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Artiel Silva Silvestre

Impacto do uso das TICs nas organizações em Moçambique tendo em conta a Pandemia da
Covid – 19

Licenciatura em Direito

Universidade Save

Maxixe

2022
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Artiel Silva Silvestre

Impacto do uso das TICs nas organizações em Moçambique tendo em conta a Pandemia
da Covid – 19

Trabalho de investigação a apresentar


na cadeira Introdução à Informática
para efeito avaliativo

Docente: Ma. Rodrigues Emídio.

Universidade Save

Maxixe

2022
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Índice
Introdução..........................................................................................................................4

Metodologia.......................................................................................................................5

Impacto do uso das TICs nas organizações em Moçambique tendo em conta a Pandemia da
Covid – 19.........................................................................................................................6

Covid-19 e o Ensino Superior em Moçambique...............................................................6

O processo educacional no ensino secundário em moçambique durante a vigência do estado


de emergência contra a covid-19.......................................................................................7

Importância das Tecnologias de Informação e Comunicação no âmbito da Covid-19.....7

Desafios observados no acesso a meios de comunicação por parte dos alunos no âmbito da
Covid-19............................................................................................................................8

Vantagens das TICs na Educação em Moçambique no âmbito da Covid-19..................10

Conclusão........................................................................................................................11

Referências bibliográficas...............................................................................................12
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Introdução
O presente trabalho aborda acerca sobre um tema muito importante para o nosso pais em
relação a Covid-19 e a colaboração que as TICs exercem em função do processo educacional
em Moçambique. A COVID-19 e o dinamismo pedagógico das instituições de ensino – é o
tema desta reflexão e insere-se no âmbito do debate sobre as ameaças e oportunidades que a
pandemia da COVID-19 representa para o ensino em Moçambique.

A COVID-19 constitui um grave entrave ao desenvolvimento da sociedade pelo facto de estar


a perpetuar o atraso económico, o isolamento social, e o fechamento das instituições de
Ensino que se viram interpeladas a desenhar “novas” estratégias e dinâmicas de leccionação.
Com esta reflexão pretende-se abordar os processos adoptados pelas instituições de ensino
para garantir a continuação do processo de ensino e aprendizagem no contexto da pandemia
da COVID-19.

Assim, o objectivo principal deste estudo foi analisar as implicações decorrentes da utilização
das TICs e de outros meios de comunicação como rádio e televisão oficiais, como recurso
para o ensino e aprendizagem, especificamente no Ensino Secundário Geral (ESG), em
Moçambique. Neste sentido, a pertinência deste estudo está ligada à sua potencialidade de vir
a ampliar e a fomentar discussões sobre os desafios que se colocam ao uso das TICs no
processo de ensino e aprendizagem em tempos de pandemia em Moçambique.

Objectivos
Objectivo Geral
 Conhecer Impacto do uso das TICs nas organizações em Moçambique tendo em conta
a Pandemia da Covid – 19.
Objectivos específicos
 Explicar funcionamento das TICs no Ensino Superior e Ensino Geral em
Moçambique;
 Estabelecer a importância das Tecnologias de Informação e Comunicação no âmbito
da Covid-19
 Apresentar os desafios observados no acesso a meios de comunicação por parte dos
alunos no âmbito da Covid-19
 Mencionar as vantagens das TICs no âmbito da Covid-19 em Moçambique.
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Metodologia
Quanto à natureza do método, este estudo é qualitativo e para a sua realização recorreu-se a
uma pesquisa bibliográfica, buscando as literaturas nacional e internacional que versam sobre
a temática em discussão. Além das literaturas, foram seleccionados documentos oficiais
como, por exemplo, a Constituição da República (MOÇAMBIQUE, 2004).
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Impacto do uso das TICs nas organizações em Moçambique tendo em conta a Pandemia
da Covid – 19
Em Março de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o Coronavírus uma
pandemia que coloca uma série de desafios para os sistemas políticos no mundo em geral e na
África em particular.

O avanço da pandemia do novo coronavírus pelo mundo impôs uma nova dinâmica ao modo
de pensar, conhecer, ser, estar e, sobretudo, à forma de proceder com relação a todas as
vertentes sociais que permeiam a vida humana. De modo particular, as actividades
educacionais foram impactadas em todos os âmbitos, sendo necessária a adopção de diversas
medidas para sua manutenção diante da crise estabelecida que impediu os estudantes e
profissionais da educação de frequentarem fisicamente as escolas.

As instituições de ensino, em escala global e, particularmente, em Moçambique passaram a


adoptar as TICs e os meios de comunicação, como rádio e televisão para a concretização do
processo de ensino e aprendizagem. Ou seja, emprestando a expressão de Kuhn (2001), esses
meios passaram a ser o “novo paradigmaˮ para a orientação dos processos formativos ligados
à implementação curricular no ESG em Moçambique e em diversas partes do mundo. Trata-se
de medidas que, teoricamente, cumpriram um papel crucial para o funcionamento mínimo das
escolas durante a vigência das medidas restritivas contra a COVID-19, decretadas pelo
governo de Moçambique.

