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NANDO LIMA
Iniciei meu trabalho com cães na Força Aérea Brasileira, onde fiz meus
primeiros cursos na área de adestramento e educação canina. Daí por diante
não parei mais! Depois de muitos cursos no Brasil, tive a oportunidade de
me especializar na Europa, quando ingressei no Exército Francês. Foram
muito ricos os aprendizados pelos países que passei, como França, Espanha
e Bélgica, onde pude conhecer a origem de muitas raças de caninos e técnicas
de adestramento, que foram desenvolvidas com o passar de milhares de anos
no trabalho com cães. Também tive a oportunidade de fazer um trabalho
voluntário na Escola de Cães-Guias, em Paris. Uma experiência muito
gratificante, que vou levar para a vida toda! Na França, pude me especializar
na área de segurança e busca de explosivos. Nesta área, cão e homem
trabalham juntos por um propósito maior. Além dessas vivências, aprofundei
meus estudos na área de psicologia canina, a qual sempre foi minha paixão.
É com grande felicidade que venho, através desse livro, dividir com você um
pouco do meu conhecimento e apresentar meu método, Adestramento Por
Instinto. Meu método de adestramento canino reúne diversas técnicas, que
aprendi com o passar dos anos, para você aplicar com o seu(s) cão(es) de
maneira rápida, fácil e eficiente, com base nos instintos do cão na natureza e
na psicologia canina, voltada a um ensino/adestramento sem qualquer tipo
de violência ou punição. Espero que, através deste livro, você possa entender
melhor seu fiel amigo e desenvolver uma comunicação didática e eficiente.
APRESENTAÇÃO
A ORIGEM DO CÃO
Quando se trata de origem do cão na História, não há 100% de
concordância entre os cientistas. Todavia, iremos falar do que há de mais
importante em relação ao assunto.
Imagem 9 - Beagle
É por isso que os filhotes gostam de lamber a boca dos seus donos. Isso
ele traz do seu instinto, pois espera que algo saia dali para que ele coma.
Inclusive cães adultos fazem isso, pois acaba virando um hábito, mas é um
instinto do filhote.
A partir daí, até os 60 ou 70 dias, depende da raça, apesar de já estarem
comendo sólidos, eles ainda mamam na mãe. Nesse tempo, a mãe ensina seus
filhotes, ela é a primeira líder que ele irá ter. Por isso que você vai ver, às
vezes, a cadela dando mordidas nos filhotes. Ela não está querendo
machucar, ela apenas está corrigindo e ensinando ele a viver em matilha.
É a forma que o animal tem de dizer: - Não faça isso!
Quando você adota um filhote muito novo, tirando ele cedo demais da
sua mãe e seus irmãos, você está privando-o de ter os primeiros aprendizados
de convivência em grupo, pois seus irmãos são a primeira matilha que ele vai
participar. Depois desse primeiro convívio, ele será adotado, fará parte de
outra família, conhecerá outros cães... E se ele não aprendeu com a mãe e
seus irmãos a respeitar as regras, a hierarquia da matilha, a aceitar um “não”
de outro cachorro, ele irá aprender mais tarde, com outros cães, mas talvez
não seja de forma cuidadosa, como seria com a sua mãe.
O ideal é deixar os filhotes com a mãe no mínimo 60 dias. Isso irá o
ajudar a ser mais sociável e ter mais facilidade de ensinar e aprender depois,
pois ele já vem com uma noção básica de respeito ao líder.
A primeira regra para ensinar ao filhote é que ele não anda por toda a
casa. Você não deve largá-lo em casa e deixá-lo à vontade, pois a sua casa é
uma recompensa. Ele está entrando na sua vida, na sua matilha, e isso não
pode ser de graça, porque entrar em uma matilha é algo muito importante
para o cachorro. Agora ele tem um grupo, que vai ajudar a prover sua
alimentação, sua segurança e tudo mais que ele precisa. Por isso, ao adotar
um filhote você vai separar um cômodo da casa para deixá-lo ou um cercado,
e é ali que ele vai ficar. Se você quiser brincar com ele, é você que vai até
onde ele mora. Com o tempo, dependendo do comportamento dele, você vai
liberando a casa para ele como uma recompensa. Toda vez que ele aprender
algo novo, que ele aprender a respeitar uma regra, por exemplo, fazer xixi no
tapete higiênico, então, ele ganha direito a mais um espaço, seja da mesma
peça ou na próxima, depende do tamanho da sua casa. Você vai liberando
espaço, conforme ele vai merecendo. Contudo, lembre-se que passeios são
fundamentais e também devem ser administrados.
Outra regra: o cachorro pode ganhar apenas aquilo que não será tirado
dele mais tarde. Isso significa que, se você dá um presente para alguém, você
não volta lá depois de um tempo e pede que a pessoa lhe devolva o presente.
Do mesmo modo, você não pode recompensar seu cão e depois tirar dele o
que foi dado.
Suponhamos que hoje você tem um cachorro fofinho, bebê, que pesa
1,5 quilos, que faz uma carinha para subir no sofá, e, então, você acha isso
fofo e coloca ele lá ou permite que ele pule e suba, mas daqui 5 meses, esse
bebê já não pesará mais 1,5 quilos, agora ele está pesando 7 quilos, e você
decide que não quer mais ele no seu sofá. Então, você começa a dizer não
para algo que há 5 meses você mesmo permitiu. Isso é a mesma coisa que
presentear alguém e voltar depois de um tempo pra dizer: “- sabe aquele
presente? Me dá de volta, não é mais seu!”
Então você já deve criá-lo como você pretende que ele seja daqui um
ano. Hoje, ele pesa um quilo, mas quando ele pesar dez, você vai deixá-lo
fazer as mesmas coisas? Se agora que ele é filhote ele pode subir no sofá,
mas com dez quilos ele não irá mais poder, então, evite! Não ensine algo
agora que daqui a um tempo você vai querer proibir, pois isso deixa o animal
confuso. Ele ganhou o sofá como uma recompensa e depois você vai tirar?
Não é assim que funciona na mente do cachorro. Se você liberou, é dele. Se
você não pretende deixar, evite ensinar. Bueno?
Isso não significa que, porque você deixou, não vai poder mais tirar. É
claro que você pode mudar de ideia e querer deixar o cão que dormia na
casinha lá fora durma dentro de casa. Mas um cachorro que foi ensinado de
uma forma vai precisar de um pouco mais de paciência de ambas as partes
para mudar de costumes. Então, para não confundir seu cão, já crie as regras
do que ele pode e não pode, para que ele cresça com elas e o convívio de
vocês seja o melhor possível.
Mas é importante ressaltar que não existe idade para impor regras. Não
é porque seu cão tem 45 dias que ele não vai aprender algo, e muito menos
se ele já tenha 10 anos que não dá mais tempo de ensinar! O adestramento
não tem idade!
Se alguém já lhe disse que cão adulto não se adestra mais, fale desse
livro, pois ele precisa saber que sim, é possível adestrar um cão adulto.
O PODER DA MATILHA
Dentro da matilha o cão mais amado e respeitado é o líder, por uma
questão muito simples: o Instinto mais forte que o cão tem é a
SOBREVIVÊNCIA.
E o responsável pela caça e proteção do grupo é o alpha. Assim, o alpha
tem o respeito e admiração do grupo, não por ser o mais forte, mas por ser o
mais inteligente e capaz de liderar. Veja um exemplo da organização de uma
alcateia:
O que é instinto?
Sabendo disso, para usar o instinto do cão a seu favor, você precisa
saber quais são as necessidades do cão. A primeira é a alimentação. Ele
precisa se alimentar para sobreviver, e está no instinto dele caçar para
sobreviver.
Por isso, você pode usar o instinto da alimentação dele a seu favor. Mas
se você deixa comida no pote do seu cachorro, ele sabe que não precisa fazer
nada por você, porque ele tem um pote mágico, de onde brota ração
infinitamente. Então, por que ele se preocuparia com alimentação? Por que
ele faria algo para você, em troca de alimentação, se ele tem um pote mágico?
É exatamente por esse e outros motivos que afirmamos: você não deve
deixar o pote cheio de ração.
Outro instinto dele é de matilha, um grupo. O cachorro não gosta de
viver sozinho. Ele gosta de viver em sociedade, em matilha. O líder vai
garantir o alimento, a proteção e a prole, pois o líder é o único que reproduz
na matilha. E o cachorro vai viver com a segurança de fazer parte da matilha.
O líder tem o papel de alimentar. Como você vai alimentar seu cão, se a ração
está sempre no pote?
