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FILHOTES CANINOS: Médica Veterinária

A arte, os desafios e as emoções de lidar Comportamentalista


Daniela Ramos

BOLETIM pet
Volume 1 2020
Médica Veterinária Comportamentalista
Daniela Ramos

BOLETIM pet
• Graduação em Medicina Veterinária pela Universidade • Pós-doutorado em Clínica Veterinária com ênfase
de São Paulo (FMVZ-USP) em 2002. em Comportamento Animal pela Universidade
de São Paulo (FMVZ-USP) em 2015.
• Mestrado em Comportamento Animal Aplicado
pela Universidade de Lincoln (Inglaterra) em 2006. • Diplomada “de facto” pelo Colégio Latino-americano

• Certificação em Bem-Estar Animal pelo Cambridge de Etologia Clínica Veterinária desde 2017.

e-learning Institute/Bioethicus em 2010.


• É sócia proprietária do PSICOVET CENTRO, primeiro
• Doutorado em Clínica Veterinária com ênfase centro veterinário Brasileiro de Comportamento
em Comportamento Animal pela Universidade e Bem-Estar Canino e Felino, inaugurado em
de São Paulo (FMVZ-USP) em 2012. São Paulo em 2014 (www.psicovet.com.br)

Volume 1 2020
FILHOTES CANINOS | A ARTE, OS DESAFIOS E AS EMOÇÕES DE LIDAR

INTRODUÇÃO

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Volume 1 2020
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I. INTRODUÇÃO

Quem não se anima com um filhote canino? Filhotes são A infância canina perdura até o final do quarto mês de vida
seres incríveis e nos contagiam com as melhores sensações (amor, somente, após esse período já teremos um “adolescente” canino.
entusiasmo, cuidado, conforto, entre outras). Mas o tempo passa, Na infância tudo ocorre, os comportamentos desabrocham, os ali-
as relações felizmente vão se estreitando, porém, seus comporta- cerces da personalidade canina são construídos e o desejo curioso
mentos se tornam mais desafiadores e, muito comumente, aca- do cãozinho de conhecer o mundo, sem medo de nada, prepon-
bam despertando em nós frustração, cansaço, e, até mesmo, ar- dera, porém, diminui à medida que a infância vai se acabando. É
rependimento. A lida diária com comportamentos típicos do filhote por isso que a infância do cãozinho é um momento que precisa ser
tais como morder mãos e pés, destruir objetos, ingerir as próprias muito bem acompanhado e aproveitado pelos tutores, devendo ser
fezes ou urinar e defecar em locais inapropriados é estressante; visto como um verdadeiro jardim altamente fértil, que precisa rece-
esses acabam salientando-se e, em diversos casos, superando os ber as melhores sementes para que flores firmes e fortes se desen-
bons momentos. O que fazer então? É importante conhecer ante- volvam: nossos cãezinhos, preferivelmente equilibrados de corpo e
cipadamente os comportamentos caninos na infância e, principal- mente. Muitos cãezinhos adultos são abandonados, especialmen-
mente, os desafios que vem à frente, assim já nos equipamos com te pelos seus comportamentos problemáticos, sendo que grande
as melhores técnicas e atitudes para prevenir ou manejar os com- parte desses poderia ter sido prevenida ou amenizada se o plantio
portamentos indesejáveis. O despreparo e as atitudes errôneas correto tivesse sido feito na infância. Portanto, vamos plantar certo
das pessoas, ainda que bem-intencionadas, tem contribuído para para colher o cãozinho adulto que sempre sonhamos ter, as rela-
o agravamento dos comportamentos problemáticos dos filhotes, ções amorosas e mutuamente benéficas que sempre soubemos
levando, inclusive, ao desenvolvimento de cãezinhos adultos de- que poderiam existir entre nós e nossos cães, aquele companheiro
sequilibrados e arruinando muitos relacionamentos entre pessoas que teremos orgulho de falar e de mostrar e, principalmente, de
e seus cães. manter próximo por toda a vida.

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Paciência, consistência, conhecimento e positividade Este artigo artigo aborda a infância canina de
são as palavras-chave na criação adequada de um filhote uma maneira prática. Por meio da descrição de de-
canino. Paciência, pois os erros serão muitos, mas, à medida que safios comportamentais do filhote canino, bem como
o filhote aprende os comportamentos desejados, os acertos serão de cenários domésticos comuns, apresentamos solu-
muito mais frequentes; pouco a pouco os erros desaparecerão. ções oriundas da terapia comportamental veterinária
Consistência, pois precisamos praticar sempre as mesmas regras e embasadas cientificamente. Com base em sua ex-
de conduta: aquilo que é permitido, deve ser aceito sempre enquanto periência como clínica veterinária comportamental,
aquilo que não é permitido, não deve ser aceito nunca. Por exemplo, além de adestradora e cientista, a autora propõe a
se a família decidir que o filhote dormirá no quarto, a permissão deve seguir dez lições fundamentais a serem ensinadas a
valer para todos os dias, mesmo quando vierem visitas em casa. Se todos os filhotes caninos desde a infância. Se você já
não for assim, o filhote não compreenderá o que se espera dele, se tem um filhote com problemas em alguns desses se-
tornará um cãozinho ansioso e crescerá exibindo comportamentos tores, as lições servirão para a solução dos seus pro-
problemáticos. Conhecimento sobre comportamento canino é blemas. Se o seu filhote não tem problema nenhum
tudo, busque um consultor comportamental ou clínico veterinário naquele setor, pratique as lições mesmo assim, pois
comportamentalista mesmo que seu filhote não tenha problema servirão como prevenção dos comportamentos pro-
comportamental nenhum, pois somente ele poderá avaliar seu blemáticos, ou seja, pratique as 10 lições qualquer
temperamento e te ensinará a educar o filhote da melhor forma que seja seu filhote e seus problemas. Não tem um fi-
possível. Por fim, positividade no processo educativo do filhote lhote, então passe-as adiante, algum pai de cachorro
é mais do que possível, é necessário: eduque seu filhote apenas pode estar precisando delas!
com métodos positivos. Isso mesmo, adestramento positivo, e se te
disserem que isso não é possível, não acredite!

