por todos.

O atendimento as vitimas de ocorrências violentas envolve as esquadras ou postos


policiais, os hospitais ou postos de saúde, Procuradorias, Serviço de Investigação
Criminal (SERNIC) e Serviço de Medicina Legal. As esquadras ou postos policiais com
o objectivo de dar resposta imediata as preocupações de prevenção, investigação e
combate a criminalidade no âmbito da garantia da segurança do cidadão e dos seus
bens (MINT, 2021). Os hospitais ou centro de saúde, com a função de prestação de
cuidados clínicos básicos e incremental ou não, em regime de internamento e de
atendimento em ambulatórios a doentes que não encontram soluções para os seus
problemas de saúde nos níveis inferiores (Diploma Ministral, 39/2004). SERNIC, com o
objectivo de prevenir e investigar actos de natureza criminal, bem como realizar
actividades atinentes à instrução preparatória dos processos-crime (Boletim da
República, 9/1/2017). Procuradoria, com objectivo emitir pareceres jurídicos, por
imperativo da lei e por solicitação do conselho de Ministros e Participar nas acções, de
1
prevenção e combate à criminalidade (PGR, 2021). Por fim os Serviços de Medicina
Legal (SML) com o objectivo de prestação de serviços periciais médico-legais e forenses,
cooperando com os tribunais e demais entidades que intervêm na administração da
justiça e entidades policiais (Legal, 2021).

A colecta de dados no atendimento as vitimas de ocorrências violentas é feita através de


registos em livros de ocorrência e/ou digitado no computador na ferramenta word. Essa
forma de colecta de dados considera-se menos eficaz em relação as técnicas de colecta
através de ferramentas tecnológica. Dai o trabalho desta pesquisa desenvolve uma
ferramenta tecnológica para a colecta de dados de ocorrência violenta, com o propósito
de tornar flexível e coerente a colecta, processamento e disponibilização dos dados entre
as entidades envolvidas no processo de ocorrência violenta, de forma a contribuir para
minimizar o problema de saúde pública apresentado no trabalho de pesquisa.

1.2. Delimitação da pesquisa


Tendo em conta o tempo para o desenvolvimento do projecto de pesquisa e custo
associado a pesquisa, foi escolhida a província da Cidade de Maputo como área de
pesquisa com maior incidência nos Serviços de Medicina Legal do HCM.

Todos os casos de ocorrências violentas que incidem nesta área são avaliadas nesse
Serviço e por este fornecer facilidade e recursos para a pesquisa.

Dentro desta área foram recolhidos dados nas Esquadras da Polícia e Postos policiais,
Instituto Nacional de Estatística (INE), Procuradoria-geral da República e os Serviços de
Medicina Legal do HCM.

1.3. Definição do problema


A ocorrência violenta (OV) na sua generalidade é descrita como um problema grave em
todo mundo, especialmente em países em via de desenvolvimento. Em Moçambique
estas ocorrências são analisadas de forma separadas, sendo alguns dos principais
casos de OV a destacar os acidentes de viação, violência contra o género, ofensas
corporais, entre outros, mas todos são descritos como problema de saúde pública.
(Machava, 2011). Vários actores, tanto internacionais como nacionais, tem discutido e
pesquisando sobre essa problemática, a título de exemplo: A OMS (2017) através do

2
“relatório do Comité Regional para África”, Machava (2011) na sua tese de Mestrado
sobre a “caracterização da sinistralidade Rodoviária na Província de Maputo”, o Fórum
Mulher no livro “Violência Sexual Baseada no Género”, entre outros.

Em Moçambique em particular no que se realça sobre às principais ocorrências violentas


registadas no período entre 2013 a 2019, é importante observar o seguinte:

 Segundo dados do relatório do INE sobre os Acidentes de Viação, o país registo de


2013 a 2019 14659 Acidentes de Viação, com mais destaque para os atropelamentos,
choque entre veículos, despiste e capotamento que vitimaram 34333 pessoas, das
quais 10219 em feridos graves, 12347 feridos ligeiros e 11767 em óbitos, para além
disso também tiveram danos materiais avultados. Durante este período o país
registou uma média de 7 acidentes diários que desses 5 resultaram em óbito. Das
31956 vítimas 55 porcentos correspondentes a indivíduos de idade entre 18 a 45
anos, 22 porcento foram crianças e adolescentes;
 No que tange os casos de violência doméstica, no período de 2015 a 2017, em cada
10000 indivíduos 9,5 em média foram vítimas de violência doméstica em
Moçambique (INE, 2018), durante esse período foram reportados pelo Gabinete de
Atendimento a Família e Menor Vitima de Violência Doméstica (GA), 75253 casos,
destes são maiores de 17 anos e os restantes eram indivíduos menor ou igual a 17
anos;
 Em 2018, foram instaurados 1843 processos por casos de violência sexual, contra os
1756 do ano de 2017, correspondente a um aumento de 4,8%, refere um relatório
oficial da PGR, em contrapartida o relatório do INE sobre violência doméstica, na
sessão de crime contra liberdade sexual, reporta que os crimes contra liberdade
sexual de menores totalizam 943 casos em 2018, sendo 910 mulheres e 33 homens;

Diante dos factos apresentados acima é notório observar a quantidade de vítimas


resultantes de ocorrências violentas. Nos últimos anos, o governo e parceiros têm
imprimido esforços para a mitigação dos casos e os resultados tendem a reduzir, embora
com alguma latência considerável. O provável factor determinante, que contribui para a
latência, pode estar associado a falta de coerência de dados partilhada entre os
diferentes órgãos que constituem o sector público em Moçambique envolvente no
processo dessas ocorrências (polícia, procuradoria, tribunais e Saúde).

3
A falta de coerência de dados partilhada entre a polícia, procuradoria, tribunais e Saúde
é sustentada pelos autores Raisman & Lalá (2012), Conceição & Silva (2016), o Relatório
do INE de Acidentes de viação2019 e o Informe Anual 2020 do Procurador-Geral da
República à Assembleia da República.

Os autores Conceição & Silva (2016) as suas análises apresentam a ausência de


articulação na tipificação entre a polícia, a Procuradoria, os tribunais e as organizações
da sociedade civil, como uma problemática no POV, baseando-se na divergência entre
o número de casos registados nas diversas unidades de análise, com representações
sociais sobre a Violência Doméstica reveladas pelas “perdas” constantes dos processos
no ciclo entre polícia, procuradoria e tribunais. Autores Raisman & Lalá abordam a
problemática de inconsistência entre os dados partilhados entre a polícia e a PGR, e
neste trabalho verificou-se a divergência dos dados das OV publicados entre o INE e
PGR nos seus relatórios e informe.

Esta problemática concorre para morosidade na elaboração de plano para mitigação


destes tipos de casos, eventualmente devido a morosidade na disponibilização dos
dados das referidas ocorrências entre sectores dependentes para a operacionalização
da informação.

A pergunta que coloca-se é de que forma pode-se disponibilizar os dados de


maneira flexível, de modo a acelerar a elaboração do plano que possa mitigar a
elevada onda de ocorrências violentas?

1.4. Justificativa
A Estratégia Governamental da Reforma e Desenvolvimento da Administração Pública
no plano de acção de 2018, na componente transversal, que visa promover a
aproximação entre os Órgãos Centrais e Locais; Reforçar a utilização das Tecnologias
de comunicação; Garantir a integridade e partilha de dados e conhecimento entre
sectores e facilitar a prestação de serviços, agilizando e simplificando processos e
procedimentos. Comissão Interministerial da Reforma Da Administração Pública (2018),
deu luz verde os gestores de algumas instituições locais ou centrais procurassem formas
para responder a necessidade da reforma da AP, algumas delas são o serviço de
Anatomia Patológica e o Serviço de Medicina Legal, ambas do Hospital Central de
Maputo.

4
Os dois serviços solicitaram a informatização de processos de algumas das suas
actividades, como o caso de gestão de processos clínicos nos Serviços de Anatomia
Patológica e gestão de processos Laudo pericial no vivo e no morto, isto é, gestão de
processo traumáticos e das Autópsias nos Serviços de Medicina Legal. Foi através de
um consultor daqueles serviços que fui convidado a participar no projecto de
desenvolvimento e implementação de sistemas que respondessem as necessidades
daqueles serviços, e este só foi possível graças a evolução e acumulação de
competências científica e tecnológicos adquiridos durante a formação.
A oportunidade de participar nesses projectos criou a motivação para a escolha
específica do tema, através de conhecimentos adquiridos na matéria daqueles serviços.
É evidente que as TIC’s são assuntos de destaque da actualidade, principalmente
quando trata-se de partilha de dados entre diversos intervenientes dum único processo,
prestação de serviços, entre outros; O comércio electrónico e a publicação de serviços
on-line que vêm sendo adoptados pela maioria das organizações são exemplos
elucidativos dos ganhos que as tecnologias proporcionam para o desenvolvimento em
todas as dimensões políticas, sociais e económicas (NHACUONGUE, 2011). Este tema
serve de contributo académico, bem como profissional nas áreas das TIC’s no que tange
a transformação de processos analógicos (do mondo real) para o digital, como forma de
garantir os mecanismos de colecção, organização, armazenamento e recuperação de
informações. Desta forma, flexibilizando o processamento para a tomada de decisões
céleres em resposta das necessidades colectivas públicas.
Essa pesquisa tem um grande impacto social, pois permite que os intervenientes tenham
acesso a informação de forma íntegra e flexível para que possa ser usada como forma
de reduzir o número de vítimas de ocorrências violentas na Cidade e Província de
Maputo.

1.5. Objectivos
1.5.1. Objectivo geral
Propor o desenvolvimento de um sistema para a gestão de processos sobre ocorrências
violentas na Cidade de Maputo.
5
1.5.2. Objectivos específicos
 Identificar as instituições e sectores envolvidos na gestão de processos de
ocorrências violentas;
 Descrever as actividades e o fluxo de informação dos processos de ocorrências
violentas;
 Identificar os constrangimentos dos processos de ocorrências violentas;
 Propor um modelo conceptual para o sistema de gestão de processos de
ocorrências violentas;
 Desenvolver um protótipo da solução proposta.

1.6. Metodologia
Para alcançar os objectivos propostos acima, associados ao desenvolvimento de um
sistema que permita fazer a gestão dos processos de ocorrências violentas na Cidade
de Maputo, conduziu-se uma pesquisa prévia do contexto descrito na Definição do
Problema. Nestes termos, atendendo que o trabalho se propõe a resolver o problema de
coerência dos dados partilhados entre os sectores da Policia, Saúde, Procuradoria,
Justiça e Sociedade Civil na Cidade de Maputo. Assim sendo, quanto à finalidade a
mesma pode ser considerada como sendo uma Pesquisa científica aplicada, pois
destina-se a gerar soluções aos problemas humanos, entender como lidar com um
problema (Zanella, 2013, apudTrujillo, 1982, p.168).

Por outro lado, segundo Zanella (2013) apud Gil (2007), as pesquisas podem ser
classificadas quanto aos objectivos em três tipos de pesquisas: exploratórias,
descritivas e explicativas. Neste trabalho conduziu-se uma Pesquisa exploratória,
coma finalidade de aplicar o conhecimento a respeito de um determinado fenómeno
Zanella (2013), e permitir aumentar o conhecimento acerca da situação em que pretende
realizar tal estudo (Júnior, 2015).

O presente trabalho usou uma abordagem de Pesquisa Qualitativa, que segundo Zanella
(2013), é suportada principalmente pelo uso de técnicas de colecta e análises
qualitativas, e não depende necessariamente do uso de métodos e ferramentas
estatístico na análise dos dados.

