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Contrato individual de trabalho.............................................

10 Suspensão do contrato para participar de curso ou programa


profissional............................................................................................ 30
SUMÁRIO

Natureza jurídica................................................................................................. 10
Convenções e acordos coletivos de trabalho ....................... 33
Duração do contrato.......................................................................................... 11
Acordos coletivos de trabalho.......................................................................... 33
Contrato por prazo indeterminado................................................................. 11
Convenções coletivas de trabalho................................................................... 34
Contrato por prazo determinado.................................................................... 12
Dissídio coletivo ....................................................................... 36
Serviço transitório ou de natureza transitória............................... 12
Processamento dos dissídios coletivos.......................................................... 36
Atividade empresarial de caráter transitório.................................. 13

Contrato de experiência..................................................................... 13

Contrato por prazo determinado........................................... 15


Contratação por prazo determinado.............................................................. 15

Alteração das condições do contrato............................................................. 17


Unidade 3

Unidade 3
Transferência de empregado .......................................................................... 20

Suspensão e interrupção ................................................................................. 22

Greve...................................................................................................... 23

Auxílio-doença..................................................................................... 24

Acidente de trabalho........................................................................... 24

Serviço militar....................................................................................... 25

Férias...................................................................................................... 26

Licença da gestante............................................................................. 26

Aborto.................................................................................................... 26

Licença paternidade............................................................................ 26

Representação sindical....................................................................... 26

Faltas justificadas (ou abonadas)...................................................... 27

Aposentadoria por invalidez.............................................................. 28

Aviso prévio........................................................................................... 29

6 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 7


Nesta unidade letiva, aprenderemos sobre a natureza Olá! Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo
jurídica do contrato individual de trabalho e o que a CLT determina é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
APRESENTAÇÃO

OBJETIVOS
acerca deste tema. Estudaremos, ainda, o contrato por prazo profissionais até o término desta etapa de estudos:
determinado, a sua finalidade e a lei que o regulamenta.
1. Compreender e identificar os elementos mais
Além disso, abordaremos o que são e quais as finalidades importantes sobre o contrato individual de trabalho, as
das convenções e dos acordos coletivos de trabalho. E, por fim, convenções e os dissídios coletivos.
entenderemos os dissídios coletivos, que são processos da 2. Entender o contrato de trabalho por prazo determinado,
competência originária do Tribunal Regional do Trabalho (não são sua finalidade e lei regulamentadora.
processados perante os órgãos de primeiro grau), atuando como
3. Interpretar as convenções e os acordos coletivos de
instância revisora o Tribunal Superior do Trabalho, mediante
trabalho.
recurso ordinário.
4. Compreender como são processados os dissídios
Preparado? Então, vamos mergulhar neste universo!
coletivos.
Unidade 3

Unidade 3
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Contrato individual de trabalho •é pessoal (intuitu personae), pois
empregado é considerada pelo empregador como
a pessoa do

Ao término deste capítulo, você será capaz de elemento determinante da contratação, não podendo
compreender e identificar os aspectos essenciais aquele se fazer substituir na prestação laboral sem o
do contrato individual de trabalho, elemento consentimento deste;
OBJETIVO fundamental nas relações de trabalho que serve
para definir direitos, deveres e responsabilidades • é de execução continuada, pois a execução do contrato
de empregadores e empregados. Isto será não se exaure em uma única prestação, prolongando-
fundamental para o exercício de sua profissão. se no tempo.
E, então? Motivado para desenvolver esta
competência? Vamos lá! Duração do contrato
Natureza jurídica Quanto à sua duração, os contratos podem ser celebrados
por prazo determinado ou indeterminado.
A doutrina predominante entende que o contrato de
Unidade 3

Unidade 3
trabalho tem natureza contratual.
Em seu art. 445, a CLT fixa o prazo máximo de dois
O art. 442, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), anos para os contratos por prazo determinado, e
IMPORTANTE de 90 dias para o contrato de experiência.
esclarece que: “Contrato individual de trabalho é o acordo tácito ou
expresso, correspondente à relação de emprego” (Brasil, 1943, on-line).
Admite-se uma única prorrogação, que deve ser feita
As características do contrato de trabalho são as seguintes:
dentro dos prazos que a lei fixou. Havendo uma segunda
• é bilateral, pois produz direitos e obrigações para prorrogação, ainda que dentro do prazo legal, o contrato passará
ambos; a ser considerado por prazo indeterminado.
• é oneroso, em que a remuneração é requisito essencial;
Contrato por prazo
• é comutativo, pois as prestações de ambas as partes
apresentam relativa equivalência, sendo conhecidas no
indeterminado
momento da celebração do ajuste;
É a forma comum de contratação, a qual será sempre
• é consensual, pois a lei não impõe forma especial para presumida se houver dúvida. Assim, aquele que alegar a
a sua celebração, bastando anuência das partes; determinação do prazo, deverá prová-la, na forma e pelos meios
• é um contrato de adesão, pois um dos contratantes, o admitidos em direito, caso não tenha êxito, considerar-se-á que o
empregado, limita-se a aceitar as cláusulas e condições contrato é por prazo indeterminado.
previamente estabelecidas pelo empregador;

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Contrato por prazo transmitir noções básicas da língua aos empregados de
uma agência de turismo especializada em viagens para
determinado países da América Latina.

