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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS

Licenciatura em Ensino de Informática

Sualé Mussa Francisco

IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO AVANÇO DAS TIC’S


NO SECTOR DE EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE: ESTUDO DE
CASO DA UNIVERSIDADE LICUNGO - QUELIMANE

Quelimane

2023
Sualé Mussa Francisco

IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NO AVANÇO DAS TIC’S


NO SECTOR DE EDUCAÇÃO EM MOÇAMBIQUE: ESTUDO DE
CASO DA UNIVERSIDADE LICUNGO - QUELIMANE

Projecto de pesquisa a ser apresentado no


Departamento de Ciências e Tecnologias como
requisito para a obtenção do título de licenciado
em Informática com Habilidades em Ensino de
Informática. supervisionado pelo: MsC Armando
Cherequejanhe

Quelimane

2023
Lista de abreviaturas

TDIC Tecnologia Digitais de Informação e Comunicação


TIC Tecnologia de Informação e Comunicação
SNE Sistema Nacional de Educação
(United Nations Educational Scientific and Cultural Organization)
UNESCO
Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura
EUA Estados Unidos da América
OMS Organização Mundial da Saúde
SARS (Severe Acute Respiratory Syndrome) Síndrome Respiratória Aguda Grave
COVID (Corona Virus Disease) doença do coronavírus
EaD Educação a Distância
SUMÁRIO Pag.

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 4
CAPITULO I: ELEMENTOS DE PESQUISA ..................................................................... 6
1.2. PROBLEMATIZAÇÃO ...................................................................................................... 6
1.3. JUSTIFICATIVA .............................................................................................................. 7
1.4. OBJETIVOS ................................................................................................................ 8
1.4.1. Geral ..................................................................................................................... 8
1.4.2. Específicos ............................................................................................................ 8
CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 9
2.1. PANDEMIA DA COVID – 19 NO MUNDO E NO CONTINENTE AFRICANO .......................... 9
2.1.1. A pandemia da COVID – 19 em Moçambique ................................................... 10
2.1.2. Educação antes da pandemia da COVID – 19 ................................................... 11
2.1.3. Desafios da educação perante a pandemia do COVID – 19 .............................. 11
2.1.4. Educação em Moçambique durante a pandemia da COVID – 19 ..................... 13
2.2. TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ........................................................ 14
2.2.1. As TICs na educação .......................................................................................... 15
CAPITULO III: METODOLOGIA ..................................................................................... 18
3.1. DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ................................................................................ 18
3.2. TIPOS DE PESQUISA ..................................................................................................... 19
3.2.1. Quanto a abordagem .......................................................................................... 19
3.2.2. Quanto a natureza .............................................................................................. 20
3.2.3. Quanto aos objetivos da pesquisa ...................................................................... 20
3.2.4. Quanto aos procedimentos ................................................................................. 21
3.3. TÉCNICAS DE AMOSTRA .............................................................................................. 22
3.3.1. Universo ............................................................................................................. 22
3.3.2. Amostra............................................................................................................... 22
3.4. TÉCNICAS DE COLETA DE DADOS ................................................................................ 22
3.4.1. Entrevista ............................................................................................................ 22
Questionário ...................................................................................................................... 23
3.5. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES ................................................................................. 23
3.6. ORÇAMENTO DO PROJECTO ......................................................................................... 24
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 25
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1. INTRODUÇÃO

Nas duas primeiras décadas do século XXI, a humanidade tem experimentado um


avanço tecnológico exponencial. Esses avanços provocam mudanças sociais, técnicas, culturais
e econômicas no seio da sociedade, promovendo o surgimento de novas formas de pensar,
sentir, agir e viver juntos (Janete , Jenerton , & Leandro , 2020).

Neste contexto de mudanças, surgem as chamadas Tecnologias de Informação e


Comunicação (TIC). A existência dessas tecnologias sempre foi um factor de mudança na
sociedade, de modo particular no sector de educação (Branco, Adriano, & Iwasse, 2020).

A educação num aspecto global vem sofrendo mudanças nas últimas décadas devido à
presença das tecnologias que vêm sendo utilizadas no meio educacional. Estes avanços
tecnológicos na educação, possibilitaram a criação de ferramentas que puderam ser
implementadas nas salas de aula, mudando assim a maneira de ensinar. Embora existam
ferramentas tecnológicas voltadas para a área pedagógica, há muito que se avançar dentro das
instituições educacionais, para que o processo de ensino e aprendizagem se torne mais
tecnológico, sobretudo nas escolas públicas (Branco, Adriano, & Iwasse, 2020).

O mundo foi surpreendido em dezembro 2019, com a pandemia da COVID-19 (doença


viral com alto potencial de contágio), após casos registrados na China. A humanidade foi
colocada à aprova de forma súbita e surpreendente (VATTINO, 2020), mais do que a saúde de
todos os habitantes do planeta, nosso estilo de vida foi radicalmente afetado.

Em Moçambique, os primeiros casos da COVID -19 foram registrados em meados de


março de 2020. Numa tentativa de conter o risco de contágio e disseminação do vírus e não
causar um colapso nos sistemas de saúde, o governo declarou o Estado de Emergência em nível
nacional.