O líder tem o papel de elaborar e gerenciar as estratégias. Como você
vai fazer isso, se seu cachorro para a hora que ele quiser nos passeios, para
cheirar e fazer xixi, quando ele bem entender? Se ele está escolhendo as horas
de parar e marcar o território, significa que não é você o líder. Na natureza,
quem marca território é o alpha, o líder. Se você está deixando seu cachorro
parar nos passeios para isso, então, quem está marcando o território é ele.
É semelhante a quando seu cachorro sobe na sua perna e faz
movimentos de acasalamento. Não é que ele esteja querendo acasalar com
você. Ele está lhe avisando que, se ele quiser, pode tratar você como uma
fêmea canina. Ele está apenas exercendo a liderança, dominando você.
Então, se você deixa seu cachorro fazer essas coisas, compromete os
três pilares do instinto do seu cão, que são: a alimentação (pois ele não
precisa de você, ele tem um pote magico); a proteção e marcação do território
(pois se é ele quem controla aonde vai, velocidade do passo, marca
território...); e a reprodução (porque você o deixa subir com as patas e fazer
movimentos de acasalamento, o que reforça liderança e prole para ele).
Você também precisa prestar atenção no instinto, pois ele pode se
tornar perigoso. Os cães colocam as patas em cima de tudo, demonstrando
dominação. Sabe-se que para comer na natureza, o cachorro coloca as mãos
e come antes de deixar que os outros se aproximem. Assim, ele deixa sua
marca, seu cheiro na comida, como também em lugares e objetos, antes de
liberá-los para o restante da matilha. Por isso, é importante você deixar bem
claro que a casa é sua, as coisas dele são suas, a ração é sua... Ele apenas está
usando, porque você deixou.
Um exercício que você pode fazer é servir a ração do seu cão com sua
mão. Dessa forma, a ração ficará com o seu cheiro e, porque tem seu cheiro,
ele entende que a ração é sua. Esse é um dos muitos exercícios cotidianos
que você pode fazer. Também pode fazer o exercício de mandar o cachorro
se afastar, sentar e, então, você serve a ração, permitindo que ele se aproxime
para comer e oferendo a comida apenas após o seu comando.
Os cães tem instinto de luta ou fuga. Quando um lobo está na natureza
e encontra um urso, um animal muito maior que ele, ele precisa pensar se vai
lutar ou fugir. Se o urso for grande e o lobo não tiver para aonde fugir, o lobo
vai atacar.
Este é um exemplo do que acontece com os cães que ficam presos.
Quando vê alguém que ele não conhece se aproximando, ele teria a opção de
lutar ou fugir, mas se esse cachorro está em uma corrente, tiraram dele a
chance de fugir. Logo, a única opção que ele tem é lutar. Por isso, um
cachorro na corrente se torna bravo, pois só deram a opção de lutar, ele não
tem como fazer mais nada. Não significa que isso é algo que seja utilizável
para deixar um cachorro treinado para guarda! Não é esse o método usado
para treinar guarda. Um cachorro na corrente se torna bravo por falta de
opção, se torna estressado por falta de entendimento. Ele tem um dos pilares
do instinto muito forte que é o de sobrevivência, então, um cão que quer
sobreviver “faz tudo e qualquer coisa”, por isso, a corrente não é um método.
Um cachorro que fica na corrente precisa ser solto e exercitado todos os dias.
Entre o momento de luta e fuga, tem um tempo, e nesse tempo acontece
de a pessoa ou o animal travar, cair, tremer... Dependo da situação chega até
se urinar. Exemplo: o fogão da sua casa começa a pegar fogo. Você tem duas
opções: fuga, correr e sair dali, ou luta, correr para desligar a chave da energia
e apagar o fogo. Mas entre uma coisa e outra, há um tempo, e esse tempo
depende de cada pessoa.
Todos temos esse instinto de luta e fuga e não podemos tirar do animal
a opção da fuga, pois ele vai analisar e fazer o que o instinto dele mandar.
Por isso, o cão pode se tornar perigoso. Caso você esteja brigando com
um cachorro que está preso ou está entre paredes e não tem para aonde correr,
você está ali falando: “- porque você fez isso? Você vai apanhar! olha aqui
meu chinelo, Zeus. Você fez coisa feia!”
Imagem 22 - Comando
Imagem 23 - Adestrador
Tratar seu cachorro como gente não é visto pelo seu cão da mesma
forma que você vê. Você precisa respeitar a natureza do cachorro como
animal que é. Isto é respeitar a diferença de espécie.
Ao tratar seu cão com gente, você estará demostrando e exercendo
sentimentos que seu cão não é capaz de interpretar. Um cachorro tem apenas
sentimentos básicos, como alegria, felicidade, raiva, tristeza, ciúmes (por
possessão), saudade. Seu cachorro não sente rancor, vingança, pena... Se seu
cachorro vir um cão magro, machucado, passando na rua, ele pode atacar
como atacaria qualquer outro. Ele não vai sentir pena do cachorro que está
fraco, machucado, com fome... Cães não sentem a complexidade de os
sentimentos que o ser humano pode sentir.
- Ah, mas eu já vi um cão ajudar outro.
Sim, um cão é capaz de ajudar outro cão e é capaz de ajudar você
também, mas ele não ajuda por pena, ele ajuda por amor. Ele ajuda, porque
é um membro do grupo dele, porque é alguém que ele conhece e ama.
Então, se você sente pena do seu cão, ele não consegue entender seu
sentimento. Ao tentar entender o que você está sentindo, ele pode ficar
confuso e acabar fazendo mal, pois ele pode interpretar como hostil (que
manifesta inimizade). Nessa situação, seu cachorro pode atacar, porque não
entende o que você está sentindo.
É comum alguém se aproximar de cães de rua, e o animal avançar num
momento em que irão receber carinho. A pessoa pode pensar que o animal é
traumatizado, mas não. Talvez você tenha sentido pena dele naquela hora, e
ele, sem entender aquele sentimento, interpretou como hostil e se defendeu.
Da mesma forma como um cachorro não vai sentir pena de você, se
você levar um tiro e correr para uma casa onde tenha um cão de guarda, você
pode entrar sangrando, pedindo ajuda que o cachorro pode lhe atacar do
mesmo jeito, pois eles não sentem pena.
Então, você não pode tratar um cachorro como gente, pois sendo tratado
como cachorro que é, ele saberá o que está acontecendo, e, assim, ao invés
de ficar confuso com você, ele vai ficar confiante nas suas decisões. Sendo
assim, é totalmente possível um cachorro lhe amar e lhe atacar. Ele pode lhe
atacar em momentos específicos, por exemplo, se você tentar tirar algo dele
algo que é seu e que ele pegou ou quando você quiser tirar ele do sofá.
Depois, pedirá carinho normalmente, porque ele estava apenas se
comunicando com você. Ele estava te corrigindo, quando ele achou que você
estava errado. Por isso, a importância de deixar a liderança sempre clara em
sua casa. Cachorro é cachorro, pelo bem dele é tratado como tal, e você nunca
terá problemas de falta de comunicação e má interpretação da parte dele.
SEMPRE SEJA FRANCO!
Seu cachorro não consegue interpretar palavras. Ele interpreta a
linguagem corporal. Logo, se você estiver sendo falso, sendo forçado, ele vai
saber.
Vocês já notaram que quando uma pessoa que não gosta de cachorro
tenta interagir com ele, fazer um carinho, demostrar interesse, o cachorro age
diferente? É porque você não consegue mentir para eles. Mesmo que você
diga “que lindo, que amor”, sua linguagem corporal não diz isso, e o cachorro
vai saber. Por essa razão, seja sempre franco e claro com seu animal,
inclusive ao tocar nele. Se você decidiu, está decidido.
Se você falar “não”, é “não”! Precisa ser convicto ao falar. Desde
filhote, o cão precisa ter muito claro que o “não” é um comando que deve ser
obedecido sempre e com prontidão.
Um exemplo de não obediência ao comando “não” é você tirar o
cachorro de casa, e ele entrar novamente. Depois de um tempo ele volta a
entrar na casa, você diz não e coloca ele pra fora de novo, até que o cachorro
deita na porta e coloca só as patinhas. Daí você pensa que só a patinha não
tem problema, então, ele coloca o focinho, e você acha que só a patinha e o
focinho não é um problema. Assim, o cachorro “vai te ganhando”, pois ele
sabe que a porta é a linha entre o que ele pode e não pode, e, assim, ele vai
ganhando o espaço que você proibiu.
Cães que são ensinados a não sair do portão, não passam da linha
quando o portão está aberto, pois eles sabem até aonde podem ir, reconhecem
o limite. O cachorro não pode aprender que “não” é “não”, mas as vezes é
“sim”. O cachorro precisa aprender que “não” é “100% não”! Se você disse
que “não entra em casa, fica lá fora!”, ele não pode pôr nem uma patinha.