Em seu art. 443, a CLT estabelece que o contrato individual Atividade empresarial de caráter
de trabalho “poderá ser acordado tácita ou expressamente,
verbalmente ou por escrito, por prazo determinado ou
transitório
indeterminado, ou para prestação de trabalho intermitente”.
Outra hipótese para a contratação a prazo determinado
O art. 443, em seu § 2.º, fixa as hipóteses que autorizam sua é a própria atividade normal da empresa ter caráter transitório.
celebração válida, ao dispor que o contrato por prazo determinado Portanto, aqui, a transitoriedade será da própria empresa, cuja
só será válido em caso: existência limitar-se-á no tempo, pelos próprios fins a que se
destina. Não se trata, nesse caso, de transitoriedade relativa ao
• de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a
empregado ou ao serviço.
predeterminação do prazo;
Unidade 3

Unidade 3
• de atividades empresariais de caráter transitório; EXEMPLO: uma empresa constituída somente para a
• de contrato de experiência. venda de chocolate na Páscoa de um determinado ano; ou
para a venda de fogos juninos, desconstituindo-se após o
Serviço transitório ou de natureza mês de junho.

transitória Contrato de experiência


Entende-se por atividade laboral transitória a execução
A última hipótese prevista pela CLT para a contratação
de um serviço de breve duração, contrastando, portanto, com as
a prazo determinado é o contrato de experiência, que é aquele
atividades normais da empresa. Todavia, a atividade pode coincidir
destinado a permitir que o empregador, durante o prazo máximo
com aquela que a empresa permanentemente desenvolva, não
de 90 dias, verifique as aptidões do empregado e decida sobre a
necessitando, obrigatoriamente, ser diversa. Nesse caso, basta
conveniência de contratá-lo por prazo indeterminado.
que haja uma razão momentânea, transitória, que justifique a
necessidade de o empregador ter maior número de empregados.

EXEMPLO: um exemplo de contratação por prazo


determinado para a realização de atividade laboral
transitória diversa da atividade permanente da empresa
seria a contratação de um professor de Espanhol para
ministrar aulas durante dois ou três meses, visando a

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O contrato de experiência é uma espécie de
contrato a prazo determinado, logo, todas as regras
Contrato por prazo determinado
aplicáveis aos demais contratos a prazo certo valem Ao término deste capítulo, você será capaz de
IMPORTANTE também para o período de experiência. Vale dizer compreender o contrato de trabalho por prazo
que, mesmo durante o período de experiência, o determinado, sua finalidade e lei regulamentadora.
trabalhador é empregado da empresa. OBJETIVO Isto será fundamental para o exercício de sua
profissão. E, então? Motivado para desenvolver
E, então? Gostou do que lhe mostramos? Agora, esta competência? Vamos lá!
só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos Contratação por prazo
determinado
RESUMINDO resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
os elementos essenciais do contrato individual de
trabalho, como sua natureza jurídica, duração e
diferentes tipos. Um novo tipo de contrato de trabalho por prazo
determinado foi instituído com a edição da Lei n.º 9.601 de 21 de
Unidade 3

Unidade 3
janeiro de 1998, regulamentada pelo art. 1.º, parágrafo único, do
Decreto n.º 2.490 de 4 de fevereiro de 1998, com a finalidade de
aumentar o nível de emprego, em uma época na qual o desemprego
era tido como o maior problema trabalhista do Brasil.

A ideia governamental foi estimular as empresas a


admitirem novos empregados, incentivando-as com a redução de
encargos e contribuições sociais relativos a esses trabalhadores,
além de garantir a elas prioridade nos financiamentos concedidos
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES).

A finalidade da referida lei foi incentivar a empresa


a contratar novos empregados em acréscimo ao
seu quadro fixo de pessoal, não sendo permitidas
IMPORTANTE as dispensas de trabalhadores antes contratados
por prazo indeterminado para a recontratação, ou
para a contratação de outro para a mesma função
por tempo determinado, com os novos benefícios
proporcionados ao empregador.

