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MANUAL

DO TUTOR
por Átila Rodrigues

1ª Edição
. sumário

. introdução .3

. começando pelo começo .5

. coisas que você precisa saber .11


antes de ter um cachorro

. se você já tem um cachorro, aqui vai um .16


checklist de necessidades básicas

. entenda os sinais do seu cachorro .23

. 4 regras imprescindíveis .25


para um bom treino

. conclusão .27

. me siga nas redes sociais .28

. na mídia .28

. veja minhas coreografias .29

MANUAL DO TUTOR 2
. introdução

“ fulano cuida do cachorro dele


como se fosse um filho... ”

“ esse cachorro tem a


vida melhor que a minha... ”

“ na próxima vida
eu quero vir seu cachorro... ”

Provavelmente você já falou, pensou ou ouviu alguma dessas frases


de alguém, estou certo?

Em um primeiro momento, pode parecer engraçado, mas a verdade


é que, essas frases, mesmo quando são ditas de forma inocente, de-
monstram falta de conhecimento sobre o que é ter um cão.

Muita gente não entende algumas pessoas que fazem o possível


para proporcionar uma alta qualidade de vida aos seus animais de
estimação, achando que esses cuidados se tratam de mimos desne-
cessários. Afinal, é apenas um animal, não é mesmo?

Foi pensando nisso que a gente criou o Manual do Tutor. De forma


simples, divertida e sem julgamentos, vamos te ajudar a cuidar do
seu melhor amigo e mostrar que o bem-estar dele precisa ser, tam-
bém, uma prioridade. E se você está lendo isso, é porque se importa
o suficiente e já deu o primeiro passo para se tornar um excelente
tutor.

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Antes, é necessário entender que
existe uma diferença entre dono e tutor.

O dono é aquele cara que não tem um relacionamento de confian-


ça com o seu cão. Melhor dizendo, ele não construiu vínculo com o
cachorro, seja afetivo, de confiança, de respeito ou qualquer outro.

O tutor, por sua vez, é a pessoa que está sempre em busca de apri-
morar seus conhecimentos sobre o universo dos cães, fazendo o
possível para entender as necessidades do seu animal e colocar em
prática o que aprende. Ou seja, é uma relação na qual existe a
construção de um vínculo forte entre os dois.

Você já teve aquele amigo que, só de vocês se olharem, já sabiam o


que o outro queria dizer? Pois é, quando a gente tem esse tipo de
vínculo com o cachorro, é mais ou menos assim que as coisas acon-
tecem. Basta um gesto, um simples movimento, um olhar ou um
comando para a comunicação acontecer.

De todas as diferenças entre dono e tutor, talvez esta seja a maior: o


dono não entende as necessidades do cão e nem os sinais que ele
emite; o tutor, sim.

Caso você tenha ficado desesperado agora porque sente dificuldade


em se comunicar com seu pet, calma! Para tudo tem um jeito.

Neste manual, você vai encontrar dicas que podem ser colocadas
em prática hoje mesmo. E se você mantiver a consistência das
ações, daqui a alguns meses, você e o seu cachorro não serão mais
os mesmos.

“ Eu acredito que todo tutor


é capaz de construir um
vínculo inabalável com o
seu melhor amigo. ”

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. começando pelo começo
E quando a gente fala de começo, é começo mesmo!

Este capítulo é dedicado a pessoas que ainda não têm um ca-


chorro, mas estão pensando na possibilidade de ter um e, também,
àqueles que estão só aguardando a chegada do pet.

Caso você já tenha um cãozinho para chamar de seu, pode ir direto


para o checklist de necessidades básicas (mas a gente aconselha
que você leia tudo, ok? Até porque, conhecimento nunca é demais).

É bem comum as pessoas que querem ter um cão dividirem dúvi-


das semelhantes e passarem pelas mesmas situações. Com isso em
mente, a gente elaborou uma série de perguntas e respostas para te
dar mais segurança na hora de tomar a decisão.

Vamos lá?

@danipetlover

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1. Todas as pessoas da casa concordam
com a chegada do pet?

Você pode amar cachorros e ficar horas nas redes sociais assistindo
a vídeos de filhotinhos fofos, mas quando se trata de ter um na sua
casa, todos precisam estar de acordo com isso.

A gente está falando de um ser vivo que possui necessidades bem


específicas, um animal que precisa ter seu cantinho, uma rotina
consistente, além de cuidados com alimentação, saúde e higiene.

Se for filhotinho, então, os moradores da casa vão ter que lidar com
latidos, móveis e sapatos roídos, choro e mordidinhas. Um cenário
assim requer paciência, pois vai levar um tempo até que ele saiba o
lugar certo de fazer xixi, cocô e tudo o que deve, ou não, fazer dentro
de casa.