Você sendo o líder, tudo que está na sua casa é seu. A casa, a ração, o
sofá, o osso... Deve ser entendido como posses do líder, as quais o líder o
deixa usar. Então tenha sempre a certeza de que até o osso que seu cachorro
está comendo é seu! Foi você que deu para ele, mas é seu e se você quiser de
volta, ele terá que soltar e sair de perto do osso.
Porém, é de extrema importância, que você NUNCA TIRE O OBJETO
DO CACHORRO, E, SIM, O CACHORRO DO OBJETO.
Ele pegou algo que não deveria, e você vai tirar dele para que não
estrague. Ao tentar pegar o objeto dele, ele vai rosnar, e você
automaticamente vai soltar. Nessa hora o cachorro “te ganhou”! Ele viu que
mandou você sair e você saiu. Com isso, você abriu uma brecha para que ele
faça mais coisas que você não quer que ele faça, já que ele lhe deu um
comando, e você obedeceu.
Você nunca verá na natureza um líder puxando um osso e competindo
para tirar do outro cão. Quando o líder se aproxima do osso, ele rosna, e o
outro cão solta e se afasta. Tudo que está ali é do líder. Os outros cachorros
pegam somente enquanto o líder deixar e soltam quando o líder mandar. É
assim que eles fazem na natureza, então você nunca pode tirar o objeto do
cachorro. Você dá o comando e quando ele soltar, você pega. Por isso que
fizemos o exercício da alimentação, mandando o cachorro comer e sair: para
que ele já seja exercitado a sair, quando você mandar. No entanto, não basta
fazer somente esse exercício e esperar que seu cachorro saiba respeitar todos
os seus comandos. A liderança é um conjunto de hábitos diários. Então,
ensine também os comandos obrigatórios, faça o passeio do jeito certo, trate
seu cachorro como cachorro, coloque todo nosso livro em prática que você
será 100% capaz de ser o líder do seu cachorro.
GUIA
Guia curta x guia longa
A guia é com certeza o equipamento mais importante no adestramento
e na educação do seu cão. Existem vários tipos de guia, e cada uma com uma
função diferente, mas todas com um objetivo em comum: se conectar com o
cão.
A guia deve ser considerada uma extensão do nosso braço, que serve
para corrigir, direcionar e controlar o cão. Vejamos quais são as guias mais
úteis no aprendizado canino:
Guia curta:
Ideal para cães de grande porte ficarem mais próximos da nossa mão.
É uma questão de segurança e treinamento durante o passeio.
Imagem 24 - Guia curta amortecedora
Fonte: Canal do Pet, [20--]
Guia Longa:
Ideal para cães de pequeno porte, que podem longe da nossa mão. Com
esse modelo de guia, podemos controlar o cachorro somente com uma mão,
deixando a outra livre para outras ocupações.
Imagem 26 - Guia de 5m
Guias com molas, guias retráteis, guias elásticas ou muitos finas. Esses
tipos de guia podem incentivar o cão a puxar mais e desenvolver um vício
por fazer força. É comum que nesse contexto, o cachorro tente arrastar os
donos durante o passeio.
Imagem 27 - Guia retrátil
COLEIRAS E EDUCADORES
Educador ou enforcador:
Essa ferramenta é muito eficiente para ensinar o cão a passear, mas
precisa ser utilizada da maneira correta. Se você não souber usar e não souber
colocá-la corretamente, não terá sucesso e poderá até mesmo machucar seu
cão.
Imagem 28 - Enforcador
Coleira Enforcador:
Esse acessório é um tipo de coleira dupla, que permite que o enforcador
fique sempre próximo às orelhas do cachorro e não desça para a base. Pode
machucar, especialmente cães com problemas respiratórios. Então, seu uso é
perigoso para não profissionais. Quanto mais em cima do pescoço essa
coleira estiver, mais controle a pessoa tem sobre o cão.
Imagem 31 - Coleira enforcador, coleira de ilusão
Peitoral Simples:
Nesse tipo de peitoral, a guia é engatada nas costas do cão. Você não
tem controle sobre o focinho do cão, que fica livre para se direcionar 360
graus; e incentiva o cão a puxar. Ele sente como se estivesse carregando você.
PRIMEIRA FASE
Na primeira fase da aprendizagem, o cachorro, naturalmente, ao receber o
aviso de que está com fome, precisa procurar o que comer. Durante a procura,
ele usa muito o faro, pois é o sentido mais forte que ele tem. É farejando que
ele vai se posicionando na direção do alimento, até encontra-lo. Com isso,
ele se exercita. Podemos, então, chamar essa primeira fase de
“EXERCITAR”.
SEGUNDA FASE
A segunda fase é aquela em que o cão precisa criar uma estratégia. O cão irá
pensar em como fazer, quando fazer, a melhor hora de atacar. Ele vai
exercitar mais a mente do que o corpo. É como se fosse um estudo, um
ensino, ou seja, “DISCIPLINA”. É assim que vamos chamar a segunda fase,
já que os cachorros precisam fazer tudo na hora certa para poder ter sucesso.
TERCEIRA FASE
Conquistado o sucesso, ao pegar a caça, o animal pode, em fim, se alimentar.
Alimentando-se, o animal tem a caça como uma “RECOMPENSA”. É assim
que vamos chamar a terceira fase. Entretanto, se o animal não conseguir ter
sucesso na caçada, significa que as estratégias que ele usou não foram boas,
que o triângulo não se fecha, e todo o resto é esquecido.
Então, para o cachorro gravar uma tática, um aprendizado, um ensinamento,
ele precisa primeiro EXERCITAR, depois ele recebe a DISCIPLINA e,
para encerrar o ciclo, a RECOMPENSA.
Suponhamos que o cachorro foi disciplinado antes de exercitado. O que irá
acontecer é que o animal estará com um nível tão alto de energia para gastar,
que não vai prestar atenção em coisa alguma que você estiver tentando
ensinar. Ele pode até estar lhe olhando, mas não irá conseguir lhe interpretar.
Do mesmo modo, se quando você exercita e ensina algo ao seu cão, e ele
aprende e executa, mas falta a recompensa, o aprendizado não é retido. O
triangulo da aprendizagem se fecha somente quando os três pilares são
executados da forma certa.
Agora vamos analisar um animal que fez algo errado, e você o recompensou
sem querer. Você está exercitando seu cão em um passeio atribulado. Ele
puxa você com a coleira, e você está cansando de nenhuma das suas ações
resolverem a situação. Então, vem alguém com um cachorro a alguns metros
de vocês... Seu cachorro enxerga o outro e pira! Pula, late, gira. Você,
querendo fugir, rapidamente, daquela situação, daquele constrangimento,
pega o cachorro no colo e fala: “- Para, Zeus! Xi! Não faz isso. Que coisa
feia!” Tá feito! Você recompensou seu cachorro por uma ação de ansiedade,
comportamento inadequado, latidos e pulos. Você deu a ele colo e atenção,
ao ficar conversando e tentando acalmá-lo. Seu cachorro fechou o triangulo:
ele avistou um ponto de atenção (o outro cachorro), agiu (de maneira
inadequada) e recebeu uma recompensa. A partir de então, todo esse processo
ficará gravado na memória do cachorro, e, sempre que ele estiver na rua e
ver outro cachorro, ele fará a mesma coisa, porque você o ensinou que era
certo. Viu como a recompensa na hora errada é um tiro no pé de quem está
tentando ensinar um cachorro?
Isso vale para tudo. Se seu cachorro late quando escuta a campainha do seu
apartamento, e você o pega no colo, antes de abrir a porta... Pronto! Toda vez
que ele escutar a campainha, ele vai latir, porque quando ele latiu, você o
recompensou com seu colo. Então, você o ensinou a fazer isso sempre.
Nossas reações em respostas às ações dos nossos cães precisam ser corretas,
caso contrário, você terá um cachorro que acha que está lhe agradando ao
ficar muito agitado. É assim que os cachorros pensam: conforme agimos com
eles. “- Ela me deu colo, ela me deu atenção, ela me deu conversa. Então, ela
adorou o que eu fiz.” Por isso, falamos que o comportamento errado do cão
quase sempre é culpa dos seus donos.
“- Tá! Quer dizer que agora que eu fiz errado, ele ficará assim pra
sempre?”