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Esta lei não revogou o contrato de trabalho por prazo
O contrato de trabalho por tempo determinado,
determinado regulado na CLT. Ela apenas instituiu nova hipótese
nos moldes da Lei n.º 9.601/1998, deverá ser
de contrato por prazo determinado. obrigatoriamente escrito, já que há obrigatoriedade
IMPORTANTE de seu depósito perante o Ministério do Trabalho.
Portanto, a partir da edição da Lei n.º 9.601/1998, o
empregador apenas passou a contar com mais uma hipótese
– e visivelmente mais favorável a ele – para a contratação de O empregador que celebrar contrato por prazo
empregados por prazo determinado, desde que satisfeitas, determinado com base na referida lei, terá os seguintes incentivos:
obviamente, as novas condições impostas pela lei. redução, durante 60 meses a contar da data da publicação desta
lei, em 50% da alíquota das contribuições sociais destinadas ao
A contratação de empregados nos moldes da Lei n.º Sesi, Sesc, Senac, Senai, Sebrae etc.; e redução da alíquota dos
9.601/1998 pode ser feita em qualquer atividade (comércio, recolhimentos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)
indústria, meio rural, bancos etc.). Isso porque não se aplicam a para apenas 2%, entre outros.
essa nova hipótese de contrato a prazo determinado as restrições
contidas no art. 443, § 2.º, da CLT, que só permitia a contratação A Lei n.º 9.601/1998 determinou ainda que as partes
Unidade 3

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em atividades de natureza transitória e no contrato de experiência estabelecerão na negociação coletiva a indenização pela ruptura
(art. 1.º da Lei n.º 9.601/1998). do contrato por prazo determinado antes do advento do seu
termo final, afastando, assim, a aplicação dos arts. 479 e 480,
A referida lei, no entanto, não se aplica ao empregado da CLT (pagamento de indenização pela metade), aos contratos
doméstico, pois este não é empresa, tampouco tem celebrados sob sua égide.
estabelecimento, requisitos que a lei requer para a contratação,
segundo os seus termos. Fica, pois, vedada a aplicação da referida O estabelecimento da indenização, no momento da
lei às contratações de empregado doméstico. negociação coletiva, é obrigatório; o seu valor é que poderá ser
pactuado livremente. Poderá ser fixada a mesma garantia disposta
Para a contratação de empregados nos termos dessa lei, é no art. 479, da CLT, mas nada impede que seja ajustado valor
imprescindível a negociação coletiva. Ainda que a contratação seja inferior ou superior àquele. Não poderá, entretanto, a negociação
de um único empregado, é necessária a formalização da convenção coletiva estabelecer a possibilidade de rescisão antecipada sem
ou do acordo coletivo, com o sindicato dos trabalhadores. pagamento de indenização.

Caso seja efetivada sem esse requisito, a contratação por


prazo determinado será tida como nula, vigorando o contrato
Alteração das condições do
como por prazo indeterminado, com todas as suas consequências contrato
legais, como direito a aviso prévio etc.
O art. 468, da CLT, dispõe que:

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nos contratos individuais de trabalho § 2º A alteração de que trata o § 1º
só é lícita a alteração das respectivas deste artigo, com ou sem justo motivo,
condições por mútuo consentimento, não assegura ao empregado o direito
e ainda assim desde que não resultem, à manutenção do pagamento da
direta ou indiretamente, prejuízos ao gratificação correspondente, que não
empregado, sob pena de nulidade da será incorporada, independentemente
cláusula infringente desta garantia. do tempo de exercício da respectiva
(Brasil, 1943, on-line) função. (Brasil, 1943, on-line)

Parte o legislador do pressuposto de que o Ressalte-se, porém, que o princípio da imodificabilidade


empregado, por ser a parte mais fraca da relação refere-se apenas ao contrato individual de trabalho, à alteração
de trabalho, necessita de uma maior proteção pactuada diretamente entre empregador e empregado.
IMPORTANTE jurídica, de uma firme intervenção do Estado.
O art. 7.º, inciso XIII, da Constituição Federal vigente,
privilegia a negociação coletiva, permitindo que, por seu
Essa garantia é conhecida como princípio da
Unidade 3

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intermédio, sejam pactuadas alterações lícitas nas condições de
imodificabilidade ou inalterabilidade das condições de trabalho e
trabalho, autorizando até mesmo a redução do salário, desde que
impede até mesmo a modificação bilateral, isto é, a consentida
mediante acordo ou convenção coletiva.
pelo trabalhador, desde que dela possa resultar-lhe prejuízos.
Como exceção ao princípio da inalterabilidade, temos o
Com a reforma trabalhista, foram incluídos os parágrafos
princípio do jus variandi. Este princípio consiste no direito que possui
1.º e 2.º, do art. 468, na CLT. Vejamos:
o empregador de alterar unilateralmente, em casos excepcionais,
Art. 468. Nos contratos individuais de as condições de trabalho dos seus empregados. Representa o jus
trabalho só é lícita a alteração das respectivas
variandi um abrandamento do princípio da imodificabilidade das
condições por mútuo consentimento, e ainda
condições de trabalho. São exemplos do jus variandi:
assim desde que não resultem, direta ou
indiretamente, prejuízos ao empregado, sob • empregador que dispensa o empregado da função de
pena de nulidade da cláusula infringente confiança que exercia e determina seu retorno à função
desta garantia. anterior;
§ 1º Não se considera alteração unilateral • mudança de horário;
a determinação do empregador para que
• modificação de seção ou departamento;
o respectivo empregado reverta ao cargo
efetivo, anteriormente ocupado, deixando o • transferência do local de trabalho.
exercício de função de confiança.