1.6.1.1. Processo de Pesquisa


6
A condução da pesquisa privilegiou momentos principais: recolha e análise de dados. A
recolha de dados incidiu sobre os locais da polícia (5ª Esquadra e 12ª Esquadra) e os
serviços de Medicina Legal do HCM, tendo sido seleccionados os grupos de técnicos da
polícia e GA que atendem nas esquadras, os técnicos da secretaria dos e os médicos
especialistas na área forense dos Serviços de Medicina Legal do HCM, devido ao custo
financeiro associado a pesquisa e aspecto abordado no trabalho de pesquisa ser de
natureza delicada, sendo que todos casos de ocorrências violentas que ocorrem nestas
duas áreas são avaliadas nesse Serviço com base em entrevistas aos técnicos da
polícia, os técnicos da secretaria e os médicos fornece de Medicina Legal do HCM. A
recolha também incluiu os nos relatórios do INE de 2019 sobre os acidentes de viação e
Violência Sexual, no Informe Anual de 2020 a assembleia da República da PGR.

A análise de dados foi baseada em modelo PESTEL, por esta abordar questões que vão
de acordo com o trabalho, tais como, política, económica, social e tecnologia.

1.6.1.2. Recolha de Dados


No presente trabalho de pesquisa foram utilizadas scomo técnicas para a colecta de
dados a pesquisa documental, a entrevista e a observação, conforme se descreve de
seguida:

 Pesquisa Documental: Consiste em investigar os documentos de natureza


quantitativa e/ou qualitativa, podem ser encontrados junto à empresa [dados
secundários internos] como os relatórios e manuais da organização, relatórios de
estatísticos de ocorrências violentas, relatório de acesso a informação, entre outros,
e externos, como as publicações [censo demográfico, industrial] e resultados de
pesquisas já desenvolvidas para descrever e comparar usos, costumes, tendência e
diferenças (Junior, 2015).
 Entrevista: Consiste na interacção social, uma forma de diálogo assimétrico, em que
uma das partes busca obter dados, e outra se apresenta como fonte de informação.
(Gerhardt, T. E et al). Será usado este método para recolher os dados de
funcionamento de sectores da polícia, Saúde, Procuradoria e Justiça. Para tal será
usada o tipo de entrevista orientada e em grupo.
 Observação: Esta técnica consiste fazer o uso dos sentidos para apreensão de
determinados aspectos da realidade. (Gerhardt, T. E et al). Para essa pesquisa será
usada o tipo de observação assistemática.

7
1.6.1.3. Análise de dados
Para análise de dados foi usada uma técnica de análise qualitativos. Conteúdo, esta
técnica visa obter, por procedimentos sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo
das informações, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de
conhecimentos relativos às condições de produção e recepção dessas informações
(Gerhardt, T. E et al apud Bardim, 1972, p. 42). Nesta pesquisa foi usada a ferramenta
de análise de dados, PEST (Acrónimo da analise Política, Económica, Social e
Tenológica) por esta abordar questões que vão de acordo com o trabalho.

Com base na informação obtida através da recolha e análise de dados foi possível
descrever um Caso de Estudo, que segundo Zanella (2013) facilita o estudo exaustivo
dos objectos de pesquisa e permite aprofundar o seu conhecimento. É, ainda, aplicável
para o conhecimento da realidade de um indivíduo, de um grupo de pessoas, de uma ou
mais organizações em profundidade Zanella (2013), como é o caso do presente trabalho.

Sobre o Caso de Estudo foi aplicada uma metodologia de desenvolvimento para permitir
a produção de um protótipo da solução proposta, como se descreve na subsecção
seguinte.

1.6.2. Metodologia de Desenvolvimento


Com vista o alcance do desenvolvimento da solução proposta, a metodologia escolhida
foi o modelo de desenvolvimento em cascata, onde as actividades de especificação de
requisitos, projecto, implementação, teste e manutenção da solução proposta, são
representadas em fases distintas. Este modelo foi escolhido por ser consistente e viável,
sendo que os gerentes envolvidos no projecto podem monitorar o progresso de acordo
com o plano de desenvolvimento (Sommerville, 2011).

1.6.2.1. Fases de desenvolvimento


A fase do desenvolvimento da solução proposta obedeceu a seguinte sequência,
modelação do cenário actual e modelação da proposta de solução. Por razões de tempo,
não foi possível trazer a fase da implementação e testes, onde estes compreendiam os
seguintes passos: definição do ambiente de teste, tipos de testes, implicações (recursos
e custos) para implementação na organização, grupo seleccionado para o teste,

8
definição do perfil de desenvolvedores, definição da linguagem, definição da ética de
desenvolvimento, formas de desenvolvimento e definição das configurações.

Na modelação do cenário actual foram obedecidos os seguintes passos: identificação


das instituições e sectores envolvidos no processo de ocorrências violentas, que são as
esquadra ou postos da polícia, os hospitais ou postos de saúde, as Procuradorias e o
Serviço de Medicina Legal do HCM; Na qual com base em na recolha de dados através
de levantamento documental, entrevista se observações feitas no sector da polícia (12ª
e 5ª esquadra), hospitais e Serviço de Medicina Legal do HCM desenvolveu
conhecimento sobre os fluxos de informação envolvidos no processo das ocorrências
violentas, que através do qual permitiu descrever os constrangimentos desse processo.

Com base nos constrangimentos identificados na modelação do cenário actual. A fase


de modelação da solução proposta obedeceu os seguintes passos: elicitação e análise
dos requisitos, com auxílio da técnica de objectivos SMART, onde com o grau de
classificação dos da prioridade dos requisitos determinou-se os requisitos funcionais e
não funcionais do sistema, que de seguida criou-se um diagrama de caso de uso para
determinar os actores e acções do sistema, na qual descreveu-se o resumo
especificação do caso de uso referente ao diagrama, que foi apresentada em uma
tabela.Com base na especificação dos requisitos foi criado os diagramas de actividade
e o modelo de classe dos objectos, que por fim culminou com o desenho do protótipo da
solução.

1.6.2.2. Ferramentas usadas


No presente trabalho para propor um modelo conceptual para o sistema de gestão de
processos de ocorrências violentas, será usada a ferramenta de notação, Unified
Modeling Language (UML), pois permite visualizar, especificar, construir, documentar
artefactos de um sistema. Para desenvolver o protótipo da solução proposta será usada
a Adobe Photoshop, uma ferramenta de design gráfico e visualização.

1.7. Estrutura do trabalho


 Capítulo I: Introduções, neste capítulo abordam-se aspectos como: a
contextualização, a motivação, Justificativa, definição do problema, os objectivos
gerais e específicos bem como a metodologia empregue para a recolha de dados
e desenvolvimento do trabalho.

9
 Capítulo II: REVISÃO DA LITERATURA, neste capítulo é realizada o
enquadramento teórico dos aspectos abordados no relatório.
 Capítulo III: CASO DE ESTUDO, Neste capítulo realiza-se a descrição sucinta do
funcionamento actua do Processo de Ocorrências Violentas (POV) e
apresentação dos Pós e Contra do mesmo. Incluir o Modelo Conceptual do
Cenário actual.
 Capítulo V: PROPOSTA DE SOLUÇÃO, Neste capítulo realiza-se a descrição
sucinta do sistema proposto recorrendo a ferramentas e diagramas UML e
apresentação do protótipo do sistema.
 Capítulo IV: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS, neste será feita a análise dos
resultados do caso de estudo.
 Capítulo VI: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES, Neste capítulo são retiradas
as conclusões referentes ao trabalho desenvolvido, são também apresentadas as
limitações do trabalho e são deixadas algumas recomendações Para os
stakeholder do sistema;
 Bibliografia: Nesta secção são listadas as fontes utilizadas para o
desenvolvimento do trabalho.
 Anexos: São ilustrados nesta secção, os roteiros das entrevistas realizadas aos
sectores envolvidos, os diagramas de sequência, de actividades, a especificação
dos casos de uso e uma parte da descrição do protótipo do sistema.

CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA


2. Ocorrências Violentas
A vitimização é um problema social com uma amplitude significativa de afectação dos
actores sociais de uma comunidade (Peixoto, 2012). O mesmo autor entende que as
representações sociais da vitimização como as construções mentais que resultam das
vivências, ou das experiências, localizadas num tempo e num espaço e que espelham
as formas como na vida quotidiana os indivíduos lidam com a vitimização, tanto ao nível
da prevenção como da minimização das consequências.

A vitimização é entendida para Peixoto (2012,p.31) como atentado de forma directa ou


indirecta por um ou vários agressores contra uma ou mais vítimas de forma a produzir
um efeito contrário à vontade legítima de livre autodeterminação de um ser humano. Para
o site Dício (2020) vitimização não é mais que um processo que torna alguém vítima de
10
acção de ser o alvo único de uma acção injusta e/ou violenta. Estas definições buscam
um sustento para a interpretação de ocorrências violentas, visto que para o autor não
encontrou uma definição clara sobre as OV.

Uma Ocorrência Violenta (OV) é interpretada como sendo a reunião de acontecimento


de vitimização num dado momento caracterizando-se por ter um impacto constrangedor
aos cidadãos. (Dicio, 2020). No contexto Moçambicano sobre as OV abordadas no
presente trabalho de pesquisa, os principais tipos são: os acidentes de viação, violência
doméstica, crimessexuais e ofensas corporais.

2.1. Acidente de Viação


Para a definição de Acidente de Viação, importa primeiramente definir o conceito de
acidente. Segundo o site Conceito. De, traz o conceito de acidente na generalidade
baseando no dicionário da língua portuguesa da Porto Editora como, acontecimento
eventual ou à acção de que, involuntariamente, resultam danos para as pessoas ou as
coisas. Acidente no contexto de transporte é definida como um acontecimento
inesperado e indesejável, que pode resultar em vítimas humanas, materiais ou
financeiros, e pode ocorrer no meio rodoviário, marítimo, ferroviário ou aéreo.

Acidente de viação é definido segundo legislação moçambicana, propriamente o Código


de Estrada no nº 1 do artigo 151, como toda a lesão externa ou interna, e toda a
perturbação nervosa ou psíquica ou dano patrimonial e moral que resulta da acção de
uma violência exterior súbita produzida por qualquer veículo ou meio de transporte em
circulação na via pública. Para Machava (2011) apud Direcção Nacional de Viação (DGV,
2007) acidente de viação é a ocorrência na via pública ou que nela tenha origem,
envolvendo pelo menos um veículo, que seja ainda do conhecimento das entidades
fiscalizadoras (GNR, PSP e Polícias Municipais) e da qual resultem vítimas e/ou danos
materiais.

Com base da definição destes autores, podemos reiterar que acidente de viação é uma
ocorrência violenta decorrente na via pública resultante da interacção dos três elementos
do sistema rodoviário: o ambiente rodoviário, o veículo, o condutor, sendo que a
perturbação de um dos elementos torna susceptível a provocação de danos nas pessoas
e nos bens. (Machava, 2011)

11
Figura 1: Imagem de acidente de viação envolvendo 2 veículos automóveis

Fonte: TVM

Segundo o relatório do INE (2019) sobre os acidentes de viação, estes são classificados
de acordo com o tipo e descritos da seguinte forma:

 Atropelamento carro-peão ocorre a acção de atropelar ou precipitação a um


indivíduo, causando ao indivíduo lesão ou morte;
 Despiste e Capotamento, é o acto de perda de controlo do veículo acompanhado
de virada, drástica, de rodas para o ar; causado lesões ou levar a morte o/s
indivíduo/s relacionados e/ou danificação do mesmo;
 Choque entre veículos é dado como colisão entre dois ou mais veículos, causando
lesão/ões ou morte a/s pessoa/s envolvida/s no acto, bem como a danificação das
mesmas bem como dos outros locais.
 Colisão entre veículo e obstáculo fixo é o choque entre um veículo e o obstáculo
fixo que pode ser: carro, poste, contentor, etc. causando lesão ou morte e
danificação das mesmas.
 Queda de passageiro, consiste no indivíduo cair de um veículo em movimento,
causando lesão ou morte.