Covid-19 e o Ensino Superior em Moçambique


Orlando (2008), citando a Pontificia Accademia delle Scienze Sociali (2005), considera que
uma comunidade humana que repensa constantemente a educação, faz circular de modo
salutar ideias e energias necessárias para o bem dos seus membros. Cada geração deveria
reexaminar os critérios de que se serve para transmitir a própria cultura aos seus descendentes,
pois, é por meio da Educação que o Homem se torna plenamente o que é – um cidadão do
mundo, consciente, livre e responsável.

No dia 11 de Março de 2020, a Organização Mundial da Saúde elevou a situação de saúde


pública causada pela COVID-19 para pandemia internacional. Com a pandemia da COVID-
19 as escolas ficaram vazias e o recurso à educação à distância e o estudo em casa6 foi a
solução encontrada para garantir a continuidade das actividades pedagógicas. A COVID-19
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criou dois impactos: 1) o da mudança árdua e rápida e 2) o da interrupção das actividades


pedagógicas presenciais nas instituições de ensino (Gomes et al., 2020).

Com a COVID-19 começa-se a prever algumas tendências, principalmente ao nível das novas
reformas que podem permitir uma nova abordagem dos curricula, das aprendizagens.

Com a COVID-19 começa-se a prever algumas tendências, principalmente ao nível das novas
reformas que podem permitir uma nova abordagem dos curricula, das aprendizagens.

O processo educacional no Ensino Geral em moçambique durante a vigência do estado


de emergência contra a covid-19
De modo particular, as actividades educacionais foram impactadas em todos os âmbitos,
sendo necessária a adopção de diversas medidas para sua manutenção diante da crise
estabelecida que impediu os estudantes e profissionais da educação de frequentarem
fisicamente as escolas.

Em Moçambique passaram a adoptar as TICs e os meios de comunicação, como rádio e


televisão para a concretização do processo de ensino e aprendizagem. Ou seja, emprestando a
expressão de Kuhn (2001), esses meios passaram a ser o “novo paradigmaˮ para a orientação
dos processos formativos ligados à implementação curricular no ESG em Moçambique e em
diversas partes do mundo. Trata-se de medidas que teoricamente, cumpriram um papel crucial
para o funcionamento mínimo das escolas durante a vigência das medidas restritivas contra a
COVID-19, decretadas pelo governo de Moçambique.

Importância das Tecnologias de Informação e Comunicação no âmbito da Covid-19


Um dado importante que se fez sentir no quotidiano das universidades é a transformação das
características da população estudantil e das expectativas do papel do professor.

As tecnologias de informação levam estudantes e professores a olharem de maneira diferente


os temas dos currículos (Costa, 2014).

O avanço da tecnologia, que interpela todos os sectores da vida, tem vindo igualmente a
revolucionar os processos pedagógicos, alinhando-se, deste modo com o melhoramento do
ensino. A capacidade e a experiência de professores e gestores no uso da tecnologia para
aprendizagem é um factor determinante para a vitalidade das instituições de ensino.
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A COVID-19 impõe às instituições de ensino a necessidade de se reinventar a escola,


exigindo dos profissionais da educação, habilidades que antes não eram obrigatórias (Cani et
al., 2020). A pandemia acelerou um processo que já estava em curso, isto é, a integração das
tecnologias digitais de informação e comunicação nas instituições de ensino.

Com o actual espectro da COVID-19, os professores devem estar atentos às dinâmicas de


aprendizagem, isto significa que enquanto mediadores, enquanto facilitadores dos processos
pedagógicos devem continuamente, explorar os recursos virtuais para a realização de
actividades interactivas que sejam capazes de mobilizar os alunos para os estudos (Duran,
2020).

A responsabilidade pela inovação na educação é dos docentes, mas também dos gestores,
líderes institucionais e, inclusive, governantes.

Desafios observados no acesso a meios de comunicação por parte dos alunos no âmbito
da Covid-19
A utilização das TICs para o prosseguimento de ensino e aprendizagem significou um enorme
desafio no que diz respeito à manutenção do desejável princípio de igualdade de
oportunidades, previsto pela Constituição da República de Moçambique (CRM)
(MOÇAMBIQUE, 2004).

Segundo o INE, dos mais de 30 milhões de moçambicanos (as), apenas 26,4 % possuem
telefones celulares, um dos meios pelos quais os alunos poderiam aceder às plataformas
sociais e tecnológicas para o acesso às aulas e para interagirem com os (as) colegas e com os
(as) professores (as). Além da posse dos próprios aparelhos, de acordo com as estatísticas do
INE, ainda prevalecem no seio da sociedade moçambicana assimetrias significativas no
acesso à internet. Somente 5,8 % dos 30 milhões de moçambicanos (as) têm a prerrogativa de
aceder a esse bem tecnológico tão precioso nestes tempos pandémicos, em escala nacional e
internacional. Do ponto de vista histórico, pode-se afirmar que o acesso excludente às TICs
pela grande maioria de alunos (as) moçambicanos (as) faz parte de toda uma problemática que
parece arrastar-se desde a proclamação da independência nacional em 1975.