18 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 19


Transferência de empregado Essa expressão aplica-se somente aos casos de transferência
do empregado em decorrência de cláusula explícita ou implícita
constante do contrato de trabalho.
A possibilidade de transferência do empregado decorre
do princípio do jus variandi do empregador, segundo o qual o A cláusula explícita deve ser entendida como expressa,
empresário, como decorrência do poder de direção que tem escrita. Considera-se existente cláusula implícita quando as
sobre seus negócios, possui prerrogativa de fazer pequenas características intrínsecas da atividade desempenhada permitem
modificações no contrato de trabalho, desde que atendidas as que se presuma subtendida a necessidade de transferência. É o
condições previstas em lei. caso do aeronauta, do motorista rodoviário, do vendedor viajante
etc. Ressaltamos, entretanto, que mesmo em caso de cláusula
O art. 469, da CLT, só considera transferência o ato pelo
autorizadora da transferência expressa no contrato, ou mesmo
qual o empregado passa a trabalhar em outra localidade, diferente
implícita, a transferência só será lícita se comprovada a real
da estipulada em contrato, e desde que importe em mudança de
necessidade do serviço.
domicílio.
Por outro lado, é lícita a transferência do empregado no
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Deve-se notar que, mesmo nas hipóteses em
que não reste caracterizada a transferência, caso de extinção do estabelecimento em que trabalha, mesmo
caso a mudança implique aumento nos gastos que esta seja determinada contra a vontade do empregado.
IMPORTANTE do empregado decorrentes do deslocamento
a seu novo local de trabalho, a jurisprudência A expressão “extinção do estabelecimento” tem sentido
do TST garante-lhe um suplemento salarial amplo, alcançando situações como o fechamento de apenas uma
correspondente ao valor do acréscimo havido nas das filiais da empresa ou, até mesmo, a mudança da empresa de
suas despesas de transporte (Súmula n.º 29). uma cidade para outra. No caso de trabalhador da construção civil,
por exemplo, a conclusão de uma obra em determinada localidade
Em regra, a CLT exige a anuência do empregado para que
autoriza sua transferência definitiva para outra obra empreendida
seja considerada lícita sua transferência. Todavia, excepciona essa
pelo mesmo empregador, equiparando-se o fim da primeira obra
regra, ao estabelecer no art. 469, § 1.º, que
à extinção de estabelecimento, para esse efeito. Nesta hipótese,
não estão compreendidos nessa proibição não está o empregador obrigado ao pagamento do adicional de
os empregados que exerçam cargos de transferência, uma vez que este só é devido nas transferências por
confiança e aqueles cujos contratos tenham necessidade de serviço.
como condição, implícita ou explícita, a
transferência, quando esta decorra de real O adicional de transferência corresponde a um acréscimo
necessidade de serviço. (Brasil, 1943, on-line) de 25% sobre o valor do salário que o empregado estiver
percebendo na localidade. Esse adicional só é devido quando a
Assim, a transferência do empregado que exerce cargo de
transferência decorre de necessidade de serviço.
confiança não depende do requisito “real necessidade de serviço”.

20 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 21


Além do requisito “necessidade de serviço”, o adicional Ocorre a interrupção do contrato de trabalho naquelas
só será devido na transferência provisória. Se a transferência é hipóteses em que o empregado, embora sem prestar serviços,
definitiva, não há que se falar em pagamento de adicional. deva ser remunerado normalmente, contando também seu tempo
de serviço como se este houvesse sido efetivamente prestado. São
Não será devido o adicional se a transferência for resultante
hipóteses de interrupção: as férias; a licença por motivo de doença
de ato de promoção do empregado, com o seu consentimento e
nos primeiros 15 dias; a licença à gestante; as faltas justificadas etc.
aumento do salário na nova localidade.
A distinção entre os institutos é simples: há suspensão
O adicional não se incorpora ao salário quando a empresa não está obrigada a pagar salários e contar
do empregado. No término do período da
o tempo de serviço; há interrupção quando existe o dever
transferência, poderá ser normalmente suprimido
IMPORTANTE legal de remunerar o afastamento do trabalhador e continua,
pela empresa.
normalmente, a correr o seu tempo de serviço.