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II. LIÇÕES PARA


TODA A VIDA DO CÃOZINHO

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II. LIÇÕES PARA TODA A VIDA DO CÃOZINHO

LIÇÃO 1 esteja por perto para monitorar e encaminhar o filhote gentilmen-


O uso correto do banheiro. te ao banheiro caso ele pareça estar prestes a urinar ou defecar.
Movimentos de andar rapidamente enquanto cheira o chão, muitas
Cães não nascem sabendo, tampouco aprendem por com- vezes de um lado para outro ou até circulando, são indicativos de
pleto com suas mães o local correto de urinar e defecar. Nossa dejetos à frente, direcione-o ao banheiro. Esteja atento e, sempre
casa é quase sempre um ambiente completamente diferente da- que ele acertar, ofereça um petisco muito especial (exclusivo, de
quele onde nasceram, de modo que precisarão de um novo trei- alto valor) ao final do ato. Caso encontre um xixi ou cocô fora do ba-
namento conosco sobre locais e superfícies corretas de micção e nheiro, mesmo que você pegue o filhote eliminando no local incorre-
defecação. to, apenas ignore, jamais brigue, jamais o coloque de castigo, erros
são esperados; limpe depois, com ele presente ou não, tanto faz.
Logo que o filhote chegar já defina o melhor local para o Até que seu cão complete um ano de idade é possível que ele co-
banheiro e comece limitando o espaço onde ele transitará na maior meta alguns ou vários erros, mas é preciso que ele esteja acertando
parte do tempo, sempre permanecendo em áreas próximas e de mais do que errando, um sinal de que estamos no caminho certo.
fácil acesso ao banheiro; é preciso que o banheiro seja sempre o
mesmo e esteja sempre à vista quando o filhote sentir vontade de Quando o filhote acabou de urinar ou defecar corretamente
eliminar. O banheiro poderá ser uma fraldinha, jornais ou qualquer no banheiro e recebeu sua recompensa, ganhará então o passe
outro toalete canino, com tanto que seja amplo, confortável de pi- livre para perambular amplamente pela casa. Mas se a casa for
sar e esteja sempre muito limpo: uma marca de xixi pode ser até grande, lembre-se de ter mais de um banheiro, especialmente para
aceitável, mais do que isso será motivo suficiente para o filhote o filhote muito pequenino. Na ausência de pessoas para monitorá-
buscar um banheiro alternativo, então fique atento. -lo, limite o espaço novamente. Estando todos em casa, o negócio
é atenção aos momentos críticos e supervisão: a cada 2-3 horas
Em momentos cruciais, tais como quando o filhote acorda sem eliminar, esteja atento e direcione-o para perto do banheiro,
após um longo cochilo, após brincar, após correr, após alimentar-se, fique por perto para recompensá-lo quando utilizá-lo corretamente.