Claro que não! Primeiro você precisa aprender a lidar com as ações do seu
cachorro. Aí, então, você poderá corrigi-lo. Não adianta o adestrador corrigir
um cachorro hoje e, daqui a um tempo, o dono voltar a fazer as coisas erradas,
mesmo sem querer. Isto fará com que o cachorro volte a fazer as coisas
erradas novamente. O adestrador fará o seu trabalho. Ele irá exercitar, irá
ensinar, irá corrigir e fazer tudo que aquele cachorro precisa para ser educado
e equilibrado. O cachorro sendo devolvido para os donos, fará tudo certo por
um tempo, e no dia em que ele errar uma vez, ao invés dos donos corrigirem,
como faria o adestrador, irão, sem querer, recompensá-lo. Seja com um
“sermão”, falando para o cachorro todos os motivos pelo qual ele não deve
destruir o sofá, seja com colo, para evitar um constrangimento na rua. Mas
deixa eu te contar uma coisa: cachorro não sabe Português, não sabe inglês.
Cachorro sabe interpretar a linguagem corporal do ser humano. Ele entende
seu “sim”, seu “não”. Mas isto não é porque ele sabe o que significam essas
palavras. É porque ele interpreta sua linguagem corporal, quando você fala.
Por esses motivos, é importante que você entenda o que se passa pela cabeça
do seu cachorro. Seja assertivo com as reações que você dá às ações dele!
Não recompense comportamento que você não aprova! Seguindo essas dicas,
você não estará ensinando seu cachorro a fazer o que não lhe agrada. É
importante dizer também: cães surdos também podem ser adestrados. Como
comentado anteriormente, cães não obedecem suas palavras. Eles podem até
gravá-las e obedecer no instante em que você as fala, mas é através da sua
linguagem corporal que ele aprende o que fazer. Por isso, um cão não precisa
ouvir o que você quer dele, e um cão surdo também pode ser adestrado. Ele
vai entender “só de olhar” para você!
Para reforçar a aprendizagem, tudo o que você ensina e corrige, você pode
simular. Fazer simulações irá ajudar seu cão a aprender mais rápido. Por
exemplo: você está ensinando seu cachorro a não sair quando o portão estiver
aberto. Então, abra o portão, saia e fique escondido. Quando ele for sair sem
autorização, você aparece e corrige.
Sempre coloque na frente do cachorro um objeto relacionado ao que você
quer ensinar ele a não fazer. Se ele mexe nas plantas, coloque um vaso de
planta no caminho dele e fique escondido, porque talvez ele não mexa nas
plantas por você estar ali, mas, quando você sair de casa, ele irá mexer. Por
isso, se esconda e fique observando. No exato momento em que ele for mexer
onde não pode, se coloque em frente ao cachorro e corrija seu
comportamento.
Sempre corrija seu cachorro no ato! Não adianta você querer brigar e corrigir
algo que ele fez de errado, se você viu quando já estava feito. No entanto,
não precisa esperar o erro se repetir para corrigir. Você pode simular! Simule
algumas vezes e, assim, você conseguirá ensinar ele mais rapidamente. Outro
exemplo: se você estiver ensinando seu cachorro a não pular, faça aquela
vozinha de criança, instigue ele a lhe pular, e quando ele lhe pular, seja firme
e diga: “- NÃO!”. Pode usar uma garrafa de plástico com pedras dentro dela,
para fazer um barulho junto ao seu “não”, pois, assim, o cão entende no
mesmo instante que se trata de uma correção. Depois disso, instigue ele a lhe
pular outra vez. Se ele pular, repita a correção. Vai chegar uma hora, depois
de três ou quatro pulos, que ele vai pensar algo como “Opa! Ele(a) está de
sacanagem? Toda vez que ele “faz festinha”, eu pulo, e ele briga? Não vou
mais cair nessa!” Então, ele irá parar. Quando ele comemorar com você sem
pular em você, ok! Mas se ele pular, volte a corrigir. Sempre use simulações.
Esse treino também pode ser feito com uma guia de passeio. Você pode dizer
“não” e dar um toque na guia, puxando o cão por baixo, até ele entender que
não deve tocar em você e respeitar seu espaço e seu corpo.
Use como regra: NUNCA faça carinho no cachorro, se ele não estiver com
as quatro patas no chão! Isso irá evitar muitas “dores de cabeças”.
A IMPORTÂNCIA DO EXERCÍCIO
Além dos inúmeros benefícios para a saúde, o exercício físico está ligado
diretamente à educação do seu cão. O exercício físico aumenta muito a
expectativa de vida e a qualidade de vida do animal. Isto porque, o passeio
permite controlar o peso, aumentar a massa muscular, prevenir problemas
nas articulações, controlar o índice glicêmico, ter um bom preparo físico e
cardiopulmonar, além de estimular e apurar a audição e o olfato, bem como,
contribuir para a saúde mental do cão.
É comum ouvir donos dizerem: “- Mas ele tem um quintal grande para
brincar. Não precisa de passeio!”. Ao contrário do que a maioria dos donos
pensa, possuir um quintal grande não anula a necessidade dos passeios com
o cão, pois o quintal, independente do seu tamanho, possui uma delimitação
física. O cão precisa explorar, ver novos lugares, novas pessoas, estar em
contato com o mundo. Ficar todos os dias, o tempo inteiro no mesmo quintal
pode ser também entediante para o cão. Isso o desmotiva a querer se
exercitar. Uma consequência é o acúmulo de energia, que faz com que ele
fique frustrado e comece a latir e a destruir os objetos de casa.
Sendo assim, é sempre importante levá-lo para passear! Caminhar por
lugares novos e interessantes para ele permite que seu cão conheça novos
ares e gaste suas energias.
Como passear corretamente
Exercitar não é somente importante. É algo obrigatório para quem tem um
cachorro. Como já dito, um quintal grande não substitui a necessidade do
passeio, pois apenas o passeio vai estimular áreas do cérebro do seu cachorro
que são acionadas apenas com cheiros e locais diferentes. No entanto, nem
todos os passeios são bons para o cão.
Alguns passeios podem ser relaxantes e ensinar ao cachorro a submissão,
enquanto outros podem ser tensos e ensinar ao cachorro a dominância. Se
não é você quem puxa seu cão nos passeios, mas sim ele que te puxa, para
aonde e quando quer, cheira o que bem entende e marca o território em todos
os lugares, late e avança em cães e pessoas, é um mau passeio. Um passeio
assim não deixará o cão relaxado, mas sim cansado e com problemas de
comportamento.
Durante o passeio, você diz ao cão, a todo momento, quem é o líder, quem é
que manda, o que ele pode e o que não deve fazer, aonde ele pode ir e quando
deve parar. Exercícios físicos somados a exercícios de disciplina e de
comportamento irão refletir lá dentro da sua casa, em um melhor
comportamento e obediência do seu cão. Logo, o adestramento é possível
apenas com um cachorro exercitado.
Para tanto, crie uma rotina de exercícios e inclua ela na sua própria rotina.
Lembre-se! Existe uma ordem que deve ser seguida para o sucesso do
adestramento: exercício - adestramento - recompensa. Essa é a ordem do
método que criamos. Não tem como você adestrar um cachorro que está com
energia acumulada, assim como não pode recompensar um animal que não
fez o que lhe foi pedido. Por isso, a ordem é de extrema importância. Inclua
o exercício na sua rotina antes de começar a ensinar seu cão, e recompense
somente os resultados. Usamos a ordem certa e o método certo. O resultado
é garantido!
O melhor horário para exercitar o cachorro é logo pela manhã, a fim de que
ele já tenha um dia calmo e equilibrado. Todavia, se você não tiver como
passear pela manhã, opte pelo exercício no final da tarde.
Passeio
Veja como deve ser um passeio correto com seu cão, com você sendo o líder:
- é normal que o cachorro se agite quando ver a coleira. Espere ele se acalmar
para poder sair de casa. No começo pode demorar bastante, mas com o tempo
ele irá entender que precisa relaxar para vocês saírem;
- nunca permita que o cachorro saia de casa na sua frente, pois, dessa forma,
é ele quem vai conduzir o passeio. Você precisa sair primeiro e se manter à
frente, puxando-o;
- se outro cão passar na frente de vocês, mude de direção. Além de evitar um
confronto entre os cães, você o fará entender que é você quem lidera o
passeio;
- prefira utilizar coleiras de pescoço para guiá-lo com mais facilidade, pois
as coleiras de peitoral fazem com que o cão tenha maior controle no passeio;
- na hora do passeio não permita que o cão fique parando para marcar
território ou cheirar o chão. Ele deve passear ao seu lado, sem puxar a coleira,
e pode fazer apenas o que você deixar, não o que ele quiser.
- aproveite o passeio com calma e saiba ter postura - esta é a mais importante
de todas as técnicas para mostrar ao seu cão quem é que manda;
- mantenha o ritmo. Quando você mantém o ritmo do passeio, o passeio vira
um exercício. Já se você passeia como quem anda no shopping, vai demorar
para seu cachorro cansar. Não se pode contar como exercício um passeio a
passos lentos.