As despesas que o empregado necessitar efetuar em Em ambas, o contrato de trabalho continua vigente, mas
razão de sua transferência serão pagas pelo empregador, seja as obrigações principais das partes não são exigíveis (suspensão)
Unidade 3

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a transferência provisória ou definitiva, pois em ambos os casos ou o são apenas parcialmente (interrupção). Na primeira, não há
haverá ônus para o empregado. trabalho nem remuneração; na segunda, não há trabalho, mas o
empregado continua a receber os salários.
Apesar da previsão de transferência de empregados, alguns
são considerados pela CLT como intransferíveis, como é o caso Nas duas, no entanto, o empregado terá direito, por ocasião
do empregado eleito para o cargo de administração sindical, que de seu retorno ao cargo, a todas as vantagens que, durante sua
não pode ser transferido para localidade que dificulte ou impeça o ausência, tenham sido atribuídas à categoria a que pertencia na
desempenho de suas atribuições sindicais (art. 543). O empregado, empresa (art. 471, da CLT).
nessas condições, perderá o mandato se a transferência for por
Vejamos, agora, as principais hipóteses de interrupção e
ele solicitada ou voluntariamente aceita (art. 543, § 1.º).
suspensão do contrato de trabalho.
Suspensão e interrupção
Greve
Ocorre a suspensão do contrato de trabalho quando
Na greve, a paralisação dos trabalhadores é considerada
o empregado fica afastado, não recebendo salário, e o período
pela lei, a princípio, como suspensão do contrato de trabalho.
de afastamento não é contado como tempo de serviço. São
Assim, com o início da paralisação, cessam as obrigações do
hipóteses de suspensão: os afastamentos decorrentes de doença
empregador e a contagem do tempo de serviço.
a partir do 16.º dia até a alta médica; suspensão disciplinar; faltas
injustificadas etc.

22 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 23


Todavia, as relações durante o período de paralisação das A partir do 16.º dia, o auxílio-doença acidentário é pago pelo
atividades podem ser regidas mediante acordo, convenção, laudo INSS, torna-se, então, caso de suspensão, e para a empresa cessa
arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho, de modo específico o dever de pagamento de salário. Esse tempo é contado como
para cada greve. Nada impede, porém, que seja convencionado de serviço efetivo, e os depósitos do FGTS devem ser mantidos.
o pagamento dos salários e a contagem do tempo da paralisação, Se o tempo de afastamento não for superior a seis meses, será
hipótese em que restaria caracterizada a interrupção do contrato contado também para efeito de aquisição das férias. Não o será
de trabalho, e não mais sua suspensão. no caso de duração maior que seis meses.

Auxílio-doença Serviço militar


Os primeiros 15 dias do afastamento do trabalhador O afastamento para a prestação do serviço militar
em função de doença configuram hipótese de interrupção do obrigatório desobriga o empregador do pagamento de salários
contrato de trabalho, pois os salários são pagos pela empresa, e, em consequência, dos recolhimentos previdenciários. É caso
computando-se normalmente o tempo de serviço. de suspensão do contrato de trabalho, muito embora o tempo
Unidade 3

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de afastamento seja contado como tempo de serviço. Durante
A partir do 16.º dia, ocorre a suspensão do contrato,
o afastamento, os depósitos do FGTS devem ser mantidos, e o
cessando o pagamento de salário pelo empregador, substituído
período aquisitivo de férias é suspenso, voltando a ser contado,
pela concessão do auxílio-doença pelo Instituto Nacional do
com o aproveitamento do tempo anterior ao afastamento, após o
Seguro Social (INSS) até a alta médica. Esse período coberto pelo
retorno do empregado, desde que este ocorra em até 90 dias da
auxílio-doença não é contado no tempo de serviço e, para efeito
data da respectiva baixa (art. 132, da CLT).
de férias, só o será se não ultrapassar seis meses. Sendo superior
a seis meses, o empregado perde o direito a férias em relação ao
EXEMPLO: se o empregado se afastou para cumprir o
período aquisitivo em curso.
serviço militar imediatamente depois de completado o 5.º
No transcurso da doença do empregado, o contrato de mês de um período aquisitivo, ao retornar (contanto que o
trabalho não pode ser rescindido, pois o trabalhador é considerado faça dentro de 90 dias de sua baixa), necessitará trabalhar
em licença não remunerada durante o prazo desse benefício. apenas mais sete meses para adquirir o direito às férias,
pois serão aproveitados os cinco meses computados antes
Acidente de trabalho de seu afastamento.

Para que o empregado tenha direito a voltar ao cargo do


Os primeiros 15 dias do afastamento em decorrência de
qual se afastou em virtude do serviço militar obrigatório, deverá
acidente de trabalho são remunerados pela empresa, contando-
notificar o empregador dessa intenção, dentro de, no máximo, 30
se normalmente o tempo de serviço, configurando caso de
dias após a respectiva baixa (art. 472, § 1.º, da CLT).
interrupção do contrato de trabalho.