Sendo um cão mais velho, principalmente se for resgatado, há a


possibilidade de ter passado por maus-tratos e possuir alguns trau-
mas emocionais. O manejo de animais assim tem que ser bem mais
cuidadoso para que ele consiga se adaptar à nova realidade. Mesmo
com a melhor das intenções, levar um cachorro nessas condições
para um local onde as pessoas não estão dispostas a ajudar na cria-
ção dele pode ser mais prejudicial para o bicho.

Lembre-se que, a partir do momento em que você assumir a res-


ponsabilidade, o bem-estar do cão vai depender da sua capacidade
e disposição para garantir um lar saudável e acolhedor para ele.

“ Quando pequeno, meu


sonho era ter um cão.
Os cães da rua foram os
meus primeiros alunos... ”

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2. Quem vai me ajudar?

Se você morar sozinho, o primeiro tópico é, talvez, o mais simples de


ser resolvido. No entanto, isto pode se tornar um problema se a gen-
te pensar sobre quem vai te ajudar na criação do cachorro.

Ter um cão exige disciplina, organização e, consequentemente,


uma rotina sólida. Seu cachorro precisa passear, treinar, fazer as
necessidades fisiológicas, tomar banho, socializar com outros cães
e com outras pessoas, ser apresentado aos mais diversos estímulos
etc.

Você tem que criar um ambiente físico e emocional confortável para


o pet, e se tiver ajuda nisso, melhor.

Mas, fique ligado: ter alguém com quem compartilhar os cuidados


não faz as responsabilidades diminuírem, hein? Na verdade, este é
mais um motivo para as necessidades do pet não serem esquecidas.

3. Quem vai ficar com o cachorro quando


eu não estiver em casa?

Você consegue perceber como todos os pontos estão conectados?


Se todas as pessoas da sua casa concordarem em receber o bichi-
nho, é provável que alguém divida as tarefas e cuidados com você.
Se você morar sozinho, terá que se organizar bem para não negli-
genciar o animal. De um jeito ou de outro, é necessário planejar a
rotina que o cachorro vai ter enquanto você estiver fora de casa.

Não é indicado que o cão fique sozinho por um longo período, e


hoje já existem alternativas como creches e aplicativos para encon-
trar passeadores e cuidadores de pets. Outra opção é caprichar no
enriquecimento ambiental e ensinar o seu cachorro a curtir a pró-
pria companhia. Sim, isso é possível.

Antes de sair, treine e alimente o cão, leve-o para fazer as necessi-


dades e enriqueça o ambiente com brinquedos e petiscos. Quanto
mais tempo você conseguir mantê-lo entretido, menores serão as
chances de você ter um animal entediado.

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E acredite, você não quer que o seu cachorro fique entediado,
pois, se isso acontecer, ele mesmo vai buscar uma ocupação, e o re-
sultado não costuma deixar os tutores felizes.

Agora, se os seus horários forem muito instáveis e você não tiver


mesmo como oferecer o mínimo de consistência na rotina de ali-
mentação, passeios e treinos, principalmente, talvez seja o caso de
optar por um pet mais independente, como um gato, ou esperar um
pouco mais para assumir tal responsabilidade.

4. Ter um cachorro vai interferir nos meus


planos para o futuro?

Com certeza você já ouviu histórias emocionantes de cachorros que


esperam por seus donos. Alguns, inclusive, chegam a adoecer com a
ausência prolongada do tutor. São relatos assim que fazem a gente
ter certeza de que a lealdade de um cão é incontestável. Então,
que tal a gente retribuir na mesma proporção?

Dependendo da raça, a expectativa de vida de um cachorro pode


variar entre 10 e 15 anos - um período bem expressivo, concorda? Por
isso, antes de se decidir por um, é necessário que você avalie seus
planos para o futuro e pense, carinhosamente, como o seu melhor
amigo se encaixaria neles.

Leve em consideração coisas como: entrar para a faculdade, se mu-


dar para outra cidade ou país, casar, ter filhos etc. Se após esta ava-
liação você concluir que ter um cachorro é compatível com aquilo
que espera para a sua vida daqui a 5, 10 anos, então, vá em frente!

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5. O lugar onde eu moro pode influenciar?

Muita gente acredita que é melhor criar um cachorro em casa do


que em um apartamento, principalmente usando a desculpa do es-
paço. No entanto, de nada vai adiantar você ter um quintal enorme
se essa é a única fonte de distração do cão.

Por essa razão, não é incomum encontrar pets de apartamento


muito mais equilibrados do que aqueles que moram em casa. O
próprio espaço limitado faz com que o tutor desenvolva mais rapi-
damente a consciência de que precisa dar alternativas de interação
para o animal.

Claro que ter mais espaço sempre vai ser bom para o cachorro. Po-
rém, espaço sem estímulo é o mesmo que nada.

Neste aspecto, então, o que vai influenciar no equilíbrio do cão é a


sua disponibilidade para atender as necessidades dele.

Um outro ponto que precisa ser observado, e esse não tem tanto a
ver assim com o espaço em si, é que alguns condomínios de aparta-
mentos não permitem animais de estimação. Por isso, se você mora
ou pretende morar em um apartamento, vale a pena se informar
com a administração do prédio antes de pegar o seu cachorrinho.