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É fundamental que testemunhemos o uso do banheiro pelo não haverá fezes disponíveis para o filhote interagir ou até ingerir
filhote, pois só assim poderemos prontamente recompensá-lo e (i.e. coprofagia). Alimentos extras entre as refeições também não
esse é ponto crucial no processo todo de aprendizagem. Para devem ser ofertados ou a defecação ocorrerá em momentos ines-
aqueles que não conseguem monitorar muito, uma boa dica é perados e o filhote poderá se interessar pelas fezes. Coprofagia,
aproveitar o período da noite. Coloque-o para dormir no seu quar- na grande maioria dos casos, é comportamental e a prevenção
to com você (porta fechada) ou no cantinho dele (com a porta fe- durante a infância é o melhor caminho, haja vista que se trata de
chada também). Acorde bem cedinho, de preferência antes dele um problema que comumente se estabelece nesse período.
e fique com ele na região do banheiro, aproveite para tomar uma
água, um café ou fazer alguma leitura rápida. Ainda que o banheiro Se preferir que o cão faça xixi e cocô durante os passeios,
estivesse disponível para o filhote durante a noite, é provável que terá que passear várias vezes ao dia, todos os dias, em horários
logo pela manhã ele ainda não o tenha utilizado. Ele não resistirá, fixos. Alternativamente, podemos estabelecer um ou dois passeios
eliminará na sua frente e você estará pronto para recompensá-lo. durante o dia, e deixar que em outros momentos use o banheiro em
Siga esse protocolo diariamente. casa. Para tanto, é preciso que monitoremos e recompensemos
muito bem o uso do banheiro em casa, do contrário ele o ignorará e
Para o cocô valem as regras anteriores, mas, principalmen- ficará sempre à espera da ida à rua. Muito cuidado, pois a retenção
te, a alimentação em horários fixos (2-3 vezes por dia). Dessa for- de urina, por exemplo, pode comprometer a saúde do cão.
ma, regrando a oferta de alimentação regramos também a digestão
e tornamos previsível a defecação. Algum tempo depois da refei-
ção (de minutos a mais ou menos uma hora) o filhote irá defecar e Dê tempo ao tempo, muna-se das melhores técnicas,
você estará pertinho para direcioná-lo ao local certo se for preciso permita que erros ocorram durante o treinamento e,
e recompensar. É fundamental que testemunhemos a defecação, então, é só aguardar, o sucesso será garantido.
recompensemos e, na sequência, retiremos as fezes. Dessa forma,

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LIÇÃO 2 priado e destruir objetos. Criamos uma rotina para dormir e assim as-
Silêncio ao dormir e ao acordar. sociamos ações e elementos positivos com o “quartinho” dele ou com
o seu quarto (caso ele vá dormir permanentemente em seu quarto). Por
Cães podem dormir em nossos quartos ou em seus “quarti- exemplo, um bom passeio ou um momento brincadeira com você logo
nhos”, em nossas camas ou até mesmo no quintal, desde que sigamos antes de dormir irá cansá-lo; na sequência, aguardamos ele fazer xixi e
nossa decisão com consistência, previsibilidade e positividade. o conduzimos para o local de dormir. Lá, oferecemos algo interessante
O filhote deve ser colocado para dormir em um local seguro e para ele se entreter (ex.: um ossinho de roer pequeno ou um brinque-
confortável e onde sinta-se relaxado. Esse local poderá ser o seu quarto do recheado com poucos petiscos caninos). Fechamos o portãozinho
ou o “quartinho” dele (a região da área de serviço, a sala, o quintal), mas do “quartinho” ou a porta do seu quarto se ele estiver dormindo lá.
é possível que, não sendo o seu quarto, ele não consiga dormir sozinho Caso ele choramingue um pouco, aguarde, ele estará cansado e logo
desde a primeira noite. Se esse for o caso, durma com ele no quartinho irá dormir. Não fale, não brigue, tampouco ofereça alguma coisa, ou ele
dele (se houver uma cama lá, claro!), ou coloque-o inicialmente para aprenderá a vocalizar ainda mais. Se os latidos forem intensos, daí é
dormir em seu quarto. Pouco a pouco, à medida que ele se familiariza sinal de que ele ainda não está preparado para dormir sozinho, durma
com o “quartinho” dele, vamos deixando que ele durma sozinho lá. A com ele e siga todo o procedimento descrito, porém, de maneira mais
utilização de um feromônio sintético maternal plugado nesse local aju- lenta dessa vez.
dará no processo de adaptação. Se temporariamente ele está dormin- Pela manhã, programe o despertador e acorde antes do filhote.
do no seu quarto, durante o dia vá treinando mantê-lo no “quartinho” Se não fizer assim, correrá o risco de acordar com o barulho da des-
dele por poucos minutos e, gradativamente, por algumas horas. Nesse truição, dos latidos, ou do xixi sendo derramado no chão. Levante e
momento, passamos a colocá-lo para dormir no “quartinho” dele. chame o filhote, assim ele aprenderá que pode aguardar sem chamar, e
É importante que o local de dormir seja restrito ou o cão pe- você irá aparecer. Aproveite e, na sequência, siga o protocolo do treino
rambulará pela casa durante a noite podendo eliminar em local inapro- do banheiro, pois o xixi logo pela manhã é certo.

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Caso queira que o filhote durma


para sempre em seu quarto, tudo
bem, a decisão é da família. Dormir
no quarto conosco não significa que
o cão será dominante, mimado ou
desobediente. Mas seja consistente,
deixe que ele durma com você
todos os dias.