24 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 25


Férias do contrato de trabalho, pois não ocorre descontinuidade na
prestação de serviços.
As férias são o exemplo típico de interrupção do contrato Todavia, caso seja convencionado com a empresa o
de trabalho, sendo mantidos o salário, a contagem do tempo de efetivo afastamento do empregado, para que ele melhor possa
serviço para todos os fins e os depósitos do FGTS, bem como desempenhar sua missão sindical, haverá suspensão do contrato
recolhimentos previdenciários. de trabalho.

Licença da gestante Faltas justificadas (ou abonadas)


Constitui caso de interrupção do contrato de trabalho, sendo As faltas ao serviço nas situações previstas em lei, norma
mantida a contagem do tempo de serviço para todos os fins e os coletiva, regulamento da empresa ou no próprio contrato individual
depósitos do FGTS, além de fazer a gestante jus ao salário-maternidade. de trabalho serão consideradas justificadas, não havendo nenhum
prejuízo ao trabalhador. Portanto, nesses casos, temos hipóteses
Aborto
Unidade 3

Unidade 3
de interrupção do contrato de trabalho.

Se o aborto não for criminoso, a empregada tem direito a Segundo o art. 473, da CLT, são justificadas as seguintes
duas semanas de descanso, tratando-se de caso de interrupção faltas:
do contrato de trabalho, pois é contado o tempo de serviço para
• por até dois dias consecutivos, em razão de falecimento
todos os efeitos e haverá pagamento do salário referente aos dias
do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou
parados. Se o aborto for criminoso, a hipótese será de suspensão
dependente econômico declarado em Carteira de
do contrato de trabalho.
Trabalho e Previdência Social (CTPS) – a chamada
licença “nojo”;
Licença paternidade
• por até três dias consecutivos, em virtude de casamento
A licença paternidade constitui caso de interrupção – a chamada licença “gala”;
do contrato de trabalho, sendo assegurados ao trabalhador a • por cinco dias, em caso de nascimento de filho, no
contagem do tempo e a remuneração do período de afastamento. decorrer da primeira semana (licença paternidade,
prevista no art. 10, § 1.º, do ADCT);
Representação sindical
• por um dia, a cada 12 meses de trabalho, em caso de
Se o empregado eleito para desempenhar mandato doação voluntária de sangue devidamente comprovada;
sindical continua normalmente a prestar serviços ao empregado, • por até dois dias, consecutivos ou não, para alistar-se
o que é comum, não há que se falar em interrupção ou suspensão como eleitor;

26 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 27


• no período necessário para alistamento militar; Findo o prazo de cinco anos, o empregado será submetido
à avaliação por médico do INSS, podendo resultar uma das três
• nos dias em que o empregado estiver comprovadamente
situações seguintes:
realizando provas de exame vestibular para ingresso
em estabelecimento de ensino superior; 1. caso a aposentadoria por invalidez seja confirmada pelo
INSS, torna-se definitivo o benefício, fazendo cessar o
• pelo tempo que se fizer necessário, quando tiver que
contrato de trabalho;
comparecer a juízo;
2. caso o médico do INSS considere recuperada a
• nos dias em que o trabalhador participar das reuniões
capacidade de trabalho do empregado, a aposentadoria
do Conselho Nacional da Previdência Social e do
é cancelada. O trabalhador tem direito de retornar à
Conselho Curador do FGTS.
função que anteriormente ocupava, sendo, entretanto,
Também se considera justificada a falta do empregado por facultado ao empregador rescindir o contrato de
motivo de doença, comprovada com atestado médico da empresa, trabalho, mediante o pagamento da indenização
ou do INSS. correspondente;
Unidade 3

Unidade 3
Finalmente, cabe lembrar que a convenção coletiva, o 3. caso o INSS considere ainda existentes razoáveis
regulamento da empresa e, até mesmo, o contrato individual de possibilidades de ocorrer uma futura recuperação do
trabalho podem estabelecer outras hipóteses de faltas justificadas. empregado, manterá como provisória a aposentadoria,
É comum, por exemplo, abonação de falta do estudante no dia de e o contrato de trabalho permanecerá suspenso.
prova na faculdade, no dia do aniversário do trabalhador etc.
Caso a aposentadoria seja confirmada na avaliação e
As faltas não justificadas serão descontadas pelo venha a ser cancelada em momento posterior, ou seja, após os
empregador, constituindo hipótese de suspensão do contrato de cinco anos, ainda assim o trabalhador terá direito de retornar ao
trabalho. trabalho.