Após fazer todas essas ponderações, e se você se sentir apto, chegou


a hora de descobrir tudo o que você precisa saber antes de ter um
cãozinho para chamar de seu.

“ Com treinamento adequado,


eu criei 2 border collies e
1 pastor de shetland em um
apartamento de 60 m². ”

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6. Como escolher o pet certo para você?

A maioria das pessoas escolhe o cachorro pela aparência e se esque-


ce de pesquisar sobre as características de cada raça.

Qualquer cãozinho que você escolher, caso não seja um SRD, virá
com uma série de atributos próprios da raça impressos no DNA dele.
Esta é uma herança construída por anos e anos de seleção genética,
o que influencia diretamente no comportamento do animal.

Em relação aos SRDs, é muito difícil determinar esses traços de


comportamento de maneira precisa, já que eles carregam consigo
características de várias raças ao mesmo tempo.

Caso você opte por adotar um SRD, é importante saber do histórico


do animal, pois isso irá ajudar a entender um pouco melhor o cão. Se
for um filhote, a tendência é que a adaptação dele ao novo lar acon-
teça mais rápido.

Em se tratando de um SRD adulto, informe-se se ele vivia nas ruas


ou foi resgatado como vítima de maus-tratos, por exemplo. Depen-
dendo da situação, pode se tratar de um cachorro medroso, descon-
fiado, que vai precisar de um pouco mais de atenção durante a fase
de transição do abrigo para a sua casa.

Quanto aos cães de raça definida, você tem a possibilidade de estu-


dar antes para saber quais se encaixam melhor no seu estilo de vida.

Vamos supor que você não gosta muito de praticar exercícios e fazer
atividades ao ar livre. Sabendo disso, talvez seja interessante evitar
raças que exigem um gasto de energia alto, raças mais atléticas,
que precisam de um tutor disposto a fornecer esse tipo de agitação.
Alguns exemplos de raças assim são: Border Collie, Pastor Belga,
Golden Retriever, Labrador, Pastor Alemão e Jack Russell.

Isto não significa que você não pode ter


essas raças, mas que a sua escolha precisa
ser feita com responsabilidade. Aliás, isso
vale para qualquer raça.

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Quando o cachorro não recebe os estímulos físicos e mentais ade-
quados, ele pode desenvolver comportamentos destrutivos. É por
essa razão, inclusive, que vale muito a pena investir no treina-
mento do pet. Além de ter um cão educado, você também vai ter
um cão equilibrado.

Avaliar as suas prioridades e expectativas em relação ao animal


sempre será a maneira mais segura de tomar a decisão correta. Tal-
vez, se a maioria das pessoas refletisse sobre isso antes de pegar um
cachorro, as taxas de abandono diminuiriam consideravelmente.

. coisas que você precisa saber


antes de ter um cachorro

1. Cachorros soltam pelo

Algumas raças mais, outras menos, mas essa é uma realidade. Na


maior parte dos casos, cachorros de pelo longo soltam menos pelo
do que os de pelo curto. No entanto, existem outros fatores que con-
tribuem para a quantidade de pelos que o cão vai soltar, e o clima é
um deles. Por conta disso, você vai perceber que o seu cachorrinho
vai soltar mais pelo em determinadas épocas do ano.

Mas, o que pode ser feito para amenizar a quantidade de pelos que
o cachorro solta? Você deve:

escovar o pelo do doguinho com frequência;

fazer a tosa (apenas para as raças que podem ser tosadas);

não dar banhos em excesso (você não leu errado, os banhos ex-
cessivos diminuem a oleosidade natural da pele do cachorro,
podendo causar descamamento e favorecer o aparecimento de
fungos e alergias); e

secar bem o doguinho sempre que ele se molhar.

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2. Cachorros latem

O latido dos cães pode ter vários significados: por medo, por ansie-
dade, por tédio, por agitação durante uma brincadeira, para receber
atenção, para ganhar comida ou, ainda, por nenhum outro motivo
aparente. Mas, a realidade é que o cachorro vai latir.

Claro, se esse latido for excessivo, descontrolado, você deve se preo-


cupar, pois isso não é normal. Existe um limite até para cachorros de
raças que naturalmente latem um pouco mais. Nesse caso, você tem
que procurar algum tipo de ajuda para entender o que está aconte-
cendo.

Até a dor pode ser um gatilho que desencadeia latidos em excesso,


pois é a forma que o cão tem para te dizer que alguma coisa está
errada com ele.

Agora, se na maior parte do tempo o cachorro é equilibrado, não


tem comportamento medroso ou ansioso e nem está doente, não
tem lógica querer suprimir o latido dele durante uma brincadeira,
por exemplo. Fazer isso pode, inclusive, retirar do cão o impulso de
latir por segurança para te avisar que algo não está certo.