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LIÇÃO 3 também o cão adulto, não entendem exatamente o que estamos


Boas maneiras durante as refeições da família. falando, mas percebem claramente que estamos atentos a ele,
criam-se neles uma expectativa de que talvez estejamos prestes a
Cães podem permanecer conosco enquanto fazemos nossas re- oferecer comida.
feições. Mas precisamos fazer a nossa parte, ensiná-los que não
é hora de pedir ou de receber nossa comida e colaborar para não Sendo assim, é muito importante que durante as nossas re-
tornarmos a tarefa impossível para eles. feições, além de não oferecermos absolutamente nenhuma comida
nossa ao filhote, devemos nos posicionar de modo a não olhar, não
Tudo bem termos a companhia do nosso filhote durante gesticular, tampouco conversar com eles. Dessa forma eles com-
as refeições, mas é fundamental que sinalizemos para ele que a preenderão que não há comunicação, nem mesmo atenção dada
nossa comida não lhe será servida. Ainda que pareça óbvio que a eles, ou seja, um sinal de que comida não lhes será servida. Uma
simplesmente não dar nada ao filhote nesse momento deixará estratégia muito eficaz é oferecer ao cãozinho, nos exatos momen-
claro para ele que não adianta pedir, atitudes nossas tais como tos das nossas refeições (café, almoço e jantar), as respectivas
ficar olhando e gesticulando para ele ou até mesmo explicando refeições dele. Se a refeição dele for oferecida em comedouros
que não podemos lhe dar aquela comida podem, na verdade, lentos, brinquedos para rechear, ou de qualquer outra maneira que
sinalizar o contrário: comida possivelmente será servida! Conse- diminua a sua velocidade de ingestão (ex.: alimento congelado),
quentemente, ele permanecerá no aguardo, atento a nós e, pos- ele possivelmente terminará a refeição junto conosco, o que será
sivelmente, pedindo comida por meio de choros, “patadinhas”, muito bom, pois não sobrará tempo para ficar de olho ou pedir a
“mordidinhas” e latidos. Mas como isso? Uma vez que o filhote, e nossa comida.

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Se essa estratégia não for possível,


simplesmente separe o filhote no
momento da sua refeição (ex.: coloque-o
para receber a refeição dele em outro
local), assim não corremos o risco
de sucumbirmos e darmos comida
nossa a ele ou até ficarmos dando
broncas porque o filhote está pedindo
comida. Mas lembre-se, consistência é
fundamental, qualquer que seja o dia,
o horário ou o contexto, a estratégia
deve ser a mesma.

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LIÇÃO 4 brinque sozinho sempre que quiser, são uma excelente medida.
Brincadeiras com as pessoas tem hora e regras. Definidas as “horas de brincar”, nós devemos iniciar e terminar a
brincadeira, todos os dias, sem falhar.
Cães apreciam brincadeira por toda a vida, desde filhotes até
quando idosos, mas os filhotes realmente precisam brincar muito, Durante as “horas de brincar” devemos aproveitar e ensi-
muito mais do que os tutores imaginam e costumam oferecer. nar outras lições de vida ao filhote, desde os brinquedos certos
para roer/destruir até comportamentos de calma e autocontro-
Assim como crianças, filhotes caninos transbordam energia le. Brinquedos rígidos, próprios para filhotes, devem ser usa-
e são capazes de brincar a maior parte do tempo. Se deixarmos dos para direcionar as mordiscadas e ensinar que pés e mãos,
que decidam como e quando brincar, nos levarão ao limite, pois assim como mobília, não são alvos de roedura. Devemos elo-
não faremos mais nada além de brincar com eles, fora que nos giar e se animar quando eles abocanham e mordem os brin-
utilizarão como alvo de brincadeiras que certamente não nos agra- quedos, nos envolvendo na brincadeira com eles, da mesma
darão (ex.: mordidas em nossas mãos e pés!). O segredo para forma que direcionamos a mordida ao brinquedo caso ele nos
suprirmos essa necessidade do filhote, porém, sem deixarmos de morda ou abocanhe um objeto não permitido. Se ele insistir em
ter a nossa vida e de mantermos a nossa integridade é, primeira- nos morder, a despeito de várias demonstrações de que o alvo
mente, instituir momentos específicos de brincadeira conosco: as correto é o brinquedo, podemos interromper a brincadeira ime-
“horas de brincar”. Dessa forma, a brincadeira torna-se consisten- diatamente após sermos mordidos. Não dizemos nada, apenas
te e previsível, e o filhote passa a esperar pelo momento de brin- paramos de brincar; aguardamos por alguns minutos e retor-
car, não necessitando pedir o tempo inteiro para que brinquemos namos para brincar e agir da mesma maneira. A repetição sem
com ele. De dois a três momentos diários de brincadeira intensa broncas da nossa parte os manterá calmos para aprender o
conosco, além dos brinquedos disponíveis no ambiente para que comportamento correto.

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Petisquinhos para filhotes e brinquedos exclusivos


(aqueles que eles mais gostam reservados
exclusivamente para essa hora) devem ser usados
para recompensa de bons comportamentos durante a
brincadeira, inclusive a resposta a comandos básicos
tais como senta, deita, espera, busca o brinquedo, solta
o brinquedo etc. Exercícios de espera curta enquanto
o brinquedo é posicionado ou lançado pelo tutor ou
enquanto o tutor brinca com um outro cão da casa é
muito bom para exercitar o autocontrole do filhote.

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LIÇÃO 5 ficar sozinho em casa sem estresse) assim como ter a família por
Momentos sozinho, assim como na companhia perto, mas não necessariamente interagir com as pessoas (ou seja,
de uma pessoa, porém, sem receber atenção dela, relaxar e esperar quando não damos atenção a ele) são lições es-
são necessários. senciais a serem transmitidas ao filhote.