12
Figura 2: Imagem do gráfico de Acidentes rodoviários mais frequentes
registados pela Polícia, Moçambique 2015-2017

Fonte: INE

2.2. Violência Doméstica


A violência doméstica é um dos mais graves problemas que a sociedade contemporânea
enfrenta. É uma forma de violência que não conhece fronteiras, nem obedece a
princípios ou leis. Ocorre diariamente em Moçambique e noutros países, apesar de existir
um quadro constitucional e legal que veio introduzir vários mecanismos de protecção dos
direitos humanos, em especial de protecção dos direitos da mulher e da criança.
(Macaringue, 2019).

Figura 3: Imagem ilustrativa de violência doméstica

Fonte: http://www.ovictoriano.com.br

13
Segundo a Lei Moçambicana sobre a Violência Doméstica Praticada contra a Mulher, Lei
n.º 29/2009,de 29 de Setembro, define a violência doméstica contra como sendo “todos
os actos perpetrados contra a Mulher e que cause, ou que seja capaz de causar danos
físicos, sexuais, psicológicos ou económicos incluindo a ameaça de tais actos, ou
imposição de restrições ou a privação arbitrária das liberdades fundamentais na vida
privada ou pública”. Enquanto Macaringue (2019) e INE definem Violência Doméstica
como um modo de exercer poder com recurso a força física, psicológica, económica e
social, com objectivo de lograr submissão a vítima ao autor.

Com base na abordagem da definição da Violência Doméstica dos autores citados no


parágrafo acima, podemos reencaminhar a interpretação da violência doméstica como
uma ocorrência violenta que actua deforma a exercer o poder com objectivo de mostrar
submissão da vítima ao autor. (Macarringue, 2019)

Segundo o INE a Violência Doméstica pode ser classificada da seguinte forma:

 Violência física simples - Aquele que voluntariamente causar qualquer dano


físico ao cônjuge, ex-cônjuge, pessoa com quem viva como tal, parceiros ou ex-
parceiros, namorados ou ex-namorados e familiares;
 Violência física grave - Aquele que violentar fisicamente ao físico do cônjuge ou
ex-cônjuge, pessoa com quem viva como tal, parceiros ou ex-parceiros,
namorados ou ex-namorados e familiares de modo a afectar-lhe gravemente a
possibilidade de usar o corpo, os sentidos, a fala e as suas capacidades de
procriação, de trabalho manual ou intelectual;
 Violência Psicológica - Aquele que ofender voluntariamente e psiquicamente,
por meio de ameaças, palavras, injúrias, difamação ou de calúnia, a pessoa com
quem tem ou teve uma relação duradoura, laços de parentesco ou de
consanguinidade ou com quem vive no mesmo tecto;
 Violência moral - Aquele que por escrito, desenho publicado ou qualquer
publicação, imputar um facto ofensivo à honra e carácter da pessoa; e
 Violência social -Aquele que impedir qualquer pessoa com quem tem relações
familiares ou amorosas de se movimentar ou de contactar outras pessoas,
retendo-a no espaço doméstico ou outro;
 Violência patrimonial - Aquele que cause deterioração ou perda de objectos,
animais ou bens do núcleo familiar, que deixa de prestar alimentos a que está
obrigado, por um período superior a sessenta dias privando os beneficiários de
14
sustento e de cuidados de saúde, educação e habitação e que se apoderar dos
bens do núcleo familiar após a morte do cônjuge, com quem vivia como tal.

Figura 4: Imagem de gráfico de Casos reportados de adultos e crianças, Moçambique


2016-2018

Fonte: Estatísticas de Violência Doméstica, Casos Criminais e Cíveis, 2018 – Instituto


Nacional de Estatística

2.3. Violência Sexual


De acordo com OMS, FORUM MULHER, UNICEF, Liga dos Direitos Humanos e outros,
a violência sexual é um problema que afecta várias sociedades, no mundo inteiro.
Moçambique não é uma excepção. Contudo, este problema ainda é pouco discutido. As
questões ligadas à sexualidade são vistas como assuntos privados, pelo que os crimes
cometidos neste âmbito, muitas vezes, ainda são tratados ao nível familiar ou
comunitário. (Forum Mulher). Para o mesmo autor a violência sexual é definida como
qualquer acto de violência que incide sobre a sexualidade humana. Este termo,
relativamente recente surgiu como resultado de discussões sobre assuntos como
género, direitos humanos, violência baseada no género e violência doméstica, dai que o
INE classifica violência sexual como um tipo de violência Domestica, designando-o como
“Crime de Violação” e entende como, aquele que tiver coito com qualquer pessoa, contra
sua vontade, por meio de violência física, de veemente intimidação, ou de qualquer
fraude, que não constitua sedução, ou achando-se a vítima privada do uso da razão, ou
dos sentidos.
15
Diante dos argumentos trazidos dos autores mencionados no paragrafo anterior, pode-
se interpretar a violência sexual como ocorrência violenta incidido sobre a sexualidade
humana mediante o uso da força, e/ou intimidação, e ou qualquer fraude que não
constitua que não sejam adequados (INE, 2018)

Figura 5:Imagem de gráfico crianças de 0 a 17 anos vítimas de violência por


sexo, segundo violência sexual, Moçambique 2018

Fonte: INE, Estatísticas de Violência Doméstica, Casos Criminais e Cíveis, 2018

2.4. Gestão de Processos


A intensificação do processo de globalização inaugurou um novo tipo de relação entre a
economia, o Estado e a sociedade. O ritmo acelerado das mudanças tecnológicas
remodelou a estrutura económica e social; A transição de uma sociedade industrial para
a sociedade de conhecimento; e as mudanças do modelo de produção que se caracteriza
pela gestão tecno-burocrática de uma mão-de-obra especializada sob técnicas
repetitivas de produção de serviços ou produtos especializados para um novo método
de gestão mais flexível, designado de gestão de processos (GP). Estas inovações
transformam o cenário social e a vida humana. (ENAP, 2014).

2.4.1. Processos
Para a Norma NBR ISSO 9000:2000 processo é o conjunto de actividades inter-
relacionadas ou interactivas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas).
Para Hommer no livro The Reengineering Revolution Handbook, define processo como
reunião de tarefas ou actividades isoladas ou grupo organizado de actividades

16
relacionadas, que juntas criam um resultado de valor para o cliente. Para ENAP (2014)
apud Rummier e Branches, processo é uma série de etapas criadas para produzir um
serviço ou um produto.

Com base nas definições dos autores citados acima é possível estabelecer relação com
as definições de processo para tais autores, para todas definições é possível observar a
existência de sequenciamento lógico de actividades ou tarefas para o alcance de um
resultado específico. ENAP (2014);

Segundo Varvakis et al (s/ano) os processos possuem características básicas que


suportam a implementação da sua gestão que são:
 Fluxo de Valor: transformação de entradas e saídas, com a utilização de
recursos da empresa, com a esperada agregação de valor;
 Eficácia: grau com que as expectativas do cliente são atendidas. Ser eficaz e fazer
o que o cliente quer.
 Eficiência: grau de aproveitamento dos recursos para gerar uma saída. Ser
eficiente; e fazer o que o cliente quer da melhor forma para a empresa (Optimizar
o processo);
 Tempo de ciclo: tempo necessário para transformar uma entrada numa saída.
Deseja-se que o tempo de ciclo seja o menor possível;
 Custo: recurso despendido no processo.

Para o mesmo autor o conhecimento destas características são importantes na/o:

 Identificação das áreas com oportunidades de melhoria;


 Fornecimento do conjunto de dados para a tomada de decisão;
 Fornecimento da base para definir metas de aperfeiçoamento e avaliar resultados.

Classificação dos Processos


Segundo o ENAP (2014) estabelecer a classificação é sempre um exercício de redução,
torna-se importante esclarecer que a categorização dos processos é relativo a tamanho
e complexidade da Organização e dos seus processos. Os processos classificam-se por
nível e por e por tipo.

Segundo o ENAP (2014), os processos por nível subdivide-se em Macroporcesso,


Processo, Sub-processo, Actividades e Tarefas.

17
O Macroporcesso é designado como conjunto de processos fundamentais ou críticos
para o cumprimento das tarefas da organização. Estes processos estão direccionados
para a obtenção de soluções integradas de produtos e serviços, capazes de satisfazer
às necessidades do cliente. Os processos entendem-se como, conjunto de actividades
inter-relacionadas ou interactivas que transformam entradas em produtos ou serviços
(saídas), que têm valor para grupo específico de utilizadores. Os Sub-processos são
derivados da complexidade do processo, é definido como conjunto de actividades
necessárias e suficiente para a execução dos processos. As actividades são conjuntos
de tarefas, com início e fim identificável, orientadas para a consecução dos objectivos
definidos em cada etapa. E por fim a tarefa é designada como sequência de passos para
realizar uma actividade. Os passos geralmente envolvem explicações detalhadas sobre
o como fazer, que fundamentam a construção ou definição de procedimentos. ENAP
(2014),

Figura 6:Hierarquia do processo: Processo, sub-processo, actividade, tarefas

Fonte: imagem tirada da obra de Varvakis, Dias, Neres, & Caro, sobre
Gerenciamento de Processos

Segundo o ENAP (2014), os processos por tipo subdivide-se em Processos


finalísticos, Processos de Apoio e Processos críticos.

Os Processos finalísticos, são aqueles que compõem as actividades fim directamente


envolvidas no atendimento às necessidades do utilizador, estes processos estão
directamente relacionados com os fundamentos estratégicos da organização: missão,
visão de futuro e objectivos estratégicos. Os Processos de Apoio dão suporte às
actividades de natureza finalista da organização e esta relacionada à gestão de recursos
18
internos da organização, como por exemplo gestão Orçamental, gestão dos Recursos
Humanos, etc. Os Processos críticos são aqueles de natureza estratégica para o
sucesso institucional. Geralmente estes processos podem dificultar ou impedir a
realização dos objectivos estratégicos, quando não são geridos de forma adequada.
ENAP (2014).

Para ENAP (2014), o alcance da efectividade dos resultados do processo da criação do


processo depende da qualidade dos mesmos processos. Para o sucesso da
satisfação do processo deve ser capazes de:

 Responder a uma necessidade ou utilização objectivamente definida;


 Satisfazer plenamente os utilizadores para os quais se destinam;
 Atender a determinadas normas ou especificação e
 Envolver custos adequados e preços compatíveis.

Para assegurar a efectividade dos processos, e a sua qualidade, é necessário considerar


alguns aspectos e procedimentos, a saber:

a) Padrão: O padrão é entendido como uma referência de comparação ou o nível de


desempenho desejado e em relação ao qual um processo pode ser avaliado. O
padrão é uma referência de comparação ou o nível de desempenho desejado e em
relação ao qual um processo pode ser avaliado.
b) Requisitos: Dizem respeito às condições que devem ser satisfeitas, exigências
legais ou particulares essenciais para o sucesso de um processo, serviço ou produto.
c) Requisitos do cliente: São especificações que definem claramente como o
solicitante deseja receber o produto ou o serviço de seu fornecedor. No caso das
organizações públicas, envolve as necessidades básicas dos cidadãos ou das
demais partes interessadas, essenciais e importantes para sua satisfação,
explicitadas por eles, de maneira formal ou informal.
d) Normalização: É compreendida como o processo de formulação e aplicação de
regras para atingir o desenvolvimento ordenado de uma actividade específica, para
o benefício e com a cooperação de todos os envolvidos. Constitui actividade
sistemática para estabelecimento de padrões.
e) Indicadores: São formas de representação, preferencialmente quantificáveis, de
características de produtos e processos, utilizados para acompanhar e melhorar

19
resultados. Os indicadores de Processos medem o esforço que é realizado nas
actividades do processo.
f) Problema: É a diferença entre a situação desejada (proposta) e a situação do
momento (actual), ou seja, entre o que se quer (meta a ser alcançada) e o que se
tem. Ele envolve resultados ou efeitos indesejados de um processo e, portanto, pode
ser considerado sinónimo de erro, falha, desvio ou não-conformidade.