Dentre as várias medidas deliberadas, o governo de Moçambique suspendeu as aulas em


todos os estabelecimentos públicos e privados, desde o ensino pré-escolar até o superior,
afetando substancialmente o planejamento e a rotina acadêmica e escolar de alunos e
professores. Diante desta situação, as ferramentas de tecnologias de informação e comunicação
(TICs), se tornaram uma alternativa preponderante no contexto da pandemia da COVID - 19,
sendo que as instituições de ensino, em diversos locais do país, optaram por realizar o ensino
remoto, como forma de minimizar a perda das atividades acadêmicas e continuação das relações
escolares.
5

Em Moçambique, o uso das TICs no sector da educação apresenta-se bastante


embrionário, sendo um desafio para os professores assim como para os alunos. Alguns fatores,
nomeadamente a dificuldade de acesso à internet, a carência das instituições escolares aos
recursos tecnológicos e a capacitação dos professores para que estejam mais preparados e
imersos na cultural digital, de forma a utilizar as novas tecnologias nas práticas pedagógicas
são tidos como limitantes neste processo (Branco, Adriano, & Iwasse, 2020).

A maioria das instituições de ensino a nível nacional, não tinham habilidades e


experiência para utilizar tal sistema distanciado (remoto). Isso tudo ocasionou mudanças
significativas nas relações sociais entre professores e alunos. Neste contexto, o estudo tem por
objetivo compreender os impactos da pandemia da COVID - 19 no avanço das TICs para o
processo de ensino e aprendizagem, especificamente na universidade Licungo e, quais foram
as estratégias e modelos adotados pela direção da universidade face as novas metodologias
educacionais.
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CAPITULO I: ELEMENTOS DE PESQUISA

1.2. Problematização
A pandemia da COVID - 19 mudou o mundo. Para Melo (2020), as mudanças são
inúmeras e passam pela política, economia, modelos de negócios, relações sociais, cultura,
psicologia social e a relação com a cidade e o espaço público. De modo particular, as atividades
educacionais foram impactadas em todos os âmbitos.

De acordo com Audrey Azoulay, diretor geral da Organização das Nações Unidas para
a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), 87% da população estudantil mundial foi afetada
pela suspensão das aulas devido a pandemia da COVID - 19 e, isso foi motivo de preocupação
dos governos e das instituições de ensino (UNESCO, 2020). Neste contexto, a UNESCO
recomendou a utilização de programas de ensino a distância e plataformas de recursos
educacionais abertos, de forma que as aulas pudessem ser administradas de forma remota,
diminuindo o impacto de encerramento das instituições.

A maioria das instituições de ensino a nível nacional, não tinham habilidades e


experiência para utilizar tal sistema de ensino remoto. Isso tudo ocasionou mudanças
significativas nas relações sociais entre professores e alunos.

A Universidade Licungo é uma das instituições públicas de ensino superior em


Moçambique, localizada na região centro do país, província da Zambézia, que devido a
pandemia da COVID -19, foi forçada a suspender as aulas presenciais para conter o nível de
contágio e disseminação da doença. Neste contexto, de modo a dar continuidade ao processo
de ensino e aprendizagem, para que o ano lectivo 2020-2021 não fosse perdido, a universidade
Licungo abraçou a ideia de desenvolver as aulas remotas, ou melhor, virtuais em que
professores e alunos foram impostos a saber operacionalizar. Contudo, a análise dos impactos
da pandemia da COVID - 19 na universidade Licungo para o avanço das TIC’s, ainda não foi
feita.

Diante deste exposto, coloca-se as seguintes questões de pesquisa: Quais são os


impactos causados pela pandemia da COVID - 19 no processo de ensino-aprendizagem para
o avanço das TIC's? Será que os professores estão capacitados/preparados para fazer face ao
ensino remoto?
7

1.3. Justificativa
A tecnologia vem sendo uma ferramenta muito importante para a formação das
sociedades contemporâneas. Dessa maneira, os avanços tecnológicos também geraram diversas
contribuições para a educação moderna.

De acordo com Mendes (2008), as Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) são


um conjunto de recursos tecnológicos que quando integrados entre si, proporcionam a
automação e/ou a comunicação nos processos existentes nas diferentes esferas da sociedade
nomeadamente, nos negócios, no ensino e na pesquisa científica.

As TICs podem contribuir no processo de exploração da comunicação dos professores


e alunos, além disso, também são as formas de difundir informação, incluindo as mídias mais
tradicionais, o rádio, a televisão, o vídeo, as redes de computadores, os livros, as revistas, etc.
Quando se unir a informação à comunicação, promoverão novos ambientes propícios às
aprendizagens e interações, essenciais para uma efetiva aprendizagem.

A escolha do tema deve-se ao facto de que em Moçambique, a utilização das


Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino e aprendizagem ainda
é embrionário apesar do avanço tecnológico que se tem verificado nos últimos tempos no sector
de educação. Por isso, este estudo visa compreender os impactos da pandemia da COVID-19
para o avanço das TICs no sector de educação, de modo a demostrar os desafios que se colocam
ao uso destas Tecnologias de Informação e Comunicação no processo de ensino e aprendizagem
em Moçambique.
8

1.4. OBJETIVOS

1.4.1. Geral
✓ Compreender os impactos da pandemia da COVID-19 para o avanço das TICs no sector
de educação em Moçambique: Estudo de caso da Universidade Licungo-Quelimane.

