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Contextualização
Considera-se como raças potencialmente perigosas ou agressivos, aquelas que devido às
características de espécies, comportamento agressivo e tamanho ou potência da mandíbula,
possam causar lesão ou morte nas pessoas ou outros animais. As principais causas de
agressividades caninas são: progenitores agressivos; más condições de instalações; ausência de
socialização com as experiências positivas nos primeiros meses de vida; adestramento induzindo
agressividade, falta de exercício, entretenimento, tempo e atenção; doenças físicas causadoras de
mau estar e irritabilidade. Na cidade de Lichinga no bairro Muchenga a maior parte de cães
agressivos são aqueles criados em ambientes com pouca socialização, na maior partes das vezes
em que um cão ataca, primeiro, ladra abanando o rabo, mostra dentes, aproximas de trás quando
o indivíduo dá costas o cão ataca, mas quando o cão não para de ladrar mostrando dentes até que
o dono chame o cão. Devido a este tipo de comportamento os cães acabam atacando muito mais
as crianças porque não conseguem, permanecessem parados, de frente a frente com um cão
latindo, portanto na tentativa de fugirem as crianças acabam sendo vítimas dos ataques.
Delimitação do tema
O estudo terá como base os conhecimentos e auxílios fornecidos pelos campos de estudo da
Ciências biológicas principalmente conhecimentos da Biologia do Comportamento. Será
realizado na Cidade de Lichinga, no bairro Muchenga II especialmente no quarteirão 14 (rua dos
padres) , nas casas número 7, 10, e 15.
Problematização
Muitos comportamentos negativos dos cães acontecem porque eles vivem sobre as regras da casa
em que foram criados, essas regras podem ser estranhas para os animais, acabam desenvolvendo
problemas de comportamento devido ao stress. Se o animal for punido poderá se comportar de
forma ainda pior que a punição. Portanto a maior parte dos cães na cidade de Lichinga que são
criados em casas muito vedadas e com portões sempre fechados são os que mais atacam os
visitantes em relação aos cães criadas em casa sem vedação no quintal e nas casas que tem
vedação, mas sempre ficam com portões abertos. Com isso mesmo os que vivem normalmente
podem atacar. Daí que surge a questão:
Até que ponto a falta de socialização pode desenvolver comportamentos agressivos nos
cães?
Justificativa
Diversas ciências e estudos contribuem para um entendimento cada vez maior sobre o
comportamento dos cães. Através deles podemos entender, interpretar e modificar diversos
comportamentos que, hoje, não possuem nenhuma função aparente. Somente uma investigação
multidisciplinar permite um real entendimento do comportamento do cão dentro das casas em
que é criado. No bairro muchenga semanalmente regista-se casos de mordedura canina mas esses
casos poderiam ser reduzidos e evitados se os donos dos cães realmente soubessem quando e
como os cães agem agressivamente. O estudo do comportamento dos cães permitirá entender
quando, onde, porquê e como é que os cães agem agressivamente. O mesmo estudo permitirá
propor novas medidas para evitar o comportamento agressivo.
Objectivos
Objectivo geral
Estudar o comportamento canino de tendência à agressão dos visitantes e a sua relação
com falta de socialização.
Objectivos específicos
Identificar as causas que podem surgir em relação com a falta da socialização do animal
com as pessoas
Identificar as unidades do comportamento canino de tendência à agressão dos visitantes;
Mencionar unidades do comportamento canino de tendência à agressão dos visitantes;
Descrever as unidades do comportamento canino de tendência à agressão dos visitantes;
Identificar as causas do comportamento canino de tendência à agressão dos visitantes; e
Propor medidas de combate ao comportamento canino de tendência à agressão aos
visitantes;
Questões e hipóteses
Questão I:
Quais são as unidades comportamentais do comportamento agressivo dos cães?
H1: As unidades comportamentais do comportamento canino de tendência à agreção dos
visitantes: latir, abanar a cauda; mostrar dentes e atacar.
H0: Latir, abanar cauda; mostrar dentes e atacar não são as unidades comportamentais do
comportamento canino de tendência à agreção dos visitantes
Questão II:
Como se desenrolam a unidades comportamentais do comportamento canino de tendência à
agreção dos visitantes?