2.4.2. Sistema
Segundo Miranda (2009) apud Bertalanffy (1977) sistema é um conjunto de elementos
interdependentes e interagentes que formam um todo organizado, e tem como finalidade
transformar entradas em saídas. Para Miranda (2009) apud Valentim (2005), esses
sistemas caracterizam-se por processos intercâmbios, contínuo com o seu meio
ambiente, que também são outros sistemas. Eles sofrem e infloenciam o ambiente.

Existe uma relação entre o processo e o sistema, para ENAP (2014) os processos tem
como finalidade transformarem as entradas em produtos ou serviços (saídas) e segundo
o Miranda (2009) apud Bertalanffy (1977), os sistemas tem a finalidade de transformar
entradas em saídas. É notório que ambas têm a mesma finalidade mas, com propósitos
distintos.

Figura 7:Modelo representativo de diagrama de sistemas


Fonte: Própria adaptada de Miranda

Segundo Miranda (2009), são identificados os elementos do sistema:

20
 Entradas: são designadas entradas as fontes alimentadoras ou captadas de
dados, responsáveis por fornecer subsídio aos sistemas, a fim de gerar melhor
produto ou serviço;
 Saídas: são os resultados produzidos pelo sistema, relacionados com o
propósito do sistema;
 Processos internos: são acções realizadas pelos componentes internos do
sistema, nas transformações das entradas em saídas;
 Feedback: designa-se feedback ao retorno de dado sobre as saídas
produzidas pelo sistema sobre as suas entradas. É importante que a ree-
alimentação seja continua, para garantir a evolução e o sentido de adaptação
as necessidades.
 Positivo: quando a saída informa que o sistema esta abaixo do seu limite de
produção;
 Negativo: quando a saída informa que o sistema não comporta o fluxo do
sistema.

2.4.2.1. Qualidade dos sistemas


Segundo Miranda (2009) apud Valentim (2005), aconselha a necessidade primeiramente
a definir a qualidade para o desenvolvimento de um sistema de apoio a gestão, e cita
algumas características que devem abranger um sistema de informação.

a) Utilidade: O sistema deve garantir a utilidade para que ele foi concebido, ou seja,
ser útil em tempo oportuno para o objectivo para o qual foi desenhado.
b) Funcionalidade: Todo sistema deve satisfazer plenamente às necessidades a
qual se destina, gerando resultados correctos, interagindo correctamente com os
sistemas e seguir óptimo padrão de segurança.
c) Confiabilidade: O sistema deve apresentar com menor frequência possível as
falhas, e quando ocorrer, deve reagir às mesmas de forma mais transparente
possível ao utilizador em sem perda de informação.
d) Usabilidade: O sistema deve ser de fácil de manusear e fácil de aprendizado.
Seus conceitos devem ser de simples entendimento e ergonómico, levando-se
em consideração as características motoras do trabalho humano.
e) Eficiência: Os recursos utilizados devem ser compatíveis com o tempo de
resposta e a rentabilidade que ele irá gerar. Seus benefícios devem ser

21
economicamente viáveis gerando algum tipo de vantagem competitiva para a
empresa.
f) Manutensabilidade: O sistema deve ser facilmente analisável quando se
necessita localizar falhas e remover defeitos.
g) Portabilidade: O sistema deve ser de fácil adaptação a diversas plataformas e
ambientes.

2.4.3. Informações nas Organizações


A informação é vista como uma necessidade básica de sobrevivência, tanto para as
organizações como para as pessoas envolvidas em seus processos. Essas informações
se apresentam como um agregado de valor, a partir do momento que oferece á
organização condições de prever ameaças, oportunidades, detectar tendências e
problemas. Porém a informação por si só, não é capaz de oferecer os resultados que
toda organização precisa para ser competitiva. (Miranda, 2009).

Segundo Miranda (2009) é importante que as organizações façam a gestão de forma


mais eficiente as informações, valorizando o seu potencial. O mesmo autor menciona a
importância das tecnologias de informação para o armazenamento, disseminação e
divulgação da informação, como uma ferramenta para o bom desempenho profissional
a fim de oferecer retorno à organização.

Segundo Miranda (2009) apud Valentim (2005), a gestão da informação é a acção de


procurar entender as necessidades informacionais de uma organização e disponibiliza-
la para a solução de problemas organizacionais, de forma estruturada e clara, com
conhecimento pleno de todos procedimentos e processos de solução encontrada,
garantindo que ela seja eficaz e repetível.

2.4.3.1. Fluxo de informação nas organizações


Segundo Miranda (2009) apud Scornavacca (2001), o fluxo de informação nas
organizações tem um papel crucial, pois nenhum indivíduo pode gerar todas informações
necessárias para a tomada de decisão. Este fluxo de informação visa promover a criação
de conhecimento dentro da organização. (Miranda, 2009 apud Michelon et al, 2001).

22
Segundo Miranda (2009) o fluxo de informação pressupõe o sentido de oferta,
transferência e suporte de informação a partir do uso de conhecimento disponível dentro
e fora da organização.

2.5. Conceito e Definições de gestão de processo


O ENAP (2014) relaciona a GP com o esforço de estabelecer sistemas de trabalho
submetidos a descrições, mensurações e controles das actividades em função do que
foi planejado. O autor afirma ainda que, gerir processos é, portanto, monitorá-los para
manter a conformidade e os resultados pretendidos.

Segundo Variais te al. (s/a) apus IBM GP é o conjunto de pessoas, equipamentos,


informações, energia, procedimentos e materiais relacionados por meio de actividades
para produzir resultados específicos, baseados nas necessidades e desejos dos
consumidores. Para ENAP (2014) GP é o conjunto de acções sistemáticas, baseada em
métodos, técnicas e ferramentas de análise, modelação e controlo, que permitem manter
estável a rotina e implementar melhorias na qualidade dos processos. Com base nestas
definições pode-se entender que a essência da GP é garantir que os resultados sejam
alcançados de forma sustentavel. Segundo Varvakisetal alguns dos principais resultados
óbitos com a aplicação da GP são:

 Conhecimento global dos processos com melhor utilização dos recursos;


 Melhoria na comunicação com maior envolvimento dos funcionários, em todos os
níveis e entre diferentes departamentos;
 Redução dos custos administrativos da empresa, garantindo a manutenção ou
melhoria do nível de serviço e capacidade de processamento das unidades
administrativas;
 Mapeamento dos processos críticos, servindo como base para a avaliação dos
sistemas de informação a serem implantados;
 Atendimento das necessidades dos clientes;
 Visão ampla e horizontal do negócio;
 Processo claramente definido com base nas actividades e em padrões de
qualidade estabelecidos;
 Implementação mais fácil de mudanças: visão processo ajuda a identificar
mudanças que beneficiam o processo como todo;

23
 Desenvolvimento de Protótipo de Negócio; e
 Com fluxo de processo conhecido, as pessoas que executam o trabalho podem
simular e criticar o efeito das mudanças propostas.

Segundo Varvaksetal, a GP esta dividida em quatro partes que são apresentadas na


figura 8.

Figura 8:Etapa metodológica para a GP

Fonte: Extraída do Varvaksetal, Gerenciamento de Processo

CAPÍTULO III: CASO DE ESTUDO


3. Descrição do Local de Pesquisa
A cidade de Maputo é a capital da República de Moçambique, e é a maior cidade do
País. Esta localizado na região sul do país e ocupa uma área de 347 km 2 e apresenta
uma população estimada em 1122607 habitantes e uma densidade populacional de 3245
habitantes/km2 em que a sua actividade predominante é a agricultura e pesca (Anuário
Estatístico Maputo Cidade, 2019). A cidade de Maputo compreende Sete Distritos
nomeadamente Distrito Municipal Ka-Mabukwani, Ka- Mavota, Nlhamankulo, Ka-
24
Maxaqueni, Ka-Tembe, Ka-Mpfumo e Ka-Nhyaka. A Cidade de Maputo tem 20
esquadras com designação enumerada de 1ª a 2ª, tem 36 Unidades sanitárias públicas
dos quais 2 são hospitais Central, 4 são Hospitais Geral e 30 são Centros de Saúde. A
Cidade de Maputo tem então uma média 352631 automóveis.

3.1. Descrição da Situação Actual


A descrição da situação actual é essencial para analisar o funcionamento do processo
de ocorrências violentas por parte das vítimas, ou seja, descrever todas etapas que a
vítima passa até o desfecho do mesmo. Para tal o autor entende que deve identificar as
entidades envolventes no funcionamento do processo de OV e descrever as actividades
do fluxo de funcionamento do mesmo processo.

Identificação das entidades envolvidas no Processo de Ocorrências Violentas


(POV)
Ao descrever o POV, foi possível identificar as seguintes entidades, apresentadas na
tabela 1.

Entidade/Sector Definição e Objectivo


São Órgãos do MINT de natureza operacional, criada em
função da situação operativa policial, com objectivo de dar
resposta imediata as preocupações de prevenção,
Esquadras/ Postos
Polícias investigação e combate a criminalidade, no âmbito da
garantia da segurança do cidadão e dos seus bens.(MINT,
2021)

É um Órgão do Comando Geral da Polícia, incorporado dentro

Departamento de das esquadras, com fins de atendimento a mulher e criança


atendimento a vítimas de violência doméstica, abuso sexual, tráfico de
Mulher e Criança
(GA). pessoas e questões ligadas a delinquência juvenil.(MINT,
2021)

São instituições ou unidades Públicas de prestação de


Unidade Sanitária
Pública (Hospitais e cuidados clínicos básicos e incremental ou não, em regime de
Centros de Saúde)
internamento e de atendimento em ambulatórios a doentes

25
que não encontram soluções para os seus problemas de
saúde nos níveis inferiores (Diploma Ministral, 39/2004).

É um órgão do Ministério Público que tem o propósito de zelar


pela observância da legalidade, nos termos da constituição da
República de Moçambique (CRM) e demais leis; fiscalizar o
cumprimento das demais leis; emitir pareceres jurídicos, por
imperativo da lei e por solicitação do conselho de Ministros;
Participar nas acções, de prevenção e combate à
criminalidade; promover a representação e assistência
jurídica do Estado e de outras pessoas colectivas de direito
Procuradoria
público, nos processos em que sejam, sejam parte, em
tribunais estrangeiros;

Intervir em articulação com outros órgãos do Estado nos


processos de extradição e de transferências de condenados,
envolvendo outros Estados; receber e fiscalizar as
declarações de património e dos rendimentos dos serviços
públicos. (PGR, 2021).

