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3º Ano
Discentes:
Luís Henriques
Desta forma, podemos definir o contrato de trabalho como sendo o acordo de vontades,
manifestado de forma expressa (verbalmente ou por escrito) ou de forma tácita, por meio do
qual uma pessoa física (empregado) se compromete a prestar pessoalmente e de forma
subordinada serviços contínuos a uma outra pessoa física, a uma pessoa jurídica ou a um ente
sem personalidade jurídica (empregador), mediante remuneração.
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OBJECTIVOS
Objetivo geral
Analisar da formação de contrato de trabalho na legislação laboral.
Objetos específicos
Identificar sujeitos do contrato de trabalho
Mostrar os direitos e deveres das partes e os poderes da entidade empregadora
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1. FORMAÇÃO DE CONTRATO DE TRABALHO
1.1. Contrato de Trabalho
É de suma importância, pode-se dizer que constitui o núcleo central do direito do trabalho, na
medida em que é por intermédio dele que se desencadeia a aplicação das normas trabalhistas.
As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes
interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos
contratos coletivos que lhes sejam aplicáveis e às decisões das autoridades competentes.
Desta forma, podemos definir o contrato de trabalho como sendo o acordo de vontades,
manifestado de forma expressa (verbalmente ou por escrito) ou de forma tácita, por meio do
qual uma pessoa física (empregado) se compromete a prestar pessoalmente e de forma
subordinada serviços contínuos a uma outra pessoa física, a uma pessoa jurídica ou a um ente
sem personalidade jurídica (empregador), mediante remuneração.
1.2. Características
Quanto à caracterização do contrato de trabalho, entre os caracteres apontados pela doutrina,
destacamos os seguintes:
a) Contrato consensual: o contrato de trabalho pode ser ajustado livremente pelas partes
contratantes, sem necessidade da observância de formalidades imperativas, sendo
suficiente para atribuir validade ao contrato o simples consentimento. Nasce da
manifestação da vontade livre das partes e, como regra, não depende de forma prevista
em lei, podendo ser celebrado verbalmente, por escrito ou até tacitamente. Somente em
casos excepcionais, decorrentes de expressa previsão legal, o contrato de trabalho sujeita
-se a uma pactuação formal, tais como o contrato de trabalho do atleta profissional de
futebol e o do artista profissional.
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exemplo, no período de férias, a obrigação do trabalho não é exigida, permanecendo,
porém, a obrigação de pagamento do salário.
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qualificação profissional e formação educativa do empregado mais ele se sujeita à mera
adesão ao contrato de trabalho que lhe é apresentado para assinatura pelo empregador.
Como negócio jurídico que é, o contrato de trabalho exige para sua validade a presença dos
elementos essenciais indicados acima (chamados de pressupostos do contrato de trabalho),
aos quais se acresce o consentimento válido (requisito do contrato de trabalho).
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c) Entre 16 e 18 anos: Há para requerimento de expedição da Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS) e a assinatura do termo de rescisão do contrato de trabalho,
atos em relação aos quais também é necessária a assistência dos pais ou responsáveis do
menor.
d) Entre 16 e 18 anos: Alguns atos, porém, são autorizados, sem necessidade de assistência
do responsável, tais como assinatura de recibo de pagamento de salário e de outros
recibos ao longo do contrato de trabalho, tais como recibo de vale -transporte, de vale -
refeição etc.
e) Maiores de 18 anos: são capazes para a celebração de contrato de trabalho.
f) Maiores de 18 anos: Tratando -se de trabalho a ser prestado em horário noturno, em
condições perigosas ou insalubres, o contrato somente pode ser celebrado com o maior de
18 anos.
1.3.1.2. Objecto lícito: o contrato de trabalho, como negócio jurídico que é, não poderá ter
como objeto a prestação de serviços contrários à moral e aos bons costumes, cuja prática se
caracteriza como crime ou contravenção penal (por exemplo, tráfico de drogas, exploração
de prostituição, jogos de azar proibidos etc.). Assim, não será válido contrato de trabalho que
tenha por objeto trabalho ilícito.
O trabalho ilícito não se confunde com o trabalho irregular ou proibido. Como ensina
Mauricio Godinho Delgado, “ilícito é o trabalho que compõe um tipo legal penal ou
concorre diretamente para ele; irregular é o trabalho que se realiza em desrespeito a norma
imperativa vedatória do labor em certas circunstâncias ou envolvente de certos tipos de
empregados”.