1.4.2. Específicos
✓ Identificar os impactos causados pela pandemia da COVID - 19 para o avanço das TICs
na Universidade Licungo;
✓ Analisar a capacidade dos professores quanto ao processo de manuseamento das TIC’s
nas práticas pedagógicas;
✓ Analisar o nível de assimilação dos alunos em relação a matéria dada usando as novas
metodologias educacionais (ensino remoto);
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CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Nesta etapa de Revisão da literatura bibliográfica sobre o tema tem como finalidade
primeiramente integrar as nuances do tema proposto, fornecendo conhecimentos mais
aprofundados sobre o trabalho a ser realizado e possibilitando a reflexão do estudante
pesquisador sobre o tema.

2.1. Pandemia da COVID – 19 no mundo e no continente africano


A COVID-19 (doença causada pelo vírus SARS- CoV-2) é uma doença infecciosa
causada pelo novo coronavirus chamado SARS-CoV-2 (Síndrome Respiratória Aguda Severe
causada pelo Coronavirus 2), associada inicialmente a casos de pneumonia viral registados em
finais de Dezembro de 2019, em Wuhan, na República Popular da China. Desde então, ocorreu
uma rápida disseminação mundial, tendo a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarado
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional a 30 de Janeiro de 2020 (Cassy,
Marrufo, & Chicumbe, 2021).

Conforme Brito, et al. (2020) O coronavírus (CoV), foi inicialmente isolado em 1937, e
que ficou conhecido em 2002 e 2003 por causar uma síndrome respiratória aguda grave em
seres humanos denominada SARS. Na época, esta epidemia foi responsável por muitos casos
de infecções graves no sistema respiratório inferior, acompanhado de febre e, frequentemente,
de insuficiência respiratória. No entanto, a pandemia denominada SARS foi rapidamente
controlada e somente alguns países como China, Canadá e Estados Unidos da América (EUA)
foram afetados pelo vírus.

Em dezembro de 2019, após casos registrados na China, o mundo foi surpreendido com
a descoberta do novo coronavírus, o agente que causa a doença chamada COVID-19. Em
fevereiro de 2020, segundo a Universidade Johns Hopkins, haviam 3.373.602 casos de
infectados ao redor do planeta, que resultaram em 240.066 mortes. Dessa forma, a COVID-19
foi classificada como pandemia, no dia 11 de março de 2020, pela Organização Mundial da
Saúde (OMS) (Grossi, Minoda, & Fonseca, 2022).

Conforme Cassy, Marrufo, & Chicumbe (2021) Até o final do mês de Março de 2021,
em todo o mundo tinha sido reportado um cumulativo de 128 milhões de casos de COVID-19.
naquela altura, a Europa era o continente com maior número de casos cumulativos, com 39
milhões, seguido da América do Norte, com 35 milhões de casos. O continente Africano era na
o segundo continente com menor número cumulativo de casos, com 4 milhões de casos.
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O termo pandemia descreve a ocorrência generalizada de doença que ultrapassa


fronteiras geográficas e, que devido a expansão do comércio e das viagens, cria novas
oportunidades de interação entre pessoas, animais e ecossistemas. Segundo Ortona (2020) a
pandemia causada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2 entrou para a História da medicina
contemporânea pela novidade etiológica, pois como o mundo não estava preparado com
reservas imunológicas contra a doença, foram necessários o confinamento domiciliar e o
distanciamento social.

2.1.1. A pandemia da COVID – 19 em Moçambique


De acordo com Ilesh Jani, diretor-geral do Instituto Nacional de Saúde, a disseminação
global do SARS-CoV-2 decorria a um ritmo veloz. E que em menos de um ano após a sua
detecção pela primeira vez na China, foram notificadas mais de 32 milhões de pessoas
infectadas em cerca de 200 países e territórios. O impacto da COVID-19, a doença causada pelo
SARS-CoV-2 em humanos, é bem patente na morbilidade, na mortalidade, na economia global,
assim como na maior parte dos outros sectores da sociedade (Jani, 2020).

Moçambique registou o primeiro caso confirmado de COVID-19, uma condição


causada pelo Coronavírus (SARS-CoV-2), no dia 22 de Março de 2020. Este primeiro caso
registou-se num indivíduo do sexo masculino, com mais de 75 anos de idade, de nacionalidade
moçambicana, que retornou de uma viagem ao Reino Unido em meados de Março
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020).

Conforme Jani (2020) Em Moçambique, a COVID-19 parecia ter, pelo menos um menor
impacto directo na morbi-mortalidade, e que uma grande proporção das infecções por SARS-
CoV-2 era assintomática ou apresentava-se com sintomas ligeiros, e o número de pessoas com
COVID-19 que necessitavam de hospitalização era relativamente baixo desde o início da
pandemia.

De acordo com Cassy, Marrufo, & Chicumbe (2021) desde a declaração do primeiro
Estado de Emergência a 30 de Março de 2020, diferentes estratégias de prevenção e controle
foram implementadas em momentos diferentes, e incluíram encerramento de escolas, proibição
de eventos públicos e desportivos, uso obrigatório de máscaras faciais em lugares públicos,
recolher obrigatório, distanciamento social, quarentena obrigatória para viajantes oriundos de
viagens internacionais, entre outras. Conforme o mesmo autor, o Estado de Emergência foi
posteriormente prorrogado por três vezes e, em Setembro de 2020, o país transitou para um
11

Estado de Calamidade Pública, numa altura em que algumas províncias transitavam para o
padrão de transmissão comunitária.