- tempo do passeio: o tempo ideal de passeio quem vai dizer é seu cachorro.
Assim como nós humanos temos uma aptidão física, os animais também.
Assim como um cachorro que corre todos os dias consegue manter um
exercício diário de 2 horas, outro da mesma raça pode ser que consiga se
exercitar por apenas 40 minutos. Tudo depende do quanto o seu cachorro
consegue.
O tempo ideal de um passeio é de 40 ou 60 minutos, mas sabemos que tem
animais que em 60 minutos não cansam. Eles chegam em casa com toda a
energia! Entretanto, também há aqueles que cansam em 20 minutos. Então,
você precisa marcar o tempo que o seu animal leva para começar a cansar,
para que você tenha uma base de tempo para o passeio. Lembrando que o
passeio é considerado um exercício somente quando mantida certa
velocidade. Você não precisa correr para fazer o passeio valer como
exercício, mas você não pode permitir paradas, pausas para marcar território.
O cachorro pode parar para fazer suas necessidades fisiológicas, mas não
para ficar deixando seu cheiro, marcando postes e flores, etc. A hora do
exercício é uma hora intensa. É como quando se está querendo perder peso.
Para se exercitar, a pessoa começa a fazer caminhadas, se alonga, sai e
mantém uma caminhada constante, até chegar ao seu objetivo. Mas em uma
caminhada dessas, se você parar para olhar o movimento, parar para
conversar com alguém conhecido ou parar para sentar, você não pode contar
esse tempo como exercício. Afinal, você mais parou do que se exercitou.
Então, lembre-se de sempre manter a velocidade na hora do passeio!
Observações: com cães idosos e filhotes deve-se ter atenção quanto ao
passeio, pois o tempo também passa para os cães, e eles vão perdendo a
capacidade física que tinham quando mais novos. Sempre preste atenção no
tempo em que seu cão mais velho ou filhote começa a cansar, e respeite esse
tempo. Existem raças mais dispostas e raças mais preguiçosas, mas todos os
cães precisam se exercitar diariamente.
Outra forma de exercitar seu cachorro pode ser com e esteira pet, mas evite
usar esteira com filhotes. Pode interferir no desenvolvimento físico dele.
Então, use a opção da esteira apenas com cães adultos e como um adicional
ou substituto nos dias em que você não puder sair. Não utilize a esteira como
única forma de exercício, pois irá estressá-lo e prejudicar a saúde do animal.
Se seu cachorro for muito ativo, tanto que você nota que sempre aumenta o
tempo dos passeios e nunca é suficiente, você pode usar algumas estratégias,
como:
- brincar antes de sair de casa: ao brincar, você já começa a exercitar e cansar
seu pet. Isso vai ajudar ele a cansar no passeio, pois ele já estava em
movimento em casa;
- usar uma mochila: seu cachorro anda, anda, anda e nunca cansa? Então,
coloque ele para carregar uma, duas garrafinhas de água. Adicionar peso ao
exercício físico, além de fazê-lo cansar mais rápido, dará a ele mais
mobilidade articular durante o exercício.
Existem mochilas para cachorro. Se você quiser, pode adquirir uma ou
adaptar uma para o cão.
Imagem 41 - Mochila para cachorro
Eu costumo dizer que, para o cachorro, um dia feliz é igual ao outro. Isto
porque, o cachorro adora rotina. Se você fizer todos os dias as mesmas coisas
com o seu cão, ele ficará muito feliz. Por isso, sempre mantenha a rotina do
cachorro. Comida sempre no mesmo horário, passeio no mesmo horário... Se
você faz sempre o mesmo trajeto no passeio, você irá notar que o dia que
mudar o trajeto, o cachorro ficará mais ansioso, mais agitado.
Então, crie a rotina do seu cachorro dentro dos seus horários, para que você
não fique fazendo mudanças. Escolhas os dias e os horários que irá passear
e faça o possível para manter. Aqueles passeios que acontecem
esporadicamente... Por exemplo, saiu com o cachorro na sexta de manhã; e
sábado já não deu vontade; domingo estava calor, então, no domingo, você
o levou para passear à noite... Esses passeios sem hora podem dificultar o
adestramento do seu cão, pois se ele sabe que pelas manhãs ele sai, então, ele
fica esperando pelo momento de sair todos os dias. Haver dias em que ele
vai, outros não, outros dias em que ele vai à noite, confunde o cão e acaba o
deixando estressado, pois o cachorro leva a sério a rotina. Ele não sabe o
horário, mas ele sabe criar rotinas, e se você souber manter a rotina dele fixa,
você irá notar como o seu cachorro se tornará mais calmo.
Lembre-se! Ele se chama “enforcador”, mas não é para você enforcar seu
animal! Essa ferramenta serve para ensinar seu cachorro a passear. Depois
que ele aprender, você, se quiser, pode passar a usar coleiras tradicionais.
O enforcador deve permanecer solto. É pressionado apenas para correção e
volta a ficar solto. Não é correto você manter um enforcador apertando o
pescoço do animal. Assim como a cadela morde o pescoço do filhote e solta,
o enforcador é apenas uma forma de correção para cachorros. Então, se
certifique que você está usando a ferramenta de forma certa, porque como
qualquer outra ferramenta, se usada errada, não irá ajudar e pode atrapalhar
a evolução do adestramento.
Perceba que o passeio não é a única forma de exercitar seu cachorro. Já
falamos que o passeio é obrigatório. No entanto, há casos particulares de
cachorros que não podem passear. A exemplo de filhotes sem as vacinas ou
que não completaram as três doses da vacina, pois eles não têm imunidade
para tudo que irão ter contato em um passeio. Por isso, se seu cachorro ainda
não tomou as três doses da vacina, exercite ele em casa. Em breve, falaremos
como fazer isso. Outros motivos que nos tiram a chance de exercitar o cão
na rua são os dias de chuva, atraso para ir trabalhar ou falta de tempo para
sair passear com o cachorro. Nestes casos, também você pode exercitar o
animal em casa! Há objetos que você tem em casa e atividades simples que
você pode fazer. “Pegar a bolinha”; corrida dentro da garagem ou no pátio;
frisbee, etc. Se ele souber soltar um objeto quando você manda, podem
brincar de cabo de guerra, porém se ele não souber soltar e fica fissurado no
cabo, evite esta brincadeira. Tudo o que fizer seu cão cansar é valido.
Contudo, nem só de exercício físico vivem os cães! Exercícios mentais
também são importantes. Então, você pode, por exemplo, distribuir um
pouco de ração pela grama, fazendo ele exercitar o faro ao procurar essa
ração.
Se você não tem gramado em casa, mora em apartamento, não tem problema!
Você pode usar sua casa. Esconda ração ou petiscos pela casa e deixe que ele
procure. Desse modo, ele se mantém ocupado, distraído e se exercita.
Outra maneira de esconder petiscos é usando um pano. Você pode tapar
petiscos com um pano ou enrolar os petiscos no pano. O cachorro precisará
desenrolar ou tirar o pano para achar o petisco.
Se você quiser dificultar ainda mais, pode comprar ou fazer um tapete
interativo para esconder petisco. Estes tapetes são feito de feltro, com uma
série de compartimentos e divisões, as quais fazem com o que seu amigo
esteja sempre em busca da recompensa. Para encontrar a recompensa, ele irá
exercitar os diferentes sentidos, principalmente o olfato e o tato.
Brinquedos interativos:
Existem várias opções de brinquedos interativos no mercado pet. Você irá
encontrar de diversos tipos, modelos e preços. Ao brincar com eles, o
cachorro precisa tirar algo para chegar até a ração ou precisa bater, virar,
deitar o brinquedo. Depende do modelo de brinquedo que você escolher
comprar.
Imagem 45 - Brinquedos interativos para pet
Brinquedos caseiros:
São opções que você consegue fazer em casa, que simulam exercícios, assim
como os brinquedos comprados. A seguir, alguns exemplos, em que são
utilizadas garrafas, cordas, canos.
MÉTODO PAR
Use o que você tem. Cachorros têm o poder de sentir cheiros muito mais
desenvolvido do que nós humanos. Eles conseguem procurar algo ou alguém,
seguindo um rastro de cheiro. (Consideramos isto “P”: Procurar). Após achar
o rasto, achar o cheiro, ele parte para a ação. (“A”: Ação). Ao achar o que
está procurando, ele terá a recompensa. (“R”: Recompensa).
Então, usando o “Método PAR”, você consegue ensinar o cachorro a seguir
comandos. Por exemplo, caso queira ensinar o cachorro a sentar, você fica
com um petisco na mão, mas com ela fechada, sem mostrar o petisco para
ele; passa sua mão por cima do cachorro, na direção da cabeça à calda dele,
pois, assim, ele irá procurar o cheiro (P). Automaticamente, ele senta, para
seguir o cheiro (A). Ao concluir a ação, você entrega o petisco (R). Usando
o PAR, você ensina qualquer coisa para o seu cão!