Cães precisam aprender a silenciar e a relaxar não apenas quando A construção do “cantinho” do filhote, que pode ser o local
eles quiserem, mas quando for preciso. Estar conosco é tudo de onde ele dorme (no caso de não dormir conosco) ou qualquer outro
bom para os cães, pois são seres gregários, portanto, ficar sozinho cômodo da casa onde estará a sua caminha, paninhos com odores
e relaxado é algo que precisa ser ensinado desde cedo também. familiares, brinquedinhos que ele gosta, ossinhos de roer não co-
mestíveis, som que ele esteja acostumado (ex.: da TV), é muito im-
De modo geral, cães apreciam uma companhia, especial- portante, pois funcionará como um local de familiaridade e seguran-
mente a nossa e, quando conosco, a menos que estejam tirando ça para o filhote. Desde cedo, sempre que precisar se separar dele,
um cochilo, adoram ganhar a nossa atenção por meio de carinhos, deixe-o no “cantinho” e sempre disponibilize algo bem interessante
conversas, comidinhas, colinho, brincadeira, entre outros. Da mes- para ele interagir durante a sua ausência. Evite despedidas, apenas
ma forma que acontece com as brincadeiras, se deixarmos que o o coloque no local e saia, assim como evite fazer “festinha” ao re-
cãozinho decida como e quando estar conosco, não teremos mais tornar, apenas o libere do local ou encontre com ele e siga agindo
tempo sem o cão, pois ele nos desejará por perto o tempo todo. como se você já estivesse na casa. Dessa forma, ainda que estar
Também, se for ele quem decide como quer que nos comportemos sozinho não seja desejável pelo filhote, também não será estressan-
perto dele, requererá um tutor sempre em ação, ou seja, intera- te, pois o “cantinho” será suficientemente confortante. Importante:
gindo com ele o tempo todo, a menos que ele esteja dormindo. jamais use o “cantinho” como local de castigo ou, ao contrário do
Portanto, momentos tranquilos de separação da família (ou seja, que buscamos, ele se tornará um cômodo deflagrador de estresse.

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Quanto a estar na companhia de uma pessoa, porém, não interagir


com ela, ou melhor, não receber atenção dela, isso é uma habilidade
que deve ser construída desde o início, ao longo de todas as nossas
interações com o filhote. Se não estivermos alimentando, brincando,
treinando, passeando, limpando ou qualquer outra coisa com o filhote,
não faça nada, lembre-se e se policie para que haja momentos onde
você e ele estão perto, mas simplesmente não estão interagindo.
Se o filhote pedir, quer seja olhando fixo, tocando, choramingando,
latindo, apenas mantenha-se perto, mas o ignore; não dê bronca,
não diga nem faça nada, simplesmente não corresponda. Quando
ele se aquietar e você desejar, interaja.

É importante que o tutor tome a iniciativa das interações,


qualquer que seja ela, seguindo sempre uma rotina e
aguardando sempre os momentos quietos e relaxados do
filhote para convidá-lo a interagir. É preferível assim a iniciar
interações quando o filhote já estiver pedindo; desse jeito,
respondendo aos pedidos dele, sem querer, ensinaremos o
filhote a pedir ainda mais.

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LIÇÃO 6 as aproximações do outro cão. Alternativamente, se o filhote for


A convivência com outros cães pode ser divertida ou, o “fanfarrão” da dupla teremos que cuidar para que o outro cão
pelo menos, deve ser tolerável. não reaja com agressividade contra o filhote. Dessa forma, pouco
a pouco, por meio de sessões curtas e frequentes, sempre reche-
Ainda que cães apreciem a vida em grupo, isso não significa que adas de itens valiosos tais como petiscos e brinquedos especiais,
prontamente apreciarão a proximidade tampouco a interação e supervisores humanos calmos e positivos, vamos desde cedo
com um cão desconhecido que encontrem em “cachorródro- socializando o filhote com outros cães.
mos” por aí. Ensine o filhote a tolerar outros cães, mas não es-
pere que festeje a interação com outros cães, há que se respeitar Com o tempo e a consolidação do temperamento do seu
as individualidades. cãozinho, pode ser que ele seja daqueles que se diverte muito com
outros cães, conhecidos ou desconhecidos, ótimo! Mas se ele for
É importante que o programa de vacinação esteja completo do tipo reservado, preferindo interações com indivíduos familiares
até que o filhote esteja livre para interagir com cães desconhecidos ou se simplesmente preferir não interagir, apenas aceite, contanto
por aí. Mas antes disso, já devemos promover encontros com cães que o encontro com outros cães não lhe cause excessivo medo,
desconhecidos à distância (por exemplo, enquanto passeia pela ansiedade ou até agressão. A socialização do filhote com outros
rua em um carrinho, no colo do tutor ou em uma bolsinha, o filhote cães de diversos tipos e idades, o mais cedo possível, prevenirá
visualizará e até chegará perto de outros cães). Além disso, visi- esses comportamentos excessivos.
tas a casas de amigos ou amigos em nossa casa com seus cães
amigáveis, vacinados e saudáveis, também devem ser promovi- Caso isso não tenha sido feito e seu filhote agora
das. Interações com outros cães em casa ou na casa dos amigos seja um adolescente ou adulto hiper-reativo, procure
devem ser monitoradas de perto por uma pessoa, por exemplo, um consultor comportamental ou clínico veterinário
se o filhote for mais medroso e o outro cão mais efusivo em seus comportamentalista. Ajuda profissional será necessária.
comportamentos, ele poderá assustá-lo, então restrinja um pouco