3. Cachorros têm cheiro de cachorro

Existe uma diferença entre mau cheiro e cheiro normal de cachorro.


Se o cão está exalando um odor realmente desagradável, pode ser
consequência de algum probleminha hormonal, de pele ou até uma
infecção no ouvido.

Se a gente estiver falando de um animal que também não toma


banho há muito, muito tempo, é possível que o cheiro dele não seja
dos mais legais pelo acúmulo de sujeira.

E mesmo um cachorro “normal”, sem qualquer motivo que justifi-


que um odor excessivo, vai, sim, ter cheiro de cachorro.

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Muitas pessoas recorrem a perfumes para mascarar o cheiro do pet,
e isso não é legal dependendo da intensidade da fragrância. O olfa-
to desses bichinhos é muito apurado, e algumas fragrâncias podem
causar irritação e alergias.

A gente não tem nada contra colocar um pouquinho de perfume


no cachorro, desde que seja sem exageros e você use um produto
realmente adequado para animais. Não esqueça que se trata de um
animal de outra espécie, e que o cheiro dele em nada se assemelha
ao nosso.

4. Você terá gastos consideráveis com a saúde do pet

Desde filhote, você terá gastos com a saúde do seu cachorro: vaci-
nas, vermígufos, antiparasitários e coleiras repelentes. O ideal é que
você tenha um veterinário de confiança para te orientar em todas
essas questões.

Se o cão sofrer um machucado, tiver um mal-estar, apresentar pro-


blema de pele ou algum comportamento incomum, você terá que
levá-lo ao veterinário e pagar pelas consultas e eventuais exames.

Imagine que o cachorro é uma eterna criança, e a responsabilidade


de proporcionar uma vida saudável a ele será sua.

E não se esqueça, um dia seu cachorro vai envelhecer e é nesse


momento que ele mais vai precisar de você. Os gastos com a saú-
de de um cão idoso são maiores e seu melhor amigo merece essa
retribuição após uma vida inteira dedicada a te trazer alegria.

Nada disso é para te desencorajar a ter um cão. A função da gente


aqui é só te alertar para que você não pegue um doguinho e fique
surpreso e sobrecarregado, já que isso pode gerar frustração. Se
você já estiver preparado, com certeza será muito mais que o dono
para o pet, será um verdadeiro tutor.

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5. Cachorros têm necessidade de roer

Muitos donos, depois que levam o pet para casa,


reclamam que o cachorro destrói móveis, chinelos,
sapatos, controles remotos e outros objetos. A ver-
dade é que cachorros têm a necessidade de roer,
ainda mais quando são filhotes, pois a gengiva
coça durante a troca dos dentes.

Esse comportamento é normal, tá bom?


Enquanto filhote, o certo é manter os
objetos que não podem ser destruídos
fora do alcance do doguinho, até que ele
aprenda a interagir com os brinquedos
dele. Esse processo é demorado, mas vale
a pena.

Com o treinamento adequado, o cachorro


vai saber diferenciar o que é brinquedo
dele e pode ser roído e o que não é.

6. Você precisa identificar seu cão

Colocar uma plaquinha de identificação no pet, com o nome dele e


o seu nome e número de telefone é uma medida de segurança que
pode evitar uma grande dor de cabeça.

Por mais que o seu cachorro seja obediente, acidentes acontecem.


A gente nunca pode descartar a possibilidade do animal se assus-
tar com algo e fugir. Em situações assim, é muito mais fácil reaver
o bichinho se ele estiver identificado, pois quem encontrá-lo vai ter
como entrar em contato com o tutor.

É um detalhe simples que pode fazer uma enorme diferença.

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7. Pense bem antes de presentear uma criança com um pet

Depois de todas essas orientações, você acha que uma criança tem
condições de tomar conta de um cachorro? Se é difícil até pra gente
que é adulto, imagina, então, para uma pessoinha de 8, 9 anos…

A relação entre a criança e o cachorro é muito linda, a gente sabe.


Mas, cuidar de um cão exige um nível de responsabilidade e discer-
nimento que a criança não possui.

Claro que você pode ter um cachorro em casa mesmo se já tiver


filhos pequenos. No entanto, saiba que cabe a você, tutor, cuidar do
bem-estar do pet e, também, instruir o seu filho ou filha sobre a for-
ma correta de lidar com o bichinho.

Se você assumir esse papel, à medida que a criança for crescendo e


te observando, ela vai se tornar cada vez mais apta a ajudar na cria-
ção do cachorro.

“ Lá em casa nós presenteamos


os cães com uma criança... ”

@anaviana.foto

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. se você já tem um cachorro, aqui vai um
checklist de necessidades básicas

LAZER

Um bom tutor leva seu cachorro para passear pelo menos 3 vezes
ao dia. Além do passeio fazer bem para a saúde da gente, a atividade
também tem um impacto enorme na saúde física e mental do pet.