Comando “senta”
Este comando é, com certeza, um dos mais importantes a ensinar para o seu
cão, pois serve de base para muitos outros. Por isso, recomenda-se que seja
o primeiro ou um dos primeiros comandos a ser treinado. Pegue um petisco
na mão e se posicione em frente ao focinho do cão. Lentamente, erga a sua
mão (como mostra a figura a seguir). Não levante demais, pois isso poderá
induzi-lo a pular. À medida em que o cão levantar o focinho, a parte traseira
do corpo dele tenderá a descer, fazendo com que ele fique sentado.
Assim que ele sentar, aperte o clicker e recompense com o petisco. Se não
tiver o clicker, apenas entregue o petisco. Não é necessário dizer a palavra
“senta” no começo, pois vamos ensinar primeiro o movimento e depois
adicionamos uma palavra de ação, que pode ser em qualquer idioma.
Após o treinamento de sentar, você irá inserir a palavra “senta”, e, depois, irá
fechar a mão e fazer o exercício. Com o passar do tempo, o cão começará a
antecipar o movimento. Quando você falar “senta”, ele vai obedecer
rapidamente, para ganhar a recompensa. Ele terá, então, gravado o comando.
IMPORTANTE: Não treine demais, para que seu cão não fique estressado.
O correto é treinar os comandos de 10 a 15 minutos, 2 a 3 vezes por dia, em
horários alternados.
Comando “Deita”
Use o olfato a seu favor. Inicie após o cão estar sentado. Feche a mão com o
petisco e aproxime-a do chão. Em seguida, faça com que ele siga sua mão
com o focinho, em direção ao chão (como mostra a figura a seguir). Assim
que o cão realizar o movimento e deitar, aperte o clicker e recompense (veja
a imagem). Com o passar do tempo, introduza a palavra “deita”, antes de
apontar para o chão. Assim como no exercício anterior, com o tempo, o cão
irá antecipar o movimento, entendendo no momento em que você der o
comando verbal.
Depois que você aprende a essência do exercício, fica mais fácil ensinar os
outros. Mas não pule nenhuma etapa. Treine até o cão ficar bom em um
exercício e somente depois disso passe ao próximo. Não tenha pressa!
Em seguida, segure o petisco entre os dedos. Se ele cutucar a sua mão com o
seu focinho, seja resistente, não abra a mão. Já se ele bater com a patinha em
sua mão, clique, elogie o cachorro, pois a atitude esperada aconteceu. Então,
abra a mão e deixe-o pegar o petisco de recompensa. Depois de um tempo,
peça a pata com uma mão e dê o petisco com a outra.
Com esse exercício, é possível que se demore para atingir o resultado, mas é
assim mesmo. Às vezes, parece que o cão não está entendendo, mas se ele
sentar do seu lado e te dar a pata para ganhar um carinho, a partir daí, nunca
mais ele vai esquecer esse comando.
1- Lamber o focinho:
Se o seu cão lambe o próprio focinho ou a pata por diversas vezes seguidas,
cuidado! Isso pode significar que ele está estressado ou incomodado.
Atenção: essas lambidas em excesso podem causar ferimento. Se o cão
começar a lamber o chão, tapete ou cama onde deita, a chance é grande de
ele estar muito melancólico, estressado ou depressivo. Você deve sair mais
para passear, exercitar e brincar com seu melhor amigo. Agora, se o cão
começar a lamber o ar do nada, sem explicação, fique alerta, pois ele pode
estar com alguma dor e não sabe identificar onde.
2- Bocejar:
Se o seu cão está bocejando muito, fique atento! É sinal que ele está nervoso
ou irritado por esperar ou não ter nada para fazer. É comum o cão fazer isso
na sala de espera do veterinário, por tédio de esperar.
4- Piscar os olhos:
Se o cão começar a piscar os olhos em excesso ou ficar com os olhos quase
fechados olhando para você, tenha atenção! Ele pode estar com um tipo de
alergia. Procure um veterinário!
Olhos:
Se um cachorro fica olhando fixamente para outro, significa que ele está
desafiando o outro cachorro. Então, se você ficar olhando nos olhos um
cachorro que você não conhece, ele vai entender que você está o encarando,
o desafiando. Evite ficar mantendo contato visual com ele por muito tempo.
Se o cachorro não for seu, olhe ele como um todo, não fique encarando
apenas o olhar. Os cachorros evitam contato visual, especialmente com
desconhecidos. Você pode notar que o cachorro está desviando o olhar do
seu. Ele te dá uma olhada e desvia o olhar de você. Então, evite o contato,
pois este é um sinal de que ele não gostou de você ou de que ele não quer
conversa com você. Não vá até ele, tentar uma aproximação, pois ele já
deixou claro que não está interessado. Cães que evitam te olhar nos olhos,
que baixam a cabeça, são sinais de cachorros submissos. Já quando um
cachorro está com o olho bem aberto, ele está relaxado. Quando você vê mais
a parte branca do olho, isso é sinal de que o cachorro está com medo.
Mas cachorro não se comunica só com o olhar. A linguagem corporal dele
funciona como um todo.
Orelhas:
As orelhas são muito significativas para o cachorro, porém de maneiras
diferentes, dependendo da raça. Um curiosidade sobre as expressões do
cachorro: quando você mandar tosar seu cachorro, tente não mexer muito nas
características da orelha do animal, para não tirar-lhe a expressão facial.
Sobre o corte das orelhas do cachorro, esse procedimento cirúrgico
atualmente é considerado crime e, dentre diversos problemas que os
veterinários alertam, é o dano à audição. Nosso objetivo aqui é falar das
orelhas como forma de comunicação. Uma vez que elas são cortadas, essa
opção de comunicação dele é prejudicada ou até mesmo anulada.
Além do olfato, os cães tem uma audição muito boa. Quando eles estão em
alerta, podem posicionar as orelhas como uma antena, a fim de identificar de
onde vem um som. Quando ele está satisfeito, ele coloca as orelhas para traz.
Já as orelhas para trás ao máximo, grudadas ao crânio, significa ansiedade.
O cachorro usa o olfato também para conhecer outro cão. Quando cheiram
um ao outro, eles descobrem idade, se o outro está doente, alimentação.
Quase tudo sobre outros cachorros eles descobrem pelo cheiro.
Apontar a direção: O cachorro aponta algo pela direção do focinho.
Boca:
Boca aberta, língua para fora ou não, respiração ofegante, porém também
lenta são indícios de que o cachorro está relaxado.
Cauda:
A cauda do cachorro é uma parte importante da comunicação dos cães. Por
isso que cortar o rabo do cachorro é uma forma de tirar uma das formas de
sua comunicação canina, além de uma das funções do rabo ser de dar
equilíbrio.
Não significa que o cachorro que abana o rabo está vindo de forma amigável.
Basicamente, de forma fácil, pra não esquecer: quando o cachorro abana o
rabo para a direita, significa sentimentos positivos; se o cachorro estiver
abanando o rabo para a esquerda, significa que ele pode estar estressado,
bravo, sentimentos negativos. Isso acontece por causa do hemisfério
esquerdo (parte do cérebro associada a sentimentos positivos), que controla
o lado direito do corpo. A velocidade do rabo também deve ser observada:
quando o cachorro abana a cauda rapidamente, significa que está eufórico ou
ansioso; e movimentos lentos querem dizer que ele está mais calmo, mais
tranquilo.
Imagem 59 - Movimentos de cauda
Esses são alguns dos movimentos da cauda do cachorro que você deve saber.
Sobre o movimento de perseguir o rabo, saiba que não é normal! um cachorro
que persegue o próprio rabo é um cachorro ansioso. Pode ter começado como
uma brincadeira, por causa do instinto de caça, e ter se tornado um hábito.
Logo, se o seu cachorro faz isso, você precisa exercitá-lo mais, pois isso é
sinal de energia acumulada e cão ansioso.
Filhotes até fazem por brincadeira, mas para cães adultos não é normal, e
você deve ajudar seu cão a parar de fazer isso.
Sempre preste atenção na linguagem corporal do cachorro.
COISAS QUE IRRITAM OS CÃES
Para termos um bom relacionamento com nossos pets, fiz uma lista do que
mais irrita nossos amigos de quatro patas, a fim de evitarmos:
6 - Banhos em excesso
O que para nós é normal, para os cães pode não ser. Eles gostam de estar
limpos, mas do jeito deles. Eles precisam de seus odores naturais para se
comunicarem com os outros. Cheiros de xampus e perfumes fortes os deixam
muito irritados. O banho em excesso, inclusive, pode fazer mal ao melhor
amigo do homem, danificando as camadas de proteção natural da pele,
podendo provocar algum problema de saúde. Podemos limpá-los, mas sem
excessos.