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LIÇÃO 7 Enquanto o filhote ainda não está vacinado, coloque-o no


Boas maneiras durante os passeios. equipamento e caminhe dentro de casa. Elogie bons comporta-
mentos (permanência ao seu lado, olhar na sua direção, caminhar
De modo geral, passeios são muito apreciados pelos cães, mas é tranquilo) e ignore os descontroles. De tempos em tempos lhe peça
importante que condutor e conduzido apreciem a aventura. Ensine comandos (aqueles ensinados durante as brincadeiras) e recom-
ao filhote noções básicas de passeio tranquilo e entenda que pas- pense os bons comportamentos. Caminhe pela casa como se es-
sear diariamente com seu cãozinho será um dever e um momento tivesse na rua e, à medida que o programa de vacinação se com-
único entre vocês enquanto ele existir, então curta! pleta, o passeio seguirá pela rua, exatamente como vinha sendo
treinado em casa. Os passeios devem ser diários, pois são essen-
É importante que o programa de vacinação esteja completo ciais para o condicionamento físico e mental de qualquer cãozinho.
até que o filhote esteja livre para explorar ruas, praças, parques e
tantos outros locais por aí. Mas antes disso já devemos promo- Com o tempo e a consolidação do temperamento do seu
ver passeios à distância (por exemplo, o filhote poderá passear no cãozinho, pode ser que ele seja daqueles muito tranquilos no pas-
colo, em uma bolsinha ou em um carrinho). Também já devemos seio, ótimo! Mas se ele for do tipo excitável, puxador e explosivo,
acostumar o filhote com os equipamentos adequados (peitoral de muita calma! A familiarização do filhote com o passeio serve para
passeio com guia acoplada na frente e coleira de identificação que prevenir esses excessos.
deve estar no cãozinho o tempo todo; jamais utilize enforcadores,
qualquer que seja o tipo ou marca). Passeios são repletos de es- Caso isso não tenha sido feito e seu filhote
tímulos que captam facilmente a atenção do nosso cãozinho, por agora seja um adolescente ou adulto descontrolado
isso devemos nos empenhar bastante na difícil tarefa de nos mos- no passeio, procure um consultor comportamental
trarmos igualmente interessantes. A utilização de itens valiosos tais ou clínico veterinário comportamentalista. Ajuda
como brinquedos e petiscos especiais é altamente recomendada profissional será necessária.
durante os passeios.

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LIÇÃO 8 levada ao veterinário quando o filhote passar por atendimento) e, com


Visitas ao veterinário sem medo. o filhote posicionado em cima da toalha, tocar o seu corpo desde a
cabeça até a cauda. De maneira gentil e carinhosa, o tutor pode abrir
Visitas ao médico veterinário são necessárias e podem, a des- a boca do filhote, erguer e manusear suas patinhas e inspecionar as
peito dos eventuais procedimentos desconfortáveis ou até mesmo suas orelhas, entre outros. Gradativamente, à medida que o filhote vai
dolorosos, ser agradáveis aos cães. Fazemos a nossa parte, os vete- gostando da experiência, o exame pode incluir mais manipulações
rinários fazem a parte deles e todos ganhamos com isso. tais como deitá-lo na toalha e massageá-lo e até mesmo tocá-lo com
um elemento um pouco mais pontiagudo (ex.: uma tampa de caneta)
Diversos são os programas de adequação na estrutura e nos simulando uma injeção. Alimentos saborosos devem ser usados du-
procedimentos das clínicas veterinárias com vistas à amenização do rante o procedimento assim como muitos elogios e “festinha” deve vir
estresse e à vivência de boas experiências pelos pacientes, os cha- ao final. É importante que as visitas ao veterinário durante o período
mados programas “friendly” ou “fear free” (“amigáveis”, “sem medo”). infantil sejam alegres e cheias de boas surpresas. Assim, além do pa-
Clínica veterinária bacana é aquela que adere a esses programas e ninho de exame, leve os brinquedos preferidos do cãozinho e brinque
oferece um atendimento que leva em consideração o bem-estar glo- com ele lá; convide a equipe veterinária a fazer o mesmo.
bal dos seus pacientes. Se além de frequentarmos uma clínica amigá-
vel, nosso cãozinho tiver sido acostumado de uma maneira positiva,
Se for possível, além das consultas, realize
desde filhote, aos processos realizados em uma clínica veterinária,
melhores serão os resultados. visitas extras, especialmente em horários de pouco
movimento na clínica, e permita que todos interajam
Um exercício importante a ser praticado com o filhote em casa positivamente com o filhote. O uso de feromônios
é o toque e a manipulação gentil de todo o seu corpo. O tutor pode sintéticos apaziguadores na facilitará o processo de
posicionar o filhote em um local alto (tal como a mesa do veteriná- boas associações por parte do filhote.
rio), devendo cobri-la com uma toalhinha macia (a mesma que será