Sem contar que os passeios são uma oportunidade de propor-


cionar ao seu cão um convívio social equilibrado e apresentá-lo aos
mais diversos estímulos de forma controlada.

Outro ponto importante é não apressar o seu cão quando ele estiver
cheirando tudo ao redor. Deixe que ele cheire à vontade, pois essa
é a maneira dos cachorros reconhecerem o ambiente. Além disso, o
ato de cheirar também possui um efeito calmante para eles.

Alguns donos não entendem e, por essa razão, tentam impedir o


cão de cheirar o xixi de outros cachorros; há, também, aqueles donos
que ficam incomodados se o animal para muita vezes no meio do
passeio para fazer xixi.

Veja bem, o xixi não é apenas uma necessidade fisiológica, os cães


trocam diversas informações por meio da urina. É isso mesmo! A
partir do odor do xixi, eles conseguem identificar até o sexo e a ida-
de dos cachorros que passaram anteriormente pelo local. É pratica-
mente uma rede social dos doguinhos, o Pipigram .

Agora que você já sabe o porquê de passear ser fundamental para o


bem-estar do cão, seguem algumas dicas para você e o seu melhor
amigo desfrutarem de um passeio perfeito:

escolha horários mais frescos, como o comecinho da manhã ou


à noite. As almofadinhas dele agradecem;

dê preferência ao uso do peitoral como material de passeio, prin-


cipalmente porque se trata de uma opção mais confortável e que
não machuca o animal. Nada de usar enforcador, hein?;

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leve sempre um petisco ou brinquedo que seu cão goste
muito para reforçá-lo positivamente. A gente nunca sabe quando
vai surgir uma distração, então você precisa estar preparado;

esteja presente para o seu cão. Este é o momento de vocês, é a


hora de reforçar o vínculo e a confiança. Quanto mais você intera-
gir com ele, se adicionando nas brincadeiras, nos estímulos, me-
lhor. Evite mexer no celular;

nunca se esqueça da água. A água é um excelente reforçador


positivo para adicionar quando você tiver que voltar para casa.
Oferecer água para o cão já cansado antes de levá-lo embora é
uma estratégia para que ele não fique frustrado com o fim do
passeio; e

recolha sempre o cocô do seu cachorro.

É importante ressaltar que o lazer não deve se resumir aos momen-


tos em que você sai com o seu cão para ele fazer as necessidades.
Procure sempre levá-lo a lugares diferentes, cuidando para que ele
tenha interações positivas com o ambiente.

Algumas opções de locais que você pode levar o cão são: shoppings
parques, praças, praias (ou qualquer outra atividade com água perto
de onde você mora)… Só não esqueça que você pode, e deve, acostu-
mar o seu cachorro a estímulos diferentes dentro de casa primeiro.

Tire alguns minutos do seu dia para brincar com ele e faça uso desse
tempo de qualidade juntos para reforçar o vínculo entre vocês e
transformar o lazer em aprendizado também. Assim, você introduz
na brincadeira objetos e sons comuns na rua para que ele se acostu-
me e não fique disperso nos passeios.

“ O tutor é responsável por


atender as necessidades
do seu melhor amigo. ”

MANUAL DO TUTOR 17
EDUCAÇÃO

Cachorros aprendem o tempo todo, não tem como você escapar


disso. No entanto, os bons hábitos precisam ser ensinados. Ou
seja, se o cão não está sendo treinado, ele vai interpretar o mundo
do jeitinho dele. E mais, ele vai lidar com todos os estímulos que sur-
girem da forma que julgar ser a melhor.

Quando um cachorro não é treinado, a comunicação dele com o


dono (e do dono com ele, claro) é precária. O resultado disso pode
ser um cão medroso, inseguro, frustrado e, até mesmo, agressivo.

Seu cachorro não precisa apanhar para aprender. Um dono que


“educa” com punições perde a confiança do cão, que, por sua vez,
deixa de apresentar novos comportamentos justamente por medo
de ser punido. Eduque seu pet com treinamento positivo e amplie o
repertório de comportamentos dele.

Se você está na dúvida por onde começar, basicamente, existem


cinco comandos indispensáveis que vão te ajudar em praticamen-
te todas as situações ao longo da vida do seu pet: aqui, fica, senta,
deita e solta.

Se você seguir a metodologia certa de treino e ensinar, consisten-


temente, esses comandos ao cachorro para que se tornem a respos-
ta padrão dele, terá mais facilidade em trabalhar comportamentos
indesejados, como: não fazer as necessidades no lugar certo, pular
em você e nas visitas que chegam na sua casa ou roer objetos.

Além do treinamento básico, você também pode ensinar truques


ao pet, fazer brincadeiras de “pega”, jogos de raciocínio e enrique-
cimento ambiental. Todas essas atividades vão suprir a necessidade
de estímulo mental e, de quebra, deixar o vínculo de vocês ainda
mais forte.