É um órgão do HCM, designado por Serviços de Medicina


Legal, com características próprias, que actua mediante a
solicitação previamente feita pelas autoridades competentes
(Polícia de Investigação Criminal, Procuradoria encarregada
de instauração de processos preparatórios), com o seguinte
propósito:

Medicina Legal do  Realizar exames periciais tanatológicos como autópsia


HCM
a cadáveres vítimas de morte violenta ou suspeitosa de
criminalidade, morte súbita, mortes ocorridas em
hospitais psiquiátricos e em indivíduos sob custódia
policial, assim como realizar levantamentos
cadavéricos, exame no local de facto e exumação, com
o objectivo de diagnosticar o tipo, as causas de morte e
as circunstâncias em que este ocorreu e responder a

26
outras questões de interesse da justiça relacionada
com a morte;
 Garantir a prestação de serviços periciais médico-legal
e forense, cooperando com os tribunais e demais
entidades que intervêm na administração da justiça e
entidades policiais;
 Realizar peritagem Psiquiátrico-Forense de urgência
aos casos que lhes sejam solicitados, peritagens para
determinação de responsabilidade penal e grau de
perigosidade, assim como peritagem a indivíduos com
vista a determinação de validação do testemunho, nível
de funcionamento cognitivo, determinação de
incapacidade civil. (Legal, 2021)

Tabela 1:Tabela de entidades envolvidas no POV

3.1.1. Descrição do fluxo de actividades dos processos de ocorrências violentas


Com o auxílio da técnica de colecta de dados da metodologia de projecto de pesquisa
permitiu o autor criar o modelo representativo que descreve o fluxo de actividades de
processo de ocorrências violentas. O esquema abaixo mostra as etapas de
funcionamento do POV.

27
Figura 9: Esquema representativo do Processo de Ocorrência Violenta

Fonte: Própria

O processe de atendimento as vítimas de ocorrências violentas, tais como acidente de


viação, violência doméstica e violência sexual, é realizado de forma sistemática como
esta apresentada na figura 9.
28
1ª Fase

O autor descreve esta a primeira fase como o incidente da ocorrência violenta ou suposto
incidente de ocorrência violenta que o trabalho de pesquisa aborda, como o caso de
violência doméstica, crime sexual ou acidente de viação, que envolve as etapas 1, 2 e 3.

A etapa 1, ilustra qualquer dos 3 tipos de incidente mencionados designadamente


acidente de viação, violência doméstica e violência sexual, que pode ocorrer em qualquer
lugar, em qualquer período e geralmente são socorridos. Para os casos de acidente de
viação eles só ocorrem na via pública, e geralmente são socorridos pelo vitimaria ou pela
polícia enquanto a violência doméstica e violência sexual podem ocorrer em qualquer
lugar e geralmente são socorridos por vizinhos, pelos familiares.

A etapa 2, geralmente a vítima do incidente é atendida em um posto policial ou esquadra,


na maioria das vezes os atendimentos são nos postos policiais que encontram-se nos
Hospitais centrais, Provinciais ou Gerais, que tem o atendimento ao Banco de socorro.
Porém o atendimento nas esquadras ocorre quando não há um grau de gravidade de
lesões físicas ou psicológicas. Em ambos casos as vitimas são atendidos pelos técnicos
da policia onde colectam dados do ocorrido em que deve responder as 7 perguntas
básicas, designadamente quem, como, com quem, quando, onde, porquê, para quê.
Após responder as questões é atribuído uma GUIA DE MARCHA, para a vítima poder
apresentar no posto médico, que é representado na etapa 3, para o atendimento e
tratamento médico. O caso de violência doméstica e violência sexual, geralmente o
atendimento é feito por um técnico do Gabinete de Atendimento (GA).

Em casos de alta gravidade de lesão, as vitimas são levadas directamente ao posto


médico, para o pronto-socorro, para o atendimento e tratamento, na figura 9 é vista com
o número 3, onde. Nesse tipo de situação o técnico da polícia/GA desloca-se para o
posto médico para colectar dados com a vítima sobre o ocorrido. Há casos em que não
é possível colectar dados com a vítima devido o estado da vítima, geralmente quando
está inconsciente.

Este processo de colecta de dados é feito em coordenação entre as etapas 2 e 3. Após


esse exercício de colecta de dados sobre o ocorrido, o técnico da policia elabora o AUTO
DE OCORRÊNCIA, que geralmente é feito no livro de ocorrência nos sectores da polícia
(Esquadra ou postos policiais). Nos casos em que o sector da polícia dispõe de
computador, os AUTOS DE OCORRÊNCIA são digitados em word, que depois são

29
impressos e assinados. De seguida os casos derivados dos AUTOS DE OCORRÊNCIA
são encaminhados para a SERNIC ou MINISTERIO PÚBLICO (MP) na responsabilidade
da procuradoria, para instauração de processo preparatório. Os AUTOS DE
OCORRÊNCIA são encaminhados a SERNIC, quando existe um vazio nas na colecta
de dados sobre o ocorrido, ou seja, as respostas não satisfaçam as perguntas básicas,
é encaminhada para a SERNIC para a investigação que depois é encaminhado ao MP.

Constrangimento desta etapa

Algum constrangimento encontrado nesta etapa descreve-se os seguintes:

 Por vezes as vitimas chegam em estado de embriagues que dificulta da colheita de


dados sobre o ocorrido;
 Menor controlo sobre as vitimas, pois por vezes após o atendimento, as vitimas
abandonam e fogem, dificultando a colecta de dados;
 O atendimento aos pacientes na unidade hospitalar por vezes leva muito tempo que
os técnicos da polícia acabam esquecendo e não elaboram o auto de ocorrência.

2ª Fase

O autor descreve esta fase como a solicitação de perícia, que pode ser feita pelo MP na
responsabilidade do procurador responsável pela instauração de processo preparatório
o pela SERNIC na responsabilidade de um oficial investigaria de um caso. Este processo
é feito na etapa 3’ e 4.

Nessa etapa os agentes deslocam-se ao SML do HCM, para solicitar perícia do caso
ocorrido na fase 1ª, para o esclarecimento. A solicitação de perícia é submetida
formalmente na secretaria do SML do HCM, o solicitante deve se fazer acompanhado da
vítima para apresentação naquele sector. A secretaria do SML do HCM colecta os dados
da entidade que solicita a perícia e o técnico que solicita e o número de processo da
vítima, atribuído na elaboração do AUTO DE OCORRÊNCIA.

Constrangimento desta fase

30
Um dos grandes constrangimentos nesta, é que geralmente quando se submete a
solicitação de perícia, não é fornecido o número de processo da vítima, o que dificulta o
associar os processos das fases 1ª e 2ª.

3ª Fase

O autor descreve esta fase como a realização de perícia, onde é apresentado o


resultado, através do relatório assinado e carimbado pelo SML do HCM. Esta fase evolve
somente a etapa 5.

As vítimas solicitadas para a perícia, devem ser as mesmas da fase 2.Logo de inicio as
vítimas apresenta-se na secretaria do SML do HCM, onde são colhidos os seguintes
dados:

 Dados pessoais da vitima, e do testemunho quando existe;


 Dados da tratamento hospitalar, através de receitas médicas que a vitima fora
receitado;
 Dados sobre o incidente ocorrido. Dados como local de ocorrência, frequência de
ocorrência, período de ocorrência, perpetrador.

Após a colecta de dados com a vítima, é atribuído um número de processo e os dados


são registados no livro de ocorrência do SML do HCM.

De seguida a vítima é solicitada para a sala de avaliação, onde a avaliação é feita pelos
especialistas daquela área. Os resultados da avaliação são registados no mesmo livro
de ocorrência pelos médicos que realizaram a avaliação. Geralmente são dois médicos
que fazem a avaliação, designadamente um médico especialista e outro residente que
após a conclusão os médicos assinam no livro de ocorrência, registando também a data
da avaliação.

Após a conclusão da avaliação, são extraídos todas as informações do livro sobre o


processo da vítima e é digitado em word, que de seguida é impresso, assinado o
relatório. Este relatório designa-se por relatório de ocorrência violenta, que pode ser,
Relatório de Acidente de Viação, Relatório de violência doméstica ou Relatório de
Violência Sexual. De seguida este relatório é entregue a entidade remetente.

Constrangimento desta fase

Alguns dos principais constrangimentos desta fase são:

31
 Dificuldade na adaptação de entender as caligrafias dos médicos especialistas na
avaliação;
 Maior vulnerabilidade a falha na digitação do relatório em word;
 Maior gasto de papel na rectificação dos relatórios quando são digitados em word,
pois só é solicitada a correcção após a verificação do médico especialista quando
pretende assinar;
 Perdas frequentes de processos.

3.1.2. Constrangimentos de todo POV no modelo actual


Após a análise de todo PROCESSO DE OCORRÊNCIA VIOLENTA (POV), alguns
constrangimentos identificados foram:

 Redundância de dados colhidos no processo de OV, pois em cada fase faz-


eregistodavítimaemtodoslocais de atendimento;
 Possibilidade de incoerência de dados colhidos entre a fase 1º e 3º, sendo que
nas duas fases colhe-se as mesmas informações mais em tempos e locais e
circunstâncias diferentes;
 Morosidade na elaboração de relatórios;
 Vulnerabilidade na integridade dos dados partilhados, devido a exposição com
que os processos são colocados;
 Dificuldade para fazer o acompanhamento da relação vitima e vitimário, em
numero de incidências.

3.1.3. Algumas soluções possíveis

A tabela abaixo descreve algumas das soluções possíveis para resolver o problema de
pesquisa, analisando o pós e contra.

Solução Possível Vantagens Desvantagens


Sistema de controlo de
Dificuldade na gestão dos
versão de processo,
processos; algumas
projecto ou ficheiro. Flexibilidade, facilidade de
versões distribuídas são
Exemplo: git, Subversion, acesso, portabilidade.
comerciais e dependência
CVS, Perforce, Clear
completa de internet
Case, etc

32
Uso de correio electrónico Dificuldade na gestão dos
para a partilha e processos; algumas
Flexibilidade, facilidade de
colaboração de ficheiro versões são comerciais;
acesso, portabilidade.
dependência completa de
internet
Repositórios dedicados Complexidade na gestão e
Flexibilidade, facilidade de
virtuais, partilhados a partir controlo das tarefas;
acesso, portabilidade.
da internet
Uso de serviços de nuvem Dificuldade na gestão dos
como o owenCloud, box, processos; algumas
Dropbox, MEGA, Drive, Flexibilidade, facilidade de versões são comerciais;
etc., como forma flexível de acesso, portabilidade. dependência completa de
partilha e colaboração de internet
trabalhos.
Software Web, para a Flexibilidade, facilidade de Dependência completa de
gestão informatizada de acesso, portabilidade, internet
processo de ocorrências dedicado ao serviço
violentas. proposto, seguro, gestão
integrada,

CAPÍTULO V: PROPOSTA DE SOLUÇÃO


4. Descrição da proposta de solução
Com a evolução das tecnologias de comunicação e informação (TIC’s), torna-se
desafiador a países em via de desenvolvimento como o caso de Moçambique, criar
mecanismos para responder a complexidade do grande sistema que é constituída a AP.
Um dos mecanismos criados esta num dos pilares da Reforma da AP no plano de acção
de 2018, que reforça a utilização das TIC’s como forma de responder a essa
complexidade. Neste contexto, com o uso da internet propõe-se desenvolver um sistema
informatizado para fazer a gestão de processo de ocorrências violentas na cidade de
Maputo, como forma de fazer face a problemática da falta de coerência dos dados
partilhados entre os sectores da polícia, procuradoria e a Medicina Legal.

33
A proposta de desenvolvimento de um sistema para a gestão de POV, consiste em criar
um aplicação web para sistematizar todas etapas do processo de ocorrências violentas,
que consiste em:

1º Colecta de dados da vítima ou suposta vítima, com o respectivo vitimário sempre que
possível, através de registo automático feito pelos utilizadores do sistema do sector da
polícia (Esquadras ou postos da policia), contendo detalhes do facto ocorrido, criando
dessa forma um novo POV e transmitir de forma automática para o servidor Central.
Onde de seguida o utilizador sector da saúde (Hospitais ou centros de saúde), pesquisa
o processo da vítima em alusão para registar informação sobre a prestação de cuidados
clínicos básicos e incremental ou não, quer seja em regime de internamento ou de
atendimento em ambulatórios das mesmas.