São exemplos de trabalho irregular ou proibido o exercício da medicina por quem não tem
diploma de médico e o exercício da advocacia por quem não é formado em Direito ou não é
inscrito regularmente na Ordem dos Advogados do Brasil. Em relação ao trabalho ilícito,
duas espécies de discussão são encontradas na doutrina:
A segunda gira em torno do facto de o trabalho executado não ser ilícito em si (ex.: garçom),
embora sua prestação se dê em um contexto de exploração econômica de atividade ilícita
(ex.: casa que explora prostituição). O entendimento prevalecente na doutrina é no sentido de
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considerar inválido o contrato de trabalho, pois a prestação de trabalho fica contaminada pela
ilicitude da atividade econômica que a explora.
1.3.1.4. Forma: a forma prescrita ou não proibida em lei é essencial à validade do negócio
jurídico. No âmbito do Direito do Trabalho, como regra, a lei não exige forma especial para a
celebração do contrato de trabalho, que pode decorrer de acordo tácito ou expresso, podendo
este ser verbal ou escrito. Há, porém, exceções em que o legislador estabelece um mínimo de
instrumentalização formal a ser respeitada pelas partes.
No entanto, o desrespeito à forma nestes casos “não elimina por inteiro os efeitos trabalhistas
do pacto estabelecido, em virtude das peculiaridades da teoria das nulidades trabalhistas”.
Em relação à sua prova, o contrato de trabalho é, portanto, negócio jurídico não solene,
consensual, o que faz com que sua comprovação possa se dar por qualquer meio de prova.
Como regra, porém, a prova do contrato de trabalho será feita pelas anotações constantes da
carteira profissional ou por instrumento escrito, sendo suprida por todos os meios permitidos.
Assim, importante ressaltar que a obrigação formal do empregador de anotação do contrato
de trabalho do empregado independe da forma de celebração do contrato de trabalho (tácita,
escrita ou verbal). No entanto, ainda que tal obrigação não seja cumprida, a existência do
contrato de trabalho pode ser comprovada, pois “essa anotação não constitui um elemento
formal indispensável ao aperfeiçoamento do contrato, porquanto este pode ser comprovado
por todos os meios permitidos em Direito”.
A.1 -Contrato expresso: aquele que decorre de uma expressão explícita de vontade, pela
qual as partes estipulam os direitos e as obrigações que vão reger a relação jurídica;
A.2-Contrato tácito: aquele que se revela por um conjunto de atos praticados pelas partes,
sem que tenha havido manifestação inequívoca de vontade. A conduta das partes revela
elementos indicativos da pactuação empregatícia, sem que tenham manifestado
expressamente sua vontade. No Direito do Trabalho, como regra, o contrato de trabalho não
exige formalidade ou solenidade para sua formação válida. Pode ser celebrado tanto por
manifestação expressa de vontade (por escrito ou verbalmente) como por manifestação de
vontade apenas tácita.
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B) Quanto ao número de sujeitos ativos componentes do respectivo polo da relação jurídica:
B.1-Contrato individual de trabalho: é o contrato celebrado entre o empregador e um
único empregado, o que é normal, expressão utilizada pelo legislador.
B.2-Contrato de trabalho plúrimo ou contrato de trabalho por equipe: ocorre quando,
em razão da unidade necessária que cerca a prestação do serviço, o contrato de trabalho for
celebrado com diversos empregados ao mesmo tempo.
C) Quanto à sua duração, os contratos de trabalho podem classificar -se em contrato por
prazo:
C.1-Indeterminado, que são aqueles que têm duração indefinida no tempo;
C.2-Determinado, cujo período de duração é estabelecido desde o início da pactuação;
C.3-Intermitente, no qual a prestação de serviços, com subordinação, não é contínua,
ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade,
determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do
empregado e do empregador.
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São essas as duas denominações mais gerais e mais perfeitas, seja qual for a espécie ou a
modalidade de contrato. A relação que se estabelece, de trabalho subordinado, é relação de
emprego. Há ainda certas sobrevivências populares, sem a segurança e a certeza da
terminologia técnica. Patrão, oriunda do século XIX, é de uso corrente como sinônimo de
empregador; como o é igualmente principal, muito comum na doutrina e na legislação
italianas. A doutrina e a legislação alemãs preferem Arbeitgeber (dador de trabalho), adotada
também, como barbarismo, por alguns autores italianos.