“ Acredite! É possível
educar sem maltratar. ”

MANUAL DO TUTOR 18
SOCIALIZAÇÃO

Basicamente, a socialização vai definir o que o seu cachorro será


no futuro, uma vez que esse processo é fundamental na maneira
como o cão vai se relacionar com outros cães, com os mais diversos
ambientes, com outras pessoas e objetos de todo o tipo. Uma boa
socialização dá, inclusive, segurança para o animal saber como se
comportar em situações que sejam potencialmente perigosas.

Quando a gente leva em consideração que a estrutura comporta-


mental do cão é 35% baseada em genética e 65% na socialização
que ele teve, fica até mais fácil de entender por que esse processo é
tão necessário para o cachorro.

Se a socialização não é trabalhada da maneira adequada, os traços


de comportamento que o cão apresenta são, geralmente, medo, an-
siedade, estresse e, em casos mais graves, agressividade. Por outro
lado, o cão bem socializado é focado, equilibrado, não sofre de
ansiedade e interage bem com os mais diferentes estímulos.

A maioria das pessoas, quando pega um cachorro, até tem a boa


intenção de fazer um processo de socialização bem estruturado. No
entanto, o imediatismo acaba prejudicando o andamento das
coisas. Isso acontece, principalmente, porque na ansiedade de ter
resultados, o dono acaba forçando algumas situações, como querer
que o seu cão brinque com outros cães no parquinho sem que ele
esteja realmente preparado para essa interação.

A realidade é que a socialização é um processo demorado e re-


quer comprometimento, atenção e paciência do tutor. O ideal é que
o processo seja iniciado desde os primeiros meses de vida do animal
e é preciso tomar muito cuidado durante as “fases do medo”, pois
qualquer objeto, às vezes até um saco de lixo ou um guarda-chuva,
pode parecer muito assustador para o cachorro. Tudo é novidade e
cabe ao tutor garantir que o cão faça uma boa interpretação do
mundo ao seu redor.

Por isso, é muito importante que o tutor tenha consciência de que


investir em uma socialização bem feita é, acima de tudo, cuidar do
bem estar do seu melhor amigo. É um trabalho preventivo e que
vai evitar muitos problemas difíceis de serem resolvidos depois.

MANUAL DO TUTOR 19
TRABALHO & GASTO DE ENERGIA

Cães são bichos extremamente ativos e que sempre trabalharam


para conquistar o próprio alimento. Com a domesticação, eles foram
perdendo essa função e, aos poucos, se transformaram em pets de
casas e apartamentos.

Para driblar a necessidade que eles têm de trabalhar e servir, você


pode aproveitar os momentos de alimentação do seu cachorro para
treiná-lo diariamente, ensinando desde os comandos básicos, que
a gente já comentou no tópico sobre educação, até os truques mais
elaborados.

É importante frisar que o gasto de energia mental tende a ser até


mais efetivo que o gasto de energia física do animal e, nesse quesito,
o enriquecimento ambiental também pode ajudar.

Não pense que levar seu cachorro para correr todos os dias será su-
ficiente para deixá-lo cansado. Na verdade, você estará criando um
atleta dentro de casa. O gasto de energia mental é indispensável.

HIGIENE

Que cachorro precisa tomar banho, todo mundo já sabe, mas a hi-
giene dele vai além disso. É preciso cortar as unhas, limpar as ore-
lhas, escovar os dentes, escovar o pelo e, muitas vezes, fazer a tosa
higiênica. Se você nunca teve cachorro e está lendo isso agora, talvez
você ache uma bobagem, mas acredite, é necessário.

Algumas raças precisam de mais cuidados e outras de menos, mas


todas elas exigem nem que seja o mínimo de cuidado do tutor com
a higiene do pet.

Para cuidar da higiene do seu cachorro, é preciso trabalhar de for-


ma positiva, só assim ele vai confiar em você para fazer qualquer
manuseio. Pense comigo: você prefere que o cão deixe você manu-
seá-lo porque confia em você ou porque tem medo de você? O ma-
nuseio feito de qualquer jeito implica em uma reação inesperada,
dificultando a manutenção da higiene do animal.

MANUAL DO TUTOR 20
SAÚDE

Assim como educação e lazer, a saúde do pet tem que ser uma das
maiores prioridades do tutor. Pode parecer meio óbvio, mas a gente
sabe que, infelizmente, existem donos que não têm esse cuidado.

Para a nossa realidade, existem várias medidas de prevenção que


devem ser tomadas, começando pela vacinação contra doenças que
são ou podem ser fatais, como cinomose, parvovirose, leptospirose,
raiva, dentre outras.

Se você morar em uma região endêmica de leishmaniose, também


é possível garantir um alto nível de proteção com a associação da
vacina ao uso de uma coleira repelente.

Quando filhote, a indicação da maioria dos veterinários é que o bi-


cho só vá para a rua ou tenha contato com outros cães após tomar
a vacina da raiva e as três primeiras doses da vacina múltipla. Essas
duas são consideradas as mais importantes, e o cachorro precisa re-
ceber o reforço delas anualmente.