2º Registo da solicitação de perícia do processo da vítima criado na etapa 1º, por parte
das entidades credenciadas e validadas (Procuradoria, SERNIC), feita pelo utilizador da
secretária da SML ou pelos utilizadores da SERNIC ou PROCURADORIA bem
credenciados, para o esclarecimento do caso, que será submetida através de um
formulário preenchido devidamente preenchido.

3º Consultar as solicitações feitas na etapa 2º e registar as avaliações dos casos


solicitados, que são realizados pelos utilizadores médicos especialistas e residentes dos
SML do HCM, de seguida o sistema deve disponibilizar automaticamente aos sectores
remetentes as notificações da conclusão do processo aos remetentes da solicitação,
para o levantamento físico do relatório final individual do caso criado na etapa 1º.

As etapas 1º, 2º e 3º satisfazem a sistematização do fluxo do POV, que permitem resolver


o problema de falta de coerência dos dados partilhados entre os sectores da polícia,
procuradoria e a Medicina Legal.

A disponibilização dos dados estatísticos das OV de forma regular e qualitativas


entidades como a PROCURADORIA, INATER, MINT que por sua vez partilha para os
seus parceiros de cooperação (UNICEF, OMS, AWATI a SOCIEDADE CÍVIL), deverá
ser feita pelo utilizador gestor do sistema, que permitirá à estas entidades fazerem o bom
uso das mesmas, como o caso de reduzir o índice de OV. A figura x ilustra o modelo da
solução proposta.

34
Figura 10: Modelo ilustrativo da solução proposta
Fonte: Própria
4.1. Descrição da implementação
O sistema proposto será desenvolvido em Java, usando o framwork springboot, no
Backen dum modelo API RESTFULL e no Frontend o React Angular javascript, para o
repositório de dados irá se usar o servidor de base de dados mysql. O sistema proposto
será implementado nos servidores do MISAU, porque o Estatuto Orgânico do MISAU
impõe, que todos os que o Departamento de TIC do MISAU, deve gerir e coordenar a
informatização de todos sistemas de informação do Ministério e suas instituições
subordinadas e tuteladas. Tornando assim o MISAU como o cliente do sistema proposto.
Para a conexão ao servidor será usada a internet, para os locais sem a infra-estrutura
de rede dedicada, propõe-se o uso do internet móvel da operadora Movitel, por ele
oferecer melhores preços no pacote de dados na tarifa pré-pago em relação as outras
operadoras.

35
Operadora Tarifa do serviço pré-pago (MT/MB)

3.5

Tabela 2:Tabela comparativa de preçários de pacote de dados das redes de telefonia


móvel, extraída da INCM, no Relatório de estatístico 2017

4.1.1. Modelo de arquitectura do software


A arquitectura proposta para software será cliente-servidor, pela forma como as
instituições encontra-se apresentadas, em sectores independentes com suas regras e
políticas de uso das TIC’s, tendo em conta a imposição colocada aos sistemas
informatizados de saúde, que devem ser geridos pelo MISAU, tornando a sua gestão
centralizada. E também, para melhor garantia da gestão dos dados que circulam no
sistema, A figura 11 ilustra o modelo de arquitectura da implementação do software
proposto.

Figura 11: Modelo de arquitectura de implementação do software proposto

Fonte: Própria
36
Para a implementação do software no ServerRom do MISAU, assim como para os
terminais (workstation), propõem-se as especificações dos equipamentos da seguinte
forma:

 Para servidor onde será instalado o software, recomenda-se Servidor como


processador core i7, octacorre, Memória de 8GB.
 Para o sistema operativo é opcional, ficando ao critério dos gestores informáticos
do MISAU, podem optar por usar o Windows Server ou Linux Server.
 Para Servidor de aplicativo será proposto o apache tomcat, por este ser de fácil
uso, seguro e ser open source.
 Para os terminais (workstation) propõe-se o uso de tablet’s e computadores com
pelo menos de processador dual core, memória RAM de 2GB, sistema operativo
Windows ou Linux, que tenha acesso a internet. O acesso ao sistema será feito a
partir do navegador (Firefox, Chrome, Opera, Internet Explore).

4.1.2. Vantagens da solução proposta


A proposta de solução do problema de pesquisa, trás algumas vantagens a descrever:

 Garante a integridade dos dados partilhados entre os sectores, resolvendo o


problema de falta de coerência entre os sectores que partilham a informação
(Polícia, Saúde, Procuradoria);
 Flexibilidade na disponibilização da informação a partilhar;
 Garante a qualidade de trabalho, permitindo a redução de erros na digitalização
dos dados;
 Permite notificar por SMS as entidades que solicitam esclarecimento dos casos;
 Resolve a problemática de redundância de dados, não permitindo que a vítima
não seja registada duas vezes;
 Disponibilização de dados estatísticos de forma flexível.

4.2. Modelo de desenvolvimento do protótipo do sistema


Para satisfazer o propósito da solução do problema do trabalho de pesquisa, algumas
ferramentas foram usadas. A tabela abaixo identifica e descreve a finalidade das
ferramentas usadas para a proposta de solução.

37
Designação da ferramenta Descrição do Propósito
É uma ferramenta gratuita de modelagem gráfica,
descritiva, analítica e de execução de processos de
negócios do início ao fim, junto com as notações
definidas de BPMN.(CGPLAN, SMI, GPROC). Ele
BizagiModeler opera para trabalhar na técnica de fluxograma que
é muito semelhante à Unifica Modelizo Mangue
(UML) e aos diagramas de actividades (OMG, n.d.).
Com esta ferramenta foi desenhada o diagrama de
caso de uso.
Conjunto de ferramenta de design, análise e gestão
que conduzem o desenvolvimento de projecto de
Visual Paradigma edição pesquisa (Visual Paradigm, n.d). Com esta
comunitária
ferramenta foram feitos os diagramas de estado, de
actividades e de sequência.
MySQL Workbench é uma ferramenta visual
unificada para arquitectos de banco de dados,
Mysql Workbench
desenvolvedores e DBAs (Mysql). Foi usado para
o desenho do modelo relacional.
É um conjunto de ferramentas composta por
bibliotecas que permitem criar sistemas de software
Java Development Kit (jdk) para a plataforma Java (Oracle). Esta ferramenta
foi usada para criar o aplicativo integrado de gestão
de processo de ocorrências violentas.
Framwork java para o desenvolvimento de
aplicações com uma arquitectura baseada
em interfaces e POJO’s (Plain Old Java Objects),
oferecendo aos POJO’s características como
SPRING boot
mecanismos de segurança e controle de
transacções (Spring, n.d.). Esta ferramenta foi
usada para o desenvolvimento integrado da
aplicação.
O NetBeans IDE é um ambiente de
NETBEANS
desenvolvimento integrado de código aberto e

38
gratuito para o desenvolvimento de aplicativos, ela
oferece ferramentas de primeira classe para o
desenvolvimento de aplicativos Java para web,
empresas, desktops e dispositivos móveis. Com
esta ferramenta foi criada a proposta de interface
para o sistema.
É a ferramenta desenhada por Clip-Theme para
atender todas as necessidades possíveis de quem

Rápido desenvolve um projecto web totalmente responsivo


e mobile (envatoMarket). Foi usado no desenho da
proposta de interface do sistema.
Tabela 3: Ferramentas usadas na modelagem do sistema para a gestão de processo
de ocorrências violentas

4.2.1. Requisitos do sistema


Os requisitos são considerados parte essencial do desenvolvimento do software, pois
define como o sistema deve comportar-se de a fim de satisfazer as necessidades do
cliente e do utilizador final. Segundo (Sommerville, 2011) os requisitos são descrições
mais detalhadas das funções, serviços e restrições operacionais do sistema de software
para o sucesso de desenvolvimento do software o levanta dos requisitos devem ser feita
deve ser feita de forma cuidadosa e clara, de modo atender as necessidades do cliente.

Segundo PUC (s/d) a elicitação dos requisitos é parte de engenharia de requisitos que
trata de identificar os factos que compõem os requisitos do sistema, de forma a prover
mais correcto e mais completo entendimento da essência do software. Na elicitação dos
requisitos da proposta de solução do trabalho de pesquisa o autor usou as técnicas:
entrevista, estenografia e brainstorming.

Na análise de requisitos da proposta de solução do trabalho de pesquisa o autor usou a


técnica SMART como forma de meio de alcançar um conjunto de requisitos que
satisfaçam o cliente e o utilizador final. A técnica SMART é uma técnica excelente de
gestão que as suas iniciais têm as designações em inglês de Specific (Especifico),
Measurable (Mensuráveis), Attanable (Atingíveis), Realistic (Realista) e Time-bound
(Temporizáveis), com as seguintes características:

39
 Especifico – os requisitos devem ser formulados de forma específica e clara;
 Mensuráveis – os atributos dos requisitos devem ser valorados de forma a serem
medidos;
 Atingíveis – a possibilidade da concretização alcançáveis dos requisitos;
 Realista – a implementação do requisito não podem ser superiores aos meios
existentes;
 Temporizáveis – a implementação dos requisitos devem ser definidos em termos
de duração.

Grau de prioridade dos requisitos


O grau de prioridade dos requisitos é uma forma de valorar os requisitos, como os
atributos altos, média e baixa como forma de definir o nível de relevância que os
requisitos têm no sistema. A tabela 4 descreve-as de forma seguinte.

Grau de
Descrição
prioridade
Os requisitos com este grau são fundamentais para o funcionamento do
Alto
sistema, dai que a sua implementação deve ser obrigatória e prioritária.
Os requisitos com este grau são necessário mas não fundamentais, ele
Média não condiciona o funcionamento do sistema mas agrega valores ao
mesmo. A sua implementação deve ser obrigatória mas não prioritária.
Os requisitos com este grau não são fundamentais para o
funcionamento do sistema e nem são obrigatório, a não implementação
Baixa
deste requisito não representa nenhum risco, mas a sua implementação
agrega algum valor ao sistema.
Tabela 4:Descrição dos graus dos requisitos

4.2.1.1. Requisitos funcionais


Os requisitos funcionais definem o que o sistema deve fazer, segundo Sommerville
(2011) os requisitos são declarações dos serviços que o sistema deve fornecer, e como
o sistema deve-se comportar, bem como o que o sistema não deve fazer.

40
RF-001: Autenticação do utilizador
Grau de
Alto
Prioridade
Consistir em permitir que os utilizadores façam a autenticação para
Descrição
ter acesso as demais funcionalidades do sistema
Dados
Código do utilizador / correio electrónico e senha
solicitados
Só é permitido acesso ao sistema utilizadores registados e que
Premissas
tenham dados actualizados.

RF-002: Gerir conta do utilizador


Grau de
Alto
Prioridade
Consistir em criar, alterar e remover conta de utilizador para ter
Descrição
acesso ao sistema.
Dados Nome, código do funcionário, correio electrónico, ocupação e
solicitados estrutura
Só é permitido gerir contas de utilizadores que são funcionários da
Premissas Pólicia (Esquadras e Postos), dos Hospitais/Centros de saúde,
Serviços de Medicina Legal e do MISAU

RF-003: Registar vítima


Grau de
Alto
Prioridade
Descrição Consistir em registar dados socio-demograficos da vítima
Dados
Dados demográficos, ocupação, nível, contacto, endereço domiciliar
solicitados
Premissas Só é permitido registar vítimas identificáveis

RF-004: Listar dados da vítima


Grau de
Alto
Prioridade

41
Descrição Consistir em listar dados do registo da vítima numa grelha
Dados
-
solicitados
Só é permitido, listar dados da vítima que tenham sido registado, a
Premissas
partir do sistema.