Conforme Cassy, Marrufo, & Chicumbe (2021) a maioria dos casos de COVID-19 em
Moçambique foram registados na Cidade e Província de Maputo, com um total de 38.203 casos,
que correspondia a 57% do total de casos. A partir de Maio de 2020 a epidemia espalhou-se
rapidamente para as outras províncias. A 10 de Maio de 2020 foram notificados os primeiros
casos nas províncias de Gaza, Inhambane, Sofala e Tete e no mesmo mês foram também
notificados os primeiros casos em Nampula, Zambézia e Niassa. O país levou 106 dias para
atingir os primeiros 1.000 casos.

2.1.2. Educação antes da pandemia da COVID – 19


Cinco anos em três meses. O número pode assustar os mais céticos, porém, essa é a
estimativa do desenvolvimento da educação com o quadro da pandemia que se instalou no
mundo afora entre 2019 e 2020. Desde a segunda guerra mundial, as escolas de todo o mundo
não eram fechadas ao mesmo tempo e pelo mesmo motivo. Antes da Covid – 19 (a.C.) o termo
da moda era “educação 4.0”, em alusão a quarta revolução industrial, guiada pela internet, com
a digitalização, coleta e análise de dados (Regional, 2020).

De acordo com Regional (2020) antes da pandemia a escolas do mundo inteiro tinham
como método geral aulas presenciais e algumas aulas a distância. As aulas presenciais é o
formato de ensino mais tradicional. Nesta modalidade, todo o conteúdo do curso é exposto
através de aulas em que os alunos e professores estão fisicamente no mesmo local e ao mesmo
tempo. Os alunos tinham horários definidos para aulas em salas, educação física e recreio. No
recreio os alunos conviviam uns com os outros sem nenhum impedimento de terem contato
físico.

2.1.3. Desafios da educação perante a pandemia do COVID – 19


De acordo com Montemerli (2020) citado por Rocha & Quintão (2020, p. 2) o novo
Coronavírus (Covid-19) surge como uma pandemia e traz consequências para todo o mundo
afetando a saúde, os aspectos econômicos, educativos e também sociais. “As notícias dos
contágios e das medidas para combater a expansão do vírus ficavam a cada dia mais veiculadas
e preocupantes.”

Conforme Rocha & Quintão (2020) o aumento no número de casos de Novo


Coronavírus no mundo levou à suspensão de aulas da rede pública e privada em todo o país. A
12

medida serviu para evitar aglomerações e deslocamentos. A medida empregue pelos governos
conduziu para uma nova possibilidade de educação, o que auxiliou para que os alunos não
perdessem o ano, e além disso, reforçou a possibilidade de restringir ainda mais o contato social,
visto que, a escola pode ser considerada um ambiente em que a aglomeração é inevitável.

A nova proposta educacional para suprir as necessidades devido ao vírus implica o uso
ativo de tecnologias. A educação à distância (EaD) aparece como uma possibilidade de ensino
o que permite que o aluno tenha acesso ao conhecimento por meio de multimídias e dispositivos
eletrônicos, proporcionando uma interação entre professor e aluno através dos meios digitais
(Rocha & Quintão, 2020).

Com a necessidade da comunicação através da tecnologia devido ao vírus que


impossibilita o contato social, surgem novas possibilidades nas formas de relacionamentos
humanos. A partir de agora os celulares, tabletes, computadores e notebooks ganham forças nos
diálogos, reforçando vídeos, falas, sinais e escritas independentes do seu grau de escolaridade.

Diante dos apontamentos, destaca-se também o papel da educação neste momento. O


sistema educacional também precisou se reordenar perante a pandemia. Em poucos meses, os
diversos níveis de escolaridade se encontraram na obrigação de adaptar as práticas e
metodologias de ensino, criando-se novas possibilidades para a educação, evitando
aglomerações em escolas e instituições de ensino superior, posto que, no momento o
distanciamento social é a principal medida para a redução do contágio do vírus. Nota-se a
preocupação do sistema educacional com o novo vírus, o mesmo, reinventa-se para adaptar à
nova demanda, em virtude de não saber quando a pandemia será cessada (Rocha & Quintão,
2020).

Ainda assim, concorda-se com De Oliveira e De Souza (2020), quando afirmam que:

Diante de tantas incertas, vem à tona a necessidade de pensar nas estratégias


que serão utilizadas para atenuar os impactos da crise provocada pela pandemia.
Assim, surgem vários questionamentos, não só dos que estão na linha de frente
executando as atividades – gestores escolares, professores e toda a equipe
multiprofissional envolvida no processo educacional como, por exemplo,
pedagogos, assistentes sociais psicólogos, etc. –, mas também daqueles que tem
o “poder da caneta”, n sentido de definir as diretrizes a serem seguidas (Oliveira
& Sousa, 2020).
13

2.1.4. Educação em Moçambique durante a pandemia da COVID – 19


A educação existe desde a história da existência do homem, mesmo em sociedades onde
não havia a instituição escolar, ela não deixou de ocorrer, embora acontecesse em processos
diferentes daqueles utilizados pelo sistema escolar (Luluva, 2009). De acordo com o mesmo
autor isto significa que em Moçambique, sempre houve a educação. Desde a sua gênese como
instituição de ensino, promovida pela administração colonial, a educação esteve ligada a
grandes desafios, não só, na luta pela libertação do jugo colonial, mas também, nos fenômenos
políticos, como a Guerra Civil e as Políticas Neoliberais. A educação em Moçambique, antes
da pandemia do Coronavírus, já estava em crise devido à influência das políticas neoliberais no
sistema educacional, introduzindo, deste modo, a economia do mercado no campo educacional.