De qualquer modo, sumariamente, vemos que, dentro da melhor técnica jurídica, somente
uma pessoa natural ou jurídica pode revestir-se da qualidade de empregador, sujeito de
direitos e obrigações. Pode ser um simples indivíduo, uma firma individual, uma firma
societária ou coletiva, uma instituição ou fundação de qualquer espécie, com ou sem finali-
dade econômica. Ela é da propriedade ou da titularidade de uma pessoa natural ou jurídica,
nada mais. Esta é que é, a rigor, sujeito de direito.
2.3. Empresa - Modernamente, realiza-se o trabalho na quase totalidade dos casos no seio da
empresa, daí a importância primordial que assumiu essa figura econômica e social no mundo
do direito do trabalho. Organismo central de produção econômica nas sociedades industriais,
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a empresa assume papel de relevância na sociologia, na economia, no direito comercial, no
financeiro (fiscal) e igualmente no direito do trabalho. A bibliografia sobre a matéria é
praticamente infinita, e a ela já dedicamos dois grossos volumes, nossa dissertação para o
provimento de cátedra em Faculdade de Direito.
Conceito oriundo da sociologia e da economia, ainda hoje é difícil dar-se uma noção jurídica
unitária do que seja empresa. É o pensamento de Garrigues, coincidente, em parte, com o de
Barassi, que prefere deixar mais tal noção para a economia do que propriamente para o
direito. A verdade é que, depois de ingressar no campo do direito comercial, sob a forma de
patrimônio comercial, como uma universalidade de bens, alcançou tal conceito o campo
jurídico do trabalho, dando maior ênfase à universalidade de pessoas, sem esquecer, é claro, a
de coisas e de bens. Mas é o aspecto propriamente organizacional pelo empresário dos
serviços alheios que vem mais destacado no direito do trabalho.
Por sua vez "Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os
riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação de serviços". Logo, em
direito positivo brasileiro (esquecendo momentaneamente a sua subjetivação), empresa é a
organização do trabalho alheio; sob o regime de subordinação hierárquica, tendo em vista a
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produção de determinado bem econômico ou de prestação de serviço. Daí o espírito de lucro e
a menção do risco. A maior ou menor complexidade da organização não a desnatura, sejam
quais forem o volume e a importância do conjunto de coisas e pessoas, de bens materiais ou
imateriais, necessários à sua consecução, ao pleno êxito dos seus propósitos..
Nunca é demais lembrar que "o estabelecimento e a empresa formam, no direito moderno, os
quadros elementares da vida do trabalho, e a organização social da profissão nada mais faz do
que aí se superpor".
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3.3. Proteção na parentalidade
Além destes princípios há direitos que reforçam o equilíbrio entre vida profissional e vida
familiar e que estão explícitos no Código do Trabalho. Por exemplo, os trabalhadores não
podem ser discriminados por decidirem ter um filho. Por isso, a lei garante:
Licença por gravidez de risco: assumida por um médico e por haver risco para a
saúde da criança ou da mãe;
Licença de parentalidade: entre 120 e 180 dias após o nascimento, dependendo se é
partilhada entre pai e mãe.
3.4. O direito a férias e descanso
Hoje em dia, estão garantidos dias de trabalho com um máximo de oito horas, um mínimo de
22 dias úteis de férias pagas e um descanso semanal para todos os trabalhadores. As férias
são obrigatórias e irrenunciáveis.
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No entanto, as vantagens na subscrição de seguros não se ficam por aqueles que são
obrigatórios. A subscrição de um Seguro de Vida e de um Seguro de Saúde para os
trabalhadores de uma empresa tem várias vantagens. Primeiro, fomenta a retenção dos
melhores talentos. Além disso, combate o absentismo e assiduidade. O trabalhador
aproveitará o acesso a consultas e tratamentos privados de saúde, em locais e horários mais da
sua conveniência.