Também vale a pena aproveitar a ida anual ao veterinário para fazer


um hemograma completo do cão, nem que seja só para ter certeza
que está tudo certo.

Para além das vacinas, é importante administrar vermífugo perio-


dicamente e utilizar métodos que evitam a incidência de pulgas e
carrapatos. E sempre que o pet apresentar comportamentos fora do
comum, como parar de beber água, de comer, ficar letárgico ou ter
problemas nas fezes e urina, leve imediatamente ao veterinário.

E atenção: nenhuma orientação dessas substitui a ida ao veteriná-


rio. O objetivo da gente é apenas oferecer as noções gerais que todo
tutor deve ter para não descuidar da saúde do animal.

No entanto, qualquer tratamento médico deve ser feito pelo veteri-


nário ou sob a supervisão dele, pois se trata do profissional capacita-
do para auxiliar você em todas essas questões.

MANUAL DO TUTOR 21
SEGURANÇA

É responsabilidade do tutor zelar pela segurança do seu melhor


amigo. Sabendo o quanto eles são curiosos e, ao mesmo tempo, vul-
neráveis dentro de um ambiente doméstico, cabe a nós tomarmos
alguns cuidados para prevenir acidentes.

Abaixo, algumas dicas de coisas que devemos nos atentar quando


temos um pet em casa:

evitar deixar fios à mostra, pois os cães podem roer ou até mes-
mo engolir;

manter latas de lixo sempre fechadas;

sempre que usar o banheiro, fechar não só a tampa do vaso, mas


a porta também;

produtos de limpeza e fertilizante de jardim devem ser guarda-


dos fora do alcance;

decorar a casa ou jardim com plantas que não sejam tóxicas; e

não dar mole com pilhas, baterias e controle remoto.

Já na rua, o maior perigo de todos está nas nossas mãos. Já sabe o


que é? A gente está falando do item de segurança mais básico na
hora do passeio: a guia. Isso mesmo, passear com o seu cachorro
na guia evita atropelamento, briga entre cães, brigas entre tutores…
sem contar que, se você soltar o seu, dá margem para as outras pes-
soas quererem soltar os cães delas, e isso em um ambiente não con-
trolado é a receita para confusão.

Só solte o seu cão da guia em um ambiente no qual você tem certe-


za que ele não corre risco algum.

Além de usar a guia em áreas externas, é muito importante que


seu cachorro saiba o comando solta, dessa forma, sempre que ele
abocanhar algo indevido na rua, você será capaz de livrá-lo de algum
envenenamento ou intoxicação alimentar.

MANUAL DO TUTOR 22
. entenda os sinais do seu cachorro
Os cães podem não falar a nossa língua, mas são excelentes comu-
nicadores. Da forma de olhar à posição das orelhas, a maneira como
os cães se comportam diz muito sobre como eles estão se sentindo.

Listei, abaixo, alguns sinais clássicos que os cães emitem para se co-
municar com a gente e o possível significado de cada um deles:

LATIU PARA UM DESCONHECIDO MEDO


ROSNOU DESCONFORTO, DÊ ESPAÇO
BARRIGA PRA CIMA SINAL DE APAZIGUAMENTO
RABO PRA CIMA SEGURO E À VONTADE
RABO ENTRE AS PERNAS INSEGURO, COM MEDO
ABAIXADO COM O POPÔ PRA CIMA BRINCALHÃO
ORELHAS PRA BAIXO DESCONFIADO
ORELHAS PRA CIMA ATENÇÃO

@anaviana.foto

MANUAL DO TUTOR 23
A depender da raça, do temperamento, da anatomia do rabo e das
orelhas, bem como da pelagem do seu cão, alguns sinais podem
variar de cachorro para cachorro. Por isso, é importante que o
tutor conheça as particularidades e a personalidade do seu melhor
amigo e não leve a lista de sinais clássicos tão ao pé da letra.

O tutor que se preocupa em entender os sinais corporais do seu pet


consegue agir de forma a evitar situações perigosas. Além disso, é
possível amenizar, ou até mesmo eliminar, um incômodo que o ani-
mal possa estar sentindo.

Por exemplo: se o cachorro travar durante o passeio, colocar o rabo


entre as pernas e as orelhas para trás, não o force a continuar, pois
ele, com certeza, está com medo de alguma coisa. Volte com ele e
mostre que está tudo bem, assim ele vai entender que pode contar
com você.

Muitos donos passam por situações assim e, por não entenderem


o que o pet quer dizer, insistem em experiências que podem gerar
traumas ao bichinho. Desconhecer, ou simplesmente ignorar, esses
sinais só vai dar oportunidade para que o pet desenvolva comporta-
mentos reativos em situações de desconforto.

Nunca esqueça que se você conseguir ler as demonstrações que


o cachorro dá do que ele está sentindo, a comunicação de vocês vai
ser muito mais afinada e, consequentemente, o vínculo se tornará
cada vez mais forte.