No contexto de Moçambique os impactos do currículo nacional vigente no ESG podem ser


destacados a partir de dados do INE (MOÇAMBIQUE, 2019): dos pouco mais de 30 milhões
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de moçambicanos (as), 5,3% possuem computadores; 21,8% têm acesso a televisão; 35%
possuem rádio. Isso denota, de forma indubitável, que o recurso às TICs e aos meios de
comunicação (rádio e televisão públicas) para o acesso às aulas, aos materiais didáctico-
científicos disponibilizados pelas escolas, assim como para a interacção com os(as) colegas e
professores(as), pode ter interditado de forma flagrante o direito à educação e/ou aos saberes
científicos para uma grande maioria de alunos(as) moçambicanos(as) do Ensino Secundário.

Recorrendo às reflexões de Apple (1997), a adopção das TICs como solução ao


prosseguimento dos processos educacionais em tempos de pandemia em Moçambique se
enquadra na problemática da dissociabilidade entre a concepção e a execução que tem estado
a invadir o campo da educação.

A rede da internet, o raio de cobertura do rádio e da televisão ainda são inexistentes nessas
zonas. Aliado a isso, um estudo realizado pela UNICEF (2020), que se debruça sobre o
impacto da COVID-19 nas crianças moçambicanas, constatou que cerca de 74% delas vivem
sem electricidade. Isso significa que, mesmo para aqueles (as) alunos (as) e professores (as)
que possam ser parte dos pouquíssimos cidadãos nacionais que possuem telefones celulares e
computadores, o acesso aos conhecimentos escolares e científicos e a condução dos processos
educacionais a partir desses instrumentos tecnológicos, pelo menos neste momento, seria
impossível, tomando como base as condições de acessibilidade às plataformas tecnológicas,
especificamente nas regiões campesinas, periféricas e/ou suburbanas de Moçambique. Do
ponto de vista sociológico, tal cenário insere-se na categoria de ‘desigualdades multiplicadas’,
tratada por Dubet (2003).

Para o autor, o simples acesso à educação pelos (as) alunos (as) nem sempre significou uma
igualdade de oportunidades no interior dos sistemas de ensino. Nessa óptica, os sistemas de
ensino actuais (sem exceptuar o moçambicano) têm estado a salientar, de maneira sistemática
uma multiplicação de desigualdades sociais.

Vantagens das TICs na Educação em Moçambique no âmbito da Covid-19


 Eles facilitam a compreensão das matérias durante a pandemia;
 Eles promovem a o ensino a distância ou seja permite aprender sem que os estudantes
estejam presentes;
 Eles aumentam a autonomia do aluno;
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 Eles ensinam a trabalhar e a colaborar em equipa no sentido socializar-se com


computadores e ensinar os que não tem domínio;
 Eles ajudam a desenvolver um pensamento mais crítico;
 Eles tornam o ensino mais flexível.
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Conclusão
Durante o trabalho concluiu-se que, do ponto de vista procedimental esta pesquisa explorou o
tema Covid-19 e o impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação, tendo como foco
a questão da educação em Moçambique, no que concerne às estratégias e acções que norteiam
o ensino durante a emergência sanitária (Covid-19).

Considerando a situação educacional em Moçambique, a partir do trabalho de Bourdieu e


Champagne (1998), evidencia-se a necessidade de estabelecimento de políticas públicas e
educativas, além de medidas prementes e pragmáticas que concorram para a superação dos
problemas relacionados aos ‘excluídos do interior’, que na sua grande maioria lema do
Ministério de Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) de Moçambique é
estimulante para qualquer contexto educacional: por uma educação inclusiva, patriótica e de
qualidade (MOÇAMBIQUE, 2020). Porém, a concretização dessa condição impõe
efectivamente vários desafios às autoridades educativas nacionais, não só em relação à
simples garantia de matrículas anualmente, mas, sobretudo, à salvaguarda de uma plena
inclusão no interior do sistema de ensino. Atendendo e considerando que o acesso às TICs e
aos meios de comunicação (rádio e televisão) constitui ainda uma evidente carência das zonas
rurais de Moçambique, uma verdadeira inclusão/justiça escolar passaria, também, pela
diversificação dos processos de avaliação, que é sugerida pelas teorias curriculares críticas
(APPLE, 2000), como forma de contrabalançar os impactos do currículo nacional actualmente
vigente, sobretudo nestes tempos dominados pela pandemia.


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Referências bibliográficas
1.Cani, J. B. – Sandrini, E. G. C – Soares, G. M – Sclazer, K. (2020). Educação e Covid-19: a
arte de reinventar a escola mediando a aprendizagem prioritariamente pelas TDIC. Revista
Ifesciencia. Vol.6 (1). pp. 23 – 39. DOI: 10.36524/ric.v6i1.713.

2.Sanz, I.; Sainz, J.; Capilla, A. (s/d). Efeitos da crise do covid-19 na educação. In:
INFORMES OEI (Organización de Estados Iberoamericanos para la Educación, la Ciencia y
la Cultura).

3.MOÇAMBIQUE. Boletim da República. decreto nº 11/2020. I Série, nº 61. Maputo:


Imprensa Nacional, 2020a.

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