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LIÇÃO 9 das visitas, mas estaremos por perto modelando seu comporta-
Visitas em casa sem descontrole. mento, diminuindo assim as chances de se exceder ou, ao con-
trário, se assustar. Se ele latir ou pular, você poderá pedir para ele
Visitas em casa são sempre uma alegria para todos, mas se os sentar e deve recompensá-lo pela resposta ao comando. Se ele
cães se descontrolam e excedem em seus comportamentos, pode for do tipo assustado, você também pode oferecer um petisco
ficar inviável recebê-las. Façamos a nossa parte, as visitas a delas saboroso pelos comportamentos mais relaxados; se ele preferir se
e todos ganhamos com isso. afastar, permita, trazendo-o para interagir por momentos curtos
apenas. Aproveitamos e orientamos as visitas a interagirem com
Nossos cães vivem dentro de nossas casas, nos acompa- calma, sem excessos também, aguardando o cãozinho estar cal-
nham em nossas refeições e, conosco, são anfitriões de nossas mo para brincar ou pegar. Para o caso do filhote medroso, a visita
visitas. Precisamos ensiná-los boas maneiras no recebimento e na não deve forçar a interação, nem se aproximar demais.
interação com elas. Excitação em demasia gera descontrole e, cer-
tamente, latidos, pulos, mordiscadas e arranhões nunca são bem O oferecimento de um brinquedo exclusivo, recheado com
aceitos pelas pessoas. Se ensinarmos o cãozinho desde filhote petiscos especiais, inclusive congelado, é uma excelente dica. No
como se comportar com as visitas, muito mais fácil será quando momento mais crítico, durante a chegada da visita, o filhote estará
ele for adulto. entretido. Quando o entretenimento acabar ele virá muito mais calmo
ao encontro das visitas e, caso esteja assustado com elas, terá algo
É importante nos acostumarmos a não excitar o filhote por fazer para se distrair, fora que fará boas associações com elas.
durante o encontro com as visitas. Uma dica é tê-lo no colo
(se ele for pequeno), ou na guia. Junto a nós ele irá ao encontro

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O segredo é se programar. Prepare o equipamento e os


petiscos especiais e, mais do que isso, prepare a mente.
A visita talvez lhe diga que tudo aquilo é exagero. Seja
gentil, explique, mas não deixe de seguir o protocolo,
pois quem convive com o filhote, enfrentando bons e
maus momentos, é você!

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LIÇÃO 10 De forma gentil e positiva, devemos expor o filhote ao mundo


Familiarização com elementos perturbadores. que o cerca, com toda a sua imensidão de estímulos, animamos e
inanimados, sempre atuando com muito planejamento e cuidado
A vida moderna é recheada de elementos perturbadores (ex.: com os elementos perturbadores. Por exemplo, em vez de levar
exposição a fogos de artifício, passeios a locais com muitas pesso- o filhote para assistir a uma queima de fogos (não faça isso!), nós
as), de modo que ou o filhote se acostuma com eles desde cedo ou permanecemos em casa, provendo-o de companhia e ambiente
será muito mais difícil ensiná-lo a enfrentá-los na vida adulta. seguro, além de interações divertidas e confortantes (ex.: brincadei-
ras) enquanto escutamos o foguetório. Também podemos simular
É muito bom ter nossos cãezinhos convivendo tão próximo os elementos perturbadores, por exemplo botando para tocar sons
de nós, participando de nosso cotidiano, compartilhando conosco de trovões, de gritos, de choro de bebê, entre outros, enquanto nos
nossas casas e nossas vidas como um todo. Mas não podemos divertimos com nosso filhote. O segredo é controlar o tempo de ex-
esquecer que cães percebem o mundo diferente de nós, sendo posição mantendo-a pelo período e na intensidade que o filhote se
muito sensíveis a certos estímulos que, para nós, são geralmente mantém tranquilo e interessado nos entretenimentos; aos poucos
inofensivos (ex.: trovões, fogos, festas, multidões). Assim, para que vamos aumentando esse tempo e diversificando os estímulos.
o cotidiano moderno seja igualmente prazeroso para nossos cãe-
zinhos, precisamos acostumá-los desde cedo aos elementos que O processo de sociabilização do filhote consiste justamente
ele se deparará durante a vida. em familiarizar o filhote a todos os estímulos que ele se deparará na
vida adulta, ensinando-o a reagir de forma tranquila a todos eles. A
lista de elementos é grande e o tempo para sociabilizar o filhote é
curto, assim, planeje-se!

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Caso o tempo já tenha passado, a sociabilização não tenha


sido feita e seu filhote agora seja um adolescente ou adulto
hiper-reativo a elementos do ambiente, procure um consultor
comportamental ou clínico veterinário comportamentalista.
Ajuda profissional será necessária.