“ Reconhecer as emoções
do seu cão é um dos pilares
para a construção de um
vínculo inabalável. ”

MANUAL DO TUTOR 24
. 4 regras imprescindíveis
para um bom treino

Uma série de fatores influencia na hora do treino, e isso faz com que
a gente precise estar muito focado e tenha disciplina para não pecar
com a educação do nosso pet.

Por essa razão, a gente reuniu quatro elementos que são fundamen-
tais para todos os tutores terem em mente quando se decidirem por
treinar seus cachorros.

1. Persistência

Todo cachorro é capaz de aprender, independentemente da idade.


Se você tiver paciência e mantiver a constância dos seus treinos, o
seu doguinho vai absorver o que lhe é passado e, gradativamente,
mostrar resultados.

Construir comportamento leva tempo e dedicação, e alguns cães


podem aprender mais rápido que os outros. Sendo assim, respeite o
ritmo do seu pet.

É importante, também, não se comparar a outros tutores e, prin-


cipalmente, não comparar o seu cão a outros cães. O seu objetivo
deve ser criar vínculo com o cachorro, e fazer disso uma competição
vai te afastar do que realmente importa.

Lembre-se: o foco da sua persistência em relação aos treinos tem


que ser o aprimoramento constante do animal e do vínculo existen-
te entre vocês.

“ Lembre-se, é preciso
treinar para consolidar
cada um dos comandos. ”

MANUAL DO TUTOR 25
2. Controle do ambiente

Quando for treinar, selecione um lugar com pouca distração,


de preferência um local que o cãozinho já esteja acostumado. Não
adianta treinar o seu cachorro em um espaço cheio de estímulos,
onde muita coisa é mais interessante do que o próprio tutor.

Como é de extrema importância prender a atenção do cachorro


para o treino render, você precisa ter esse controle do ambiente.

Com o tempo, você pode aumentar o grau de distrações inserindo


outros estímulos no ambiente, apresentando coisas novas e diferen-
tes ao cão. Mas sempre deixando claro para ele que você é o foco.

3. Uso dos reforçadores corretos

Para você ter um cão motivado na hora do treino, é importante utili-


zar os reforçadores corretos. No cenário ideal, a ração seria esse re-
forçador, mas nem todos os cães têm uma boa resposta apenas com
esse incentivo.

Se o seu cão for um desses, substitua a ração por algo que seja mais
palatável para ele, porque ele não vai te obedecer em troca de uma
recompensa de baixo valor.

Alguns animais respondem muito bem com brinquedos, então vale


a pena tentar, mas um petisco de alto valor, aquele irresistível mes-
mo, geralmente é mais eficiente.

4. Atração

Tenha entusiasmo ao fazer o treino. Se você estiver em um dia


ruim, mal-humorado ou desestimulado, melhor nem começar.
Transforme o treino no momento mais divertido do dia. Traga
empolgação, solte o seu corpo, movimente-se, elogie com empolga-
ção. Não faça treinos monótonos.

MANUAL DO TUTOR 26
. conclusão
Se o seu sonho é ter um cãozinho educado e equilibrado, o treina-
mento é inevitável. A experiência de treinar o seu pet vai te ajudar
a entender melhor as necessidades dele, sem contar que é uma
maneira eficiente de você suprir a dose diária de estímulo mental do
doguinho.

Outra questão que faz do treinamento um item fundamental na


rotina do cachorro é a segurança. A gente não recomenda que você
deixe o animal fora da guia quando não tiver total controle do am-
biente. No entanto, se isso acontecer, o cão que está com o treino
em dia certamente vai ter um nível de obediência mais alto. Logo,
se você precisar dar o comando aqui, por exemplo, suas chances de
evitar um acidente são bem maiores.

Algo que poucas pessoas comentam, mas é extremamente necessá-


rio ser reforçado: a partir do momento em que o cachorro chega na
casa do tutor, ele é responsável por tudo o que o animal faz, seja de
certo ou de errado. O animal não tem uma bússola moral e, muito
menos, faz as coisas por pirraça. Se você deseja um comportamento
específico do cão, o papel de ensiná-lo a se comportar de tal manei-
ra é seu. Caso contrário, todas as atitudes do bicho serão instintivas,
e isso não necessariamente vai ser do seu agrado.

É por esses e outros motivos que não adianta colocar o pet “de cas-
tigo” para que ele “pense” no que fez de errado, entendeu? O que
você pode fazer é conduzi-lo ao acerto ao invés de esperar que ele
não erre.

Além de tudo isso, e talvez mais importante, o treinamento é uma


fonte inesgotável de oportunidades para vocês construírem e refor-
çarem o vínculo entre tutor e pet. A gente fala muito sobre isso, mas
nunca é demais lembrar: se você e o seu cão possuem um vínculo
forte, nada e nem ninguém vai conseguir desfazer essa conexão
entre vocês, pois ela será simplesmente inabalável.

MANUAL DO TUTOR 27
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