De acordo com Janete , Jenerton , & Leandro (2020) a propagação da pandemia da


COVID 19 em escala global, alcançou Moçambique no final do mês de março de 2020.
Seguindo os protocolos da Organização Mundial da Saúde, como medida de contenção da
propagação do Coronavírus, no dia 20 de março daquele ano, foi anunciada a suspensão das
aulas em todo o Sistema Nacional de Educação (SNE), cuja vigência iniciaria no dia 23 de
março.

A suspensão das aulas presenciais e o consequente encerramento das atividades de


ensino nos estabelecimentos escolares afetou os esforços do Estado e do governo de
Moçambique para a efetivação do Direito à Educação: um total de 8,5 milhões de alunos e
estudantes, nomeadamente 101.000 ao nível pré-primário, 6,9 milhões no ensino básico, 1,25
milhões no ensino secundário, mais de 85.000 alunos do Ensino Técnico e Profissional, e
213.930 estudantes universitários e de ensino superior, assim como 370.000 alunos de
alfabetização e educação de adultos foram obrigados a ficar em casa (Janete , Jenerton , &
Leandro , 2020).

De acordo com Moçambique (2021) citado por Teixeira, Gonçalves, & Jorge (2022) Em
ofício encaminhado às Direções Provinciais de Educação, a Ministra da Educação e
Desenvolvimento Humano, Carmelita Rita Namashulua, apresentou que a retomada das aulas
presenciais era apenas para atender à necessidade de preparar os alunos do subsistema do ensino
geral, cujas classes tinham exames finais por realizar, deixando de fora da escola boa parte dos
estudantes, fato que prejudicou o desenvolvimento de competências requeridas pelo SNE. Desta
feita, no ano de 2021, quando foi anunciada a retomada das aulas presenciais para os alunos de
14

todas as classes, os programas de ensino tiveram que realizar ajustes curriculares para
contemplar conteúdos de classes anteriores.

Com a opção do interrompimento das aulas presenciais, algumas estratégias


pedagógicas foram adotadas como alternativas ou meios de aprendizagem, no contexto da
educação remota emergencial, dentre as quais incluem recursos a aulas remotas/virtuais (via
internet, rádio ou televisão) combinadas com as denominadas fichas de estudo ou de apoio aos
estudantes (Teixeira, Gonçalves, & Jorge, 2022).

A pandemia do Covid-19 conveliu a vida pública de uma maneira profunda, colocando


grandes desafios no sector da educação, fomentando novas metodologias de ensino vinculadas,
principalmente, através de organizações internacionais, no caso da UNESCO (Muzime &
Zimbico, 2021).

Conforme introduziu-se o ensino virtual, as famosas aulas remotas, os professores foram


encontrados de surpresa, assim como, os encarregados de educação. Sabe-se de antemão que a
maioria dos moçambicanos vivem numa pobreza extrema o que lhes torna difícil custear o
ensino virtual, ademais, estes encontram-se limitados no acesso à internet e na
operacionalização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) (Muzime & Zimbico,
2021).

2.2. Tecnologia de informação e comunicação


De acordo com Rodrigues et al. (2014) citado por Rodrigues (2016) Tecnologias da
Informação e Comunicação (TICs) podem ser definidas como o conjunto total de tecnologias
que permitem a produção, o acesso e a propagação de informações, assim como tecnologias
que permitem a comunicação entre pessoas. Com a evolução tecnológica, surgiram novas
tecnologias, que se propagaram pelo mundo como formas de difusão de conhecimento e
facilitaram a comunicação entre as pessoas, independentemente de distâncias geográficas.

As TICs são utilizadas nas mais diversas áreas, como, por exemplo, na indústria, no
comércio, no setor de investimentos e na educação. Em todas as possíveis aplicações de TICs,
o principal objetivo é proporcionar o acesso à automação da informação e comunicação. No
que tange ao conjunto de tecnologias emergentes em TICs, são incluídos softwares e hardwares,
para garantir a operacionalização da comunicação. A grande popularização das TICs ocorreu
com o surgimento e a difusão da internet (Pacievitch, 2014).
15

De acordo com Rodrigues (2016), a comunicação é uma das principais necessidades do


ser humano desde o surgimento da humanidade. No decorrer da história, existem relatos da
evolução da comunicação, na troca de informação, no registro de fatos, na apresentação de
ideias e emoções. A partir desses fatores, as tecnologias de comunicação e de meios de
transmissão de informação evoluíram, passando das escrituras nas cavernas até os meios
digitais, hoje utilizados em larga escala pela humanidade. Conforme o mesmo autor, a evolução
das TICs trouxe grandes benefícios ao homem, principalmente no que diz respeito à educação.
Nessa área, foram inseridas novas tecnologias que proporcionaram o surgimento de meios e
fins na criação, no compartilhamento e na busca por conhecimento.

A partir da criação dos computadores, a educação evoluiu a passos largos. Nos dias
atuais, com o advento da internet e vários dispositivos computacionais, a informação e a
comunicação tornaram-se acessíveis a toda a sociedade, independentemente da localização
geográfica ou da classe social. Segundo Pacievitch (2014) a tendência é de que a adoção de
TICs ocorra largamente em todas as áreas de automatização da ação humana, indo além das
fronteiras da educação. A utilização de TICs cresce a cada dia em diversas vertentes, seja na
indústria, segurança, educação e comunicação social. Conforme o autor acima citado, a
comunicação também é responsável por grandes avanços, devido à troca de informações e à
experiência por meio da tecnologia. Podemos destacar, nesse avanço, as novas formas e
metodologias que surgiram no ensino, como, por exemplo, a educação a distância.