Crítica: por ter origem no corporativismo, o poder hierárquico não vem sendo utilizado pela
moderna doutrina. Admite-se hoje a existência de poder diretivo, como sendo a “capacidade
atribuída ao empregador de dar conteúdo concreto à atividade do trabalhador, visando à
realização das finalidades da empresa” (Octavio Bueno Magano, citado por Alice…).
4.2. Poder diretivo
Exteriorização da autoridade do empregador – torna-se efetiva através do poder disciplinar.
Há autores que incluem o poder regulamentar, no entanto, a legislação não se refere a ele e é
escasso o número de Normas emanadas do empregador, além de ser fonte de obrigação (seria
tb mero desdobramento do poder diretivo). Para Alice o Poder de fiscalização nada mais é do
que uma das faculdades compreendidas no poder diretivo.
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Fundamentos de existência: Teoria da propriedade privada, teoria institucional e teoria
contratual.
Teoria da propriedade privada: empregador manda porque é dono. Várias críticas, entre
elas, a de que, modernamente, muitas vezes, a titularidade da empresa não se encontra nas
mãos dos titulares do direito de propriedade.
Teoria institucional: Por conceber a empresa como uma instituição, defende o direito do
empregador de nela exercer a autoridade e o governo, condições indispensáveis e
características de todo grupo social institucionalizado. Interesse social da empresa, que
exige perfeita organização profissional do trabalho fornecido por seus colaboradores a fim
de se atingir um bem comum de ordem económico-social. Também não explica, pois
desconsidera a presença dos sujeitos no fenômeno do poder empregatício através da ideia
de instituição, supostamente agregadora de vontade e interesses próprios.
Teoria contratual: Poderes são consequência imediata do ajuste celebrado entre
empregado e empregador. Sob este último se coloca a organização e disciplina do trabalho
realizado na empresa. A mais aceita de todas.
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Nascimento – Alice…). É o exercício do direito da melhor forma possível pelo titular.
Está em consonância com a função social do contrato (art. 421, CCB).
Para Godinho: empregador age não em função de si próprio mas para o bem da
empresa, compreendidos os empregados contratados.
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Finalidade: O exercício desse poder tem a finalidade de manter a ordem e harmonia no
ambiente de trabalho.
Conforme o setor do Direito, temos o empregador privado e público, sendo que o setor
público também pode contratar pela legislação trabalhista, mas geralmente o faz de forma
estatutária, ou seja, a contratação, remuneração e demissão do servidor público geralmente
não são feitas através da Consolidação das Leis do Trabalho.
Poderão ser empregadores pessoas físicas, pessoas jurídicas e entidades sem personalidade
jurídica.
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4.3.6. Espécies
Quanto à estrutura jurídica do empregador, há pessoas físicas, empresas individuais e
sociedades.
Quanto à natureza da titularidade, existem os empregadores proprietários, arrendatários,
cessionários, usufrutuários, etc.
Quanto ao tipo de atividade, há empregadores industriais, comerciais, domésticos e públicos.
A empresa é o principal tipo de empregador pelo número de trabalhadores que reúne e pela
sua importância como célula econômica de produção de bens e prestação de serviços.
Estes poderes dizem respeito apenas à relação de emprego, nos serviços prestados pelo
empregado, no local de trabalho, e em conformidade com a legislação.
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CONCLUSÃO
Concluindo que Fundamento é o contrato. Esse poder, contudo, não é ilimitado. Caberá à
Justiça do Trabalho, na hipótese de o empregado discordar com a pena aplicada, mantê-la ou
cancelá-la. A dúvida fica quanto à dosagem da sanção: poderá o Judiciário determinar o
número de dias de suspensão ou verificar se a pena disciplinar foi adequada?
Parte significativa da doutrina insurge-se contra esta limitação, pois se pode cancelar uma
pena aplicada porque não dosá-la?
Contudo, é polêmica a questão, pois se ao empregador foi concedido o poder de punir, não
poderia o Judiciário intervir na dosagem da pena, mas, tão-somente, na verificação da
legalidade da punição. Havendo norma determinando a prévia apuração, a pena aplicada sem
a observância é nula.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
LEITE. Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito do trabalho. 11º. ed. São Paulo: Saraiva
Educação, 2019.
ROMAR. Carla Teresa Martins. Direito do trabalho Esquematizado. 5º. ed. São Paulo:
Saraiva Educação, 2018.
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