Os cães nasceram para fazer parte de uma matilha e viver em sociedade. Por
isso, se sentem muito tristes quando ficam sozinhos e ficam nervosos
esperando o regresso do dono. Mas o pior é quando o companheiro humano
nunca regressa ou, pior ainda, quando o abandona. Eles nunca entenderão o
porquê e custará muito para superarem.
SEU CÃO TE AMA?
“Você já parou para se perguntar se seu cão realmente lhe ama ou apenas fica
alegre pela comida que recebe? Movido por essa pergunta, o neurocientista
Gregory Berns, da Universidade de Emory, em Atlanta (EUA), iniciou uma
pesquisa com o melhor amigo do homem.
Os animais foram avaliados com aparelhos de ressonância magnética, para
saber os seus pensamentos e sentimentos. Noventa animais participaram do
experimento. Nenhum foi forçado a permanecer no aparelho, mas recebiam
recompensas, como petisco ou carinho [...]” (BLASTING NEWS apud
BELEZA CÃO E GATO, 2017, p.1). O estudo mostrou que as atividades
cerebrais dos cães ficavam 20% mais intensas no momento de receberem
carinho, em comparação ao momento de receber petisco. Ficou comprovado
que os animais, ao menos os cachorros, preferem receber amor a receber
comida.
Adestramento comportamental
Principais causas do mal comportamento:
O comportamento dos donos tem importância fundamental para evitar
problemas de comportamento no cão. O cão geralmente é o espelho dos
donos. Em mais de 80% dos casos, o problema está nos donos, não nos cães.
Na maioria das vezes, o adestrador precisa treinar o proprietário ou dono do
cachorro, para que mude seu comportamento, para, assim, atingir a melhora
no comportamento do cão. O que pra você pode parecer um detalhe bobo
como cruzar uma porta, para o cão faz toda a diferença. Através desses
detalhes, vamos conseguir chegar ao topo da liderança da nossa matilha,
sendo desnecessário utilizar violência.
PROBLEMAS X CAUSAS
1- Uma má socialização
Um cão que não foi devidamente socializado costuma apresentar diferentes
problemas de comportamento. Dentre outras características, pode ser um cão
medroso, que se sente intimidado ante a presença de outros animais, pessoas
desconhecidas ou ruídos repentinos (trovões, explosões, fogos de artifício,
etc.). Um cão com medo, geralmente, responde de maneira agressiva ou tenta
fugir da situação e se esconder. O problema da socialização inadequada ou
diretamente inexistente tem sido agravado nos últimos anos, devido à
proliferação de criadores irresponsáveis. Neles, os animais de estimação
passam seus primeiros dias de vida em situações de cárcere, sem poder
explorar o entorno e, além disso, são separados de suas mães de forma
precoce, sem poder adquirir os instintos básicos.
No início do livro, falamos como o convívio com os irmãos e com a mãe é
importante para desenvolver o cachorro. Os primeiros aprendizados vêm
desse convívio. Quando você priva o animal de conviver com sua mãe e seus
irmãos, deixando-os, expostos, em gaiolas ou vendendo e doando eles antes
da hora, você prejudica o desenvolvimento desses animais, inclusive em suas
vidas adultas.
A socialização é algo que precisa ser ensinado para o cachorro. Não é natural
dos animais receber e ser recebido em uma matilha, sem ser digno dela.
Exemplo: quando você leva um cachorro em uma praça pet, os cães começam
a se cheirar. Já ensinamos você que isso é uma forma que os cachorros têm
de conhecerem uns aos outros. Um cão consegue saber até o estado de saúde
do outro, apenas pelo cheiro, e, por meio do faro, pode evitar contato com
um animal que pode prejudicar sua saúde.
. Cheirar um ao outro é uma coisa básica que os cães fazem por segurança,
conhecimento... É como eu perguntar a você qual é seu nome, se você estuda,
etc. É apenas uma forma de conhecer um ao outro. No entanto, quando os
cães estão se cheirando, há uma troca de submissão. Quando um cachorro se
recusa a ser cheirado, isso já significa uma má interpretação do cachorro ao
que está acontecendo. Equivale a eu lhe perguntar algo, você me responder,
e, ao chegar a minha vez de responder à mesma pergunta a você, eu dizer
“não te interessa!”. Eu estaria mostrando traços de dificuldade de
socialização, de agressividade, sinais que o cão mostra ao não permitir ser
cheirado pelo outro.
A socialização é algo que precisa ser ensinada, para que o cachorro comece
a aprender regras, respeito, educação... Ele começa a ter esses aprendizados
com sua mãe e irmãos, mas depois que você o leva para casa, é
responsabilidade sua apresentar ele a outros animais e ensinar ele a conviver
com outros. Se seu objetivo é criar um cachorro para companhia, você
precisa se empenhar nesses ensinamentos, pois a má socialização desenvolve
outros problemas comportamentais.
2- Educação deficiente e humanização excessiva:
Não colocar limites em seu melhor amigo, nem lhe ensinar regras básicas de
convivência, que sejam claras e sem contradições, pode gerar confusão no
bichinho sobre como agir. Leve em conta que a primeira coisa a se fazer para
educar o seu animal de estimação de forma correta é aprender a interpretar
sua linguagem corporal.
Além disso, quando se começa a considerar o cão uma pessoa e não um cão,
costumam surgir diferentes problemas de conduta e de saúde física (por
utilizar remédios e produtos de beleza desenvolvidos para humanos, ou por
vesti-lo com roupas e acessórios da moda, etc.). Fora o fato que já falamos
anteriormente que os cães, ao não conseguir entender um sentimento
humano, interpretam como hostil.
3- Maltrato físico e verbal
O maltrato tem formas diversas. Se você castigar um cão, batendo nele, ou
intimidá-lo com gritos e gestos agressivos, ou se o mantiver trancado ou
acorrentado, isso fará com que ele se torne um animal medroso, agressivo ou
com ações que podem retroalimentar maus comportamentos. São exemplos:
urinar ou defecar em lugares inadequados; destroçar objetos da casa; cavar
buracos no jardim e destruir as plantas; condutas estereotipadas, como
compulsivamente áreas do próprio corpo, perseguir sombras ou caçar insetos
inexistentes, etc.
4- Situações inesperadas
Situações que alterem a rotina costumam estressar os cães. Por exemplo:
- mudanças;
- mortes ou nascimentos na família;
- incorporação de um novo animal de estimação em casa;
- presença de pessoas desconhecidas (pedreiros, pintores, etc.).
Lembre-se que sempre falamos que um dia feliz para um cachorro é um dia
igual ao outro. Cachorro gosta de rotina, e as mudanças incomodam ele. Por
isso, se for haver alguma mudança, não mexa na rotina do cachorro. Será
muito mais fácil, por exemplo, para ele aceitar o novo membro na família, se
isso não afetar sua rotina. Se tem um novo bebe, ok, desde que o passeio siga
na mesma hora, a alimentação siga na mesma hora. Se você souber manter a
rotina do cachorro, não haverá problemas.
5- Doenças
Muitos problemas físicos podem tornar o animal agressivo de maneira
repentina, até mesmo o mais pacífico dos cães. É o caso de animais que
sofrem, entre outras doenças, de otite, displasia de quadril, artrose
degenerativa, epilepsia ou problemas relacionados, cistite, a qual também
pode fazer com que o bichinho passe a urinar em qualquer lugar. Os
cruzamentos constantes e irresponsáveis em busca de um bom negócio com
a venda de animais de raça, muitas vezes provocam patologias em alguns
indivíduos caninos.
6- Envelhecimento
Assim como com humanos, à medida em que os animais envelhecem, eles
vão perdendo a paciência e podem se tornar mais agressivos ou resmungões,
ante diversas situações. Mas também a progressiva agressividade ou a
aparição de comportamentos que podemos qualificar como “estranhos”
costumam ocorrer devido à presença de cataratas ou de uma deterioração
cognitiva similar ao Alzheimer humano.
O QUE FAZER PARA CORRIGIR O MAU
COMPORTAMENTO
Toma-se como exemplo aqui, o mau comportamento de destruir objetos. Por
vários motivos, que serão explorados adiante, os nossos amigos de quatro
patas muitas vezes acabam destruindo a casa, mordendo objetos ou algo que
não devem. Descubra a seguir como evitar que seu pet destrua a casa quando
você não está e quais os principais motivos para ele estar fazendo isso.
Por que meu cão destrói as coisas dentro de casa?