Segundo Lévy (1993), novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas
no mundo das telecomunicações e da informática. Tais maneiras tornam, as relações entre os
homens, simples e acessíveis a todos, promovendo a integração cultural e a troca de
conhecimento com pessoas do mundo todo. A velocidade com que as informações percorrem o
mundo era inimaginável há algumas décadas.

2.2.1. As TICs na educação


O mundo em que vivemos está sendo inundado de novidades tecnológicas a cada dia,
seja na cadeia produtiva, seja na indústria ou educação. O fato é que, a cada dia, dependemos
mais da tecnologia. Em muitos casos, esta dependência fica invisível aos nossos olhos e só
percebemos quando falta energia elétrica, o sistema bancário fica fora do ar, o telefone celular
não executa funções básicas, os dispositivos eletrônicos em geral entram em colapso. É o nosso
cotidiano sendo norteado pela tecnologia. O mesmo não acontece na educação, que ainda
16

caminha a passos lentos na utilização dos recursos tecnológicos disponíveis para o ensino e
didática em sala de aula, cenário este descrito de forma concisa por Neves (2009).

Em um mundo permeado por tecnologia, ainda convivemos com uma educação que usa
as TICs como algo exótico, excepcional (Neves, 2009). O grande marco para a educação foi a
introdução dos microcomputadores em ambientes educacionais, possibilitando aos alunos mais
uma alternativa na busca por conhecimento. Outro ponto importante foi a troca de informações
culturais em ambientes educacionais. A introdução de computadores e internet nas escolas
permitiu a comunicação e troca de informação entre estudantes do mundo inteiro.

O mundo de hoje está coberto pelas tecnologias, por esse motivo, não poderia ser
diferente que a presença das Tic`s seja fundamental nas escolas e nas salas de aula, pois é
essencial para alunos e professores alcançarem a realidade do cotidiano. Mas, para que essa
ferramenta seja utilizada de forma assertiva, ou seja, aqueles profissionais que já estão atuando
na prática docente é preciso conhecer e saber utilizá-la, além do treinamento que é essencial
para o aprendizado do professor, e aos profissionais que estão iniciando na educação faz-se
necessário uma formação acadêmica onde ajude o estudante encontrar seu caminho em meio
de uma sociedade em constante transformação (Mariamo, 2015).

De acordo com Mariamo (2015) somente com o acesso das técnicas da informação e da
comunicação não garante um ensino melhor, é preciso que todos os membros submergidos neste
processo engajem em um mesmo projeto intencional, onde incorpore ações estratégicas de
planejamento, tanto administrativo quanto das práticas pedagógicas. Conforme o autor acima
citado, as tecnologias podem proporcionar um método de ensino mais eficiente e completo,
tornando o ensino e a aprendizagem muito próxima de professores e alunos, possibilitando
maior interação e visão das experiências de cada um. Em função disso, é preciso capacitar os
professores para manusear e auxiliar os alunos em sala de aula, ou seja, uma formação
continuada, para que os educadores comecem a pensar e refletir sobre a função da Tic`s no
processo de ensino e aprendizagem.

Todavia, embora existam profissionais na área da educação que ainda tem receio e
resistência em usar as ferramentas tecnológicas com temor que esses recursos possam ocupar
seus lugares em salas de aula, as Tic`s não suprem a necessidade da presença do professor, dos
livros didáticos e outros meios que são utilizados para ministrar uma excelente aula, pois, a
educação desde os tempos antigos até os dias atuais continua a ser feita pelo meio da fala, escrita
e pelos textos impressos, tanto aulas presenciais ou à distância (Mariamo, 2015).
17

De acordo Lévy (2000) citado por Grossi, Minoda, & Fonseca (2022), a educação no
mundo é influenciada pela constante evolução tecnológica e pelas novas formas de
relacionamento entre seus atores. Nesse entendimento, as TDIC facilitam a troca de
informações entre os professores, os alunos e o conhecimento em todos os seus formatos, sejam
eles textos, gráficos, vídeos, áudios, permitindo fomentar que outros saberes sejam agregados
em nossos sentidos.

Essa ideia fica evidenciada em da Silva & Camargo (2015), ao enfatizarem que “a
tecnologia digital aparece como parte essencial da cultura escolar, pois permeia a vida de
alunos, professores e pais, que interagem na internet por meio de dispositivos eletrônicos”. Para
os autores é fundamental inserir as TDIC no contexto escolar, como estratégias pedagógicas e,
as escolas que ainda vivem em modelos do passado, estão sendo pressionadas a mudar.

As metodologias de ensino sofreram um grande impacto e evolução com o


desenvolvimento tecnológico. Hoje, temos cursos na modalidade EaD e cursos presenciais
fazendo uso constante de recursos e serviços on-line, para o compartilhamento de informações,
assim como para a integração entre aluno e professor.
18

CAPITULO III: METODOLOGIA

Neste capítulo descrevem-se os procedimentos teóricos metodológicos que irão nortear


a realização da pesquisa.

Segundo Marconi & Lakatos (2003, p. 83), método é o conjunto das atividades
sistemáticas e racionais que, com maior segurança e econpmia, permite alcançar o objetivo -
conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e
auxiliando a decisões do cientista . Para Rover (2006, p. 8) método é um conjunto de
procedimentos sistemáticos no qual os questionamentos são utilizados com critérios de caráter
científico, para termos fidedignidade dos dados, envolvendo princípios e normas que possam
orientar e possibilitar condições ao pesquisador, na realização de seus trabalhos, para que o
resultado seja confiável e tenha maior possibilidade de ser generalizado para outros casos.