H1: As unidades comportamentais comportamento canino de tendência à agreção dos visitantes
desenrolam-se de uma maneira sucessiva.
H0: As unidades comportamentais comportamento canino de tendência à agreção dos visitantes
não se desenrolam de uma maneira sucessiva.
Questão III:
Quais são as causas do comportamento canino de tendência à agreção dos visitantes?
H1: As causas do comportamento canino de tendência à agreção dos visitantes são questões da
filogenia, ontogenia, sobrevivência e casualidade.
H0: As causas do comportamento canino de tendência à agreção dos visitantes não são questões
da filogenia, ontogenia, sobrevivência e casualidade.
Questão IV:
Quais são as medidas de combate do comportamento canino de tendência à agreção dos
visitantes?
H1: As medidas de combate do comportamento canino de tendência à agreção dos visitantes é
estudar o animal e socializa-los.
H0: Estudar os cães e socializa-lo, não são medidas de combate do comportamento canino de
tendência à agreção dos visitantes
Fundamentação teórica
“Cão ou cachorro é um mamífero pertencente, ao reino Animalia, filo Chordata, classe
Mammalia, ordem Carnivora, família Canidae, género Canis, de espécie Canis lupus e
subespécie Canis lupus familiaris. É considerado o animal mais antigo domesticado pelos seres
humanos, ao longo da domesticação realizou-se uma selecção artificial dos cães por suas
aptidões, características físicas ou tipos de comportamento e o resultado dessa selecção foi uma
grande diversidade de raças caninas”. (RIPOLL, 2008:54)
Tratamento da agressividade
“O tratamento da agressividade é muitas vezes baseado numa modificação comportamental com
associação de um tratamento farmacológico. O primeiro passo é fazer o diagnóstico
relativamente ao tipo de agressividade em causa, pois apesar dos fármacos serem escolhidos de
acordo com os sintomas, a modificação comportamental será função do diagnóstico realizado.
Apesar da influência das hormonas sexuais no aparecimento da componente agressiva ser ainda
controversa, a castração é normalmente recomendada em alguns países para evitar a reprodução
e também para prevenir os problemas comportamentais”. (BEATA, 2001:61).
De acordo com o autor acima citado os problemas comportamentais são a principal razão para a
orquiectomia, sendo o comportamento sexual indesejado a razão mais comum. No entanto, nem
todos os machos passam por uma mudança de comportamento após a castração. A experiência e
a idade na altura da castração não determinam quais os machos que sofrerão alterações após a
intervenção. Há uma variação individual considerável dentro de cada espécie relativamente à
persistência do comportamento sexual após a castração. Há duas hipóteses para a diferença nas
respostas nos vários machos. Uma é simplesmente relacionada com diferenças genéticas entre os
indivíduos, relativamente à sensibilidade do tecido neuronal ao desaparecimento do suporte de
androgénios. A segunda hipótese pode reflectir o facto de que na vida fetal, alguns machos foram
mais expostos à testosterona do que outros localizados a um nível mais caudal no útero. A
orquiectomia reduz não apenas a agressividade entre machos, mas também a agressividade
dirigida às fêmeas e a pessoas estranhas. A proporção na redução dos vários tipos de
agressividade, é variável de estudo para estudo. O comportamento dos cães com medos,
raramente é afectado.
Para BENJAMIN & ECKSTEIN (1997:60), “há poucas pesquisas clínicas e experimentais
relevantes relativas aos efeitos comportamentais da ovariectomia. Tanto a ovariectomia como a
ovário-histerectomia, normalmente resultam na eliminação imediata e completa do
comportamento sexual feminino A ocorrência de mudanças permanentes no comportamento,
resultantes da remoção das hormonas sexuais femininas, foi explorada num estudo com 150
cadelas esterilizadas e 150 não esterilizadas”.
Concordando com os autores no parágrafo acima mencionado as fêmeas esterilizadas mostraram
mudanças que diferiram significativamente do grupo controlo, relativamente à diminuição da
agressão por dominância dirigida aos proprietários e do comportamento de ingestão
indiscriminado. Partindo do princípio de que a progesterona tem algumas propriedades para
acalmar, a sua remoção em algumas fêmeas pode aumentar a tendência agressiva, especialmente
se são esterilizadas quando os níveis de progesterona estão altos, produzindo-se uma alteração
súbita desta hormona. Mas se a fêmea passar por vários ciclos éstricos e for disciplinada para o
comportamento agressivo, a esterilização poderá ter menos impacto.