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III. CONCLUSÕES

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Volume 1 2020
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III. CONCLUSÕES

Conviver com um cãozinho desde filhote, acompanhando seu cresci- Seja consistente, persista, muna-se de conhecimento atual e pronta-
mento e guiando-o para que vivencie boas experiências e se torne um mente aplicável por meio de técnicas exclusivamente positivas. Aprenda
adulto equilibrado, fisicamente e emocionalmente, é incrível. Considere- bem as 10 lições e ensine ao seu filhote cada uma delas, seja um pro-
-se privilegiado! fessor gentil!

Comece cedo, mas vá com calma, respeite o ritmo de cada filhote e Prepare-se para os desafios, comportamentos problemáticos pelo filho-
não exagere. A infância acaba-se aos 4 meses de idade e é desejável te virão em enxurrada, previna-os, maneje-os, observe que as técnicas
que muito tenha sido ensinado durante esse período tão fértil, mas a e atitudes corretas farão com que gradativamente os acertos superem
aprendizagem canina perdura por toda a vida, portanto, siga ensinando os erros, os comportamentos desejados sejam mais vistos do que os
qualquer que seja a idade, e para sempre! indesejados, tenha paciência!

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IV. SOLUÇÕES AGENER UNIÃO


PARA FILHOTES CANINOS

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Produtos que promovem a hidratação e a prevenção
de doenças para que os filhotes caninos tenham
uma vida feliz e saudável.

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CUIDADO COM AS PELES E PELOS

VITAMINAS A, E, C E ÔMEGAS 3 E 6: atuam nas camadas mais


ALOE VERA: antioxidante profundas da pele contribuindo para a recuperação da pele seca
natural com propriedade e áspera.
antibacteriana, cicatrizante ÁCIDO LÁTICO: atua na redução e controle da descamação
e potente ação regeneradora. da pele e possui ação antibacteriana e antipruriginosa.
ALANTOÍNA: tem propriedade QUERATINA: protege a pele contra a irritação e restaura
hidratante, curativa e protetora o brilho da pelagem.
contra agentes irritantes.
GÉRMEM DE TRIGO: fonte natural de vitamina E, combate
os radicais livres e auxilia na recuperação da pele seca e áspera.

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Produto para a limpeza


auricular de rotina. Xampu de uso frequente
Possui pH fisiológico: proporciona para cães e gatos de pele sensível
a suavidade necessária para a limpeza
de forma frequente.

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CUIDADO COM AS PELES E PELOS

MACADÂMIA: maior fonte natural ÔMEGAS 3 E 6, VITAMINAS A E E,


de ácido palmitoleico (Ômega 7) ZINCO, BIOTINA E SELÊNIO: estes
nutrientes auxiliam nos processos
CERAMIDA: protege, fortalece
de queda de pelos, mudanças de
e reveste os pelos danificados.
pelagem e no preparo de animais
SILICONES: revestem os pelos para exposições.
danificados.

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Hidrapet® retém a umidade da pele


e pelos de cães e gatos, além de dar Cápsulas palatáveis
um toque suave, sedoso e não gorduroso para cães e gatos
à pele. Proporciona maciez, volume, brilho, de todas as raças.
resistência e vigor aos pelos. Também
facilita o desembaraço na hora de pentear,
proporcionando um momento de carinho
entre tutor e pet.

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CUIDADO COM A SAÚDE

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Praziquantel, Pamoato de Pirantel, Febantel: tratamento


e controle das verminoses gastrointestinais causadas Fembendazol: tratamento e controle das verminoses
por cestódeos, nematódeos e protozoário (Giardia spp). gastrointestinais dos cães, causadas por nematódeos,
Recomenda-se vermifugar os cães a cada 3 meses além de ser o agente de escolha para o tratamento
a critério do médico veterinário, a partir de 4 semanas e controle das infecções causadas por Giárdia.
de vida. É fácil e gostoso dar Helfine PLUS CÃES: É fácil e gostoso tratar com Fenzol® Pet:
Cães: 1 cp. / 10 Kg / VO / dose única. É recomendável Cães: 1 cp. / 10 Kg / VO / a cada 24 horas
repetir após 15 dias ou a critério do médico veterinário. / 3 dias ou a critério do médico veterinário.
Giardíase: 1 cp. / 10 Kg / VO / a cada 24 horas
durante 3 dias consecutivos ou a critério do médico
veterinário.

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DESINFETANTE

Desinfetante concentrado

Desinfetante concentrado com cloreto de benzalcônio: ideal para desinfecção


e desodorização do ambiente onde seu animal fica, além de consultórios, centros
cirúrgicos, canis, gatis, banho e tosa, caixas de transporte e quintais.
Recomenda-se cuidar do ambiente onde os pets vivem. Hysteril® é fácil de ser usado:
diluir 25 ml de Hysteril® em 10 litros de água.
Ambientes: antes de aplicar o produto, lavar as instalações e utensílios que
serão desinfetados. Deixar o produto agir por 15 minutos após a aplicação.
Não há necessidade de remover o produto.

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V. LEITURA SUGERIDA

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