Também Oliveira (2002, p. 58), contribui, afirmando que método é um conjunto de


regras ou critérios que servem de referência no processo de busca da explicação ou da
elaboração de previsões, em relação a questões ou problemas específicos.

Desta forma segundo definições apresentadas sobre a metodologia, podemos concluir


que metodologia é um caminho ou procedimentos usados para alcançar um determinado
objectivo.

3.1. Descrição da área de estudo


O estudo será realizado na Universidade Licungo, campus de Coalane, localizado na
cidade de Quelimane, província da Zambézia.
19

3.2. Tipos de pesquisa


De acordo com Minayo (1993) citado por Silva & Menezes (2001, p. 19), considera a
pesquisa como “atividade básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É
uma atitude e uma prática teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente
inacabado e permanente. É uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se
esgota, fazendo uma combinação particular entre teoria e dados”.

A realização de uma pesquisa deve ser sustentada por uma metodologia, existem
diversas classificações para a mesma, porém, o presente projecto sustentare-se-a nas
metodologias sugeridas por Gil (2003 e 2008) e Marconni e Lakatos (2008). A mesma pode ser
classificada pelos seguintes critérios: (a) quanto à abordagem; (b) quanto ao método de
abordagem; (c) quanto à sua natureza; (d) quanto aos seus objectivos gerais; e (e) quanto aos
procedimentos técnicos.

3.2.1. Quanto a abordagem


Quanto à abordagem um trabalho de pesquisa pode ser classificado em: pesquisa
qualitativa e quantitativa.

Segundo Ricardsonetal (1999, p.80) “a pesquisa qualitativa consiste em mergulhar na


complexidade dos acontecimentos a partir da interpretação dos dados sobre uma certa realidade,
permitindo descrever as características e a situação emocional dos factos dos informantes em
seu contexto”.

A pesquisa qualitativa é, segundo (Gerhardt & Silveira, 2009) é aquela que não se
preocupa com representatividade numérica, mas sim com o aprofundamento da compreensão
do domínio em questão. Esta preocupa-se com aspectos da realidade que não podem ser
quantificados.

Segundo Gerhardt & Silveira (2009, p. 31), a pesquisa quantitativa difere da qualitativa
pelo facto de os seus resultados poderem ser quantificados, este tipo de pesquisa recorre à
linguagem matemática para descrever causas de um fenómeno, relações entre variáveis,

Quanto a abordagem o presente trabalho aplicar-se-á a pesquisa qualitativa, pois o


mesmo visa descrever os impactos da pandemia da COVID – 19 no avanço das TIC’s no sector
da educação no sector da educação em Moçambique sem recorrer à linguagem matemática.
20

3.2.2. Quanto a natureza


Quanto à natureza um trabalho de pesquisa pode classificar-se como: (a) pesquisa
básica; e (b) pesquisa aplicada.

Gerhardt & Silveira (2009) a pesquisa básica visa gerar conhecimentos novos, úteis para
o avanço da ciência, sem aplicação prática prevista, a mesma envolve verdades e interesses
universais.

Gerhardt & Silveira (2009) afirmam que a pesquisa aplicada objetiva gerar
conhecimentos para aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos, a mesma
envolve verdades e interesses locais.

Quanto a natureza o presente trabalho aplicar-se-á como pesquisa aplicada, pois, o


mesmo visa perceber impactos da pandemia da COVID – 19 no avanço das TIC’s no sector da
educação no sector da educação em Moçambique.

3.2.3. Quanto aos objetivos da pesquisa


Quanto aos objetivos a pesquisa pode ser classificada, segundo Gerhardt & Silveira
(2009) como: a) exploratoria; b) descritivo; c) explicativo.

a) A pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade


com o problema, com vistas a torna-lo mais explicito ou construir hipóteses. A
grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b)
entrevistas com pessoas que tiveram experiencias praticas com o problema
pesquisado; e (c) análise de exemplos que estimulem a compreensão.
b) A pesquisa descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o
que deseja pesquisar. Este tipo de estudo pretende descrever os fatos e
fenômenos de determinada realidade.
c) A pesquisa explicativa preocupa-se em identificar fatores que determinam ou
que contribuem para a ocorrência dos fenómenos, ou seja, este tipo de pesquisa
explica o porquê das coisas através dos resultados oferecidos.

Com base na classificação acima, o presente trabalho quanto ao objetivo aplicar-se-á como
pesquisa exploratória, pois, o mesmo visa analisar a capacidade dos professores quanto ao
processo de manuseamento das TIC’s nas práticas pedagógicas.
21