É o que estabelece a Súmula n.º 160 do TST: “Cancelada


Aposentadoria por invalidez a aposentadoria por invalidez, mesmo após cinco anos, o
trabalhador terá direito de retornar ao emprego, facultado, porém,
O empregado aposentado por invalidez terá suspenso
ao empregador indenizá-lo na forma da lei”.
seu contrato de trabalho durante o prazo fixado pela legislação
previdenciária para efetivação (confirmação) do benefício (art.
475, da CLT). A lei previdenciária considera que a aposentadoria
Aviso prévio
por invalidez se torna efetiva após cinco anos da data do início da
Durante o aviso prévio, o empregado tem direito a uma
aposentadoria ou do auxílio-doença que a antecedeu. Durante esse
redução em sua jornada de trabalho, ou a ausentar-se, a fim de
período, portanto, permanece suspenso o contrato de trabalho.
que possa procurar novo emprego (duas horas por dia, ou sete

28 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 29


dias corridos, no caso do trabalhador urbano; um dia por semana, por intermédio de convenção ou acordo coletivo, o empregador
no caso do trabalhador rural). Esse período de redução ou deverá notificar o respectivo sindicato, com antecedência mínima
ausência configura interrupção do contrato de trabalho, pois será de 15 dias da suspensão contratual.
remunerado e contado para tempo de serviço.
A lei não trouxe nenhuma limitação quanto à atividade

Suspensão do contrato para participar da empresa, pelo que se conclui que a suspensão poderá ocorrer
em qualquer ramo de atividade (indústria, comércio, serviços,
de curso ou programa profissional atividade rural etc.). Da mesma forma, não houve qualquer
limitação quanto ao trabalhador que poderá ter mais ou menos
O recentemente acrescentado art. 476-A, da CLT, permite
de 18 anos, ser mulher ou homem.
que o contrato de trabalho seja suspenso, por um período de
dois a cinco meses, para participação do empregado em curso ou O prazo limite de cinco meses poderá ser prorrogado
programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, mediante convenção ou acordo coletivo de trabalho e concordância
com duração equivalente à da suspensão contratual. formal do empregado, desde que o empregador arque com o ônus
correspondente ao valor da bolsa de qualificação profissional,
Unidade 3

Unidade 3
O objetivo do governo foi estimular a manutenção do
durante o período de prorrogação.
emprego por importantes setores de atividade econômica, que
empregam um grande número de trabalhadores e, em crises Terminado o período de afastamento, são asseguradas
sazonais, terminam por efetivar demissão em massa. Seria o caso, ao empregado, por ocasião de seu retorno, todas as vantagens
especialmente, da construção civil e da indústria automobilística... que, em sua ausência, tenham sido atribuídas à categoria a qual
pertencia na empresa.
Nesses setores, quando há diminuição do ritmo de
produção em razão de problemas conjunturais ou econômicos, a O contrato de trabalho não poderá ser suspenso, para
manutenção do empregado ocioso, com pagamento de salários, é participação em curso de formação profissional oferecido pelo
onerosa para as empresas. empregador, mais de uma vez no período de 16 meses.

A possibilidade de suspensão do contrato de trabalho foi Durante o período da suspensão contratual, o empregador
a fórmula encontrada para atenuar as tensões resultantes dessa poderá conceder ao empregado ajuda compensatória mensal,
situação. Há vantagens para a empresa, que não perde seus sem natureza salarial, com valor a ser definido em convenção ou
trabalhadores qualificados, e para o trabalhador, que mantém acordo coletivo.
o vínculo de emprego e tem a oportunidade de aperfeiçoar-se
Observa-se que a concessão de ajuda compensatória pelo
profissionalmente.
empregador é facultativa. Caso seja concedida essa ajuda, não
A suspensão do contrato deverá ser ajustada mediante terá natureza salarial, o que significa não incidirem sobre ela os
previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e exige encargos sociais (FGTS, contribuições previdenciárias etc.). O único
aquiescência formal do empregado. Após a autorização concedida direito assegurado ao empregado é a percepção, quando cessar a

30 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 31


suspensão do contrato, das vantagens que tenham sido obtidas,
nesse período, pelos demais empregados da empresa.
Convenções e acordos coletivos
de trabalho
Durante o afastamento, o empregado receberá uma bolsa,
que será paga pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O Ao término deste capítulo, você será capaz
de compreender e interpretar as convenções
empregado não receberá nenhum valor da empresa no período,
e os acordos coletivos de trabalho. Isto será
salvo a ajuda compensatória facultativamente concedida.
OBJETIVO fundamental para o exercício de sua profissão.
E, então? Motivado para desenvolver esta
Se ocorrer a dispensa do empregado no transcurso do
competência? Vamos lá!
período de suspensão contratual ou nos 3 meses subsequentes
ao seu retorno ao trabalho, o empregador pagará ao empregado,
além das parcelas indenizatórias previstas na legislação em vigor,
Acordos coletivos de trabalho
multa a ser estabelecida em convenção ou acordo coletivo, sendo
Os acordos coletivos são pactos celebrados entre uma
de, no mínimo, 100% sobre o valor da última remuneração mensal
ou mais de uma empresa e sindicato da categoria profissional
anterior à suspensão do contrato.
Unidade 3