RF-005: Criar processo


Grau de
Alto
Prioridade
Descrição Consiste na criação de processo de ocorrência violenta
Dados
Tipo de caso, data de criação, hora, local de criação
solicitados
Premissas Só é permitido cria processo de vítimas registadas.

RF-006: listar processos


Grau de
Alto
Prioridade
Descrição Consistir em listar processos de ocorrências criadas
Dados
-
solicitados
Premissas Só é permitido listar processos criados a partir do sistema

RF-007: Adicionar ao processo informação policial e da vítima


Grau de
Alto
Prioridade
Consiste em registar informação sobre o parecer da polícia sobre o
Descrição caso, deve também registar a informação que a vítima relata sobre
o incidente.
Número do processo/nome da vítima, Local do incidente, hora,
Dados
perpetrador, se teve socorro? Entre outros, dos quais esses dados
solicitados
puderam variar de acordo com o caso.
Premissas Só é permitido a criação do processo aos utilizadores da polícia.

42
RF-008: Adicionar informação hospitalar
Grau de
Alto
Prioridade
Descrição Consistir em registar a informação de tratamento médico realizado.
Dados
Dados de tratamento, número do processo/ nome da vítima
solicitados
Só é permitido acesso do registo um utilizador_médico / enfermeiro
Premissas
ou pessoa do ramo, devidamente cadastrada no sistema.

RF-009: Solicitar perícia


Grau de
Alto
Prioridade
Descrição Consiste em registar o pedido de perícia do caso
Dados
Número de processo, entidade solicitante, tipo de pedido
solicitados
Só é permitido acesso ao sistema utilizadores da SERNIC ou
Premissas
PROCURADORIA.

RF-010: Realizar perícia


Grau de
Alto
Prioridade
Consiste em registar dados do resultado de perícia realizada pelos
Descrição
especialistas dos serviços de medicina legal.
Dados Numero do processo/código da perícia solicitada, exame objectivo e
solicitados exame conclusivo, especialistas que realizaram a perícia.
Só é permitido acesso a esta funcionalidade os utilizadores dos
Premissas
SML registados, e somente é realizada a perícia solicitada.

RF-011: Imprimir relatório do caso de OV


Grau de
Alto
Prioridade
Descrição Consiste em gerar um relatório pdf do processo criado.

43
Dados
Número do processo
solicitados
Só é permitido a impressão do relatório ao utilizador médico
Premissas especialista que realizou a perícia ou o utilizador médico
administrador.

RF-012: Realizar a Reavaliação


Grau de
Alto
Prioridade
Descrição Consiste em reavaliar o caso, para aferir as causas
Dados
Número de processo
solicitados
Só é permitido a realização quando não há conclusão do caso e só
Premissas é permitido a realização dessa acção ao utilizador médico
especialista do SML
RF-012: Disponibilizar dados estáticos a Reavaliação
Grau de
Médio
Prioridade
Descrição Consiste em visualizar dados estatísticos de processos
Dados
-
solicitados
Premissas -
RF-013: Enviar relatório a parceiros
Grau de
Baixo
Prioridade
Descrição Consiste em partilhar os dados com parceiros
Dados
Correio electrónico dos parceiros
solicitados
Premissas Só é permitido essa acção o gestor do sistema
Tabela 5: Requisitos Funcionais do Sistema

44
4.2.1.2. Requisitos Não Funcionais
Os requisitos não funcionais descrevem como o sistema deve se comportar em relação
alguns atributos observáveis, como desempenho, confiabilidade, Expandibilidade,
Disponibilidade, Manutibilidade, etc.

RNF-01: Efectuar Cópia de segurança


Grau de
Baixo
Prioridade
Consiste em efectuar cópias de segurança armazenar em
Descrição
repositórios remotos
Dados
-
solicitados
Premissas Só é permitido essa acção o gestor do sistema
RNF-02: O sistema deve permitir actualização dos dados do utilizador de 6 aos
6 meses
Grau de
Baixo
Prioridade
Consiste em solicitar as alterações dos dados das credencias do
Descrição
utilizador de 6 à 6 meses por questão de segurança
Dados
Senha antiga e nova senha
solicitados
Premissas É obrigatório a todos utilizadores.
RNF-03: Rapidez de acesso
Grau de
Baixo
Prioridade
Consiste em fazer com que as acções não levem mais de 5
Descrição
segundos para serem processados
Dados
-
solicitados
Premissas -
RNF- 04: Expansibilidade

45
Grau de
Baixo
Prioridade
Garantir que o sistema possa integra-se facilmente com outras
Descrição
funcionalidades e ou outros serviços
Dados
-
solicitados
Premissas -
RNF- 04: Auditoria das acções
Grau de
Médio
Prioridade
Garantir garantir o registo de todas as acções realizadas no
Descrição
sistema para que possa servir de auditoria quando for solicitado
Dados
Período
solicitados
Só é permitido a execução dessa funcionalidade ao administrador
Premissas
do sistema
RNF- 04: Responsabilidade
Grau de
Médio
Prioridade
Consistem em garantir que o sistema tenha uma interface gráfica
responsiva, ou seja, deve ser adaptável aos mais variados tipos de
Descrição
talas, desde os Computadores de mesa (desktop), Laptop, tablet’s,
e smartphones.
Dados
-
solicitados
Premissas -
Tabela 6:Requisitos Não Funcional

4.3. Caso de uso da solução proposta


Caso de uso é definido por JACOBSON te al. (1993) citado por Summerville (2011),
como uma técnica de descoberta de requisitos introduzida inicialmente no método
Objectory, a fim de identificar os actores envolvidos em uma iteração.

46
A figura 12 apresenta o modelo de representação do caso de uso, para a solução do
problema proposto.

Figura 12: Diagrama de Caso de Uso

4.3.1. Especificação do caso de uso


A especificação do caso de uso permite descrever com mais detalhes a funcionalidade
dos casos de uso representados no diagrama da figura 12, de forma a contribuir para
maior e melhor compreensão sobre o funcionamento dos casos de uso. Na especificação
do caso de uso são descritos os actores envolvidos, pré-condição para execução do caso
de uso, fluxo principal e alternativo, Ver tabela 7.

47
Designação do
UC_001_Criar_processo
caso de uso
Principal Utilizador (Esquadra ou Posto Policial)
Actores
Secundário Sistema
O caso de uso permite criar o processo da vítima, a partir do
Descrição sector da polícia, com o propósito de registar uma ocorrência
violenta.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições Registo de novo processo de ocorrência violenta
Pós
criado.
Fluxo Principal
1. Executar UC_010_Reg_Vitima
2. Listar Registo de vítima
3. Seleccionar Vítima registada
4. Criar novo processo
5. Exibir formulário de novo processo
6. Inserir dados do novo processo
7. Executar o UC_012_Reg_Inf_Poli
8. Executar o UC_013_Reg_Inf_Vitima
9. Exibir lista de processo criado
10. Fim do caso de uso

Designação do
UC_002_Reg_Inf_Hospitalar
caso de uso
Principal Utilizador (Hospital/Posto de Saúde)
Actores
Secundário Sistema
O caso de uso permite adicionar ao processo criado a
Descrição
informação relacionada ao sector hospitalar.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições Registo de informação hospitalar adicionado ao
Pós
processo.
Fluxo Principal
1. Pesquisar processos criados
2. Seleccionar processo
3. Adicionar informação hospitalar
4. Exibir formulário para o preenchimento do campo

48
5. Inserir dados no formulário
6. Registar os dados
7. Exibir mensagem de sucesso
8. Exibir lista de processo
9. Fim do caso de uso

Designação do
UC_007_Sol_Pericia
caso de uso
Principal Utilizador (SERNIC/PGR)
Actores
Secundário Sistema
O caso de uso permite solicitar a perícia sobre o caso, de
Descrição
forma a determinar a conclusão do caso.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições
Pós Registo solicitação de perícia criado.
Fluxo Principal
1. Pesquisar processos criados
2. Seleccionar processo
3. Pedido de Perícia
4. Exibir formulário para o preenchimento do campo de pedido de perícia
5. Inserir dados no formulário
6. Submeter o pedido de perícia
7. Exibir mensagem de sucesso
8. Exibir lista de processo
9. Fim do caso de uso

Designação do
UC_003_Realizar_Perícia
caso de uso
Principal Utilizador (Serviço de Medicina Legal)
Actores
Secundário Sistema
O caso de uso permite que os utilizadores especialistas façam
Descrição avaliação do processo solicitados com o propósito de
determinar o resultado da perícia.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições
Pós Registo de resultado de perícia solicitado.
1. Pesquisar processos solicitados
49
2. Seleccionar processo
3. Realizar Perícia
4. Exibir formulário para o preenchimento do campo
5. Inserir dados do resultado de perícia no formulário
6. Registar os dados
7. Exibir mensagem de sucesso
8. Exibir lista de processo
9. Fim do caso de uso

Designação do
UC_031_Reavaliar_Perícia
caso de uso
Principal Utilizador (Serviço de Medicina Legal)
Actores
Secundário Sistema
O caso de uso permite registar o resultado de reavaliação do
Descrição caso, quando o caso de uso UC_003_Realizar_Perícia não for
satisfatório.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições
Pós Registo de informação de reavaliação.
1. Pesquisar processos de perícia não satisfatórios
2. Seleccionar processo
3. Realizar Reavaliação
4. Exibir formulário para o preenchimento do campo
5. Inserir dados no formulário de reavaliação
6. Registar os dados
7. Exibir mensagem de sucesso
8. Exibir lista de processo de reavaliação
9. Fim do caso de uso
Fluxo Alternativo

Designação do
UC_004_Imp_Rel
caso de uso
Principal Utilizador (Médico_Responsavel/Gestor)
Actores
Secundário Sistema

50
O caso de uso permite imprimir relatório descritivo em pdf de
Descrição perícias realizadas, deve ser feito pelo médico responsável
pela perícia ou pelo gestor.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições
Pós Relatório em pdf impresso.
Fluxo Principal
1. Pesquisar processos de perícias concluídas
2. Seleccionas processo
3. Imprimir Relatório

Designação do
UC_010_Reg_Vitima
caso de uso
Principal Utilizador (Polícia)
Actores
Secundário Sistema
O caso de uso permite registar dados socio-demográficos da
Descrição
vítima.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições
Pós Registo de dados socio-demográficos da vítima.
Fluxo Principal
1. Registar vítima
2. Exibir formulário para o preenchimento do campo
3. Inserir dados no formulário
4. Registar os dados
5. Exibir mensagem de sucesso
6. Exibir lista de dados da vítima
7. Fim do caso de uso

Designação do
UC_013_Reg_Inf_Vítima
caso de uso
Actores Principal Utilizador (Polícia)
Secundário Sistema
O caso de uso permite registar informação da vítima detalhada
Descrição
no boletim de ocorrência no sector da polícia.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições
Pós Registo de informação da vítima
Fluxo Principal
51
1. Pesquisar processos da vítima criada
2. Seleccionar processo
3. Registar informação da vítima
4. Exibir formulário para o preenchimento do campo
5. Inserir dados no formulário
6. Registar os dados
7. Exibir mensagem de sucesso
8. Fim do caso de uso

Designação do
UC_012_Reg_Inf_Pol
caso de uso
Actores Principal Utilizador (Polícia)
Secundário Sistema
O caso de uso permite registar informação da polícia sobre o
Descrição
facto.
Pré Realizar o UC_00 Fazer Login
Condições
Pós Registo de informação policial efectuado
Fluxo Principal
1. Pesquisar processos da vítima criada
2. Seleccionar processo
3. Registar informação policial
4. Exibir formulário para o preenchimento do campo
5. Inserir dados no formulário
6. Registar os dados
7. Exibir mensagem de sucesso
8. Fim do caso de uso

CAPÍTULO IV: DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


O trabalho de pesquisa tinha como objectivo principal a elaboração de uma proposta de
desenvolvimento de uma aplicação web, que permitisse a colecta, processamento e
divulgação dos dados de OV de forma integra e flexível, que pudesse contribuir para a
mitigação dos problemas associados no registo e tramitação de casos de ocorrência
violenta em Moçambique.