3.2.4. Quanto aos procedimentos


Quanto ao procedimento uma pesquisa pode ser classificada por várias formas e,
algumas delas são: (a) pesquisa experimental; (b) pesquisa bibliográfica; (c) pesquisa
documental; (d) pesquisa de campo; (e) pesquisa de levantamento; (f) estudo de caso;

a) Pesquisa experimental – Gil (2007) citado por Gerhardt & Silveira (2009),
afirmam a pesquisa experimental consiste em determinar um objeto de estudo,
selecionar as variáveis que seriam capazes de influenciá-lo, definir as formas de
controle e de observação dos efeitos que a variável produz no objeto.
b) Pesquisa bibliográfica – segundo (Gerhardt & Silveira, 2009) pesquisa
bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos
científicos, páginas de web sites.
c) Pesquisa documental – a pesquisa documental conforme Fonseca (2002) citado
por (Gerhardt & Silveira, 2009) é similar à pesquisa bibliográfica,
diferenciando-se pelos simples facto da pesquisa bibliográfica utilizar fontes
constituídas por material já elaborados, constituído basicamente por livros e
artigos publicados, ao passo que, a pesquisa documental recorre a fontes mais
diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas
estatísticas, jornais, revistas, relatórios, documentos oficiais, cartas, filmes,
fotografias, pinturas, tapeçarias, relatórios de empresas, vídeos de programas de
televisão, etc.
d) Pesquisa de campo – de acordo com Fonseca (2002) citado por (Gerhardt &
Silveira, 2009), a pesquisa de campo caracteriza-se pelas investigações em que,
além da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza coleta de dados junto
a pessoas, com recurso de diferentes tipos de pesquisa (pesquisa ex-post-facto,
pesquisa-ação, pesquisa participante, etc.).
e) Pesquisa Levantamento – Fonseca (2002) citado por (Gerhardt & Silveira,
2009) aponta que este tipo de pesquisa é utilizado em estudos exploratórios e
descritivos, o levantamento pode ser de dois tipos: levantamento de uma amostra
ou levantamento de uma população (também designado censo).
f) Estudo de caso – de acordo com Fonseca (2002) citado por Gerhardt & Silveira
(2009), o estudfo de caso pode ser carterizado com um estudo de uma entidade
bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma
22

pessoa, ou uma unidade social. Visa conhecer em profundidade o como e o


porquê de uma determinada situação que se supõe ser única em muitos aspectos,
procurando descobrir o que há nela de mais essencial e caracteristico.

Com base nas classificações acima citadas, o presente trabalho aplicar-se-á à pesquisa
bibliográfica, pesquisa documental, e ao estudo de caso como procedimentos de pesquisa.

3.3. Técnicas de amostra

3.3.1. Universo
De acordo com Gil (2008), universo ou população é um conjunto definido de elementos
que possuem determinadas características. Segundo Marconi & Lakatos (2003), a delimitação
do universo consiste em explicitar que pessoas ou coisas, fenômenos etc. serão pesquisados,
enumerando suas características comuns, como, por exemplo, sexo, faixa etária, organização a
que pertencem, comunidade onde vivem etc.

Sendo assim a pesquisa terá como público alvo os membros da dirrecção, os docentes e
os estudantes da UniLicungo.

3.3.2. Amostra
Segundo Gil (2008), amostra é o subconjunto do universo ou da população, por meio do
qual se estabelecem ou se estimam as características desse universo ou população. De acordo
com (Marconi & Lakatos, 2003), amostra é uma porção ou parcela, convenientemente
selecionada do universo (população); é um subconjunto do universo.

Para a pesquisa será usada a amostra aleatória, que por definição diz que cada elemento
da população ou universo, tem a mesma chance de ser escolhido.

3.4. Técnicas de coleta de dados

3.4.1. Entrevista
De acordo com Marconi & Lakatos (2003), a entrevista é o encontro de duas pessoas
com o objetivo de obter informações a respeito de determinado assunto, mediante uma conversa
natural ou programada de forma profissional (estruturada ou semi-estruturada que intercala
perguntas do roteiro e outras que surgem com o desenvolver da entrevista).

Sendo uma pesquisa qualitativa foi escolhida a entrevista semi-estrututrada, pois que
esta valoriza a presença do investigador, oferecendo-lhe todas as perspectivas possíveis para
23

que o informante alcance a liberdade e a espontaneidade necessárias, enriquecendo a


investigação.

Questionário
De acordo com Gil (2008) o questionário pode ser definido como a técnica de
investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o
propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses,
expectativas, aspirações, temores, comportamento presente ou passado etc.

Questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada


de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador (Silva
& Menezes, 2001).

Com base na definição acima, o presente trabalho aplicar-se-á coleta de dados na vase
de questionários feitos aos membros da direção, os docentes e aos professores.

3.5. Cronograma de actividades

Etapas/Actividades Responsavel Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho


Escolha do tema Autor
Revisão da literatura Autor
Elaboracao do anti-projecto Autor
Apresentacao do projecto Autor
Coleta de dados Autor
Analise preliminar dos
Autor
dados
Analise dos dados Autor
Organizacao do
Autor
roteiro/partes
Redacao da monografia Autor
Revisao e redacao final Autor
Defesa da monografia Autor
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)
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3.6. Orçamento do projecto


Nº de Preço unitário
ordem Material necessário Quantidade Preço total (MT)
(MT)

1 Computador 1 17500 17500


2 Taxa de Internet 12 GB 500 500
3 Bloco de notas 1 50 50
4 Esferográfica 2 15 30
5 Lápis de carvao HB 2 10 20
6 Boracha 1 20 20
7 Impressão e Fotocópia 1000 papés 3 6000
8 Transporte 10 50 500
Refresco 30 X 2 = 60 X 10
9 Lanche 1800
Sandes 60 X 2 = 120 X 10
10 Subtotal 26420
11 Inflacção 2642
Total 29062
Fonte: Elaborado pelo autor (2023)
25

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CONDIÇÕES DE ACESSO: UM OLHAR SOBRE AS CONDIÇÕES DE ACESSO.
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