Muitas vezes, a destruição está relacionada à falta de exercícios. Todo cão
tem uma quantidade de energia para ser gasta, que se não direcionada para
exercícios e brincadeiras, pode acabar resultando numa destruição de sapatos
ou rolos de papel higiênico. Os cães precisam de estímulos no ambiente onde
vivem e uma rotina diária de exercícios e brincadeiras, como correr, farejar
e descobrir coisas novas. Caso contrário, passam a ter comportamentos
indesejáveis. Encontre profissionais na área de adestramento para orientação
correta de como corrigir esses problemas; e tente sempre imaginar o que o
cachorro pensa. Ver as coisas do ponto de vista do cão pode ajudar-lhe a
corrigi-lo.
Como o instinto pode ajudar você?
Veja alguns aspectos nesse sentido:
- uma caminhada diária de 20 minutos diária não basta! Os cães estariam
caminhando mais de 70% do seu dia, se estivessem livres na natureza;
- um pátio grande, do ponto de vista do cachorro, é um cubículo. Na natureza,
o cão teria que percorrer territórios de alguns milhares de metros quadrados;
- aqueles passeios no final de semana não são diversão o suficiente, muito
menos exercícios o suficiente para gastar a energia acumulada;
- brinquedos de jogar não oferecem a diversidade, desafios e emoções que a
vida livre poderia oferecer ao cão.
COMECE A EDUCAR O SEU FIEL AMIGO
3 dicas simples para educar seu melhor amigo:
1 - Faça caminhadas de longas distâncias, de pelo menos 1 hora, todos os
dias. Com o passeio, o cão vai ficar mais calmo e suas coisas irão parar de
aparecer aos pedaços;
2 - Leve o seu cachorro para conhecer outros cachorros, que sejam
amigáveis. Crie brincadeiras entre eles, mas sempre com supervisão. Além
de drenar a energia do seu cão, ele ficará muito mais feliz com você;
3 - Mostre ao seu cão o que ele pode morder, o que pode ser destruído e o
que não pode. A melhor maneira de fazer o cão parar de destruir a casa e de
morder tudo o que vê é você dar mais opções para ele morder, roer, destruir.
Desse modo, você redireciona o comportamento indesejado. Lembre-se de
não permitir que ele morda, coma, estrague, destrua coisas que não possa.
Ofereça brinquedos seguros e resistentes, como ossos especiais; e/ou
brinquedos educativos, como aquelas bolas onde se pode colocar grãos de
ração. Brinque com seu cão e passe a mão nos brinquedos dele, para que
fique seu cheiro.
Controle de ansiedade/pulos
Um problema que tem se tornado muito comum nos últimos tempos é a
ansiedade por separação. Quem trabalha muito e deixa o cão sozinho em casa
e por longos períodos, inconscientemente, acaba agravando esse problema.
Quando você fica um longo período fora de casa, o cão fica esperando o seu
retorno, porque, normalmente, quando você entra pela porta, dá carinho,
atenção e conversa com seu pet. Essa atitude só vai aumentando a ansiedade
do cachorro, que não tem noção de tempo como o ser humano adulto. Isso
pode trazer graves problemas, até mesmo a depressão canina. Outro
inconveniente é você chegar do trabalho com a roupa limpa e seu cão de 40
kg pular em você, com as patas sujas. Esse tipo de comportamento - talvez
você ainda não tenha percebido - foi você mesmo que ensinou. Toda vez que
você chega, você interage com seu cão, mesmo ele latindo, chorando e
pulando em você. O que o cão quer é atenção, e você dá o que ele está
pedindo. É como se você dissesse para ele: “-muito bem, isso mesmo
amigão!”.
Como evitar e corrigir esse tipo de problema: para corrigir esses problemas
é muito simples. Basta você pensar “o que o cão quer?”. Atenção!!! Então,
basta ignorá-lo ao chegar em casa, pelo menos nos primeiros 15 minutos. Dê
as costas, não fale, não olhe e não toque no cão. Essas são as regras de ouro.
Com o passar do tempo ele vai abandonar aquele comportamento de
ansiedade e esperar a hora certa de interagir. Se ele for de grande porte e
pular em você, levante seu joelho. Será desconfortável, e ele não irá pular em
você novamente.
Você pode dar um “oi!”, fazer um carinho, mas somente quando ele estiver
calmo. Nunca fale ou faça carinho nele enquanto estiver pulando em você,
latindo, girando. Ele precisa saber que você gosta do comportamento calmo
dele e não dessa ansiedade. Se não, você acaba recompensando a ansiedade,
e isso prejudica seu cachorro, inclusive em questões de saúde física e mental.
ALIMENTAÇÃO
Antes de iniciar esse capítulo, preciso deixar um alerta. Você sabe qual o
melhor alimento para o seu cão? Se você respondeu ração, você está errado.
Na Europa, a alimentação natural já é realidade, e, no Brasil, vem ganhando
cada vez mais adeptos. A alimentação natural nada mais é que uma dieta
balanceada, com tudo que o cão comeria na natureza. Isso melhora muito a
saúde do animal, além de aumentar a expectativa de vida consideravelmente.
A hora da alimentação é, com certeza, uma das horas mais importantes do
dia. É a hora que está relacionada diretamente ao seu maior instinto: a
sobrevivência. Por isso, é muito importante alimentar o cão de maneira
correta. A melhor forma de alimentar um cão, com certeza, é durante o
treinamento. Assim, ele irá assimilar melhor o aprendizado, como visto nos
capítulos anteriores. Se você não pode ou não tem tempo para um
treinamento diário, veja abaixo a melhor maneira de alimentar seu cão em
casa:
1° O horário de alimentar seu cão deve ser sempre após o horário de refeição
do dono e após o passeio. Nunca antes! Na natureza quem come primeiro é
o líder, e os cães só comem após uma longa caçada e uma longa caminhada.
Depois de comer, eles deitam e descansam para fazer a digestão.
2° Sirva a ração ou comida com a própria mão, para que fique seu cheiro na
comida. Na natureza, o primeiro a comer é o líder, e somente após ele estar
satisfeito é permitido ao restante da matilha se alimentar. Quando os outros
integrantes do grupo se aproximam para comer, o cheiro do líder já está
impregnado na carne da presa. Isto faz com que o restante do grupo assimile
a alimentação ao líder, e, consequentemente, a sua sobrevivência.
3° Faça o cão entender que a comida é sua, e você vai deixar ele comer, mas
ainda é sua. Sirva a ração e faça o cão esperar. Depois, largue-a no chão e a
proteja. Não deixe ele comer. Espere até que ele fique calmo e se afaste do
pote. Depois, dê o comando para que ele coma; deixe que ele coma um
pouco; e depois, mande que ele saia; mexa um pouco na comida dentro do
pote; e, então, deixe que ele coma o resto. Outro bom exercício para ser feito
na hora da alimentação é colocar um plástico transparente, como um plástico-
filme, em cima do pote de ração, e servir algo pra você e sua família
comerem, na frente do cão. Após, retire o plástico e faça o processo de
alimentação ensinado anteriormente.
ATENÇÃO! Nunca coloque a mão ou puxe o pote do cão enquanto ele
come. Mande que ele saia de perto, depois pegue. Lembre-se da regra:
“Nunca tire a coisa do cão, mas, sim, o cão da coisa”.
Exercício da porta
Para um cão, sempre quem vai na frente é o líder. É o líder que mostra a
direção a ser seguida. Então, toda vez que você for cruzar por uma porta ou
portão, quem vai primeiro é você. Faça com que o cão espere e com que se
acalme. Depois, saia na frente e puxe ele com a coleira. Outro bom exercício
é você deixar a porta ou portão aberto, sentar do lado de fora de casa e
impedir que seu cão saia. Se seu cão tentar sair, você não deixa ele cruzar
pela porta. Ele até pode ficar próximo à porta e olhar para fora, porém suas
patas não podem cruzar a linha da porta. Nesse exercício, você está
trabalhando especialmente a disciplina e a obediência. O exercício serve
também para ensinar o cão a não entrar dentro de casa, para quem tem pátio.
Petiscos
O exercício do petisco serve para estreitar a relação entre o dono e o cão.
Agora que você já sabe da importância que tem a alimentação na educação
de um cão, você pode usar esse aliado poderoso, que é o petisco. O exercício
que proponho consiste em você estar sempre com algum petisco no bolso, e,
quando o cão estiver longe, chamá-lo pelo nome, fazer com que ele execute
algum comando, e, depois, dar o petisco e um carinho. Isso fará com que seu
cão preste mais atenção ao seu chamado e estará reforçando sua liderança
sobre ele, treinando a obediência, além do seu cão ficar muito feliz com o
agrado inesperado.
Imagem 61 - “O melhor amigo do homem”
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