52
O processo da colecta de dados baseou-se em levantamento documental nos sectores
da polícia (12ª e 5ª esquadra) e os Serviços de Medicina Legal do HCM,as entrevistas
feitas a 2 técnicos do GA e 2 técnicos da PT das duas esquaras respectivamente 12ª e
5ª, aos 3 técnicos da secretaria dos SML do HCM, e 2 medicos forences daqueles
serviços.De igual modo as entrevistas, foram feitas observações feitas nas 12ª e 5ª
esquadra, no Hospital Geral de Mavalane (HGM) e no Serviço de Medicina Legal do
HCM.

Apos a colecta de dados feitos nesses sectores mencionados foi possivel determinar a
existência de fraca colaboração entre a Polícia e o Ministério Público, e que a mesma
tem contribuído para a falta de coerência na informação partilhada entre O MINT e a
PGR, sobre as ocorrências violêntas. Pois os dados partilhados pelo INE são oriundos
do MINT por outro lado os dados partilhados pale PGR são derivados dos SML do HCM,
existindo assim a falta de coerência entre os dados da Polícia e SML. Esta falta de
coerrência é derivada da ausência de articulação na colecta de dados de ocorrências
violentas entre a esquadras ou postos policiais e a procuradoria. Foi de igual modo
possivel determinar que a fragilidade dos dados partilhados pela polícia, são derivados
de falta de recurso tecnológico, humano, financeiros desses sectores que contribui para
a perda constantes de processo e mal colecta de dados de processo.
O processo de modelação do cenário actual de funcionamento, foi baseado na análise
dos requisitos colhidos junto dos stackeholders identificados e na observação de
funcionamento actual do POV fim de ajustá-lo nas reais necessidades. Percebeu-se que
a implementação de uma aplicação web para a gestão de ocorrência violenta pode vir a
resolver o problema da falta de coerência entre os dados partilhados no MINT e PGR,
através da harmonização na recolha, processamento e divulgação dainformação sobre
as OV de forma flexivel, integra e segura. Mas a sua implementação irá carecer de um
esforço conjunto entre o MINT, PGR e HCM, para o sucesso da mesma.

Tendo em conta os objectivos deste trabalho foi possível identificar as instituições e


sectores envolvidos no processo de ocorrências violentas, e desenvolver conhecimento
necessários sobre os fluxos de informação envolvidos no processo, que permitiu
descrever os constrangimentos desse processo, a fim de desenvolver um protótipo da
solução proposta que permite espelhar o fluxo da recolha, processamento e divulgação
de dado de OV envolvidas no POV.

53
Com a implementação do aplicação web de gestão de OV, espera-se que os actuais
constrangimentos da recolha de dados do POV sejam minimizados com a
implementação do aplicação web para a gestão de OV resultando na harmonização na
recolha, processamento e divulgação da informação sobre as OV de forma flexível,
integra e segura entre os sectores envolvidos no POV. Possibilitando assim a eficiência
na planificação e execuções de acções que possam minimizar os casos de OV, que
implicitamente minimizar o número de vítimas e danos materiais decorridos da OV.

De momento já existe (infraestrutura, recursos humanos, base de dados). Para


acomodar a proposta que é trazida neste trabalho será necessário que o MINT e o
MISAU procurem um meio-termo que possa permitir a implementação e gestão da
aplicação web, bem como que ambos invistam para disponibilizar recursos tecnológicos,
como computadores e formas de acesso a internet as esquadras, postos policiais e
postos médicos de atendimento as vitimas de OV, para permitir o uso da aplicação web.

CAPÍTULO VI: CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES


3.1. Conclusões
Tendo em conta os objectivos do trabalho de pesquisa que baseou-se em buscar
conhecimento sobre POV, com vista a encontrar os constrangimentos do POV de forma
a propor um modelo conceptual para o sistema de gestão de processos de ocorrências
violentas e desenvolver um protótipo da solução proposta.

Ao longo do percurso foram enfrentadas algumas dificuldades, principalmente no


processo da colecta de dados, para a condução de entrevistas e realização de
observações. Inicialmente pretendia-se conduzir 4 entrevistas, duas na 5ª e 12ª
esquadra respectivamente, uma no SML do HCM e uma na Procuradoria da Cidade de
Maputo, e realizar observações na 5ª e 12ª Esquadra da Polícia, Centro de Saúde do
Zimpeto e HGM, no SML do HCM, na Procuradoria da Cidade e SERNIC brigada da
Cidade de Maputo. Entretanto, devido ao estado de calamidade pública derivado da
pandemia da COVID-19 foram definidos novos modelos de funcionamento dos sectores
da colecta de dados, mas a destacar os SML do HCM e o HGM. Assim, o processo de
colecta de dados foi feita nas esquadras (5ª e 12ª) e SML.

54
Apesar dos constrangimentos realizados no processo da colecta de dados foi possível
avançar com o trabalho e cumprir com os objectivos específicos estabelecidos
inicialmente e procedeu-se ao desenvolvimento de um protótipo de sistema para a
gestão de processos sobre ocorrências violentas na Cidade de Maputo. Acredito que
este permitirá a colecta, processamento e divulgação da informação de forma integra e
flexível, e possa contribuir para a mitigação dos problemas associados na tramitação de
processos de casos de ocorrência violenta em Moçambique.

3.2. Recomendações
Para ajudar a minimizar ainda mais a problemática existente, que foi reportada no
presente trabalho de pesquisa, o autor recomenda:
 Fortificar a colaboração na partilha de informação entre as esquadras/postos
policiais e procuradorias, partilhando os dados colhidos de forma a reduzir a
redundância de dados a colectar;
 A criação de sectores para realização de perícia em todas unidades hospitalares,
de forma flexibilizar o processo de produção de produção de relatórios de
ocorrência violenta, que é determinante em todo o processo de ocorrência
violenta;
 Que o MINT e o MISAU procurem um meio-termo que possa permitir a
implementação e gestão do sistema informatizado para a gestão de processos de
ocorrência violenta, como forma de tornar eficiente a colecta, processamento e
disponibilização de dados coerentes sobre as ocorrências violentas;
 Que o MINT e o MISAU invistam e disponibilizem mais recursos tecnológicos,
como computadores e modens as esquadras e postos policiais, para permitir o
uso do sistema proposto.

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59
ANEXOS
Diagrama de Classe para a solução proposta

Figura 13:Diagrama de classe de objecto

-2-
Diagrama de actividades

Figura 14: Diagrama de actividade para registo da vitima

-3-
Figura 15:Diagrama de actividade para criar_processo_vitima

-4-
Figura 16:Diagrama de actvidade de registo de informção da vítima

-5-
Figura 17:Diagrama de actividade para impressão de relatório individual

-6-
Proposta de interface do sistema

Utilização do Sistema

Login

O Sistema começa com a exibição do login, onde o utilizador deve se autenticar para
ter acesso ao Sistema.

Figura 18:Proposta de Login para o sistema

Informe o seu nome de utilizador e a senha, clique em Entrar.

-7-
Figura 19:Interface de autenticação

Caso a autenticação ocorra com sucesso, é exibido o Menu Principal, formulário de


acesso as funcionalidades do sistema.

Nota: As funcionalidades exibidas no Menu, podem variar de acordo com as permissões


de acesso de cada utilizador. Menu Principal

-8-
Menus

Figura 20:Interface Principal do sistema

Utilizador online Data e hora Icon do hosptital


Atalhos das listas
Atalho para criar
novo processo
Sair da conta
do utilizador

Nota:O menu acima contém as funcionalidades disponíveis para os médicos. Sair do


sistema
Listagem de processos

-9-
Figura 21: Lista de processos criados

Campo para filtrar os


Processos criados processos

- 10 -
Interface para inserir dados pessoais da vítima

Para criar novo processo, clique em e será exibido o formulário de criação de


processo.

Figura 22: Interface para criação da ficha de processo, realizado pelos utilizadores das
esquadras ou postos policiais credenciados

Preencha do dados, clique em, para gravar.

Nota: Nesta sessão todos campos são obrigatórios.

- 11 -
Criação do caso

Para criar o caso basta selecionar um paciente na lista de processo e clicar em

Figura 23: formulário para criação do processo, feito pelos utilizadores da polícia
(esquadras ou postos policiais) credenciados

Nota: Para criar o caso preencha o gabinete e o número do laudo, de seguida


selecione o caso a criar

- 12 -
Figura 24: Informação da polícia, preenchidos pelos utilizadores da polícia

Preencha os campos e clique em , até aparecer o painel da considerações


medico legal e conclusão.

Figura 25: Interface para colectar dados da vítima, preenchido pelos utilizadores da
polícia

- 13 -
Figura 26: Interface para o utilizador do hospital

Figura 27: Interface para a avalização do exame objecto, preenchido pelos utilizadores
médicos

- 14 -
Figura 28: interface de conclusão do processo, preenchido pelos utilizadores médicos

Após o preencher o formulário de com a aba com. Medico legal, clica em

Relatórios

O relatório podem ser acedidos ao clicar no atalho de Relatórios, e eles são listados de
acordo com o caso que podem ser:

 Acidente de viação;
 Violência domestica;
 Crime Sexual;

- 15 -
Figura 29: Lista de processos concluídos

Para imprimir basta clicar em .

Nota: Para imprimir o relatório, basta ir a aba de atalhos do Menu, de seguida


selecionar em relatórios, selecionar o caso, pesquisar o processo ou seja a vitima na
lista de seguida selecionar e imprimir.

- 16 -
Figura 30: Lista de processos concluidos

Botão de impressão
Campo para
Atalho do pesquisar
menu

Nota: A lista pode ser pesquisada pelo nome, número do laudo ou número do gabinete.

Para os médicos, estão disponíveis 3 tipos de relatórios, nomeadamente, acidente de


viação, violência domestica, crime sexual.

- 17 -
Relatório impresso

Para imprimir basta clicar em

Nota: O relatório é impresso no formato pdf.

- 18 -
Figura 31: Relatório individual de Ocorrências Violentas

- 19 -
Figura 32: Modelo de estatística por tipo

- 20 -
GUIÃO DE ENTREVISTA

GUIÃO DE ENTREVISTA PARA AS ESQUADRA/ SERVIÇOS DE MEDICINA


LEGAL
Como funciona o processo de atendimento as vítimas de ocorrências
1. violentas, como o caso de acidente de viação, violência doméstica e
violência sexual?
Quais pessoas singulares ou colectivas que solicitam as informações
2.
dos casos mencionados na pergunta anterior?
Quais são os constrangimentos encontrados no atendimento dessas
3.
vítimas?
Para ter a informação sobre o estado do processo da vítima, qual é o
4.
procedimento?
Existem ou já existiu situação de perda de processo, alteração indevida
5.
ou falsificação de processo? Se sim, em que circunstâncias ocorreram?

- 21 -
Plano de actividade

Figura 33: Plano de actividade do trabalho de pesquisa

- 22 -

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