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a respeito de condições de trabalho aplicáveis no âmbito da
E, então? Gostou do que lhe mostramos? Agora, empresa ou das empresas acordantes (art. 611, § 1.º, da CLT).
só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, Os legitimados para a celebração do acordo coletivo são,
RESUMINDO vamos resumir tudo o que vimos. Você deve portanto, a empresa, diretamente, pelo lado patronal, e o sindicato
ter aprendido sobre os aspectos essenciais do dos trabalhadores. Este exerce o monopólio da negociação coletiva,
contrato de trabalho por prazo determinado, a
mesmo se a parte patronal consistir em uma só empresa, negociando
sua finalidade e a lei regulamentadora. Discutimos
diretamente. Não é obrigatória a presença do sindicato patronal.
acerca da alteração das condições do contrato, da
transferência de empregado e da diferença entre
O prazo de validade do acordo coletivo é o que as
suspensão e interrupção do contrato.
partes estipularem no pacto, desde que não seja
superior a dois anos, permitida a prorrogação
IMPORTANTE (arts. 614 e 615, da CLT).

32 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 33


Convenções coletivas de trabalho E, então? Gostou do que lhe mostramos? Agora,
só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo,
As convenções coletivas são pactos que abrangem toda
RESUMINDO vamos resumir tudo o que vimos. Você deve
uma categoria profissional na base territorial dos sindicatos
ter aprendido que as convenções coletivas de
participantes. Foram definidas no art. 611, da CLT, como: trabalho são acordos firmados entre empregados
o acordo de caráter normativo pelo qual dois ou e empregadores com o objetivo de estabelecer
regras específicas para as relações de trabalho
mais sindicatos representativos de categorias
em determinada categoria profissional ou setor
econômicas e profissionais estipulam condições
econômico.
de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas
representações, às relações individuais de
trabalho. (Brasil, 1943, on-line)

A convenção coletiva tem natureza de norma


jurídica, aplicando-se a todas as empresas
Unidade 3

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e a todos os trabalhadores dos sindicatos
IMPORTANTE estipulantes na base territorial, filiados ou não ao
sindicato.

O art. 619, da CLT, contém disposição expressa a respeito,


determinando que: “nenhuma disposição do contrato individual
de trabalho que contrarie normas de convenção ou acordo
coletivo de trabalho poderá prevalecer na execução do mesmo,
sendo considerada nula de pelo direito” (Brasil, 1943, on-line).

É possível a coexistência de convenção coletiva


da categoria e de acordo coletivo celebrado no
âmbito de uma empresa da categoria, hipótese
IMPORTANTE em que prevalecerão as normas e condições
mais favoráveis ao trabalhador previstas nos dois
instrumentos normativos (CLT, art. 622).

Todavia, essa regra – prevalecer a mais favorável – não se


aplica no que diz respeito a salários, diante da autorização expressa
da Constituição Federal, que acolhe a possibilidade de redução
desde que haja acordo ou convenção coletiva (art. 7.º, inciso VI).

34 DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA DIREITO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA 35


Dissídio coletivo como as convencionadas
(Brasil, 1988, on-line)
anteriormente.

Ao término deste capítulo, você será capaz de


compreender como são processados os dissídios Os dissídios coletivos são instaurados quando as
coletivos. Isto será fundamental para o exercício de partes não chegarem a um acordo nas negociações
OBJETIVO sua profissão. E, então? Motivado para desenvolver coletivas.
IMPORTANTE
esta competência? Vamos lá!

Processamento dos dissídios A sentença normativa não se submete ao processo de

coletivos execução. Em vez da execução, a ação utilizada para forçar


o adimplemento daquilo que foi determinado na sentença
normativa denomina-se ação de cumprimento, a qual corresponde
Os dissídios coletivos são processados da competência
a um dissídio individual. Pode ser proposta pelos empregados
originária do TRT (não são processados perante os órgãos de
interessados, diretamente ou representados pelo sindicato da
primeiro grau), atuando como instância revisora o TST, mediante
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categoria (art. 872, parágrafo único, da CLT).
recurso ordinário. No caso de empresa de âmbito nacional e
regimento interno uniformemente aplicável em todo o país, como E, então? Gostou do que lhe mostramos? Agora,
a Caixa Econômica Federal, Petrobras, Banco do Brasil etc., o só para termos certeza de que você realmente
dissídio coletivo passa à competência originária do TST. entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
RESUMINDO resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
Os dissídios coletivos destinam-se à solução como são processados os dissídios coletivos.
jurisdicional dos conflitos coletivos entre os
sindicatos de empregados e empregadores ou
IMPORTANTE entre aqueles e as empresas.

A atribuição de poder normativo à Justiça do Trabalho


decorre diretamente do disposto no art. 114, § 2.º, da Constituição
Federal, segundo o qual:
Recusando-se qualquer das partes à
negociação coletiva ou à arbitragem, é
facultado às mesmas, de comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo de natureza
econômica, podendo a Justiça do Trabalho
decidir o conflito, respeitadas as disposições
mínimas legais de proteção ao trabalho, bem

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