Metodologia do trabalho
Segundo GERHARDT, &. SILVEIRA (2009:10), “metodologia é o estudo do método, ou seja, é
o corpo de regras e procedimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa; científica deriva de
ciência, a qual compreende o conjunto de conhecimentos precisos e metodicamente ordenados
em relação a determinado domínio do saber”.
Portanto para o presente projecto de pesquisa serão obedecidos todas regras e procedimento de
pesquisa científica e o mesmo projecto obedecerá normas de publicação de trabalhos científicos
estabelecidos pela Universidade Pedagógica de Moçambique.
Tipo de pesquisa
A pesquisa é de carácter qualitativa, aplicada, exploratória, categoricamente experimental.
Segundo GIL (2007:17), “pesquisa é definida como o (...) procedimento racional e sistemático
que tem como objectivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa
desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até
a apresentação e discussão dos resultados”.
Para se fazer uma pesquisa científica, não basta o desejo do pesquisador em realizá-la; é
fundamental ter o conhecimento do assunto a ser pesquisado, além de recursos humanos,
materiais e financeiros. É irreal a visão romântica de que o pesquisador é aquele que inventa e
promove descobertas por ser genial. Claro que se há-de considerar as qualidades pessoais do
pesquisador, pois ele não se atreveria a iniciar uma pesquisa se seus dados teóricos estivessem
escritos numa língua que ele desconhece.
“Na pesquisa qualitativa, o cientista é ao mesmo tempo o sujeito e o objecto de suas pesquisas. O
desenvolvimento da pesquisa é imprevisível. O conhecimento do pesquisador é parcial e
limitado. O objectivo da amostra é de produzir informações aprofundadas e ilustrativas: seja ela
pequena ou grande, o que importa é que ela seja capaz de produzir novas informações”
(DESLAURIERS, 1991:58). De acordo com o mesmo autor pesquisa aplicada Objectiva gerar
“Pesquisa Exploratória, Este tipo de pesquisa tem como objectivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. A
grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com
pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de
exemplos que estimulem a compreensão”.(GIL, 2007).
Métodos
Método Dedutivo
Segundo GERHARDT, &. SILVEIRA (2009:25) “René Descartes apresenta o Método Dedutivo
a partir da matemática e de suas regras de evidência, análise, síntese e enumeração. Esse
método parte do geral e, a seguir, desce para a partícula”.
Esse método será necessário para este estudo pois partiremos do comportamento geral dos cães
para o comportamento particular.
Universo de estudo
Portanto, a população que fará parte desta pesquisa, serão todos cães que vivem permatimente
fechados, e aqueles que vivem em casas com vedação mas que ficam com portões abertos.
Bibliografia
1. ALCOCK, J. Comportamento canino;3ªed. São Paulo ; Artmed; 2011pp71-75
2. BEATA, P.L. Comportamento agressivo em cães e gatos; Trenton; Veterinary Learning;
2001pp61
3. BENJAMIN, L. H. & ECKSTEIN, R. A; As influências das gónadas e hormonas no
comportamento dos cães e gatos; 2aed; São Paulo; Artmed; 1997pp90
4. COUTO, Madya. Descobrir Moçambique, Norte, Lichinga, em Índico. 2011, Pp.34.
5. GERHARDT, T. E. & SILVEIRA, D. T. Métodos de pesquisa; Porto Alegre: Editora da
UFRGS, 2009pp10-25
6. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
7. GOLDENBERG, M. A arte de pesquisar. Rio de Janeiro: Record, 1997.
8. INSTITUTO NACIONAL DE ESTATISTICA. Estatisticas do distrito de Lichinga.
2010, Pp.5
9. RIPOLL, D.; A classificação dos seres vivos e os Estudos Culturais; Editora ULBRA;
São Paulo; 2008pp54
10. TEIXEIRA, E.P.; Desvios Comportamentais nas Espécies Canina e Felina, Lisboa;
editora; UTL; 2009pp7-18
11. VAGE, C. A; Estudo De Comportamento Animal; Médica Panamericana; Madrid;
2007pp54